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terça-feira, 7 de novembro de 2017
Bono explica sobre o envolvimento de seu nome no Paradise Papers
O vazamento de documentos sigilosos e informações sobre um investimento num shopping na Lituânia, colocou Bono no meio do escândalo dos Paradise Papers. Os documentos são de dois escritórios especializados na abertura de empresas offshores e de um banco de dados com empresas de 19 países. Offshore é, literalmente, uma empresa "fora da costa", ou seja, no exterior. Geralmente são registradas em jurisdições com tributação baixa - ou nenhuma - regulamentação pouco rigorosa do setor financeiro e regras severas de segredo bancário. Os 13,4 milhões de arquivos divulgados são da série jornalística batizada de Paradise Papers. Esses arquivos mostram nomes de pessoas ao redor do mundo que mantinham dinheiro nos chamados paraísos fiscais. As informações do Paradise Papers são relativas a um período de 66 anos: entre 1950 e 2016. A maior parte dos dados vem de documentos secretos da Appleby, empresa especializada na abertura offshores. Somando todos os bancos de dados vazados, são 25 mil offshores no exterior. Desse total, mais de 18 mil estão concentradas em apenas dois territórios britânicos: Bermudas e Ilhas Cayman, no Caribe.
Algumas das 25 mil empresas offshore são de propriedade de celebridades da política e da classe artística. Foi onde o nome de Bono apareceu.
Segundo os documentos, o nome do vocalista está ligado à uma empresa offshore baseada na ilha de Malta para pagar por ações de um shopping center em Utena, uma pequena cidade no interior da Lituânia.
O investimento no Aušra (palavra lituana para "amanhecer"), — teria sido no nome de batismo Paul David Hewson, revela a investigação Paradise Papers, levada a cabo pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação.
Segundo os documentos revelados pelo jornal britânico The Guardian, Bono era um investidor na empresa Nude Estates, que comprou o Aušra Mall, um centro comercial em Utena — uma cidade com apenas 26 mil pessoas — no nordeste da Lituânia em 2007, por € 5,8 milhões (cerca de R$ 22 milhões). O centro comercial, com 3,7 mil metros quadrados, abriu em 2006. Cinco anos depois, o shopping foi transferido para uma empresa em Guernsey, uma pequena ilha no canal da Mancha, chamada Nude Estates 1. Dois anos depois, a Nude Estates original fechou.
A escolha das ilhas teria sido feita para evitar impostos mais altos. Em Malta, investidores estrangeiros pagam apenas 5% sobre os lucros de empresas, enquanto em Guernsey não há nenhuma taxa. O The Guardian, destaca, no entanto, que qualquer renda levada de volta ao Reino Unido ou à Irlanda estaria sujeita a impostos.
Bono em nota para a imprensa afirma que era "um investidor passivo e minoritário na Nude Estates Malta Ltd, uma empresa legalmente registrada em Malta até sofrer uma liquidação voluntária em 2015. Malta é uma jurisdição bem estabelecida na União Europeia." Bono também era um investidor minoritário na empresa de Guernsey.
Bono escreveu: "Seria angustiante, mesmo sendo um investidor passivo e minoritário, que algo nada menos que exemplar tenha sido feito com meu nome incluso", destacando que os administradores da empresa "lhe garantiram que ela cumpria totalmente com as obrigações fiscais, respeitando as regras de impostos". Bono disse ainda que, "de qualquer maneira, celebro estas revelações e uma auditoria é bem vinda. Levo esta questão muito a sério. Sempre defendi que proprietários de empresas 'offshore' sejam transparentes, e é por isso mesmo que o meu nome consta nestes documentos. Não deveria haver necessidade de documentos serem vazados para se entender onde as coisas acontecem e como".
Informações dos sites: Nexo - BBC - The Guardian
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