O que não vemos no vídeo: o U2 teve uma enorme discussão nos bastidores. Larry Mullen, Adam Clayton e The Edge estavam muito descontentes com a aventura de Bono no meio do multidão, deixando a banda em espera, fora de foco e impossibilitando o U2 de tocar o seu maior sucesso, "Pride (In The Name Of Love)". O consenso entre os quatro membros da banda era que tinham tido uma performance desajeitada e que havia caído por terra. "Sentimos como se nós tivéssemos estragados uma oportunidade de sermos grandes", disse Larry Mullen.
"Foi um grande dia, mas eu pensei que eu tinha estragado tudo", Bono disse. Ele voltou para a Irlanda com sua esposa Ali, em uma visita aos pais dela em Wexford, meditando sobre o que sentia ter sido um enorme fracasso. Na semana seguinte, no entanto, a banda descobriu que seu desempenho foi considerado pela maioria dos críticos, o ponto mais alto do dia (ao lado do Queen).
Foi um momento da carreira do U2 em que todos os seus discos voltaram para as paradas do Reino Unido, e eles se estabeleceram nos Estados Unidos e foram transformados em estrelas em todo o mundo. À contragosto, a banda teve que admitir que o instinto de Bono como um performer superou seus planos.
The Edge revelou: "realmente fomos tomados pela surpresa quando as pessoas começaram a falar sobre o U2 como uma das notáveis performances do dia. Eu pensei que eles estavam brincando, realmente pensei que havia sido uma porcaria. Mas olhando para trás, como eu fiz uma semana depois, eu comecei a ver o que havia sido. Foi a sensação de perigo real, total, que é sempre muito excitante para um evento ao vivo, e toda a determinação de Bono em ter contato físico com a multidão, e eventualmente chegando lá após dois minutos de lutas contra todos os obstáculos. Acho que havia algo sobre o esforço que ele tinha que colocar para fazê-lo, e que de alguma forma foi feito de maneira mais poderosa ainda."
Bono, mais tarde, resumiu aquela apresentação como "um lixo de som, cortes de cabelos ridículos, e nós acabamos não tocando nosso maior hit, "Pride (In The Name Of Love)", por causa que o vocalista fodeu a performance ao ir para o meio do público. A banda quis me demitir devido ao resultado, mas acabou sendo um dos maiores e melhores dias de nossas vidas. Tente explicar isso. Pergunte para Deus, que provavelmente ele sabe responder....."
30 anos depois, o U2 fez um show em Boston pela nova turnê iNNOCENCE + eXPERIENCE.
A banda tocou "Bad", e Bono em um momento especial, canalizou o espírito do falecido Lou Reed, novamente incluindo "Walk On The Wild Side" e "Satellite Of Love", exatamente como há 30 anos atrás no Live Aid.
Bono relembrou: 'Nós nos encontramos em um palco, Estádio de Wembley, em Londres, Live Aid. Nós tocamos essa música... não chegamos a terminar o nosso set... Lou Reed estava assistindo pela televisão naquele dia... ele nos ouviu cantar. O concerto passou a salvar muitas vidas... e nos forneceu um propósito extra como uma banda."
Vale lembrar:
Somente em 2011, 26 anos depois, o U2 finalmente conseguiu apresentar, também em um festival, em Glastonbury, a tão sonhada sequência daquelas três canções.
Sem a preocupação de estourar o tempo, e com um Bono mais contido, o U2 conseguiu realizar a sequência em 15 minutos tocando “Bad”, “Pride (In The Name Of Love)” e “Sunday Bloody Sunday”.
Agradecimento: Rolling Stone USA (2014)