Chamada do especial contando a história do U2, que foi apresentado por Leticia Levi na extinta Rede Manchete em 1997, pouco antes da primeira visita do U2 ao Brasil para os shows da turnê mundial PopMart.
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segunda-feira, 31 de agosto de 2015
Video: Chamada do Especial U2 na Rede Manchete
Chamada do especial contando a história do U2, que foi apresentado por Leticia Levi na extinta Rede Manchete em 1997, pouco antes da primeira visita do U2 ao Brasil para os shows da turnê mundial PopMart.
O musical que influenciou a maneira de Bono cantar na faixa "Breathe" do U2
Bono, sobre a composição de "Breathe": "Eu entrei neste personagem, como... acho que fui um pouco influenciado por The Music Man. Sabe aquele musical? A cena no trem? É uma maneira de usar as palavras de maneira percussiva, mas não tem de ser hip-hop.
É em algum lugar entre, você sabe, "Subterranean Homesick Blues" e fiz um tipo de personagem um pouco como que no final de "Bullet The Blue Sky".
Eu só queria ir para um lugar novo como um letrista, e, eu pensei que fazer estas coisas curtas, realmente fazia um grande sentido sobre esses acordes. The Edge surgiu com uma sequência de acordes e gostei do tom estimulante. Eu estava pensando sobre isso de uma forma muito física. Eu estava improvisando-— as linhas estavam saindo assim."
O musical que Bono se refere é 'Vendedor De Ilusões', um dos maiores sucessos da Broadway, que foi adaptado para o cinema em 1962.
Harold Hill, um professor de música e vendedor de instrumentos musicais, convence os habitantes da pequena cidade de River City, Iowa, a comprarem instrumentos musicais e uniformes para seus filhos formarem uma banda musical.
A cena do trem que serviu de inspiração para a maneira que Bono canta "Breathe":
domingo, 30 de agosto de 2015
Novo videoclipe do U2 para "Song For Someone" apareceu 3 meses atrás em performance da banda no The Tonight Show
Dias atrás, o U2 lançou de surpresa no Facebook, um novo videoclipe de "Song For Someone", dirigido pelo aclamado ilustrador e fotógrafo Matt Mahurin.
Processado em uma linda paleta em preto e branco e apresentando uma performance de Bono, foi filmado no início deste ano em Malibu. A visão de Mahurin para "Song For Someone" traça um paralelo marcante entre a música, inspiração e outras forças da natureza.
Em maio, antes do início da turnê iNNOCENCE + eXPERIENCE, o U2 se apresentou no programa The Tonight Show. E um vídeo foi utilizado em uma tela atrás da banda, na performance de "Song For Someone". Conforme um fã notou, eram partes do visual de Matt Mahurin utilizados no videoclipe da canção que estreou somente agora!
No The Tonight Show, foi utilizado um vídeo inacabado, sem as imagens de Bono.
sábado, 29 de agosto de 2015
Segredos Revelados: a história completa da cópia da primeira fita demo do U2, que acabou aparecendo para venda na internet
Em março de 1978, o U2 participou de um concurso de novas bandas patrocinado pela cerveja Guinness, onde a banda vencedora teria o direito de gravar uma fita demo com três músicas. O U2 venceu.
Em 1 de novembro de 1978 eles entraram no Keystone Studios e gravaram uma fita demo contendo "Street Mission", "Shadows And Tall Trees" e "The Fool".
O empresário Paul McGuinness, que se juntou à banda em maio de 1978, começou a rodar por toda Dublin com cópias da fita demo nas mãos, atrás de alguma promoção. Ninguém se interessou. Paul então foi para Londres oferecer a fita nas gravadoras, e também não houve resultado.
Uma das cópias produzida desta fita, apareceu em 2004 para venda em leilão no Ebay, juntamente com letras das canções que foram usadas no Keystone Studios na ocasião. Havia também fotos promocionais da banda registradas em 1978 e 1979.
O preço inicial era de US$18.000
A fita BASF 13cm foi disponibilizada com sua caixa original, com uma etiqueta 'Trend Studios Dublin', com o cliente e artista marcado como Paul McGuinness e o produtor sendo Barry Devlin.
Em sua base, estava escrito: Stereo/ NAB/ Copy/ NonDolby.
Trend Studios Dublin era uma renomada casa de duplicação em Dublin, e provavelmente essa cópia foi feita à mando de Paul McGuinness na preparação para sua viagem para Londres no final de 1978 (daí a atribuição de McGuinness tanto como artista e cliente).
Antes do U2 lançar oficialmente em formato digital as faixas desta fita demo em 2004, as canções apareceram em bootlegs para os fãs, mas com qualidade bem inferior à do registro da fita original.
Paul McGuinness provavelmente tinha 3 ou 4 fitas demo produzidas à partir da original, quando seguiu viagem para Londres para mostrá-las nas gravadoras.
Paul McGuinness viu o anúncio da fita no Ebay e confirmou que era legítima, mas avisou: "Alguém pode comprar a fita, mas eles não podem liberar qualquer coisa a partir dela sem a permissão da banda, e que não vai acontecer, pois são demos cruas".
Uma coisa que chamou a atenção é que a letra de "Shadows And Tall Trees" é manuscrita por Bono e assinada como "Paul Vox", que seria um apelido que Bono teria tentado utilizar. Essa revelação surpreendeu até Paul McGuinness: "Eu nunca soube que ele chegou a usar este nome. Eu não me lembro dele por aí chamando a si mesmo de Paul Vox e, então posso te dizer que não é a sua assinatura nas letras."
Mas Gavin Friday faz uma revelação por volta de 1982: "Eu me lembro de uma vez em que Bono estava com umas viagens na cabeça dele, queria ser um cara legal e ele decidiu se chamar Paul Vox e dissemos: 'não seja estúpido, Bono é um ótimo nome – Bono Vox'. É natural e você só tem que aceitar".
Nas outras duas letras está escrito que a autoria é de Paul Vox, Adam Clayton, David Edge.
Segundo Paul McGuinness, ele deu as fitas para um americano que, enquanto morava em Dublin, acenou com a promessa de contratos de gravação com o U2, e também com o Virgin Prunes. O U2 não conseguiu um acordo, mas o Virgin Prunes sim, mas o negócio não se concretizou.
Neste leilão, apareceu junto este contrato assinado por Gavin Friday e Guggi para o Virgin Prunes, com a World Showcase Music, de Los Angeles.
As fitas e letras passaram de mão em mão até irrm parar com um promotor de rádio na costa oeste que, precisando de dinheiro, penhorou tudo. Quando ele recuperou as fitas na década de 90, ele tentou sem sucesso vendê-las para a gravadora do U2, Island Records, por US $35.000.
Em 2003, o material foi para leilão no Bonhams & Butterfields Auctioneers, onde foi arrematada pelo comprador que a colocou no Ebay, e segundo ele, era para "manter o material para a posteridade".
"Shadows And Tall Trees" nesta fita começa com "Stalking the cold restless streets at night". Mais tarde, foi regravada para o disco 'Boy' do U2 e teve sua abertura mudada para "Back to the cold restless streets at night".
sexta-feira, 28 de agosto de 2015
Bono grava em estúdio na Nigéria, participação em canção para uma ação da One Campaign
Em Lagos, Nigéria, os artistas D’Banj, Diamond, Banky W e Femi Kuti juntaram forças com Omotola, Waje e Selmor Mtukudzi para a produção de um novo remix para a canção "Strong Girl", um grito de guerra sobre o abuso e desrespeito dos direitos das mulheres, que reuniu estrelas femininas da música na África.
A canção originalmente apresentava Arielle T, Blessing, Gabriela, Judith Sephuma, Selmor Mtukudzi, Vanessa Mdee, Victoria Kimani, Waje e Yemi Alade.
Nesta nova versão, estas mulheres de força agora estão sendo apoiadas por alguns dos principais homens da música africana. A canção também contará com a participação especial de Bono, que também é co-fundador da One, e terá produção de Cobhams Asuquo.
A regravação é pela ação 'Poverty Is Sexist', pedindo que os líderes mundiais ajudem garotas e mulheres à atingirem seu pleno potencial.
CONFIRA AQUI UM TRECHO DE BONO GRAVANDO SEUS VOCAIS
Bono gravou seu verso no Chocolate City Studios em Gbagada, Lagos.
Por que a tecnologia do telão e do palco da turnê Popmart, engoliram o U2 no show de estreia?
O U2 abriu a sua turnê Popmart em 1997 com uma boa, mas defeituosa performance diante de 38.000 pessoas, num show de ingressos esgotados no Sam Boyd Stadium, em Las Vegas, EUA.
Um dos problemas enfrentados foi a tecnologia do telão e do palco, que acabaram "engolindo" a banda.
O motivo? Willie Williams explica: "Começamos a reunião para definir sobre o telão, dois anos antes, e depois levou um ano para projetar o set.
Em 1996, houve um avanço tecnológico para o LED. O telão deveria ter sido finalizado e entregue em janeiro de 1997, para a turnê começar em abril.
