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sexta-feira, 29 de abril de 2022

Bono cantou "Eu não acredito que o rock 'n' roll possa realmente mudar o mundo", mas ele realmente acredita nos poderes de cura da música


Em "God Part II", Bono canta versos como: "Eu não acredito que o rock 'n' roll possa realmente mudar o mundo", mas ele é uma das únicas pessoas que realmente acredita nos poderes de cura da música. Ele acredita que pode afetar algumas pequenas mudanças. Em 1987, ele disse que era essa convicção que mantinha o U2 funcionando.
Bono: "As pessoas pensam: 'Ah sim, lá estão eles, U2 marchando para a guerra. Lá vai Bono correndo por todo o palco. E ao contrário de Mick Jagger, Bono não faz isso com uma piscadinha. Esse é o problema. Bono realmente acredita nas pessoas que vão aos shows e acredita no que ele está fazendo. Oh, que embaraçoso'.
Vou te dizer, porém, Jerry Lee Lewis e Elvis Presley acreditavam no que estavam fazendo também. O problema nos anos 80 é que as pessoas pararam de acreditar no rock 'n' roll - acreditar nele tornou-se algo para zombar".
Naquela fase, embora Bono sempre tenha sido rápido em negar qualquer associação com oradores de agitpop ("Nós realmente não queremos nos envolver - especialmente não no playground político da América!"), suas declarações francas e imensa popularidade deram a ele a força política para lutar com questões sob a luz do arco da atenção pública. 
Na fase de 'The Joshua Tree', a banda foi cortejada pelos Kennedys e Jesse Jackson. Mas o sistema de estrelas que lhe permitia a plataforma para criticar os evangelistas de TV em "Bullet The Blue Sky", o regime sul-africano em "Silver And Gold" e o terrorismo na versão semi-acústica de seu hino "Sunday Bloody Sunday" no filme 'Rattle And Hum' (registrada um dia após o trágico atentado de Enniskillen em Ulster) era o mesmo estrelato que reforçava as injustiças que ele abomina. Os ídolos são a prova viva de que o sistema funciona, o sonho pode ser alcançado.
Nenhuma outra banda se beneficiou tanto com a exposição proporcionada pelo Live Aid, mas o próprio U2 estava tão insatisfeito com sua performance, ou as razões por trás dela, que quase se separou. Foi dito na Spin Magazine que Adam Clayton reuniu a banda exigindo que gravassem 'The Joshua Tree' primeiro e se separassem depois.
The Edge riu. "Nós nos separamos na semana passada, mas estamos juntos novamente. Devo admitir que estamos nos dando muito melhor nos últimos tempos. Costumava haver brigas sobre tudo. Eu acho que é muito mais fácil ser um grande grupo porque permite mais liberdade. Foi muito mais difícil fazer nossos primeiros álbuns".
Adam Clayton: "É sempre difícil, mas você tende a ser um pouco mais maduro como personalidade. Toda essa merda de celebridade que você recebe quando tudo que você quer é tocar música. Como você lida com isso? Bebemos muito. A única coisa que me faz passar o dia é a música. Porque eu sei qual é a verdade. Não importa se estou andando na rua ou andando de limusine".
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