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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019
Bono no livro 'Os Insones', de Tony Belloto
Camarote do show do U2 em São Paulo em 2006 pela Vertigo Tour. Tony Bellotto respondeu a um repórter que o U2 não era sua banda preferida, e sua esposa politicamente correta Malu Mader não gostou e o fez dizer logo depois que "não é bem assim". Ela mesmo respondeu ao repórter: "Gostamos muito sim! Eu, ele e toda a família!".
Bellotto confessou rindo que sua banda preferida é The Clash, "dos anos 70".
Tony Bellotto, além de ser guitarrista dos Titãs desde os anos 80 e ter se casado com Malu Mader, talentosa atriz brasileira, ele se revelou um escritor com potencial na década de 90 ao lançar o seu primeiro livro: 'Bellini e a Esfinge'.
Passados mais de dez anos e após o lançamento de mais quatro livros, dois deles continuando as histórias de Bellini, em 2007 Tony lançou 'Os Insones'.
O livro se passa, em grande e significativa parte da história, no Rio de Janeiro, entre a favela Morro do Café e os bairros nobres e vizinhos Leblon e Ipanema. É o relato de pessoas que se perdem em meio ao caos, ou talvez o usam para uma posterior transformação, que pode nunca ocorrer. Uma narrativa contada através de diversos ângulos e que se fecha nas mais diferentes situações.
Adolescentes idealistas que decidem ver o mundo por fora do quarto com ar-condicionado. Pais perdidos, ideais esquecidos. Violência pura e verdadeira numa favela onde quem manda é uma adolescente de dezenove anos. Desilusão. Muitas mortes. Alguma transformação.
Sofia. Menina de classe média, moradora de Ipanema, desaparece e ninguém sabe por qual razão: um seqüestro, perda de memória ou se realmente foi uma fuga... O pai, Renato, entra no seu quarto e descobre que a filha não gosta mais de U2 e do Bono, mas que agora gosta do Subcomandante Marcos, de Che Guevara e ouve Tupac. Talvez a grande razão pela surpresa seja que Renato é separado de Lílian (a mãe de Sofia), há muitos anos mora em São Paulo e não costuma freqüentar aquela casa, que agora lhe parece tão estranha.
― Por que a Sofia colocou a foto desse cara na parede?
― Ela voltou mudada daquela viagem a Porto Alegre, no Fórum Mundial. Um guerrilheiro mexicano é o ídolo dela agora.
― E o Bono Vox? ― perguntou Renato.
Lílian olhou para ele sem saber o que dizer. Então se abraçaram e choraram juntos.
Samora. Adolescente idealista de dezessete anos, negro, classe média alta. Morador do Leblon, com pai desconhecido. A mãe, casada com um estrangeiro. Ele sempre estudou nas melhores escolas, leu muitos livros e foi sedento por conhecimento. Aos poucos descobriu Tupac, Racionais MC's, Che Guevara, Subcomandante Marcos e outros tantos que se tornaram sua base. Ele decidiu mudar a sua vida, quem sabe o mundo. Virou um idealista. Foi ao Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, e lá conheceu uma menina muito diferente, Sofia, mas já fazia cerca de um ano que isso havia acontecido e eles não se viam. Quando a mãe viajou com o padastro para a Europa, ele decidiu que era a hora de fazer uma revolução. Foi morar no morro. Deixou pra trás o ar condicionado, a vida mansa e foi realizar.
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