O primeiro concerto foi dia 25 de abril de 1997, e o telão não foi entregue até um ou dois dias antes da estreia. E você está tão ocupado, que não tem tempo para pensar em alternativas. Não havia nenhuma maneira de você poder ter um plano B."
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
U2 estreia de surpresa, um novo videoclipe para "Song For Someone"
Lançado de surpresa hoje no Facebook, o novo videoclipe do U2 para "Song For Someone", dirigido pelo aclamado ilustrador e fotógrafo Matt Mahurin.
Juntando a música do U2 e o estilo distinto de Matt Mahurin - que haviam trabalhado juntos em 1993 no videoclipe de "Love Is Blindness" - "Song For Someone" é uma meditação visual em uma das faixas de destaque de 'Songs Of Innocence'.
Processado em uma linda paleta em preto e branco e apresentando uma performance de Bono, foi filmado no início deste ano em Malibu. A visão de Mahurin para "Song For Someone" traça um paralelo marcante entre a música, inspiração e outras forças da natureza.
"A colaboração é uma grande parte do processo criativo", disse Matt, falando sobre o trabalho com a banda novamente. "E tem sido uma verdadeira alegria saltar mais uma vez a bordo da missão da banda de sua música, graça e conflitos".
Um homem tropeça e cai terra abaixo, e Bono canta palavras de apoio, alcançando o céu noturno para agarrar uma estrela, enquanto a letra diz: "Há uma luz, não à deixe escapar...."
A banda utilizou a nova versão "Radio Mix" da canção:
O take evocativo de Mahurin para "Song For Someone" contrasta com o curta-metragem de Vincent Haycock estrelado por Woody e Zoe Harrelson, que estreou em 9 de julho na SundanceTV.
Matt Mahurin foi o responsável em 1987 pela filmagem de todas as imagens projetadas vistas nos dois videoclipes de "With Or Without You". Na versão alternativa, ele fez imagens abstratas da agora esposa de Edge, Morleigh Steinberg, que aparece semi nua, e o videoclipe foi censurado na época.
Por dentro da homenagem feita à Bono no MusiCares Person Of The Year 2003
Por causa de seus trabalhos humanitários, Bono foi homenageado com prêmio de personalidade do ano de 2003, no 13º tributo anual MusiCares Person Of The Year no Marriott Marquis em Nova York.
Além de variadas figuras do pop e da política (como Bill Clinton, Michael Stipe, Robert De Niro), vários artistas foram convidados para interpretarem covers de canções clássicas do U2.
Sly & Robbie com o No Doubt tocaram "Sweetest Thing," Norah Jones cantou "Stuck In A Moment You Can't Get Out Of," Elvis Costello cantou "Kite", Mary J. Blige cantou "One", Patti LaBelle cantou "Angel Of Harlem", Sheryl Crow cantou "All I Want Is You", Trail Of Dead tocou "The Electric Co.", BB King e Wynonna tocaram "When Love Comes To Town" e o Garbage tocou "Pride (In The Name Of Love)".
Bono fechou o show cantando "My Way", "Night And Day" (com a participação de The Edge) e "The Hands That Built America", que era o mais recente single do U2.
O guitarrista inglês Shane Fontayne na época escreveu um diário sobre os preparativos do evento que homenageou Bono. Shane foi convidado para fazer parte da banda que tocou as canções do U2.
"Bono é uma pessoa fácil de lidar, mas meticuloso sobre a dinâmica de "That's Life", querendo se certificar de que eu poderia executar partes dela em um sussurro. The Edge veio para tocar "Night And Day", entrando no meio da canção para tocar o solo de guitarra. Eu sempre dividi uma afinidade com ele sobre o uso de ecos nas guitarras e como ele pode criar um elemento rítmico que pode fornecer a base para uma canção. Depois do ensaio, alguém da equipe comentou que eu e ele fomos "separados no nascimento".
BB King precisava de um lembrete de como tocar "When Love Comes To Town", mas não se importava nenhum pouco que eles tinham que ensaiar aquilo várias vezes, e disse: 'Já gravei mais de oitenta álbuns e nenhum deles foi perfeito'.
Mary J. Blige cantou "One" apenas uma vez nos ensaios, mas deu tudo de si, foi emocional. Na noite seguinte, ela cantou e saiu tremendo do palco. Não havia mesmo sentido dela ensaiar a canção diversas vezes."
As canções prediletas do U2, por Bono, The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen
Enquanto o U2 esteve em Nova York em sua temporada de 8 shows pela turnê iNNOCENCE + eXPERIENCE, eles pararam no Electric Lady Studios para se encontrarem com os atores/apresentadores, fãs do U2 Adam Scott e Scott Aukerman, no podcast U Talkin' U2 To Me.
O fã do U2 Márcio Guariba, que mantém o blog Desconstruindo O Pop, acompanhou o Podcast, e compartilha conosco que cada integrante da banda listou suas músicas prediletas do U2 no momento.
Larry Mullen e The Edge falaram mais no aspecto das músicas que gostam de tocar nos palcos. Adam Clayton preferiu listar as mais sombrias.
Larry Mullen
"Cedarwood Road"
"One"
"Sunday Bloody Sunday"
Bono
"Stay (Faraway So Close)"
"Miss Sarajevo"
"Every Breaking Wave"
The Edge
"Running To Stand Still"
"Until The End Of The World"
"Where The Streets Have No Name"
Adam Clayton
"Heartland"
"Moment Of Surrender"
"A Man And A Woman"
Sobre suas escolhas, Bono falou que gosta de tocar "Every Breaking Wave", ama "Stay (Faraway So Close)" e que sente falta de Luciano Pavarotti em "Miss Saravejo".
quarta-feira, 26 de agosto de 2015
Mais um motivo que coloca a canção "Levitate" nas sessões de gravação de 'POP'
Uma canção do U2 que era inédita, até a banda lançá-la digitalmente pelo Itunes no álbum 'Unreleased And Rare' em 2004, é a eletrônica "Levitate", que oficialmente aparece como sendo das sessões de gravação de 'All That You Can't Leave Behind', de 2000.
Mas em contrapartida, o próprio The Edge revelou que a canção é um outtake das sessões de gravação do álbum 'POP', de 1997: "há canções como "Levitate", das sessões do 'POP', que simplesmente não se encaixam".
O que reforça a afirmação de Edge, além do estilo eletrônico dela, semelhante as faixas de 'POP', é que "Levitate" traz a linha: "Spirit come on down no I'm not coming down".
Uma linha bem parecida foi utilizada em outra faixa de 'POP', na canção "Gone": "I'll be up with the sun. I'm not coming down".
'Songs Of Innocence' e 'Songs Of Experience', de David Axeldrod
Canções de Inocência e de Experiência (Songs of Innocence and of Experience) é o trabalho mais conhecido do poeta William Blake. Surgiu em duas fases. Algumas das primeiras cópias foram estampadas e ilustradas pelo próprio em 1789; cinco anos depois uniu estes poemas a um conjunto de novos poemas num volume intitulado 'Songs of Innocence and of Experience Showing the Two Contrary States of the Human Soul' (Canções de Inocência e de Experiência Revelando os Dois Estados Contrários da Alma Humana).
Após o lançamento do novo disco do U2, o site oficial da banda divulgou uma carta aberta escrita por Bono aos fãs, e o que mais chamou atenção nela foi uma revelação do vocalista, sobre uma continuação do álbum: "Se você gostou de 'Songs Of Innocence', fique conosco para 'Songs Of Experience'. Deve estar pronto logo...."
Mas o U2 não foi o primeiro a utilizar esta ideia.
David Axeldrod, grande produtor musical e um dos mais criativos compositores da década de 60, compôs, produziu e lançou dois álbuns autorias muito aclamados: 'Songs Of Innocence' em 1968, e 'Songs Of Experience' em 1969.
Com jazz, psicodelia, rock, funk, pop, música instrumental e outros gêneros, ambos os álbuns muito espiritualizados, foram inspirados nos poemas e pinturas simbolistas/visionárias de William Blake.
Os álbuns foram gravados no Capitol Studios, em Los Angeles, com uma orquestra e uma variedade de músicos de estúdio, incluindo o maestro e tecladista Don Randi, o guitarrista Al Casey, o baixista Carol Kaye e o baterista Earl Palmer.
01. Urizen
02. Holy Thursday
03. The Smile
04. A Dream
05. Song Of Innocence
06. Merlin’s Prophecy
07. The Mental Traveller
01. The Poison Tree
02. A Little Girl Lost
03. London
04. The Sick Rose
05. The School Boy
06. The Human Abstract
07. The Fly
08. The Divine Image
terça-feira, 25 de agosto de 2015
Bono revela mais dois títulos de novas canções do U2 que estarão em 'Songs Of Experience'
O U2 é capa da edição n° 351 de agosto da Q Magazine! A banda conta tudo o que viveram desde o lançamento do álbum anterior, até a atual turnê iNNOCENCE + eXPERIENCE. Desde os erros cometidos, passando pelas experiências pessoais ruins, até as novas e vibrantes canções que estão vindo por aí.
