A obra de Rainer Maria Rilke capturou a imaginação de músicos, filósofos, artistas, escritores e amantes da poesia, e estendeu o alcance da poesia a pessoas raramente interessadas em elocuções humanas versificadas.
Bono é grande fã e adora os poemas deste poeta alemão. O vocalista do U2 tem um apreço especial por 'Elegias de Duíno', que começaram a ser escritas em 1912 no castelo Duíno, em Trieste, Itália, e foram finalizadas apenas em 1922.
Bono usou partes da primeira elegia para as letras da canção inédita "Oh Berlin", presente em edições especiais de 20° aniversário do álbum 'Achtung Baby'.
Além de trechos do poema, Bono menciona Rilke no trecho: "Chasing the ghosts of our heroes. Lou Reed, David Bowie, Iggy, Wim Wenders, Rilke".
O verso original da primeira elegia:
Wer, wenn ich schriee, hörte mich denn aus der Engel
Ordnungen? und gesetzt selbst, es nähme
einer mich plötzlich ans Herz: ich verginge von seinem
stärkeren Dasein. Denn das Schöne ist nichts
als des Schrecklichen Anfang, den wir noch grade ertragen,
und wir bewundern es so, weil es gelassen verschmäht,
uns zu zerstören. Ein jeder Engel ist schrecklich.
A tradução em inglês, que Bono utilizou na letra de "Oh Berlin":
Who, if I cried out, would hear me among the angelic orders
And even if one to suddenly take me to its heart
I would vanish into its stronger existence
For beauty is nothing but the beginning of terror
That we are still able to bear and we revere it so
Because it calmly disdains to destroy us
Every angel is terror
Para constar: no show do U2 na cerimônia de posse do presidente americano Barack Obama, Bono usou um cachecol da EDUN com um poema de Rainer Maria Rilke impresso: "With all its eyes the natural world looks out into the Open. Only our eyes are turned backward, and surround plant, animal, child like traps, as they emerge into their freedom.
We know what is really out there only from the animal’s gaze; for we take the very young child and force it around, so that it sees objects–not the Open, which is so deep in animals’ faces. Free from death.
We, only, can see death; the free animal has its decline in back of it, forever, and God in front, and when it moves, it moves already in eternity, like a fountain."