Em uma entrevista com o U2 após o lançamento de 'POP', Bono foi questionado: "Sua imagem nos anos 80 era como 'o U2 está tentando salvar o mundo'. Nos anos 90, você meio que tentou se afastar dessa imagem. Qual foi a razão?"
Bono respondeu: "É preciso ter cuidado com as cruzadas, é uma era da mídia muito selvagem.
Do meu ponto de vista, muitas coisas que precisamos fazer são privadas. Parece que se fizermos coisas, tem que ser especial.
As pessoas estão entediadas com os shows beneficentes, estão cansadas, então você precisa ser mais imaginativo.
A imaginação é a coisa certa, porque as pessoas agora não estão limitadas ao que são capazes de fazer, mas são limitadas pelo que sua imaginação é capaz. Como um DJ, ele não precisa tocar, ele apenas precisa ter conhecimento. Eu acho que temos que ser muito imaginativos sobre as coisas. Essa é uma lição que talvez tenhamos aprendido".
Larry Mullen entrou na conversa: "As pessoas estão cansadas de coisas beneficentes e é tão trágico porque está pior agora do que nunca. E as pessoas precisam desse tipo de apoio e não é possível, não da mesma maneira. Falando sobre a Anistia Internacional e o Greenpeace, isso simplesmente não faz mais sentido para muitas pessoas, porque há muitas coisas acontecendo e todo mundo está tentando ajudar a todos. De quem é a responsabilidade? É responsabilidade de estrelas do rock ou pop-stars? Eu acho que a Anistia Internacional e o Greenpeace há uma responsabilidade, há algo que podemos fazer".
Bono volta: "Definitivamente, precisamos encontrar novas maneiras. Mas as pessoas que compram nossos discos são pessoas muito conscientes. Acho que sim, julgando pela Propaganda, nossa revista. Há muitas pessoas que querem fazer algo sobre onde estão e onde vivem. Eles não querem assinar o tempo todo e é isso. Uma nova filosofia foi elaborada. Nos anos 60, as pessoas desistiram e criaram sua própria cultura. Nos anos 80, uma época muito material, era como "vamos esquecer tudo isso e apenas aproveitar os espólios". E nos anos 90, as pessoas estão começando a perceber que você pode viver nesse mundo e trabalhar e fazer mudanças de maneira mais clara. Eu acho que isso está acontecendo".
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