O www.u2spain.es disponibilizou em seu site, uma tradução completa da matéria em espanhol. O blog traz a tradução em português:
A única "coisa boa" do acidente de bicicleta foi que Bono teve tempo para escrever canções. Ele está tão animado com as músicas, que ofereceu para a Q ouvir algumas delas. As faixas tocam de seu telefone celular, e são sons vibrantes e atraentes, especialmente "Civilisation" (nota: antes foi mencionada como "Civilization"), "Instrument Flying" e "The Little Things That Give You Away". Uma demo acústica, chamada de "Much More Better", é sobre seu acidente. Ele canta 'I only sing to prove that I'm here' (canto apenas para provar que eu estou aqui).
Bono acredita mesmo que uma grande canção pode fazer algo? "Ele acredita mesmo nisso", ele diz, soltando os braços, como faz no palco, como um abraço ou uma rendição. "A capacidade das canções para separar um casamento ruim ou manter unido um bom, para deixar de ser rejeitado em um pub, para levá-lo em uma aventura, para lhe dizer o que fazer, como se vestir, como se comportar, está tudo lá. Há vida inteligente".
É verdadeiramente surreal de ver um homem comandando uma legião de fãs uma noite e depois, no dia seguinte, vê-lo cantar canções a poucos centímetros de distância, com bateria imaginária. Aqui, no TD Garden, a fé de Bono no U2 é inebriante. Arregace suas mangas e os pombos sairão voando.
NOTA: Até o momento foram revelados os títulos de trabalho de 7 novas canções do U2 que podem fazer parte do próximo disco da banda, 'Songs Of Experience':
1. The Morning After Innocence
2. Red Flag Day
3. Instrument Flying
4. Get Out Of Your Own Way
5. Much More Better
6. The Little Things That Give You Away
7. Civilization (ou Civilisation)
A Q Magazine publica várias citações de Bono que são inseridas entre a matéria, onde podemos ler "Bono sobre....":
FAMA: "Qualquer um que está no centro do palco é um megalomaníaco em algum lugar em sua pessoa. Não é por acidente que eles chegam lá e o pior tipo de megalomaníaco são aqueles que não vão admitir isso. 'Oh meu Deus, como eu vim parar aqui? Pare de olhar para mim. Eu não queria todo esse sucesso. Eu sou uma pessoa pura que pode ter sido induzida. Besteira".
CULPA: "Como você vive com isso? Com o trabalho. Você coloca os problemas e tenta resolvê-los."
CONSELHO: "Existem coisas fáceis que dizem aos artistas que estão em cima, porque eles provavelmente pegaram alguma bagagem que eles não tenham reparado. Já tive algumas pessoas incríveis que eu aprendi muito. Eu sempre olhei para meus heróis e pedi seus conselhos: Bob Dylan, Bruce Springsteen, Frank Sinatra. "Só estou repetindo o que me disseram e obtendo o crédito."
AMERICA: "Lembro de anos atrás dizer para Noel Gallagher, antes do Oasis se tornar grande: "Não faça o que normalmente os britânicos fazem quando chegam aos EUA." Se você chegar nos americanos e dizer que eles são um bando de idiotas, eles vão dizer: "Está bem. Estes idiotas não irão comprar seus discos."
CANTAR: "Quando você tem o controle de seu instrumento e de seu trabalho, a canção canta para você. É espontâneo. Eu não tive muito disso na minha vida, mas eu tenho mais agora do que nunca. Esse sentimento é uma sensação de êxtase."
Na Estrada..... Para a Batalha: Matéria com o U2 na Q Magazine - Parte 04
O U2 é capa da edição n° 351 de agosto da Q Magazine! A banda conta tudo o que viveram desde o lançamento do álbum anterior, até a atual turnê iNNOCENCE + eXPERIENCE. Desde os erros cometidos, passando pelas experiências pessoais ruins, até as novas e vibrantes canções que estão vindo por aí.
O www.u2spain.es disponibilizou em seu site, uma tradução completa da matéria em espanhol, e o blog agora traz uma tradução em português:
Parte 4:
Quinta feira, hora de comer
Um resort na costa de Montauk, Long Island. O restaurante favorito de Bono está fechado, então sentamos em umas cadeiras de praia, comendo sanduíches e bebendo um rosado sob um céu azul claro. Sua família alugou uma casa em Hamptons durante os shows do U2 no Madison Square Garden. A banda tentou fazer isso durante a turnê The Joshua Tree, mas era outono, final da temporada e um desastre. "Deixar 70.000 pessoas aos gritos e chegar nesta silenciosa periferia arenosa. Aaaaahhhh!"
Bono gosta de cidades e discussões e locais cheios de barulho e pessoas. Ele tem uma energia impulsiva e incomum para um homem de 55 anos de idade. Tenho certeza de que uma parte dele acredita que ele pode negociar com a própria morte, mas o acidente obviamente o chocou.
"Minha esposa Ali diz: 'Você pode captar a indireta?", diz ele, balançando seu copo de vinho. "Ela me disse: Você conduz a vida como se dirige um tanque'. E é verdade. The Edge diz que considero meu corpo como uma inconveniência. Acho que isso tem que parar."
Quando estava em Boston, ele visitou o Dr. Steven Zeitels, famoso cirurgião de garganta que operou Adele e Roger Daltrey. Ele admitiu à Zeitels que não passou por uma consulta em 12 anos. "Ele me disse: sua vida não depende disto?" Não acha que é um pouco estranho?" Eu respondi: "Sim, talvez seja um pouco estranho. Eu vou mudar."
O primeiro susto na saúde de Bono aconteceu no final da década de 90, quando acreditava que ele tinha câncer na garganta. Sem uma cirurgia imediata, sua lesão nas costas em 2010 poderia ter danificado sua espinha para sempre. "Eu quase fiquei paralítico. Foi por pouco." Seu acidente de bicicleta em novembro passado levou a múltiplas fraturas no rosto, braço, ombro e mão esquerda. Ele me mostrou sua mão. Dois dedos ainda estão paralisados e não esticam, o que significa que ele pode nunca mais tocar guitarra. "Me parece bom", ele disse antes de rir. "Tenho vergonha de falar sobre isso. É uma merda quando você gosta de tocar guitarra."
O acidente deixou o U2 em seis meses de silêncio na pior hora possível. "Uma estrela de rock ferida é a morte de um caixeiro viajante", diz Bono enquanto come seu sanduíche. "Foi brutal para mim. Tanto quanto o prejuízo. Dar as pessoas um presente gratuito, é difícil fazer de forma errada. Mas nós poderíamos ter explicado a intenção por trás e não o fizemos. Foi um grande erro."
Bono gosta de ridicularizá-lo, mas é um protetor do U2 com unhas e dentes: das pessoas, da entidade. 'Songs Of Innocence' é como a banda superou uma vida perturbada e cheia de fúria na adolescência. "Você estava só, agora já não está sozinho", ela canta em "Volcano". "Acho que a banda é realmente uma coisa muito especial, e estamos assumindo riscos maiores do que assumiria alguém com um cérebro", diz ele. "Eu acho que nós somos sem dúvida a banda mais interessante, podem nos amar ou nos odiar, e eu realmente acho que seria uma pena se não estivéssemos aqui."
Você concorda com Adam Clayton que o U2 poderia ser menor? Sem perseguir a máxima relevância e buscar hits de rádios, mas feliz em seu nicho considerável e bem arrumado?
"Acho que é uma pergunta justa", ele responde. "As pessoas dizem: 'gosta de Neil Young e Radiohead e sua intimidade. Porque não são mais privados, do que publicamente ambiciosos?' E temos de olhar para isso. Eu tenho algumas perguntas básicas. Tocamos em estádios durante 30 anos. Um pouco louco isso. É como estar no Arsenal em 1985 e seguir para a Liga dos Campeões agora, com a mesma equipe! Mas, em seguida, pegue a dica do universo que nos diz que isso tem um preço. Isso é revivido. "Mas eu espero ouvir essas músicas novas! Eles não querem ser privadas."
Na Estrada..... Para a Batalha: Matéria com o U2 na Q Magazine - Parte 03
O U2 é capa da edição n° 351 de agosto da Q Magazine! A banda conta tudo o que viveram desde o lançamento do álbum anterior, até a atual turnê iNNOCENCE + eXPERIENCE. Desde os erros cometidos, passando pelas experiências pessoais ruins, até as novas e vibrantes canções que estão vindo por aí.
O www.u2spain.es disponibilizou em seu site, uma tradução completa da matéria em espanhol, e o blog agora traz uma tradução em português:
Parte 3:
Quarta feira, hora de comer
Espaço de Adam Clayton no Ritz-Carlton. Na década de 90, a pressão da turnê Zoo TV converteu Adam em um viciado em auto-aversão. Vinte anos mais tarde, ele é sóbrio, e emana tranquilidade e sabedoria. Sorri muito, dentro e fora do palco, como se a vida fosse uma série de surpresas agradáveis.
