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A produção do musical mais caro da Broadway enfrentou inúmeros problemas, o que não aconteceu com a gravação da trilha do espetáculo. Ela ocorreu de forma até tranquila, mesmo com suas mudanças de última hora e a crise de prazo inerente.
A primeira vez que Steve se envolveu com o projeto, foi após receber um telefonema de Bono no inverno de 2011, lhe pedindo para conferir uma performance do show. No intervalo, ele se encontrou em uma das salas do teatro, com Bono e Edge, e Steve foi sincero: “Não parece muito bom, Bono.”
O vocalista respondeu: “Não mesmo, você tem razão. Estes músicos são fantásticos, mas alguma coisa não está sendo traduzida.”
A dupla do U2 estava um pouco perturbada em relação à como estas canções soariam. Eles haviam passado muito tempo escrevendo e trabalhando com as músicas. Não havia muito o que fazer para um álbum, pois era o som para um teatro, não havia equipamentos de som como no rock.
Havia sim muita coisa para ser corrigida, mas Steve naquele momento ainda não podia apontar o dedo para nada.
Era uma performance na Broadway, então não existia regras reais de como elas deveriam soar. Ao contrário do rock and roll, um show da Broadway precisa apelar para as pessoas entre as idades de 8 e 80 anos, então eles estavam cientes de que havia uma medida de compromisso necessário.
Assim, o primeiro passo de Steve Lillywhite foi tentar descobrir o por que do som não soar tão grande.
E Steve achou o problema: “Um dos problemas é que não havia nenhum fosso de orquestra. Por baixo do palco estavam os mecânicos. A banda e a orquestra estavam dois andares abaixo, então, basicamente, não havia nenhuma acústica natural entrando no teatro. Claro, milhões e milhões foram gastos com recursos visuais.”
Steve já tinha o álbum em mente, e depois que ele fez o que pôde com o som dentro do teatro, Bono disse na frente de todos: “Você está fazendo o álbum, não é?”
Assim ele jogou a coisa para cima de Steve, e muito bem.
Bono e Edge não queriam que fosse apenas um “cast album”, e o próprio Steve disse que não poderia ter sido uma gravação só com o elenco, porque diariamente eles modificavam bases. Por isso, decidiram pegar as canções e fazer um grande álbum, que é o que Steve sempre fez com o U2 por 30 anos. Mas ele deixou claro que não seriam os mesmos arranjos de uma gravação do U2.
“Rise Above 1″, com Reeve Carney e Bono nos vocais, foi o primeiro single e uma grande canção. Tirando ela fora do contexto do Homem-Aranha, pode ser colocada ao lado de algumas das músicas mais memoráveis do U2.
Steve revela detalhes sobre a gravação: “Originalmente, ela foi baseada na versão do show, em que o segundo refrão é cantado por uma das meninas do elenco, e ela não soava em nada como um single. Mas sabíamos que tínhamos um grande coro, por isso decidimos entregá-la ao inteligente Alex Da Kid, para ele fazer um remix.
Ele decidiu que não poderíamos ter uma garota cantando um verso, então Bono decidiu reescrever ambos os versos. Em seguida, Bono disse: “Devemos tentar me deixar cantar para a versão do álbum”.
Então, colocamos ele para cantar contra o vocal de Reeve, e a voz dele soou tão bem, que tivemos que usá-lo na versão do álbum.”
O espetáculo incorpora também algumas canções originais do U2. Há uma cena envolvendo Flash onde você pode ouvir “New Year’s Day” no rádio, outra onde “Beautiful Day” toca no fundo. Há uma grande cena de dança com “Vertigo” e eles mencionam “Sunday Bloody Sunday”.
O álbum não demorou muito tempo para ser finalizado, considerando o tempo que demora um registro do U2.
Mas na gravação da trilha sonora, houve um elemento clássico de gravações do U2: as letras sendo escritas no último minuto e virando aquela loucura.
Steve Lillywhite deu mais detalhes: “Trabalhamos nos estúdios MSR (Manhattan Sound Recording), em Nova York, que está localizado a seis quarteirões do teatro. Tivemos uma orquestra de 25 peças e uma banda de oito peças tocando ao mesmo tempo. Grandes pessoas, grande diversão.”
Steve teve muita liberdade para ajudar Bono e Edge realizarem o pleno potencial de suas canções. E há canções do álbum que são bastante diferentes das que estão no show.
Uma vez que algumas das pessoas do show ouviram as gravações que ele fizeram, eles disseram: ‘Oh, isso soa muito melhor mesmo.”
Steve conta qual foi um dos seus maiores desafios na produção: “Bono se comprometer com as letras, mas isso é um desafio que eu enfrento há 30 anos, porque ele se preocupa demais. E não foi culpa dele, porque o enredo mudou completamente, no que ficou conhecido como o Homem-Aranha 1.0 e 2.0. No primeiro Homem-Aranha, Aracne era a vilã, e em 2.0, ela é a musa.”
Steve finaliza: “No espetáculo há uma incrível mensagem: grandes poderes trazem grandes responsabilidades. Isso é tão Bono!”