Rolling Stone
No início dos anos 1990, alguns artistas do cenário alternativo da década de 1980 começaram a definir melhor seu estilo, adicionando profundidade lírica à sonoridade pós-punk de onde se originaram. É o caso do R.E.M. e do U2, que em 1991 lançaram discos icônicos.
Em março, o R.E.M. disponibilizou 'Out Of Time', seu sétimo álbum de estúdio, contendo o hit "Losing My Religion". Nessa época o U2 ainda estava gravando o trabalho que seria lançado em novembro, também sétimo de sua carreira: 'Achtung Baby', que trouxe canções como "One", "The Fly", "Mysterious Ways", entre outras.
O frontman do R.E.M., Michael Stipe, falou sobre o forte impacto que o álbum do U2 teve sobre ele. O vocalista explicou que a base do que ouviu em 'Achtung Baby' só seria usada por seu grupo em 'Monster' (1994). Antes disso, o R.E.M. ainda lançou 'Automatic For The People' (1992), sem grandes diferenças de sonoridade.
Ao 'Kyle Meredith With', Stipe contou:
"Eles estavam aplicando essa distância irônica a si próprios, para serem capazes de se derrubarem enquanto figuras públicas. Aquilo teve um impacto profundo em mim. Como amante de música, e também amigo daqueles caras, achei fantástico o que eles estavam fazendo e foi minha coisa favorita que eles já fizeram. Então, nós pegamos o mesmo tipo de distância irônica, acidentalmente, eu acho. Eu não acho que fizemos de propósito, mas usando o glam rock como uma base, foi isso que 'Monster' se tornou".
'Achtung Baby' não foi o único momento do U2 a deixar Michael Stipe impressionado. O artista também comentou a respeito do single "Beautiful Day", do álbum 'All That You Can't Leave Behind' (2000), que lhe causou um sentimento dúbio:
"Eu amo aquela música. Me deixa com raiva não tê-la composto".