O cabelo de Clayton tem crescido como uma réplica prateada de sua época punk, levando todas as noites para o palco uma camisa diferente de bandas que inspiraram o U2. No show de hoje, Blondie. "Eu estava colocando esta camiseta hoje e pensando ao mesmo tempo como o Blondie foi grande. Eles tiveram seu momento. A fama é uma coisa extraordinária que aterriza em algumas pessoas em um ponto, encorajando-o ao pousar em você, e no final do dia, quanto tempo permanecerá é algo completamente efêmero. Você tem que saber quando se foi."
Adam Clayton é friamente crítico de si mesmo ("minha filosofia é que se pode contar até quatro, pode tocar qualquer linha de baixo do U2″) e aparentemente sereno. Mesmo assim, o U2 agora é muito menos otimista do acordo com a Apple. "Eu sempre esperei que teria alguma resposta negativa", ele disse. "O que não esperava era que as pessoas mostrassem tão pouco interesse nas músicas. Pareceu que éramos os caras malvados que colocaram o álbum nos telefones celulares das pessoas, e isso nos colocou na defensiva." Mas ele admite que o presente finalmente deu resultado. Em seu primeiro mês, um total de 26 milhões de downloads, superaram as vendas de The Joshua Tree até o momento. "Conseguimos alcançar um público de pessoas mais jovens, que conhecem aquelas canções, e que não conhecem as antigas. Não é o que se poderia esperar."
Para continuar a atrair novos fãs, depois de tanto tempo, que é uma façanha em consonância com a missão incansável do U2 de jogar seus braços ao redor do mundo, mas Adam Clayton pode imaginar algo diferente no futuro. "Já tivemos esse momento de fama e nós detemos ela de uma certa maneira", diz, retomando a sua teoria do Blondie. "Mas pode haver um momento para dizer que vamos viver com o pouco que temos e deixar de colocar a mão em outras pitadas."
Quarta feira de noite
No backstage do TD Garden, deixado mais aconchegante com cortinas vermelhas e velas. Recém saído de sua sessão de fisioterapia pre-show, Larry Mullen Jr. mexe com um palito de dente no momento que narra sua conversa com Mike Love na noite anterior.
"Ele olhava para mim como se tivesse duas cabeças", diz ele. "De verdade? Realmente você gastou todo esse dinheiro neste show? Você realmente se preocupa tanto? Por quê?" É muita pressão, mas não posso imaginar fazendo isso, se não fosse um desafio. O que te move é vulnerabilidade."
Quatro dias antes do show de abertura, Larry Mullen recebeu a notícia de que seu pai havia morrido. Ele voou para a Irlanda para o funeral na quarta-feira e estava no palco em Vancouver na noite de quinta-feira. "Eu havia prometido há anos que eu o enterraria", diz. "Me senti muito aliviado de ter cumprido minha promessa, mas também muito aliviado em retornar ao lugar onde sempre estive, que é na banda."
Larry Mullen é conhecido como a voz sincera na prudência do U2. Isso faz dele um otimista imprudente pelos padrões da maioria das bandas. O U2 se sente forçado a assumir riscos ousados (e caros) - mas agora, admite Larry, eles tinham grandes reservas pelo acordo com a Apple. "Se eu me senti desconfortável com isso? Sim, algumas vezes. Então eu me senti especialmente desconfortável. É o que é." Mas, ele continua, "de repente o barco sai do banco de areia. Flutuamos novamente. Há músicas que são tão boas como pensávamos que elas seriam".
Larry Mullen ainda demonstra irritação com 'POP' e 'No Line On The Horizon'. "Fracasso. Calculamos errado onde estávamos, e fizemos." Até mesmo 'Songs Of Innocence' o incomodou um pouco. "Gastamos tanto tempo com ele, que há partes nele que passou do ponto. Duvidamos de nós mesmos. Duvidamos das músicas. O que digo é que realmente não estávamos seguros de nossa capacidade."
Larry tem uma solução. Ele está fascinado com a teoria, popularizada pelo livro Outliers de Malcolm Gladwell, que grandeza requer aproximadamente 10.000 horas de prática. Os Beatles tiveram essa aprendizagem em Hamburgo. O jovem U2 não. Então aqui está o plano: "quando acabar essa turnê, devemos começar uma viagem para aprender como tocar músicas de outras pessoas, como diversão, e depois voltar e gravar um álbum com o que você aprendeu. Apenas como um experimento. Retornar para clubes onde realmente nós fizemos besteiras - e fazer direito. Nós realmente precisamos voltar. Como Benjamin Button. Ou seja, pode ser o fim da banda (risos), mas seria tão legal."
Aconteça o que acontecer, algo tem que mudar. "Aprendemos", ele disse firmemente. "Nunca mais vamos passar quatro anos e meio escrevendo e gravando um álbum. Esses dias acabaram."
Meia noite da quarta feira
Aeroporto em New Bedford, Massachusetts. Um comboio de transportadores do U2 e a equipe chave da turnê se dividem em um par de jatos com o logotipo da iNNOCENCE + eXPERIENCE. A bordo, bandejas de alimentos e bebidas cuidadosamente organizadas para o voo de meia hora para Nova York.
Joe O'Herlihy - metade Rick Rubin, metade Papai Noel - se senta e descreve a primeira vez que ele viu o U2. Foi em 1978. Eles foram a quinta banda a se apresentar em um concerto no Instituto em Cork. "Basicamente não sabiam como tocar seus instrumentos, mas foi extraordinário. Me lembro de Bono conversando com quatro gatos que estavam no local. Ele estava convencido que eles iriam ouvi-lo. Isso me fez entender o que estava por vir."
Na Estrada..... Para a Batalha: Matéria com o U2 na Q Magazine - Parte 02
O U2 é capa da edição n° 351 de agosto da Q Magazine! A banda conta tudo o que viveram desde o lançamento do álbum anterior, até a atual turnê iNNOCENCE + eXPERIENCE. Desde os erros cometidos, passando pelas experiências pessoais ruins, até as novas e vibrantes canções que estão vindo por aí.
O www.u2spain.es disponibilizou em seu site, uma tradução completa da matéria em espanhol, e o blog agora traz uma tradução em português:
Parte 2:
Terça feira à tarde
O U2 faz uma passagem de som no palco "e". Eles estão ensaiando "The Crystal Ballroom", uma canção extra de 'Songs Of Innocence'. Ainda não estão muito firmes em relação à ela. "Não tocamos ela bem a primeira vez", diz Bono alegremente. "Parece que não vamos tocar ela bem pela segunda vez."
O U2 já havia tocado 43 músicas diferentes nesta turnê. As músicas vêm e vão, como se encaixam na narrativa central da Inocência (a Dublin na década de 1970) e Experiência (o mundo). Depois de considerar dois setlists completamente diferentes em noites alternadas, concordaram que seria um para contar toda a história - um, disse Adam Clayton, "de lealdade, perseverança, ou simplesmente não se render."
U2 são grandes em lealdade. Willie Williams, o conselheiro Gavin Friday, o designer de som Joe O'Herlihy, o promotor Arthur Fogel, a estilista Sharon Blankson e Stefaan "Smasher" Desmedt, o diretor de vídeo, todos tem estado ao redor da banda entre 20 e 40 anos. Bono, que todos chamam de "B", precisa se cercar com amigos inteligente e talentosos, e não meros empregados. "Eu sou de relações horizontais, não verticais", ele diz. "Isso é o motivo de eu estar em uma banda. Por isso estou casado. Por isso que eu não gostaria de ser chamado de chefe".
A turnê tem sido preparada desde o início de 2013, mas a semente foi plantada ainda antes. Gavin Friday se recorda de Bono dizendo na noite de abertura da turnê 360°, que a próxima deveria ser mais íntima. Os lugares são menores desta vez - precisando de quatro shows em uma arena para igualar a capacidade de um concerto no estádio, mas as idéias são enormes. Inovações de última geração, incluindo uma tela de LED gigante ao longo de uma passagem estreita que atravessa o público dos dois lados, efetivamente tornando toda a faixa da arena em um cenário.
A tecnologia permitiu que Joe O'Herlihy colocasse alto-falantes no teto de forma oval, fazendo que o som fosse distribuído de maneira igual e potente em toda a arena, e nunca havia sido utilizada antes.
Apesar da tecnologia impressionante, cada turnê é basicamente um teste do novo álbum. 'Songs Of Innocence', ao contrário de seu antecessor, está aguentando muito bem. "Não tivemos a chance de escutar 'Songs Of Innocence' adequadamente na fase promocional do álbum", disse Gavin Friday durante uma pausa para um cigarro. "Eu disse para Bono que o tratamento foi maior do que a música, então tudo o que você pode fazer agora é tornar a música mais do que tudo."
Então, a turnê tem sentido do passado e presente do U2. Seu futuro, no entanto, é mais complicado.
Meia noite de terça feira
Uma discreta festa pós show no Lounge do Ritz-Carlton Club. A cantora Amanda Palmer come sushi com uma amiga, a atriz Kristen Wiig, em um canto, conversa com amigos e Mike Love do The Beach Boys conversa com Larry Mullen. The Edge, o diplomata do U2 com voz suave, relaxa após o anoitecer. Seu entusiamo após um show é contagiante.
