Em entrevista, Edge falou sobre o U2 se reinventar na década de 90, o que aquela fase representou para eles, e sobre a música politizada da banda:
"Olhando para trás, creio que fizemos coisas muito fortes até sem perceber. Coisas estranhas que se mostraram fortes na década de 90, como as canções para o álbum do 'Passengers' e Batman com "Hold Me Thrill Me Kiss Me Kill Me". Talvez até sejam mais fortes do que foi produzido durante os anos 80. Mas, de qualquer maneira, sou muito orgulhoso de ambas as fases, elas são diferentes. Talvez mostrem a evolução da banda. Creio que o legal é ficar misturando as faixas das coletâneas do U2 das fases de 80 e 90, e perceber isso.
Na década de 90, foi uma espécie de missão para reinventar a banda. Nós estávamos presos a um tipo de imagem, que até podia ser confortável, mas incômoda e irreal. Éramos visto como a banda que ia salvar o mundo, quando na verdade tudo o que fazíamos era escrever músicas que nos agradassem, que exprimissem nossas ideias. Então, no início daquela década, tentamos sair do estereótipo da banda, que era quase uma caricatura de quatro homens legais empenhados numa cruzada moral para salvar o mundo e partimos para novas jornadas musicais, mais experimentais, mais relacionadas com a imagem de uma banda que compõe e cria melodias.
Como Bono já disse, é no meio da contradição que você pode encontrar aspectos inusitados para criar. E estávamos vivendo um pouco disso, certamente.
Acho que sempre fomos uma banda politizada e muitas músicas nossas podem ser políticas, mas é importante que muitas outras servem para contrabalançar isto. Música é o reflexo daquilo que sentimos e é interessante se ver o quadro completo, não só pela ótica política."