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quarta-feira, 23 de janeiro de 2019
A participação de Bono no Fórum Econômico Mundial 2019 em Davos
O Fórum Econômico Mundial está sendo realizado nesta semana em Davos, na Suíça.
A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, disse hoje que para minimizar o diferencial financeiro e favorecer a inclusão e o crescimento "não é preciso inventar a roda", mas sim adotar iniciativas de crescimento sustentável. Lagarde participou de uma mesa redonda, sobre as dificuldades para limitar a lacuna financeira que impede que se alcancem os objetivos de desenvolvimento sustentável e sobre qual é o papel que devem desempenhar os setores público e privado.
Bono estava nesta mesa, e sublinhou o papel do setor privado, que é o que tem capacidade real para ter êxito. Bono disse que o capitalismo "sem restrições pode devorar tudo".
Para Bono, o capitalismo não é imoral, "é amoral, requer nossa instrução". Ele reconheceu que o capitalismo ajudou as pessoas a sair da pobreza "mais do que qualquer outro sistema". Mas que isso continua a ser uma fera selvagem que, se não domada, pode fazer muito mal para muitas pessoas pelo caminho. "Aqueles que não se beneficiaram do capitalismo estão levando a política ao populismo, e devemos ter cuidado".
Bono disse que os gastos do setor público estão mais vulneráveis do que nunca devido a questões como a falta de moradia nas cidades europeias.
Bono revelou também que ele mudou de ideia sobre o papel do Fundo Monetário Internacional.
Primeiro isso foi considerado o "grande Satã" por sua pressão sobre as economias emergentes. Agora, em vez disso, para Bono seu papel mudou e, acima de tudo, as jovens comunidades estão apreciando a "tenacidade" de Christine Lagarde em abordar alguns dos casos internacionais.
Bono pediu aos líderes empresariais globais que se juntem à luta contra a pobreza extrema na África e à Aids em um painel que debateu como acabar com a pobreza global até 2030 - uma meta da ONU.
Bono disse que 7.000 mulheres por semana estão sendo infectadas pelo HIV / Aids e pediu novos fundos para iniciativas globais de saúde.
"Podemos perder essa coisa", disse ele. "Nós estávamos vencendo. Nós fomos um pouco afetados pela compreensível preocupação nas economias de fora, de que temos problemas em nossas próprias cidades. Se há pessoas nas ruas em nossas próprias cidades, por que devemos nos preocupar com o que está acontecendo lá? A resposta é que o que está acontecendo 'lá' nos afeta. Se a África perder, a Europa não pode vencer. Mas temos que voltar à conversa. Precisamos de uma resposta para o que está acontecendo em nossas próprias cidades".
Sobre o desenvolvimento sustentável, Bono falou sobre a indústria de ajuda. "É incrível que os anunciantes passem a maior parte do tempo tentando fazer com que as ideias chatas pareçam realmente empolgantes, mas, na comunidade de desenvolvimento, parecemos passar a maior parte do nosso tempo fazendo ideias interessantes parecerem muito chatas. E não é chato. É assim que a mudança real se parece. Li recentemente o relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) e lembrei que, se não tivéssemos as metas de desenvolvimento sustentável, teríamos que inventá-las".
Bono terminou dizendo: "Nossos jovens não são reféns de uma ideologia, elas olham para empresas ou líderes políticos e tem uma pergunta a fazer: vocês são bombeiros ou incendiários? E temos que nos perguntar qual nós somos".
ATUALIZAÇÃO:
Nesta quinta feira, 24, na porta de um hotel em Davos, um jornalista brasileiro perguntou o que Bono achava da situação dos direitos humanos no Brasil com a chegada do novo governo.
"Não vamos nem começar porque senão não vou parar nunca", desconversou o vocalista do U2, depois de tirar selfies com jornalistas no hall do hotel em que está hospedada a comitiva brasileira.
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