"No final você está tocando algo que entende completamente", diz The Edge enquanto toma um gole de cerveja. "No estúdio muitas vezes você toca algo que você só entende metade". Eles nunca haviam antes tocado a ordem do concerto da noite passada. "Nós não gostamos de sentir que as coisas são pré determinadas. Precisamos reintroduzir isso ao reino do desconhecido. É aquela pequena parte do rock'n'roll que é semelhante ao teatro de improviso ou jazz, onde você não sabe bem o que vai acontecer." Ele pensa um pouco e: "Não acredito que comparei o show ao jazz. A única semelhança é que há um elemento de risco."
Às vezes o risco é um pouco maior. Durante a noite de abertura da turnê, The Edge calculou mal o tamanho do palco e deu um passo falso. O vídeo no Youtube da queda de Edge causou muitos risos na rede, mas foi um momento desconcertante. Ele caiu a apenas alguns centímetros além do ferro do trilho das câmeras, onde poderia ter se ferido seriamente e acabado com a turnê. "No dia seguinte, eu olhei e pensei... ufa, na verdade eu tive sorte. Eu poderia ter tido sérios danos."
Duas semanas mais tarde, o U2 sofreu uma perda real quando Dennis Sheehan, seu gerente de turnê desde 1982, sofreu um ataque cardíaco fatal. "Temos saudades dele mais como pessoa, do que como gerente de turnê", diz Edge. "Não era o que ele fazia, era o que o tornava tão único. Temos a tendência de juntar pessoas que têm essa ideia".
Parte do atrativo do U2 no palco é a história de amor deles quatro, ainda forte depois de 39 anos. Suas personalidades são tão fortes e diferentes que é impossível imaginar a banda sem um deles. Em Nova York no sábado, Bono chamou o U2 de "uma banda de iguais com um público de iguais". Antes de cada concerto, eles passam alguns minutos juntos conversando, rezando, pensando sobre o que vão fazer.
"Acho que nos constituímos como uma banda real desde o início", reflete The Edge. "Acho que os Beatles tiveram um tempo difícil, porque havia basicamente três líderes. Cada um estava competindo para ser o líder da banda. Nós fazemos contribuições seletivas para que não haja sobreposição. É a ideia de que não existe vitória individual. É o grupo que ganha."
A brecha entre o U2 ao vivo - urgente, instintivo, temerário, e o U2 de estúdio - neurótico, lento, desconfiado - se personifica em The Edge. Gavin Friday diz: "The Edge vai passar um ano no som da guitarra onde Bono quer escrever 10 álbuns ao mesmo tempo." Mas o guitarrista no palco abraça a imprevisibilidade. Um dos destaques da turnê teve lugar em Montreal, onde Bono espontaneamente convidou dezenas de fãs no palco durante "Where The Streets Have No Name", sem perceber que a estrutura só foi projetada para suportar o peso de oito pessoas. "Quase acaba terrivelmente mal", disse The Edge. "Mas foi um momento mágico do concerto."
Terça feira pela noite
TD Garden. Bono convida uma vocalista e guitarrista local chamada Gretchen Shae no palco "e" para tocar violão em "All I Want Is You". Adam Clayton e The Edge se aproximam calmamente para ensinarem os acordes. A possibilidade de um desacerto faz a canção duplamente poderosa quando funciona. Bono admira artistas como Iggy Pop e o ator Mark Rylance porque "não estão confortáveis com a distância entre o palco e o público. Lá é onde vivemos."
Quando Bono ajuda Shae a descer do palco após a canção, ele percebe o slogan de sua camiseta: “STAND UP TO ROCK STARS” (Levante-se para as estrelas do rock). Ele sorri. "Eu gosto de sua camiseta. Eu sou a favor disso!"
Na Estrada..... Para a Batalha: Matéria com o U2 na Q Magazine - Parte 01
O U2 é capa da edição n° 351 de agosto da Q Magazine! A banda conta tudo o que viveram desde o lançamento do álbum anterior, até a atual turnê iNNOCENCE + eXPERIENCE. Desde os erros cometidos, passando pelas experiências pessoais ruins, até as novas e vibrantes canções que estão vindo por aí.
O www.u2spain.es disponibilizou em seu site, uma tradução completa da matéria em espanhol, e o blog agora traz uma tradução em português:
Parte 1:
Nos bastidores, no seu santuário interno. Este é o lugar onde se esquece quando você baixou seu álbum gratuitamente no Itunes sem perguntar, o acidente de bicicleta de Bono, toda a negatividade dos últimos 18 meses. É o U2 em seu elemento: em turnê, em um relacionamento com uma legião de devotos.
Dorian Lynskey sobe no caminhão de viagens entre Boston e Nova York para descobrir onde se encontram suas mentes.
Noite de terça-feira em Boston. O terceiro dos quatro shows do U2 no TD Garden. "People Have The Power" de Patti Smith começa a tocar cada vez mais alto através dos alto-falantes. 20.000 fãs ansiosos se levantam e Bono entra na arena. A poucos passos atrás dele está a Q e a visão é deslumbrante. Instantaneamente, rostos entusiasmados se viram para ele.
Sobe em cima do pequeno palco em forma de "e", levanta o punho, canta a introdução "Oh oh oh ohhh" de "The Miracle (Of Joey Ramone)" e desfila pela passarela para se juntar à The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen no palco "I". Começa a 28° noite de shows da turnê iNNOCENCE + eXPERIENCE.
Mais tarde, Bono disse para a Q que ele escolheu a música de Patti Smith para lhe dar coragem. "Eu tenho que encontrar essa parte de mim e não a tenho até que vou para o palco. Como se chama aquela pessoa que tem pombos escondidos em suas mangas e quando eles saem ela fica completamente surpreendida? Um mágico!", ele ri. "Você sabe que você colocou lá, mas é incrível quando eles saem voando."
O palco é onde o U2 se torna suas próprias mangas. Eles podem entreter em um estádio, mas eles encantam em uma arena. Se um verdadeiro encantador pode te fazer sentir a única pessoa no lugar, então, Bono pode fazer Boston se sentir a única cidade do mundo. Graças a concertos como este, a turnê de iNNOCENCE + eXPERIENCE esgotou todos os seus ingressos em 2015. Se voltará em 2016, ainda não há nada garantido.
"Eu sabia que o show seria ótimo", diz o diretor criativo Willie Williams no backstage. "Mas nos últimos dois anos do U2, é como se alguém tivesse feito Voodoo. É como se enfrentassem uma maldição."
Há quatro anos atrás, o U2 falou com a Q sobre um recomeço. Embora a turnê 360° em estádios tenha gerado o maior lucro da história (mais de 736 milhões de dólares), sofreu grandes reveses. O obscuro e insatisfatório álbum 'Line On The Horizon' em 2009, a perigosa lesão nas costas de Bono que impediu que a banda tocasse no Glastonbury em 2010, um fraco desempenho quando eles finalmente apareceram no festival em 2011, causado pelo mau tempo e caos técnico, e o fracasso de alto custo do musical 'Spider-Man: Turn Off The Dark' em que Bono e The Edge escreveram as canções da trilha sonora.
'Songs Of Innocence', seu melhor álbum em muitos anos, deveria ter sido o renascimento, mas ele foi ofuscado em setembro passado pela sua estratégia de lançamento: colocado, sem aviso prévio, em 500 milhões de iClouds. Sua primeira grande manobra sem seu primeiro manager e mentor Paul McGuinness foi um desastre de relações públicas que impulsionaram as críticas ao U2. Dois meses depois, Bono teve um acidente grave de bicicleta no Central Park, que precisou de cinco horas de cirurgia de emergência, atrasou a turnê e interrompeu toda a promoção do álbum. Assim, o U2 começou sua turnê em Vancouver em maio com tudo a provar.
Bono foi perguntado se ele acreditava em azar. "Não acredito em sorte", ele disse. "Eu passo por baixo de escadas. Teria um 13 tatuado nas minhas costas sem qualquer problema. Mas acreditamos que o universo pode tornar-se frio e desagradável. Eu nunca fico surpreso quando o mundo se torna um pouco feio. Não fico surpreso quando o U2 encontra resistência."
Áudio: a versão digital de 'U2 Another Time, Another Place: Live At The Marquee London 1980'
Já está disponível para as renovações e novas assinaturas do site U2.COM, o download da versão digital do álbum 'U2 Another Time, Another Place: Live At The Marquee London 1980.
Você ouve abaixo, a coleção digital das 10 faixas disponibilizadas no canal do DailyMotion pela página U2 Songs:
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
Vídeo histórico: o show na íntegra do U2 pela turnê ZOOTV em que Adam Clayton não tocou com a banda
Este é um registro histórico em vídeo! Gravado com uma câmera amadora, com qualidade ruim de som e imagem, traz na íntegra o único concerto oficial do U2 em que a banda subiu ao palco sem um de seus integrantes.
