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segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

21 Anos de Popmart Tour No Brasil: um forte esquema de segurança


26 de Janeiro de 1998. O U2 estava no Autódromo Nelson Piquet (Jacarepaguá) na Zona Oeste do Rio De Janeiro passando o som e fazendo os ajustes finais para a primeira apresentação da história da banda no Brasil.
Uma surpresa era preparada pela banda. Bono disse em entrevista coletiva no local: "Mas será bem melhor que "Macarena"", se referindo à vaia que tomou em Barcelona, em Setembro de 97, por tentar ser simpático com o público espanhol e tocar a música.
Bono disse ainda que o grupo iria ensaiar bastante na tarde do show, na passagem de som, para se lembrar das canções. "Passamos muito tempo nos divertindo". O show do Rio seria o primeiro desde 12 de Dezembro de 1997, quando a banda encerrou o primeiro ano da turnê.
A entrada do U2 no palco ainda não estava definida. Nos shows da turnê, os quatro integrantes sempre caminhavam pelo público antes de subir no palco. O diretor da turnê, Craig Evans, disse que os seguranças da banda iriam traçar o melhor caminho.
O forte calor no Rio também poderia causar uma pequena mudança no palco. Os técnicos estudavam a possibilidade de instalar alguns ventiladores para refrescar os músicos durante o show.
O telão era o maior já visto no país. Sete câmeras estavam posicionadas para registrar o show, mandando imagens simultaneamente para o telão.
Os portões do Autódromo estavam previstos para serem abertos às 16:30, mas os organizadores do evento afirmaram que, se houvesse grande aglomeração na porta, esse horário poderia ser antecipado. Os fãs que chegassem cedo ao Autódromo poderiam assistir ao show de um local reservado próximo ao palco, com capacidade para 3.000 pessoas.
A produção do show colocou mil homens para fazer a segurança do local. Foram instalados seis postos médicos no Autódromo.
Nas arquibancadas também foram instaladas cinco áreas de alimentação. Para atender ao público da pista 2, 15 boxes do Autódromo foram transformados em lanchonetes. No gramado circulariam 400 ambulantes. Na saída do show, cerca de 150 ônibus fariam o transporte para pontos da cidade.
Dos 113 mil ingressos colocados à venda no Rio, 50 mil ainda não tinham sido vendidos até dois dias antes do show.
O primeiro integrante do U2 a pisar em solo brasileiro foi Bono, às 07:30 do dia 24 de Janeiro no Aeroporto Do Galeão no Rio.
Ao chegar ao hotel Copacabana Palace, onde ficou hospedado, Bono disse: "O papa está 'rocking' (agitando) em Cuba. O U2 vai fazer rock no Rio".
A produção brasileira da turnê convidou o Ministro Dos Esportes na época, Pelé, para assistir a um dos shows em São Paulo. Foi providenciada uma camisa da seleção brasileira de futebol, para se Bono quisesse, vesti-la no palco.
A atriz Alexia Deschamps, ex-mulher do produtor brasileiro da turnê, Franco Bruni, recebeu Bono no aeroporto e foi com ele no mesmo carro até o Copacabana Palace.
Bono disse que desde os 8 anos sonhava conhecer o Brasil. "Era um sonho que eu dividia com um amigo meu, um pintor. É um momento muito especial, estou muito entusiasmado".
Embora os produtores tenham afirmado que o U2 poderia cantar uma canção brasileira, Bono não confirmou. "Cantarei "With Or Without You"", ele disse.
Um forte esquema de segurança, incluindo cerca de 300 policiais militares, bombeiros e até integrantes das Forças Armadas à paisana, foi montado pelos organizadores dos shows no Brasil para dar cobertura à banda, aos produtores e ao público.
Homens armados protegeram o produtor Franco Bruni e os músicos, que também tinham proteção de seguranças estrangeiros.
Um deles, forte e vestido de preto, empurrou jornalistas e quebrou o flash da câmera do repórter fotográfico Marco Antônio Teixeira, do 'O Globo', durante a visita de Bono à escola de samba Acadêmicos do Salgueiro.
"Pelo contrato, tenho de garantir uma segurança de Primeiro Mundo", disse Bruni.
Ao todo, 2.500 homens fizeram a segurança do show. A maioria formada por civis, que ganharam R$ 30 por dia. Os militares, policiais e bombeiros ganharam R$ 100 diários. Um biscate, feito à margem das corporações, em folgas, reforçando os soldos.
Cerca de duas horas antes da chegada dos músicos à churrascaria Porcão, integrantes do grupo de proteção do U2 estiveram no local, para avaliar as condições de segurança. O mesmo ocorreu na quadra do Salgueiro.
Na noite de sábado, Bono e Adam Clayton disseram que queriam circular "independentes", segundo Bruni. Mas ele não permitiu que saíssem com cobertura que considerou insuficiente.
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