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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Ao Vivo do Espaço Sideral: a passagem de som de Edge em Zagreb, Croácia

Revista Rolling Stone - Edição 55 - Abril de 2011
Por trás dos segredos da turnê 360º, a maior já feita pelo U2 – e por qualquer outra banda na história - Parte 03

Um mês antes de Chicago, o U2 já tinha feito 17 apresentações na turnê europeia, e The Edge tem exatamente dez minutos para brincar de turista na parada mais exótica de todas. Ele entra no banco de trás de uma van que está parada na frente de seu hotel para dar uma volta pela capital da Croácia, Zagreb, até o estádio Maksimir, lar do maior time de futebol do país - e do show do grupo daquela noite. "Esta vai ser a minha experiência em Zagreb", diz ele, com um sorriso irrompendo nos cantos de seu cavanhaque. "Esta é a coisa mais estranha das turnês - a gente não consegue ver nada." Como sempre, ele está vestido de preto - camiseta com estampa geométrica, jeans, Converse All Star de couro, touquinha na cabeça. Em uma corrente prateada ao redor do pescoço dele está pendurada uma lâmina de barbear com as palavras "don't mess" [não sacaneie] gravadas. É o primeiro show que o U2 faz em Zagreb, e a primeira vez que eles tocam na região acometida pela guerra desde um show emocionante em Sarajevo, em 1997. The Edge se acomoda no assento de couro e começa a tirar fotos pela janela. A van estaciona na área de carregamento do local, ao lado de tendas brancas gigantescas montadas para as instalações da produção e o serviço de alimentação - parece que um festival de bom tamanho foi organizado na cidade. Apertando mãos pelo caminho, The Edge atravessa um corredor de concreto, passa por cima de um feixe de cabos elétricos grossos e sobe na escadinha de aço que chacoalha e faz barulho para chegar ao alto do palco do U2, que parece quase cômico de tão berrante à luz do dia. Ele cumprimenta Dallas Schoo, seu técnico de guitarra, coloca em cima do ombro a primeira de uma série de guitarras e começa sua passagem de som de um homem só. Schoo entrega uma Rickenbacker ao músico, e ele toca a introdução de "Mysterious Ways". Enquanto ele começa a mexer nos ajustes da guitarra e a apertar os 36 botões na barra de teclados a seus pés, Schoo saca uma câmera digital e fotografa a posição das alavancas e dos interruptores da guitarra. Mas o guitarrista sempre volta para seus próprios controles à direita do palco e mexe nos ajustes. Não é nada fora do comum quando The Edge cria novas combinações de efeitos no meio de uma música, na frente de um estádio lotado, diz Schoo, um pouco impressionado. "Eu sou detalhista em relação aos sons de guitarra porque é a identida de da música em muitos casos", diz The Edge. Ele meio que sorri, meio que faz uma careta no momento de falta de modéstia tão incomum para ele, e revê a própria afirmação: "É uma boa parte da identidade da música".
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