Realizado em Sydney, Austrália, na noite de 26 de Novembro de 1993, no Sydney Football Stadium, este concerto pela parte Zoomerang da turnê ZOOTV.
Adam Clayton, com problemas na época em relação ao álcool, estava com uma ressaca tão grande, que ele não conseguiu subir ao palco, e o show não poderia ser adiado uma vez que era um ensaio necessário para a filmagem do concerto da noite seguinte (que seria transmitido ao vivo em Pay Per View, e lançado como um vídeo oficial da banda).
Assim, o técnico de baixo de Adam, Stuart Morgan, foi quem tocou baixo nesta apresentação, e Bono informou o público que Adam estava apenas "doente".
Setlist:
Zoo Station
The Fly
Even Better Than The Real Thing
Mysterious Ways
One / Unchained Melody (snippet)
Until The End Of The World
New Year's Day
Numb
Tryin' To Throw Your Arms Around The World
Angel Of Harlem
Stay (Faraway, So Close!)
Satellite Of Love
Dirty Day
Bullet The Blue Sky
Running To Stand Still / Amazing Grace (snippet)
Where The Streets Have No Name
Pride (In The Name Of Love)
encore(s):
Daddy's Gonna Pay For Your Crashed Car
God Save The Queen (snippet) / Lemon
With Or Without You
Love Is Blindness
Can't Help Falling In Love
Bono: o legado de 'POP' e da Popmart
Bono em 2009, revelou qual é o seu lançamento oficial em vídeo preferido do U2, e comentou sobre o disco 'POP': "O filme 'PopMart Live From Mexico City' é a melhor coisa, áudio / visual que o U2 fez. Eclipsado apenas pelo U23D, na minha opinião.
É melhor do que o da Zoo TV, é melhor do que todos eles. É muito, muito impactante. É uma pena que não fomos capazes de tocar tão bem no início da turnê, como fizemos depois até ao final da mesma, no momento em que chegamos ao México.
No que diz respeito ao álbum 'POP', sim, eu tenho alguns arrependimentos e eu acho que nós caímos entre duas cadeiras nesse álbum - nós nem fizemos um álbum dance, e nem um álbum que combinava. E nós também não conseguimos editar do jeito que queríamos, e os ganchos não eram bons o suficiente, mas eu acho que eu realmente gostei do assunto dele e eu realmente gostei, o que eu tentei para ele. Você pode imaginar, a melhor maneira de olhar para esse álbum é: se "Discothèque" tivesse sido para o U2 o que "Sledgehammer" foi para Peter Gabriel, então você entenderia a maneira que queríamos.
Depois disso, fizemos dois álbuns de volta às noções básicas. Com o 'No Line On The Horizon', queríamos ele realmente no formato de combinação. Mas na verdade o que dissemos foi: "OK, vamos fazer à mão o digital, vamos fazer música eletrônica à mão."
A ênfase estava em tocar ao vivo na sala de gravação, mas usando alguns instrumentos eletrônicos. Nós temos esses sons, esses sons extraordinários, sem perder a coisa que uma banda pode fazer quando está tocando ao vivo. Temos os dois. Isso é o que nós não conseguimos fazer em 'POP'."
domingo, 23 de agosto de 2015
"Miracle Drug": escrita à partir do ponto de vista de uma mãe e sua fé
Bono conta como escreveu a letra de "Miracle Drug" do ponto de vista da mãe do personagem da canção, e de sua fé: "Eu tinha em mente o personagem de Christopher Nolan. Era um rapaz que chegou na escola Mount Temple quando nós estávamos saindo dela. No parto, a mãe teve uma complicação e ele ficou privado de oxigênio durante duas horas, ficando com paralisia cerebral, e por isso era paraplégico.
A canção foi escrita do ponto de vista da mãe dele. Fala da fé que ela tinha em seu filho, quando durante nove ou dez anos, ela não fazia ideia se ele era ou não um ser consciente e sensível.
Nem o hospital, nem os médicos, nem as enfermeiras podiam garantir que ele tivesse consciência do mundo. Mas ela acreditava que sim, pois via nos olhos dele a luz da consciência. E confiava o suficiente em seu próprio instinto e no seu amor por ele, para ensiná-lo, para ler e conversar com ele, como se estivesse ali. E então, quando ele tinha 10 anos de idade, surgiu um medicamento que liberou um músculo, o do pescoço, e lhe permitiu se mover ligeiramente. E esse movimento o permitiu escrever todas essas histórias e poemas que estavam em sua mente durante todos aqueles anos.
Ele tinha na testa um aparelho, como um chifre de unicórnio, e o primeiro poema dele chamou-se ‘I Learn To Bow’ ("Eu Aprendi A Me Curvar"), e é sobre esse mecanismo de movimento da cabeça, mas também seu poema de louvor à Deus, que permitiu a ciência libertá-lo.
Não sei o que vocês pensam, mas se eu estivesse trancado dentro de mim mesmo durante dez anos, e tivesse acabado de sair, não sei se estaria tão cheio de louvor pelo meu Criador. 'Damburst Of Dreams' ("Explosão De Sonhos") o primeiro livro dele, conquistou um prêmio quando ele tinha 15 anos de idade. Mas a música é sobre a mãe dele. I want a trip inside your head, spend a day there, see what you can see ("Eu quero viajar para dentro de sua cabeça, passar o dia lá, ver o que você pode ver").
Não é comum as estrelas de rock cantarem através da perspectiva de uma mulher mais velha. É uma música sobre fé, a fé de que Deus é capaz de trabalhar através da ciência e nomeadamente da medicina. De um modo mais indireto, é talvez também sobre a Aids e os medicamentos desenvolvidos para detê-la."
sábado, 22 de agosto de 2015
Em gravação do videoclipe de "Last Night On Earth", Bono perguntou para William S. Burroughs se ele estava armado
Há um senhor de idade que aparece no final do videoclipe de "Last Night On Earth" do U2, empurrando um carrinho de compras com um holofote grande posicionado dentro dele. Ele é o escritor, pintor e crítico social William S. Burroughs, que faleceu meses após a gravação com o U2.
Bono na época, falou sobre sua participação no videoclipe: "Ele foi tão legal. Ele veio, ele tinha aqueles óculos louco Fly Shades.
Nós lhe perguntamos sobre suas armas e como ele fazia, e eu perguntei: 'Você está armado?', e Bill respondeu: 'Não, eu não estou armado, mas sou muito bom com a minha bengala'."
William S. Burroughs adorava armas de fogo. Ele atirou com uma arma pela primeira vez aos 8 anos de idade, e em 1951, matou sua mulher em um acidente com uma arma, o que ele próprio mais tarde reputou como experiência definidora para sua carreira de escritor.
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
Segredos Revelados: As Gravações do U2 no Abbey Road Studios em 2006
Em setembro de 2006, o U2 esteve por uma semana no icônico Abbey Road Studios de Londres, com o produtor Rick Rubin. O estúdio foi onde os Beatles gravaram seus maiores discos.
Os trabalhos começaram na terça feira, 5 de setembro. Larry Mullen e The Edge chegaram de Dublin, e Bono da França, e Adam Clayton já se encontrava em Londres.
Esperando a banda na sala de controle estava o produtor Rick Rubin. Ele havia se reunido com a banda no início do verão daquele ano na França, e tudo levava a crer que o que haviam escrito e feito demos, seria gravado devidamente no estúdio nos próximos dias.
No Studio 2, o U2 não mostrou nenhum espírito daquela década de 60, e sim, algo punk da década de 70. A banda começou a trabalhar em um cover de "The Saints Are Coming" do The Skids, de 1978.
Larry revelou que a banda passou a maior parte do dia trabalhando nela, e ainda estavam trabalhando na madrugada de quarta-feira.
O Green Day estaria chegando em poucos dias para trabalhar com eles nesta mesma cover, uma colaboração para beneficiar o projeto Music Rising.
Na quarta feira, 6 de setembro, o U2 volta ao estúdio na parte da tarde, mas para começar agora à trabalhar em uma nova canção, inédita.
A sessão é brevemente interrompida quando Paul McCartney e o produtor dos Beatles, George Martin, aparecem. U2 e McCartney estiveram juntos em um estúdio de Londres no verão de 2005, ensaiando "Sgt Peppers Lonely Hearts Club Band". No dia seguinte, tocaram no concerto Live 8 para um bilhão de pessoas. Momento único: Macca desce sob o corrimão da escada da sala de controle para o chão do estúdio. Este lugar é como sua segunda casa. Em seguida, o U2 volta para a gravação de sua nova música... e isso vai noite adentro.
Na quinta feira, 7 de setembro, a banda novamente chega na parte da tarde para os trabalhos. A faixa soa como um clássico do U2, com um gancho instantâneo e um refrão hipnotizante.
"Bono havia feito uma demo disso em Dublin", explica Larry. "Então ele trouxe isto para a banda e até mesmo na sua forma mais básica, você tinha a sensação de que algo especial estava acontecendo. Sentimos que talvez desta vez nós não iríamos empurrar uma pedra para cima de um morro, como fazemos em grande parte do tempo com um material novo."
