Canadá, 2005. O jornalista de música Paul Morley conta:
"No hotel, Bono pára para me apresentar a alguém que ele diz que eu realmente tenho que conhecer. Imagino que possa ser um político local em ascensão, ou um colega ativista, ou um artista que Bono está gostando também.
Na verdade, é um membro da equipe, uma garota chamada Maud Joly Champagne. Ela está vestindo um uniforme de hotel, bem arrumada, fofa. Bono está preocupado que ela não tenha ido ao show na noite anterior, e que ela deve vir nesta noite. Ela fica corada e explica que estará de plantão.
Bono está no modo de flerte total, em algum lugar profundamente encantador entre a madura estrela do rock real e o político sedutor e enganador, explicando que ele quer que alguns membros da equipe venham ao show, como um presente especial, como um agradecimento pelo cuidado com o U2.
Ele quer especialmente que Maud Joly Champagne venha, mesmo que apenas pelo nome dela. Ele não pode acreditar que ela será obrigada a trabalhar! Ela fica ainda mais corada e explica que cabe à gerente do hotel, cujo nome parece ser Madame Formidable. Bono estufa o peito e sai em busca de Madame Formidable, outro desafio para seus afiados poderes de diplomacia.
Depois que a nossa entrevista termina, sigo Bono para fora da biblioteca até o saguão do hotel. Ele vê a corada Maud Joly Champagne e pergunta se ela vai ao próximo show. Não, ela admite. Bono fica intrigado. Não foi combinado? Sim, algumas pessoas do hotel estão indo para o show, mas ela não é uma das escolhidas. Por que não? Ela não sabe. Bono promete descobrir o que está acontecendo. Ela agradece ele e, por um momento, juro que ele fez uma reverência. No elevador, Bono se preocupa que ela tenha sido importunada porque ele mostrou favoritismo em relação a ela, antecipando todo tipo de política sombria e intrigante do hotel. Nenhuma causa é muito grande, ou muito pequena, para Bono".