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sábado, 11 de novembro de 2017
U2 divulga carta contra Aung San Suu Kyi
U2.COM
Nota assinada por Bono, Edge, Adam e Larry
ISTO, NÓS NUNCA IMAGINAMOS......
Começamos a campanha para a libertação de Aung San Suu Kyi há quase duas décadas.
Nós fizemos isso com a Anistia Internacional, que apoiamos há muito tempo, como tantos outros, porque ficamos horrorizados com a brutalidade dos militares e suas repressões de liberdades básicas.
O público do U2 são conhecidos por suas opiniões fortes e impaciência para a injustiça, mas esta questão parecia fora da alçada dos fãs em termos de envolvimento. Fizemos o que pudemos em cima do palco para sensibilizar as pessoas, mas muitos de vocês pularam dentro desta campanha e a levaram para onde quer que fossem... às vossas faculdades, às vossas casas, aos vossos amigos, aos vossos governos.
Quando Aung San Suu Kyi foi libertada, nós comemoramos dando socos no ar.
Quando ela veio para Dublin para agradecer a Irlanda e a Anistia Internacional, nós irlandeses não poderíamos ter ficado mais orgulhosos.
Quando seu partido NLD (Liga Nacional Pela Democracia) venceu nas eleições e ela se manteve firme para se tornar de fato chefe de um país, uma jornada impossível parecia estar chegando ao seu destino. Queríamos dar um suspiro de alívio, mas em vez disso, a respiração ficou presa. Ela construiu sua reputação em sua recusa de comprometer suas crenças (bem como sobre o sacrifício pessoal que envolveu), mas formar um governo requer uma certa quantidade de pragmatismo. Temíamos que a brutalidade militar seria rápida de se mostrar novamente se ela ultrapassasse a marca, e enquanto esperançoso para o progresso, nós nos perguntamos se iríamos nos encontrar mais uma vez fazendo campanha para sua libertação.
Mas o que aconteceu este ano, e em particular nos últimos meses - isto, nós nunca imaginamos.
Quem poderia ter previsto que se mais de 600.000 pessoas estivessem fugindo de um exército brutal por medo de suas vidas, a mulher que muitos de nós acreditavam que teria a voz mais clara e mais alta sobre a crise, iria ficar quieta. Por estas atrocidades contra o povo Rohingya que está acontecendo na frente de seus olhos, isso enche nossas mentes e partem nossos corações.
Em nome do nosso público que bravamente fez campanha para ela, tentamos várias vezes falar com Aung San Suu Kyi diretamente sobre a crise em seu país e a desumanidade dirigida ao povo Rohingya. Esperávamos falar com ela esta semana, mas parece que esta ligação agora não vai acontecer.
Por isso, dizemos à todos vocês agora o que teríamos dito a ela: a violência e o terror que estão acontecendo ao povo Rohingya são atrocidades terríveis e devem parar. O silêncio de Aung San Suu Kyi está começando a parecer muito como um consentimento. Como Martin Luther King disse: "A tragédia final não é a opressão e a crueldade das pessoas más, mas o silêncio sobre isso pelas pessoas boas". O tempo passou há muito tempo para ela se levantar e falar.
Sabemos que Aung San Suu Kyi tem em sua frente verdadeiras complexidades que o mundo exterior não pode entender - mas nem devemos. A complexidade da situação em Mianmar que ela herdou de seu pai não influenciou ela para comprometer seus ideais em 1998, nem deveria agora. Em algum momento, um ato de equilíbrio frágil torna-se um pacto faustiano.
Também acreditamos que não podemos direcionar nossa raiva somente em sua direção, mas também para as mãos daqueles que estão cometendo a violência. Min Aung Hlaing não é um nome muito reconhecido fora de Mianmar - deveria ser. Este homem é o comandante-geral da chefia dos serviços de defesa que não responde a ninguém quando uma ameaça de segurança é declarada. Embora isto não seja desculpa para seu silêncio, Aung San Suu Kyi não tem qualquer controle, constitucional ou de outra forma, sobre as suas ações, e é ele quem autorizou e supervisionou o terror contra o povo Rohingya sob o pretexto de proteger Mianmar do terrorismo. Condenar ela e ignorar ele é um erro. Se este horror dos abusos dos direitos humanos parar, e se as condições a longo prazo para o reassentamento das pessoas Rohingya estiverem ocorrendo, o General Min Aung Hlaing e seus militares devem ter o mesmo foco da ação internacional e da pressão como Aung San Suu Kyi e o seu governo civil.
A banda queria agradecer a todos vocês que tomaram medidas em nome de Aung San Suu Kyi e Mianmar no passado. Fizemos campanha de boa fé juntos para sua libertação. Se você quiser fazer campanha novamente pela paz e democracia em Mianmar, e tomar medidas para apoiar o Rohingyas, por favor, apoie a ação da Anistia Internacional em seu site.
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