Novamente, trabalham noite adentro, mas as vibrações são boas.
Na sexta feira, 8 de setembro, Bono fala da abordagem do U2 para a criação de novos materiais como 'composições por acidente'. Mas não há nada de acidental acontecendo. Adam, Larry, Edge e Bono se sentam ao redor da sala de controle, conversando com Rick Rubin, que se senta em um sofá de couro. Eles reproduzem o take mais recente gravado, e vão através disso passagem por passagem.
Bono tem três quartos da letra escrita em um bloco grande de papel branco - estrofes alternativas rabiscadas juntamente ao lado do tema principal. Duas linhas chaves nos versos estão faltando - que é onde Bono improvisa e canta em cima em cada take - e precisa de algum tipo de finalização. É uma canção sem título no momento.
Larry sugere ouvir a primeira metade de um verso que segue para a segunda metade do próximo. Edge surge com uma linha que falta - usando a palavra 'apologise'. Se você é uma estrela do rap, diz Rick, o que se sabe sobre estrelas do rap, você ganha pontos extras para obter uma palavra de quatro sílabas em sua música. Idéias líricas voam ao redor da sala com Bono rabiscando elas no papel. Ele termina de escrever e em seguida vai para o microfone, o engenheiro de som coloca a faixa para tocar e Bono tenta uma nova linha. The Edge canta alguns vocais de apoio. Larry e Bono fazem piadas sobre o Oasis, enquanto Rick fala sobre as linhas de baixo com Adam. The Edge também rabisca novas partes da letra, na parte de trás de um envelope.
No início da noite, o Abbey Road foi esvaziado de músicos, engenheiros e produtores, mas o U2 continua lá gravando. Por dez horas, muitos dos elementos que faltavam na música, foram adicionados. Todo mundo ouve novamente a gravação. Longe de estar finalizada, mas agora com uma letra completa, uma nova introdução e um final diferente para ela.
"Foi um dia bom", diz Bono. "Esta é uma canção que poderia arrancar o telhado para fora! Vamos encerrar a noite!"
Nota: a canção do U2 gravada no Abbey Road Studios e gravada com Rick Rubin, que foi lançada posteriormente na coletânea 'U218 Singles', foi "Window In The Skies", juntamente com a cover de "The Saints Are Coming", esta em parceria com o Green Day.
Popmart em São Paulo - O Diário de Willie Williams - Janeiro de 1998
O Diário de Willie Williams - Turnê Popmart No Brasil
31 de Janeiro de 1998 - O Show em São Paulo
"Raízes brasileiras. Esta é coragem da nação e eles cantaram com seus corações.
Dois shows no Estádio do Morumbi em São Paulo e o lugar balançou. Rio de Janeiro é a jóia da coroa do turismo, mas São Paulo com seus 25 milhões de habitantes, é onde a coragem da nação parece estar. A capacidade do estádio é de 75.000, mas oficialmente eles acham que tem 95.000 aqui hoje à noite, neste segundo show. Isso me lembrou muito a primeira vez que o U2 tocou em Madrid, no estádio do Real Madrid na turnê Joshua Tree. Você não poderia se mover em seu lugar.
No meio do show, Susie Smith e eu caminhamos até a arquibancada superior de assentos para nos banhar de alegria com tudo isso. Nós também nos banhamos com uma boa quantidade de suor, mas valeu a caminhada.
Susie me disse: "Isto é do que realmente se trata. Todo o resto com o que lidamos são só detalhes."
O bom povo do Brasil esperou muito tempo para o U2 vir tocar pra eles, e eles estavam cantando com seus corações."
quinta-feira, 20 de agosto de 2015
O Diário de Willie Williams, Janeiro de 1998: Popmart no Rio de Janeiro - Página 2
O Diário de Willie Williams - Turnê Popmart No Brasil
27 de Janeiro de 1998 - O Show
"O show foi algo selvagem. Eu soube com o que estávamos lidando quando uma gigante bola de futebol na sequência do vídeo de abertura, deixou a multidão em histeria. (Eles são muito grandes no futebol aqui....)
Assim que a banda subiu no palco, nosso local que estava posicionada a mesa de som, encheu de gente. Eles estavam sob o equipamento, na torre de câmera, em todos os lugares. Comecei a limpar os invasores da área, pelo menos dentro da área coberta, e fui tirando as pessoas da esquerda, direita e centro. Infelizmente, no meu entusiasmo, eu coloquei para fora o Bruce, tradutor para os operadores dos spots, e também o diretor da MTV, mas isto aconteceu na hora do desespero.
Estranhamente, porém, eu comecei a perceber que, embora com entusiasmo a ponto de enlouquecer, a multidão eram pessoas de extremamente boa índole - quase educados. Para minha surpresa, a nossa segurança tinha limpado toda a área em cerca de 15 minutos e a partir desse ponto em diante, aproveitamos aquela energia durante toda a noite."
28 de Janeiro de 1998 - Pós-Show
"A noite de ontem durou muito tempo. Nós voltamos do show e ficamos na piscina do hotel até cerca de 5:00 da manhã ou algo assim, então Bruce e eu fomos para a praia. A praia de Copacabana ao luar - aquela visão espetacular novamente. Longas conversas sobre a vida, o universo e tudo, ondas quebrando e gradualmente ficando mais perto de nós o tempo todo. Um ponto de luz sobre a linha do horizonte. Desviamos o olhar e conversarmos, e em seguida, voltamos o olhar para o oceano e observamos como a luz no horizonte havia crescido. A linha vermelha alonga, engorda, clareia como rochas, barcos e montanhas tornam-se visíveis na silhueta. Aquele sol vermelho sangue sobe ao céu, nuvens macias rosadas e cinzas, tão finas, tão amplas. Costa oeste é ótima para pôr do sol, mas para nascer do sol, olhe ao leste. O céu empalidece para amarelo - muita luz agora e por isso, correr para se esconder .. para a cama às 8:00 depois de um dia extraordinário."
29 de Janeiro de 1998 - Pequenas Histórias, Grandes Ideias
"Ao meio-dia, sentei à beira da piscina com Andre Dubus. Ele é um escritor tão extraordinário.
Passeio na parte da tarde com Joe, na beira da praia. Encontramos um mercado vendendo todo tipo de coisas. Acabei comprando uma inconvenientemente grande pintura a óleo do Carnaval do Rio - um número expressionista brilhante, além de uma infinidade de Cristo Redentores que brilhavam no escuro, imãs de geladeira, etc."
O Diário de Willie Williams, Janeiro de 1998: Popmart no Rio de Janeiro - Página 1
O Diário de Willie Williams - Turnê Popmart No Brasil
25 de Janeiro de 1998 - Pré Show
"Realocação geral. A banda tem que mudar de hotel por causa do cerco dos fãs. O show muda de local por razões técnicas.
Peguei um vôo noturno do JFK em Nova York, saindo de uma temperatura de - 1°, chegando no Rio De Janeiro no final da manhã, +35°.
Rio De Janeiro é a cidade mais bonita, e estamos hospedados no Copacabana ("her name was Lola, she was a show girl"). Ele é voltado para uma extensa praia dourada.
Não muito abaixo da superfície, o Rio também oferece muito em termos de crime e pobreza. A banda chegou aqui ontem para ter um dia extra e absorver a atmosfera.
Esta era a teoria, pelo menos, mas no tempo que eu cheguei, eles já tinham deixado o hotel devido ao lugar estar cercado de fãs. O U2 normalmente não teme um desafio, mas este claramente era incontrolável, por isso eles foram levados para um local secreto em uma ilha em algum lugar para tentar acalmar a multidão.
Nós deveríamos tocar no Maracanã - um estádio de futebol colossal - mas o show foi transferido para uma pista de corrida nas proximidades, devido ao estádio não ser capaz de ter um guindaste, que precisamos para construir o palco do show. Em outros lugares do mundo isso pode constituir uma crise, mas ninguém aqui parece particularmente incomodado por esta mudança de plano.
Muito quente. Muito quente. Muitos dos caras da equipe estão irreconhecíveis desde sua última aparição em Seattle, com a pele vermelha por causa do sol, e descascando. Três pessoas acabaram sendo levadas embora sofrendo de insolação, então a lição parece ser de 'aguentar firme'.
26 de Janeiro de 1998 - Dia de Ensaio
"Rio De Janeiro. Dia de ensaio. Fomos acordados esta manhã no hotel, com os fãs uivando, com toda a força de suas vozes. Bem, pelo menos eles estão ansiosos.
Fomos até o local para nos familiarizar com esta volta ao trabalho, e tentar lembrar como um show da Popmart deve ser.
A banda apareceu e nós fizemos um ensaio respeitável, com 30 graus no meio da noite."
