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sexta-feira, 24 de abril de 2020
Hospitais americanos festejam altas de pacientes de Covid-19 com canções inspiradoras, e U2 está na lista
Aplausos, equipes médicas nos corredores e uma trilha sonora à altura. Cada paciente recuperado da Covid-19 é uma razão para celebrar. Dos EUA, chegam relatos das músicas escolhidas para o momento.
O repertório é bastante completo nestes dias. Em plena pandemia, cada alta é um motivo de celebração e há hospitais e equipes que levam o lema bastante ao pé da letra. Voltar para casa em clima de festa não é totalmente desproposital. A internação por Covid-19 pode revelar-se longa, na maioria dos casos superior a uma semana.
Segundo o The New York Times, cada hospital parece ter escolhido o seu hino. O que é que todos têm em comum? Mensagens de esperança, odes à coragem e à resistência ou simplesmente refrões festivos. "Here Comes The Sun", dos Beatles, foi a canção que soou quando Mark Schwarz, de 54 anos, teve alta do Montefiore Nyack Hospital, no estado de Nova Iorque. Durante os 11 dias que esteve internado, este paciente agora recuperado nunca percebeu ao certo porque é que a música tocava. "De vez em quando, começava uma música do nada e eu perguntava: 'Para que é que serve isso?', disse ao mesmo jornal.
O ritual varia de hospital para hospital, mas o motivo de celebração é sempre o mesmo: alguém venceu a Covid-19 e goza agora de boa saúde. "É um momento de bem-estar para todos, que nos aproxima além de celebrar a vida daquele paciente", afirmou Carley Dowd, enfermeira chefe do Northern Westchester Hospital, também no estado de Nova Iorque, à Fox News.
Um hábito que Dowd instaurou junto a sua equipe, composta por 50 enfermeiros e técnicos, está assim há quase um mês. "Saí do trabalho naquele dia com um desconforto, com o coração pesado", contou ainda a enfermeira, referindo também ao impacto da pandemia nas emoções dos profissionais de saúde.
A ideia surgiu quando estava a caminho de casa — festejar a vida de quem se recupera, mas também elevar a moral da equipe parece ser o intuito desta profissional que estabeleceu "Code Sun" (Código Sol) como a palavra-chave que desencadeia o momento musical, também inspirado no clássico da banda britânica. "Na verdade, já andávamos de um lado para o outro cantarolando algumas músicas. Não sei exatamente quem é que sugeriu esta, mas assim que a ouvimos, ela se espalhou e todos adoraram. Tem emoção, dá vida ao edifício", assinalou ela.
O mesmo código é usado no Lenox Hill Hospital, em Manhattan. Ali, as simples melhoras de um doente infectado, a saída dos cuidados intensivos ou a volta à respiração sem o auxílio de um ventilador também são motivos de celebração. Mas, como seria de prever, o repertório não fica só em Beatles. "Somewhere Over The Rainbow", "Lean On Me", "Don’t Stop Believin" e "Empire State Of Mind". O The New York Times diz que, em Brooklyn, o Maimonides Medical Center tem uma playlist que inclui as canções "Beautiful Day" do U2, "Rise Up", de Andra Day e "Eye Of The Tiger", clássico do Survivor.
Não faltam, contudo, as canções mais literais. No Mount Sinai South Nassau, quando um paciente deixa de usar o ventilador, a equipe hospitalar põe a tocar a canção "Breathe (2 AM)". Em Long Island, num outro hospital, ouve-se "Every Breath You Take" do The Police.
Karla Duarte, de 16 anos, esteve internada no Cohen Children’s Medical Center, em Queens, durante três semanas. "Here Comes The Sun" foi a música que ouviu quando deixou de depender de uma máquina para continuar respirando. Após ter tido alta, deixou o edifício ao som de "Ain’t No Mountain High Enough", nas vozes de Marvin Gaye e Tammi Terrell. "Perdemos alguns pacientes, mas também tivemos vitórias", afirmou James Schneider, médico deste hospital. "Apesar dos desafios que temos enfrentado juntos durante o último mês, nenhuma montanha é tão alta. Vamos ultrapassá-la".
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