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quarta-feira, 1 de julho de 2015

As revelações da iNNOCENCE + eXPERIENCE, por Ric Lipson - Parte 02


Co-designer do palco da turnê iNNOCENCE + eXPERIENCE junto com Es Devlin, Ric Lipson da Stufish Entertainment Architects diz que houve muitas idéias ao longo dos dois anos do processo de design que acabou sendo cortado em seus aspectos físicos, mas a maioria das idéias iniciais se mantiveram firme em algum formato, os temas iniciais, pelo menos, traduzindo o conteúdo do vídeo.

"Por exemplo, em um ponto, tínhamos um protótipo de um quarto inflável com uma projeção interna que flutuaria em torno da arena com imagens dos integrantes da banda projetadas dentro", diz Lipson. "Iam ser quatro destes. Essa ideia foi abandonada depois que testei na escala 1:1 e encontrei sua referência no show, quando você vê o vídeo para "Song For Someone" onde Bono canta para seu eu mais novo que é visto no ambiente do seu quarto e sala de estar. Outra ideia era para uma grande lâmpada que ficaria no alto sobre o palco redondo "e", em uma extremidade mais distante da área, e que iria explodir em um ponto no show para revelar o lixo dos anos 70 e mobílias. Isto foi substituído pela ideia do tsunami no final da canção "Until The End Of The World", que vemos a inocência da Cedarwood Road lavada por um tsunami de água causado com a explosão de uma lâmpada na animação em vídeo."

Lipson diz que o show começa com a noção de inocência de uma única lâmpada. Como a história se desenvolveu durante a fase de design, as formas do palco facilitaram a narrativa: o tema de sair de casa para o mundo e novamente mais uma vez, "a viagem da 'Inocência' para a 'Experiência'", diz Lipson. "O layout deste show significa que tínhamos que reinventar o modo como o som foi feito para shows em uma arena. O tamanho da tela e outros elementos essenciais como holofotes de luzes, juntamente com a estrutura maciça da tela e da quantidade de cabos para fazê-lo funcionar, significa que este é um dos mais pesados shows de arena já feito. O show não é menor do que qualquer outro show do U2 já feitos em arenas. Em comparação com os shows de estádio que a Stufish projetou nos últimos 23 anos com Mark Fisher e Willie Williams, este só não é tão grande quanto a turnê 360°, mas ainda é grande e muito complexo para fazer todos os elementos funcionarem tão bem juntos."


Partes Móveis

Sobre o palco principal há uma cinética flutuante com tiras de luzes de LED fluorescente em guinchos Tait que fornecem energia e dados através das linhas de guincho e são controlados pelo Navigator. "Em compensação, o palco retangular em si é bastante simples", diz Lipson. "O palco redondo tem um elevador inteligente que sobe o piano para o palco. Este novo projeto armazena o piano debaixo do palco e se desdobra em 90 graus como um livro, e que torna a se desdobrar do palco, ao invés de apenas subir da maneira tradicional. A peça principal da automação é o telão [PRG Nocturne V-Thru]. O telão é suspenso em quatro guinchos de seis toneladas, ligados a quatro treliças personalizadas espalhadas no ar. Os guinchos permitem a tela se mover para cima e para baixo por 7m mais de 30 segundos. Tudo isso é controlado pelo Navigator. No telão, há uma escada cinética no final do palco retangular, que permite Bono subir estas escadas para a passarela, e no final do telão há um elevador personalizado que permite que Bono desça para o palco. Acima da tela, há quatro guinchos automatizados de bolas de espelho, que são capazes de subir as bolas para cima e para baixo enquanto elas giram. Há também mais oito cinéticas com tiras de luzes controladas pelo Navigator."

Ao redor do palco estão tiras de luzes de LED adicionais montadas em dobradiças personalizadas que permitem ser erguidas em vários momentos, trabalhando em conjunto com a coreografia das tiras de luzes que sobrevoam o público. "A Tait também criou uma nova câmera de monitoramento paralelo e um trilho que permite que a câmera corra ao lado do palco para acompanhar a banda e tirar fotos interessantes que normalmente não seriam possíveis", diz Lipson, que chama a visão global do diretor criativo Willie Williams de "visionária" e salienta os talentos de seus companheiros criativos. "Ele reúne uma equipe tão boa em torno dele que permite a iluminação e vídeo trabalharem juntos simbioticamente", acrescenta Lipson. "Existem muitas partes do show que não usam o vídeo em tudo, e também há partes do show que usam muito pouca quantidade de luzes. Neste show, não há um departamento que é dominante sobre o outro, e todos trabalham em prol da visão coesa."

Lipson enfatizou o papel do diretor de vídeo Stefaan "Smasher" Desmedt, que administra recursos visuais e I-Mag durante todo o show, como ele tem feito nas últimas turnês do U2. "Usando d3 e outros softwares, tais como Demolition, eles afetam a alimentação ao vivo do I-Mag durante o show", diz Lipson. "Também fazemos um momento com vídeo onde um membro da platéia filma a banda em cima do palco. Isso é feito com o Meerkat."

Lipson conclui que, enquanto o processo de design foi muito longo, o resultado final é um show que "explora uma viagem da banda da inocência à experiência. Fazer acontecer um projeto tão ambicioso é um testamento para toda a equipe, liderada pelo [gerente de produção] Jake Berry."

Do site: Live Design
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