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quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Empresário Franco Bruni tentava trazer o U2 ao Brasil desde 1990


Da Folha De São Paulo

Em agosto de 1997, aconteceu um anúncio em São Paulo, da parceria entre a MTV e o empresário carioca Franco Bruni para viabilizar a turnê 'PopMart' do U2 no Brasil, e naquele momento, a Coca-Cola, tradicional patrocinadora de megaeventos no país, piscou o olho na direção da banda irlandesa.
"A Coca-Cola está muito interessada em entrar no negócio. Já havíamos recebido seis ou sete promotores diferentes afirmando que trariam o U2 ao país, mas agora, com tudo mais definido, caminhamos para uma decisão rápida", disse o consultor de eventos da empresa, Salvador Zammatara.
"A MTV entra com a facilidade que possui em contatar patrocinadores. Sem isso, a turnê não será possível", afirmou Bruni. "O prazo é apertado, temos até 29 deste mês para submeter ao U2 o rol de patrocinadores interessados."
Bruni, empresário na época mais ligado a eventos esportivos para as Forças Armadas e atividades assistencialistas, afirmou que negociava com o U2 há sete anos.
"Em 1990, me associei ao italiano Francesco Tomasi, o promotor da turnê européia do U2. A banda se interessou pelo fundo assistencialista da minha atividade, e desde então tenho o compromisso firmado com eles. Estamos apalavrados também com o Pink Floyd."
"A MTV está colocando sua força para a viabilizar o show. Nossa diretoria comercial vai centralizar a campanha", afirmou o diretor de publicidade, Guilherme Valentini.
O diretor geral de negócios da MTV, André Mantovani, detalhou as propostas de patrocínio: "Temos dois modelos, de um patrocinador principal, que arcaria com US$ 5 milhões, mais dois co-patrocinadores de US$ 2,5 milhões cada, ou de quatro patrocinadores por US$ 2,5 milhões cada".
O cachê da banda, segundo a MTV e Bruni, foi de cerca de US$ 8 milhões. Bruni afirmou que o preço dos ingressos deveria oscilar entre R$ 30, no mínimo, e R$ 55, no máximo, para setores como arquibancadas e gramado.
A 22 dias do prazo final, não havia nenhum patrocínio fechado. "O processo só não está mais avançado por causa do tumulto criado pelos outros promotores. A disputa interna inflou os preços do show", disse Bruni.
"Estive num banco, por exemplo, e me disseram que quatro outros promotores já haviam colocado propostas. Como alguém poderia fechar um patrocínio assim?"
Já havia também um acordo firmado com a produtora executiva Backstage, responsável pela infra-estrutura de shows como os de Madonna e Rolling Stones.
"Temos um contrato de risco. Se os patrocínios acontecerem mesmo, passamos para o contrato formal", afirmou o proprietário da Backstage, Nelson Druckerr.
Ele disse que a pequena tradição de Bruni em megaeventos não era fator de preocupação. "Ele mostrou que tem facilidades com a banda. Se se cercar de gente boa do mercado, não haverá problemas."
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