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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Paul McGuinness: o importante para o U2 era ser uma grande banda ao vivo, para não precisar depender do sucesso dos discos

Empresário do U2 por 35 anos, Paul McGuinness recentemente anunciou sua aposentadoria, e a banda anunciou Guy Oseary como seu substituto.
A Billboard publicou uma longa entrevista com Paul McGuinness, que foi traduzida em sua íntegra pelo site U2BR (www.u2br.com).

As passagens mais interessantes, retiradas da tradução do site U2 Brasil:

"Eles eram muito inteligentes, isso era a primeira coisa que ficou clara. Eles eram ambiciosos, interessados no que estava acontecendo com outras bandas e se preocupavam muito com a performance ao vivo. Bono particularmente procurava descer do palco, procurando contato com o público. Mesmo novo, ele era muito carismático.
Era muito difícil conseguir um contrato de gravação. Eu os achava tão bons, que me surpreendeu o fato de todas gravadoras de Londres deixarem eles de lado. Nós tivemos algum sucesso conseguindo a atenção de um funcionário da A&R, mas nós não tivemos sorte, ou os shows não foram bons ou a A&R nem foi vê-los. Levou um tempo surpreendente para conseguir um contrato e no final o contrato que conseguimos com a Island Records foi o único oferecido.
Nós sempre soubemos que tínhamos duas carreiras paralelas: uma ao vivo e uma gravando. Nós sentimos instintivamente nos primeiros anos que era importante ser uma grande banda ao vivo, para que não precissássemos depender do sucesso dos CD's. O primeiro álbum ('Boy', 1980) foi, como você disse, criticamente bem recebido, mas não teve nenhum hit. Os hits desse álbum vieram muito depois. O segundo álbum ('October', 1981) foi gravado com um pouco de pressa e olhando para trás, foi bem fraco. O terceiro álbum ('War', 1983) conseguiu o primeiro lugar em vendas no Reino Unido, e nesse período, o álbum ao vivo que lançamos em Red Rocks (No Colorado, 'Under a Blood Red Sky') e o filme que acompanhava ('Live At Red Rocks') realmente serviu para banda ser conhecida em vários países. 'The Unforgettable Fire' em 1985 foi o número 1 na maioria dos países europeus e foi bem aceito nos Estados Unidos.
Foi quando começamos a tocar em arenas nos Estados Unidos. Nós construímos um histórico forte de performances na América. Eu acreditava que isso era muito importante, e no começo dos anos 80 nós gastávamos 3 meses nos Estados Unidos, todo ano.
Uma das mais importantes conexões que nós já fizemos foi com o Frank Barsalona e Barbara Skydel no Premier Talent, que realmente acreditou na banda. Eles podiam ver que banda era muito forte ao vivo. Eu aprendi muito só conversando com o Frank. Eu gostava de sentar em seu escritório até tarde quando todo mundo já tinha ido para casa, e Barbara era a nossa agente responsável. Eles foram duas grandes forças para o sucesso da banda.
Na Europa e outros territórios fora da América do Norte nós tivemos um agente igualmente brilhante, o Ian Flooks e sua companhia 'Wasted Talent' – uma grande agência na Europa quando nós começamos. Eles escolheram o U2 bem no começo, e nós fizemos todas as datas que fizemos na Europa ou por causa deles, ou por outro agente na Irlanda chamado Dave Kavanagh. E nós trabalhamos com promoters como Leon Ramakers e Thomas Johanssen na Europa desde o primeiro dia, assim como Michael Coppel na Austrália.
Trabalhar com agentes foi fundamental para o começo do sucesso do U2. A banda queria ser boa ao vivo, e eles estavam preparados para por muito tempo e esforço na turnê, e eu também. Nós não estávamos preparados para ser como as típicas bandas inglesas punks. Eu comparecia bem em todos os shows que eles faziam.
Muitos shows que se destacaram foram no Madison Square Garden. É um lugar muito especial para todos nós, e Nova Iorque sempre foi muito importante comercialmente porque sempre foi uma potência comercial. Nós costumávamos tocar várias noites no Ritz (agora Webster Hall), e o dinheiro que fizemos subsidiaria todo o resto da turnê.
Nova Iorque tinha rádios bem fracas no começo dos anos 80. Elas eram WNEW e WPLJ, e nenhuma delas tocava U2. Nós erámos apoiados pela estação de Long Island chamada WLIR. Realmente, nós arrasamos em Nova Iorque pela performance.
Em Los Angeles era mais fácil, porque a KROQ escolheu o U2 logo no começo, então o primeiro show que aconteceu em Los Angeles foi no Country Club, com 1.200 lugares. Esgotou-se porque nós tínhamos aquela rádio como suporte. Robert Hilburn tinha escrito sobre o U2 no L.A. Times antes mesmo de estarmos lá. Então toda vez que conhecia alguém em L.A. a pessoa falava: 'Oh, sim, eu me lembro de ver eles no Whiskey ou no The Troubadour', Eu dizia: 'Então, na verdade, você não viu. Nós nunca tocamos em nenhum desses lugares'. A primeira vez foi no The Coutry Club e a segunda vez foi no Santa Monica Civic, e essa foi a rota da primeira turnê. Los Angeles foi sempre muito forte comercialmente para nós, e assim também era Chicago, de novo, porque nós tínhamos bons promoters. E não consigo lembrar onde nós tocamos primeiro, mas eu tenho certeza que foi por causa da Arny, da Jam Productions, e do Jerry do Mickelson.
Boston era um lugar bem natural para nós porque era uma cidade irlandesa, e de novo lá tinha um grande promoter. O primeiro show que nós tocamos em Boston foi pela Don Law (agora Live Nation) no The Paradise. Lá tinha uma ótima rádio, a WBCN.
Quando eu comecei a trabalhar na América, foi quando o U2 estava gravando seu primeiro álbum. Eu fui a Nova Iorque e tentei marcar um encontro com Frank Barsalona mas meu pai tinha acabado de falecer na Irlanda. Eu liguei para o escritório de Frank e disse, 'O encontro que tínhamos marcado, eu não vou conseguir ir porque meu pai morreu, mas eu volto na semana que vem.'. Então ele tinha que me ver como – o cara que perdeu o pai – e nós nos tornamos muito próximos depois disso. Eu adquiri uma ótima educação com ele. Ele redigia monólogos, e eu estava muito feliz em sentar e ouvir."
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