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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

"Please", de Anton Corbijn

O vídeo para a canção "Please" do U2 é uma peça conceitual em preto-e-branco, de Anton Corbijn.
Tem lugar em uma rua chamada "No Name" (uma referência à canção "Where the Streets Have No Name"), onde um mendigo está de pé, com uma placa dizendo "por favor" pendurada em seu pescoço. Várias pessoas passam por ele sobre os joelhos, até um ponto em que esta situação é invertida.
O conflito na Irlanda do Norte tem motivado muitas canções do U2 ao longo dos anos.
Em 1997, quando as conversações de paz entre o IRA e o governo britânico já tinham sido iniciadas, "Please" nasceu. As negociações culminaram em 10 de abril de 1998, no Acordo de Sexta-Feira Santa. Foi assinado em Belfast pelos governos britânico e irlandês e aprovado pela maioria dos partidos políticos da Irlanda do Norte. Todas as partes se comprometeram a estabelecer um governo chefiado por David Trimble e John Hume, os destinatários do Prêmio Nobel da Paz em 2002. Linhas da canção escrita por Bono pedem para não tomar partido, mas sim implorar pela paz.
O U2 perguntou para o fotógrafo Anton Corbijn se ele faria um vídeo para a canção. O vídeo (quase invisível na mídia em seu lançamento, e que só foi notado em 2002 com o lançamento do DVD The Best Of U2 1990-2000) tem imagens poderosas. Ele começa em preto e branco apresentando uma dupla de freiras, um bispo em suas vestes litúrgicas, um rabino, uma menina vestida de branco tocando, um grupo de adolescentes e um homem gordo, com tatuagens, todos de joelhos e olhando para a câmera numa atitude contemplativa.
Um homem idoso levanta e carrega uma placa que diz por favor (em uma referência óbvia à Deus o Pai), ele é o único que está parado em um canto. A ação acontece em frente às fachadas (rostos semelhantes) de casas em uma cidade. De uma das janelas os membros do U2 olham para o que está acontecendo. As pessoas começam a andar de joelhos em uma convivência muito harmoniosa, e de repente, o ritmo da canção muda, as imagens se transformam em cores, o povo se levanta e o velho homem se ajoelha. Os jovens atiram pedras nas janelas das casas e todo mundo caminha rapidamente ignorando o mendigo e seu sinal. Finalmente, o homem idoso vai para o céu e a garota coloca o sinal/pedido em seu peito. As imagens abrem um leque de interpretações possíveis. Para o fotógrafo é um convite à reflexão (à ajoelhar-se) sobre as nossas ações para a convivência com pessoas de diferentes credos, raças e ideologias.
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