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terça-feira, 29 de janeiro de 2019

21 Anos de Popmart Tour No Brasil: as mudanças de local, datas dos shows e venda de ingressos confeccionados na Irlanda


Em 9 de Outubro de 1997, o empresário Franco Bruni, que estava trazendo a turnê PopMart do U2 ao Brasil em parceria com a MTV, estava negociando a realização de um quarto da banda no país.
Os rumores davam conta de que a nova apresentação seria numa capital do Nordeste, provavelmente Salvador, num estádio com capacidade estimada para 70 mil pessoas.
Segundo Bruni, caso o novo show fosse fechado, poderiam ocorrer mudanças nas datas previstas para as três apresentações que estavam confirmadas naquele momento - dia 28 de Janeiro no Maracanã, no Rio, e dias 31 de Janeiro e 1º de Fevereiro no Morumbi, em São Paulo.
"Talvez o show do Rio fique sendo o último da PopMart no Brasil, no final de semana, e os de São Paulo ocorreriam no meio da semana por questões geográficas", afirmou o empresário.
Bruni contou que técnicos da equipe de produção - que incluía 250 pessoas- já estavam no país, visitando os estádios do Morumbi e Maracanã, para verificar as condições técnicas dos locais.
A equipe da banda também visitou as cidades para decidir em que locais - como restaurantes e hotéis - os músicos deveriam ficar.
Outra consequência da inclusão de uma nova apresentação seria a diminuição do preço dos ingressos.
A princípio, a data de início das vendas dos ingressos foi marcada para sábado, 15 de Novembro de 1997, nas 56 lojas da rede C&A em todo o país.
Mas, segundo a emissora - que traria o U2 ao país junto com o empresário Franco Bruni, perto da data inicial de Novembro, eles ainda estavam sendo confeccionados e o processo deveria durar cerca de 20 dias.
Assim, a data foi alterada para a segunda quinzena de Dezembro de 1997.
As datas de dois shows sofreram alterações, assim como o local do show do Rio. Uma quarta apresentação não aconteceu.
O anúncio da turnê no Brasil foi feito durante entrevista coletiva que reuniu Bruni, o empresário italiano Francesco Tomasi, o diretor de negócios da MTV, André Mantovani, e o diretor de marketing da emissora, Guilherme Valentini, para divulgar o fechamento do contrato com a TNA, que empresariou a turnê PopMart.
"Os shows no Brasil estavam para ser cancelados, o que poderia comprometer a vinda da turnê para toda a América do Sul. Mas nós apresentamos garantias. O U2 já está no Brasil", disse Bruni.
O empresário tinha acabado voltar das Bermudas, onde ocorreu a última rodada de negociações com a TNA. Os empresário da PopMart emitiram uma carta confirmando a realização dos shows no país.
O contrato estava está sendo elaborado. "O que se discute agora não é mais a questão financeira, é apenas a parte técnica", disse.
A garantia financeira foi conseguida graças à entrada da C&A no negócio. A cadeia de lojas forneceu uma carta de fiança no valor de R$ 4 milhões, garantindo a renda com a venda de ingressos.
O outro patrocinador da turnê PopMart no Brasil foi a Skol, primeira a fechar com Bruni e a MTV, com uma cota de R$ 2,5 milhões. A Gradiente, que também negociava uma cota, desistiu do patrocínio.
O empresário tinha autorização para tentar negociar mais quatro apoios. De acordo com Mantovani, a função das novas cotas de patrocínio seriam diminuir os riscos financeiros para Bruni. A vinda da turnê tinha um custo estimado em R$ 12 milhões.
Os cerca de 300 mil ingressos confeccionados na Irlanda para os três shows do U2 no Brasil ficaram prontos e os preços de venda, na cidade de São Paulo, foram de R$ 30 para arquibancada, R$ 50 para gramado e cadeira inferior e R$ 60 para cadeira superior.
Os ingressos chegavam a custar até R$ 100 a mais nas mãos de cambistas, em relação ao preço nas bilheterias das lojas da rede C&A, a revendedora oficial.
Um ingresso para a área vip do estádio do Morumbi (o mais caro) custava R$ 200, se comprado na C&A. Apesar de esgotadas na bilheteria, essas entradas ainda podiram ser encontradas nas mãos dos cambistas e empresas de revenda na semana do show.
A empresa Shazan ainda tinha ingressos para a área vip a R$ 300.
Para a arquibancada, os ingressos vendidos por R$ 30 na bilheteria, eram entregues em domicílio pela empresa por R$ 50.
Havia cambistas vendendo ingressos de arquibancada na porta do estádio do Morumbi por preços que variavam de R$ 35 a R$ 40.
O preço alto, no entanto, parece não ter assustado os fãs da banda. O estudante Marcelo Augusto Pereira, que comprou 12 ingressos de pista (por R$ 60) na porta do estádio, disse que não tinha outra opção. "Na C&A só tinha cadeira cativa", afirmou.
O proprietário da empresa Shazan, Manoel Fernandes, disse que os mil ingressos comprados para revenda já estavam acabando. "A procura está enorme". A Shazan fazia entrega em domicílio, dependendo do número de ingressos solicitados.
Os produtores brasileiros do U2 colocaram à venda depois mais 8.000 ingressos de cadeira cativa em São Paulo. As novas entradas podiam ser encontradas nas lojas C&A dos shoppings Morumbi, Ibirapuera e Iguatemi. Esse lote de 8.000 ingressos para cada show foi colocado à venda por decisão dos organizadores da turnê no Brasil.
O Contru (órgão da prefeitura que normatiza e inspeciona as dependências de casas de espetáculo) havia liberado o estádio do Morumbi para 70.000 espectadores. Como até então só 61.000 ingressos haviam sido vendidos para cada show, foi possível distribuir esse novo lote pela rede de lojas C&A.
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