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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Estes dias correm como cavalos sobre as colinas.....

De alguma forma Zooropa estava tomando o U2 de volta. A cidade imaginária do futuro há muito abandonada como um tema espera ser revista em data posterior. Agora, tinha que se terminar um álbum que não havia sido planejado, no meio da turnê mais exigente que a banda já tinha realizado. Havia um toque de desespero que tinha marcado as gravações de Boy, October e War, sobretudo.
‘Dirty Day’ nasceu de uma improvisação da banda. Era um desses números turvos, com a banda refletindo o cansaço que sentia e a pressão que os deixavam mal-humorados, agrupando o desempenho que tinha uma inegável intensidade escura. Imaginando o seu caminho para a letra, Bono sentiu uma esmagadora sensação de tristeza na música. Cada vez que ele ia improvisar, uma idéia se mantinha aparecendo na frente dele de um pai dando conselho surreal para seu filho.
No microfone, estava de volta à influência de Iggy Pop e da maneira como ele compõe canções performáticas. Ele ficava vendo Charles Bukowski em sua cabeça, e relembrando o tipo de conselho que ele daria, como “Sempre dê um nome falso”. Ele tinha a sensação de que havia a escuridão no coração de tudo isso, alguma pequena tragédia. Talvez o pai tinha desaparecido e deixado o filho e a mãe pra trás. Essa ideia foi ficando em sua mente. Era como uma culpa de ter sido afastado de seus próprios filhos quando a banda estava na estrada. Tinha se tornado um pouco de obsessão. Sean Penn tinha ido para sua casa uma noite e eles estavam falando besteira sobre poesia e Deus sabe o que mais até as 6 horas da manhã. Bono disse a ele que era um fã de Charles Bukowski e Penn disse pra esperar um minuto. Discou para Los Angeles e estava com o autor na linha. Bukowski estava em boa forma, rindo e brincando. “Eu tenho alguém aqui que quer falar com você”, ele disse. “É minha esposa, Linda. E, a propósito, ela realmente quer transar com você”. Descobriu-se que ela era fã do U2 que tinha ido para todos os concertos que a banda tinha feito em LA. Ela era também a espinha dorsal desse grande escritor.
A próxima vez que a banda esteve na cidade, Bukowski veio para o show e tiveram um grande momento. Larry levantou-se para cantar ‘Dirty Old Town’, que foi dedicada a ele.
Significou muito, até mesmo para alguém durão como Charles Bukowski.
Bono o descreve como um dos caras que estavam trabalhando no porão. “Dirty Day” era uma frase que o próprio pai de Bono usaria e teria certa relevância para Charles Bukowski também. “Essencialmente ‘Dirty Day’ é uma música de pai e filho“, Bono diz. “É todas as pequenas coisas que meu pai diria como ‘dirty day’. ‘It’s a dirty day’”.
Co-escrita por The Edge, é também uma canção sobre a passagem da tocha. Sobre assumir responsabilidades que você não sabe se está preparado para. Estes dias correm como cavalos sobre as colinas, termina, emprestando uma frase de Bukowski. Bono tinha a sensação de que estava fora de controle.

Agradecimento: Rosa - Achtung Zoo
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