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terça-feira, 25 de agosto de 2015
Na Estrada..... Para a Batalha: Matéria com o U2 na Q Magazine - Parte 02
O U2 é capa da edição n° 351 de agosto da Q Magazine! A banda conta tudo o que viveram desde o lançamento do álbum anterior, até a atual turnê iNNOCENCE + eXPERIENCE. Desde os erros cometidos, passando pelas experiências pessoais ruins, até as novas e vibrantes canções que estão vindo por aí.
O www.u2spain.es disponibilizou em seu site, uma tradução completa da matéria em espanhol, e o blog agora traz uma tradução em português:
Parte 2:
Terça feira à tarde
O U2 faz uma passagem de som no palco "e". Eles estão ensaiando "The Crystal Ballroom", uma canção extra de 'Songs Of Innocence'. Ainda não estão muito firmes em relação à ela. "Não tocamos ela bem a primeira vez", diz Bono alegremente. "Parece que não vamos tocar ela bem pela segunda vez."
O U2 já havia tocado 43 músicas diferentes nesta turnê. As músicas vêm e vão, como se encaixam na narrativa central da Inocência (a Dublin na década de 1970) e Experiência (o mundo). Depois de considerar dois setlists completamente diferentes em noites alternadas, concordaram que seria um para contar toda a história - um, disse Adam Clayton, "de lealdade, perseverança, ou simplesmente não se render."
U2 são grandes em lealdade. Willie Williams, o conselheiro Gavin Friday, o designer de som Joe O'Herlihy, o promotor Arthur Fogel, a estilista Sharon Blankson e Stefaan "Smasher" Desmedt, o diretor de vídeo, todos tem estado ao redor da banda entre 20 e 40 anos. Bono, que todos chamam de "B", precisa se cercar com amigos inteligente e talentosos, e não meros empregados. "Eu sou de relações horizontais, não verticais", ele diz. "Isso é o motivo de eu estar em uma banda. Por isso estou casado. Por isso que eu não gostaria de ser chamado de chefe".
A turnê tem sido preparada desde o início de 2013, mas a semente foi plantada ainda antes. Gavin Friday se recorda de Bono dizendo na noite de abertura da turnê 360°, que a próxima deveria ser mais íntima. Os lugares são menores desta vez - precisando de quatro shows em uma arena para igualar a capacidade de um concerto no estádio, mas as idéias são enormes. Inovações de última geração, incluindo uma tela de LED gigante ao longo de uma passagem estreita que atravessa o público dos dois lados, efetivamente tornando toda a faixa da arena em um cenário.
A tecnologia permitiu que Joe O'Herlihy colocasse alto-falantes no teto de forma oval, fazendo que o som fosse distribuído de maneira igual e potente em toda a arena, e nunca havia sido utilizada antes.
Apesar da tecnologia impressionante, cada turnê é basicamente um teste do novo álbum. 'Songs Of Innocence', ao contrário de seu antecessor, está aguentando muito bem. "Não tivemos a chance de escutar 'Songs Of Innocence' adequadamente na fase promocional do álbum", disse Gavin Friday durante uma pausa para um cigarro. "Eu disse para Bono que o tratamento foi maior do que a música, então tudo o que você pode fazer agora é tornar a música mais do que tudo."
Então, a turnê tem sentido do passado e presente do U2. Seu futuro, no entanto, é mais complicado.
Meia noite de terça feira
Uma discreta festa pós show no Lounge do Ritz-Carlton Club. A cantora Amanda Palmer come sushi com uma amiga, a atriz Kristen Wiig, em um canto, conversa com amigos e Mike Love do The Beach Boys conversa com Larry Mullen. The Edge, o diplomata do U2 com voz suave, relaxa após o anoitecer. Seu entusiamo após um show é contagiante.
"No final você está tocando algo que entende completamente", diz The Edge enquanto toma um gole de cerveja. "No estúdio muitas vezes você toca algo que você só entende metade". Eles nunca haviam antes tocado a ordem do concerto da noite passada. "Nós não gostamos de sentir que as coisas são pré determinadas. Precisamos reintroduzir isso ao reino do desconhecido. É aquela pequena parte do rock'n'roll que é semelhante ao teatro de improviso ou jazz, onde você não sabe bem o que vai acontecer." Ele pensa um pouco e: "Não acredito que comparei o show ao jazz. A única semelhança é que há um elemento de risco."
Às vezes o risco é um pouco maior. Durante a noite de abertura da turnê, The Edge calculou mal o tamanho do palco e deu um passo falso. O vídeo no Youtube da queda de Edge causou muitos risos na rede, mas foi um momento desconcertante. Ele caiu a apenas alguns centímetros além do ferro do trilho das câmeras, onde poderia ter se ferido seriamente e acabado com a turnê. "No dia seguinte, eu olhei e pensei... ufa, na verdade eu tive sorte. Eu poderia ter tido sérios danos."
Duas semanas mais tarde, o U2 sofreu uma perda real quando Dennis Sheehan, seu gerente de turnê desde 1982, sofreu um ataque cardíaco fatal. "Temos saudades dele mais como pessoa, do que como gerente de turnê", diz Edge. "Não era o que ele fazia, era o que o tornava tão único. Temos a tendência de juntar pessoas que têm essa ideia".
Parte do atrativo do U2 no palco é a história de amor deles quatro, ainda forte depois de 39 anos. Suas personalidades são tão fortes e diferentes que é impossível imaginar a banda sem um deles. Em Nova York no sábado, Bono chamou o U2 de "uma banda de iguais com um público de iguais". Antes de cada concerto, eles passam alguns minutos juntos conversando, rezando, pensando sobre o que vão fazer.
"Acho que nos constituímos como uma banda real desde o início", reflete The Edge. "Acho que os Beatles tiveram um tempo difícil, porque havia basicamente três líderes. Cada um estava competindo para ser o líder da banda. Nós fazemos contribuições seletivas para que não haja sobreposição. É a ideia de que não existe vitória individual. É o grupo que ganha."
A brecha entre o U2 ao vivo - urgente, instintivo, temerário, e o U2 de estúdio - neurótico, lento, desconfiado - se personifica em The Edge. Gavin Friday diz: "The Edge vai passar um ano no som da guitarra onde Bono quer escrever 10 álbuns ao mesmo tempo." Mas o guitarrista no palco abraça a imprevisibilidade. Um dos destaques da turnê teve lugar em Montreal, onde Bono espontaneamente convidou dezenas de fãs no palco durante "Where The Streets Have No Name", sem perceber que a estrutura só foi projetada para suportar o peso de oito pessoas. "Quase acaba terrivelmente mal", disse The Edge. "Mas foi um momento mágico do concerto."
Terça feira pela noite
TD Garden. Bono convida uma vocalista e guitarrista local chamada Gretchen Shae no palco "e" para tocar violão em "All I Want Is You". Adam Clayton e The Edge se aproximam calmamente para ensinarem os acordes. A possibilidade de um desacerto faz a canção duplamente poderosa quando funciona. Bono admira artistas como Iggy Pop e o ator Mark Rylance porque "não estão confortáveis com a distância entre o palco e o público. Lá é onde vivemos."
Quando Bono ajuda Shae a descer do palco após a canção, ele percebe o slogan de sua camiseta: “STAND UP TO ROCK STARS” (Levante-se para as estrelas do rock). Ele sorri. "Eu gosto de sua camiseta. Eu sou a favor disso!"
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