Bono, em entrevista no ano de 2005:
"Muito pouco foi escrito sobre a psicologia do performer. Frequentemente os artistas se apresentam porque algo falta para eles, ou seja, eles têm um buraco que estão tentando preencher, isso é óbvio. O que é menos óbvio é que, através dessa insegurança, desenvolvemos uma espécie de terceiro olho ou uma espécie de senso reptiliano do que está acontecendo no local.
Estou ciente de quem entrou, quem saiu, que casal está em uma fileira, se alguém está estressado - eu pego todas essas coisas. É realmente um barulho. Isso começa a ser um barulho terrível depois de um tempo, e você só deseja que você pudesse desligá-lo.
Acaba por ser a marca de um artista. Quando eu estou no palco e uma música não está conectando, eu posso sentir isso. Você pode sentir as pessoas indo ao banheiro ou indo comprar uma camiseta, e você fica aborrecido. Mick Jagger é um desses tipos de artistas. Assim são David Bowie e Eddie Vedder. Há artistas que não sentem isso, não sabem se o lugar está vazio ou cheio. Mas eu não sou um.
Se está indo do jeito que você quer, você vai desaparecer na música e a música está cantando por você. Às vezes não é assim, então você está muito consciente do som em seus fones de ouvido. Para mim, tenho uma vantagem que não posso cantar como canto nos discos. Então eu realmente tenho que entrar na música ou então eu não vou conseguir acertar algumas dessas notas.
Então, em outras palavras, a menos que você esteja pessoalmente disposto a derramar seus sentimentos nisso, simplesmente você não é capaz de fazer isso funcionar.
Não é uma dedicação gloriosa à arte. É apenas uma necessidade. Eu provavelmente acho que se não fosse assim, eu tentaria fingir, porque custa caro na vida emocional. Em um show do U2, há muitos sentimentos diferentes pelos quais você está passando. Minha família se refere a "giglag", onde a queda disso pode ser desagradável. Eu fico tão alto quanto uma pipa no dia seguinte, mas no dia seguinte eu posso realmente bater em uma parede".
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