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sexta-feira, 29 de agosto de 2014

The Black Rider: a peça que inspirou o personagem Mr. Macphisto

No final de janeiro de 1993, Bono e Edge foram à Hamburgo participar de um festival teatral contra o racismo no Teatro Thalia, um período extremamente difícil para os alemães, já que a reunificação tinha acontecido pouco tempo antes e a tensão era evidente.
Após assistirem The Black Rider, em que um personagem chamado Pegleg faz acordo com o Diabo, os dois tiveram a idéia de extrapolar isso.


The Edge, no livro U2 BY U2: Nós assistimos a apresentação do The Black Rider, que era um musical composto pelo Robert Wilson, William Burroughs e Tom Waits. Era baseado em uma história folclórica alemã sobre fazer acordos com o diabo, que era um personagem mefistoleano chamado Pegleg. Então quando Bono começou a pensar no novo personagem, nós pensamos no diabo. Nós imaginamos como ele deveria ser, como ele deveria agir. O Bono fez um discurso durante a coletiva que dizia, ‘Ridicularize o diabo e ele irá fugir de ti. Temer o diabo leva a uma devoção a ele’. Outra inspiração foi um personagem que vimos em Madrid. Madrid é um dos poucos lugares onde você se sente normal mesmo estando na estrada, porque a maioria das pessoas ficam na rua até mais tarde e festejam ainda mais do que você. Nós acabamos uma noite em uma barulhenta boate, já durante as primeiras horas do dia, vendo esse cara passar. Ele provavelmente já tava na casa dos sessenta e vestido de forma impecável, um agradável cavalheiro espanhol, vagabundando em uma boate, ignorando todo mundo, mas meio que acenando para uma platéia imaginária. Isso foi muito extraordinário. Eu não sei até que ponto ele estava sob a ação de drogas psicodélicas ou ele era apenas um artista excêntrico e um farsante, mas nós o observamos por uns bons vinte minutos e nos deu muitas idéias.



Bill Flanagan, em seu livro 'U2 At The End Of The World', também mencionou The Black Rider:

"O diretor Robert Wilson estava em Hamburgo para as filmagens da nova versão de The Black Ride, com o roteiro de William Burroughs e música de Tom Waits.
Bono foi ver o The Black River, no Teatro Thalia, e com todos os esforços para seguir a tradução em alemão dos escritores americanos, o terror da lenda alemã ressurgiu. Na história, um jovem homem deve ser aprovado em um teste de tiro ao alvo para poder se casar com a filha do capitão. O diabo se oferece para ajudar o garoto, lhe dando balas mágicas que ele garantia que iriam atingir qualquer coisa que ele mirasse - exceto por uma bala, que irá atingir o alvo secreto do diabo. O jovem rapaz fez o acordo, e a bala do diabo matou a sua noiva (que negro coração decidiu que o Burroughs deveria adaptar essa história?). O ator Dominique Horwitz interpretou o diabo - chamado Pegleg - como um sorridente, mais parecido com uma performista de um cabaré alemão do que um Mefístoles tradicional. O show acaba com o Pegleg sozinho no palco, com um casaco de linho branco, cantando, como um animador de clube noturno, a sentimental “The Last Rose of Summer”, do Wait.
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