Ele sempre foi exatamente o oposto de um guitar hero. Com ele, você não pensaria em poses machistas, seus solos - caso ele tocasse algum - são geralmente muito breves e, em vez de dedilhar riffs, ele liga os acordes para criar seu som de filigrana característico. The Edge é o anti-herói entre os guitarristas. E até a mãe dele o chamava de The Edge.
Uma vez questionado por uma equipe de televisão sobre qual ele consideraria seu trabalho de guitarra mais inovador, ele tocou a fita master para eles de "With Or Without You" do U2 - o final, uma sequência simples de acordes que se repetem e desaparecem lentamente. Menos é mais. "Eu não posso fazer isso de jeito nenhum melhor do que isso", disse ele e olhando para a câmera, um pouco tímido.
O eufemismo é típico do homem de voz suave. Sendo o arquiteto sonoro e o elemento estabilizador do U2, é o maior contraste imaginável com Bono, o inquieto cruzamento entre pop e política.
Existe alguma música de protesto que The Edge consideraria atemporal?
"Deixe-me pensar. Gosto quando a música expressa algo que as palavras por si só não conseguem. Então, no que diz respeito a isso, "Machine Gun" de Hendrix seria minha favorita. Essa música – para mim – captura a Guerra do Vietnã de uma forma muito perturbadora. É como uma pintura da guerra, com todas as suas tonalidades. O que se deve mais à música do que à letra".
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