27 de Janeiro de 1998 - Dia do Show
"Por razões muito longas e complicadas de explicar, eu acabei viajando para o show em um helicóptero com Bono e Edge. Isto foi uma experiência fora do corpo em vários níveis, não menos porque o Rio é tão bonito de se ver do alto - as praias, o azul do oceano, areia branca. Como se isso não fosse bastante extraordinário, nosso piloto decidiu nos dar um deleite, circulando o 'Corcovado' e nos dando uma vista close-up da enorme estátua do Cristo Redentor que olha para baixo, a partir do ponto mais alto no Rio de Janeiro. Ficamos de frente, olho a olho com Jesus, como um teste de som para o dia do Juízo Final. Eu tive que me dar um choque de realidade. Só mais um dia maçante com uma dupla de estrelas do rock em um helicóptero sobre o Rio.
No show, atingiu 40 graus, então todo mundo ficou mais cansado, com exceção da platéia que não parecia muito preocupada com o calor. Uma adição de última hora para o show foi um grupo de cinqüenta integrantes de uma escola de Samba, que Bono tinha visitado algumas noites atrás. Ele e Edge tinham tido o que pode ser chamado de um ensaio de "Desire", e antes de nós sabermos onde estávamos, era hora do show."
quarta-feira, 19 de agosto de 2015
Áudio da passagem de som do U2 para um show na Austrália em 1989 pela turnê Lovetown, trazendo material inédito
Abaixo, um áudio da passagem de som realizada pelo U2 em 29 de Setembro de 1989, no Entertainment Centre, em Sydney, Austrália, para show pela turnê Lovetown. São 90 minutos de ensaios.
A qualidade é ruim, devido aos recursos da época, e o áudio está um pouco acelerado.
A banda ensaia "Desire", "All I Want Is You", "The Unforgettable Fire", "Where The Streets Have No Name", trechos de "I Still Haven't Found What I'm Looking For", "I Will Follow", "In God's Country", "Gloria", "Bad", "With Or Without You".
Ouvimos também a banda fazer jams livres, testes de instrumentos e efeitos de guitarra, além de improvisações de canções instrumentais e materiais inéditos.
Um áudio ouvido tem alguns elementos do que viria a se tornar em 1991, a canção "Until The End Of The World".
A qualidade é ruim, devido aos recursos da época, e o áudio está um pouco acelerado.
A banda ensaia "Desire", "All I Want Is You", "The Unforgettable Fire", "Where The Streets Have No Name", trechos de "I Still Haven't Found What I'm Looking For", "I Will Follow", "In God's Country", "Gloria", "Bad", "With Or Without You".
Ouvimos também a banda fazer jams livres, testes de instrumentos e efeitos de guitarra, além de improvisações de canções instrumentais e materiais inéditos.
Um áudio ouvido tem alguns elementos do que viria a se tornar em 1991, a canção "Until The End Of The World".
A história dos trechos das novas canções do U2 que vazaram em 1996
Em 26 de Outubro de 1996, 30 segundos de uma demo de uma nova música do U2, foi transmitida via Internet. A banda disse que uma demo inacabada da canção havia sido roubada do estúdio de gravação, onde eles preparavam o próximo disco, que seria lançado em 1997.
Sites diziam que hackers haviam conseguido os trechos inéditos diretamente da internet, em uma invasão no momento em que o site da Island Records estava sendo alimentado com fotos da banda, e eles tiveram acesso por causa da câmera online que registrava imagens da banda no estúdio.
Logo depois, um trecho de uma segunda canção inédita do U2 também apareceu na internet.
O diretor da Island na Inglaterra, Marc Marot, logo desmentiu o boato sobre os hackers, o que considerou algo absurdo para se escrever em uma matéria.
E então ele contou como as canções foram parar na internet: "Os pequenos trechos de som vieram de uma fita de vídeo promocional EPK fornecida ao escritório húngaro do selo. Alguém em nosso escritório húngaro vazou o vídeo para um amigo, e o vídeo teve dois samplers de 30 segundos disponibilizados na internet, em um site na Hungria."
A má qualidade dos áudios foi proposital, caso isso acontecesse. A Island degradou os áudios das músicas, caso a fita parasse nas mãos dos "piratas".
Quem vazou as canções foi um fã da Hungria chamado Martin. Ele disponibilizou na internet em arquivos .wav
A Island tomou medidas legais para tentar fechar o site húngaro que originalmente postou os trechos das canções, que naquela altura já tinham se espalhado para outros sites de fãs ao redor do mundo.
Um dos trechos era de "Discothèque", em uma versão inacabada que depois acabou sendo lançada oficialmente como a versão 12" da música.
Outro trecho vazado foi de "Wake Up Dead Man".
A fita EPK de onde foram retirados os samplers vazados foi 'Pop Promo (Island PN7-003)'.
terça-feira, 18 de agosto de 2015
E se Bono tivesse sido o manager do U2?
Nos primeiros dias do U2, Adam Clayton, após a sua saída definitiva da vida acadêmica, passou a priorizar definitivamente a banda, e ele fez o papel de empresário do grupo, fazendo contatos, marcando apresentações e tentando conseguir um contrato para um disco.
A banda depois tentou convencer outro integrante à fazer este papel, como contou Bono em 1983: "Eu tinha a voz mais alta no grupo. Quando formamos a banda, eu era o guitarrista solo, o cantor e o compositor. Ninguém falou nada no início.
Mas depois, eles me disseram para deixar de ser o guitarrista solo, passei a ser o guitarrista rítmico, e depois me disseram para ser apenas o vocalista.
Em seguida, eles tentaram me convencer a não ser o vocalista, e ser o gerente da banda. Mas eu me agarrei ao microfone. A arrogância pode ter sido o motivo."
'Blam!', de Roy Lichtenstein, no telão da turnê Popmart do U2
O lançamento de 'POP' em 1997 e a turnê Popmart criaram novos desafios de design para o U2 e sua equipe criativa.
Com o tema Pop Art criado para o álbum pelos designers da Four5One, inspirado pela própria exploração da banda ao comercialismo, o rock como um produto, parecia natural também explorar esse gênero ainda mais para a turnê Popmart.
Um dos artistas cujo trabalho foi procurado para os gráficos no telão, foi Roy Lichtenstein.
Lichtenstein nasceu em Nova York em 1923. Ele começou a desenhar e pintar no colégio. Na década de 60, um novo movimento de arte foi tomando conta. Inspirado pelos meios de comunicação, o mercantilismo, e aspectos da cultura popular, este movimento emocionante e um pouco humorístico foi apelidado de Pop Art. Foi aberto caminho para Lichtenstein, bem como outros, mais notavelmente Andy Warhol (cujas imagens multi coloridas inspirou a capa do álbum 'POP', e também teve sua arte utilizada na turnê Popmart).
Lichtenstein começou a criar seu mais famoso trabalho Pop Art no início dos anos 60, quando um de seus filhos apontou para uma imagem de Mickey Mouse em uma história em quadrinhos e disse que apostava que ele não poderia pintar tão bem quanto aquilo. Aquilo inspirou Lichtenstein à criar algumas das obras mais originais e interessantes de arte já conhecidas, e foi um trabalho deste período que o U2 escolheu para utilizar na Popmart.
Estes trabalhos consistiam de pinturas em desenhos animados, mais notavelmente com o uso dos Pontos Ben-Day a mão, uma técnica semelhante aos pontilhados. Os Pontos Ben-Day foram considerados a marca registrada de Roy Lichtenstein, que os aumentava e exagerava em muitas de suas pinturas e esculturas, especialmente na sua interpretação das revistas em quadrinhos e de ilustrações contemporâneas. Lichtenstein criou desenhos animados parodiando novelas, propagandas e uma homenagem aos quadrinhos de guerra.
O U2 usou os quadrinhos de guerra de aviões de combate como animação de fundo para "Bullet The Blue Sky" - obras como 'Blam!', de 1962.
'Blam!' é uma pintura monumental que mostra um avião sendo abatido no meio da guerra. O avião aparece virado ao contrário devido ao impacto do míssil. As letras do titulo da obra aparecem em negrito de cor vermelha, no meio do amarelo, preto e vermelho da explosão.
A palavra "Blam" juntamente com a leitura da explosão, realça e tenta fortificar o som e a força do ataque. A sombra do piloto santando do cockpit, deixa o espectador num suspense em relação à sobrevivência do piloto.
A criação da pintura foi baseada em quadrinhos sobre a guerra em 1962, mais especificamente "All American Men Of War" (edição nº89, por Russ Heath).
O telão de LED do U2 era composto por milhões de pixels, então o diretor da turnê Willie Williams disse que utilizar imagens de Roy Lichtenstein não exigia inteligência: "Roy Lichtenstein usava uma série de pontos para criar suas imagens. Esta era a entrega perfeita".
Willie Williams se consultou com Catherine Owens para obter os direitos de uso das imagens e realizar animações da Pop Art de Lichtenstein, Andy Warhol e Keith Haring.
Roy Lichtenstein faleceu poucos meses depois da estreia da turnê, em 29 de setembro de 1997. Durante um show da Popmart na noite seguinte em Tel Aviv, Israel, Bono fez uma homenagem ao artista no palco durante a seqüência de animação para "Bullet The Blue Sky": "Roy Lichtenstein, nós amamos você!"
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