Ela foi escrita no violão, com Bono e The Edge tocando as cordas como nos últimos dias de Simon e Garfunkel. A música lembrou Bono do 'The Fugees', ou mesmo 'Boyzone', e ele se tornou ferozmente animado sobre o seu potencial. “Eu pensei – isso é como puro pop. Agora uma gota de ácido nela”.
O que emergiu é uma clássica balada U2 aos moldes de ‘One’, uma música com um sutil puxão emocional que é brilhantemente destacado pelo arranjo soberbo. Ritmicamente, Adam Clayton e Larry Mullen forneceram uma luz, preguiçoso ritmo skank, e então Howie B começou a trabalhar. “Ele veio a bordo no meio do caminho de vida da canção”, Flood relembra, “e ele estava envolvido na maior parte da engenharia e do ponto de vista da mixagem. Ele pegou todos os elementos que estavam no tape e durante um período de tempo ele conseguiu refiná-los, em seguida, mais overdubs foram colocados e ele fez uma pausa a partir dele, mas voltou ao ponto certo no final e amarrou tudo junto. Eu penso que é uma das faixas que está mais perto do seu coração”.
A marca de Howie B está lá completamente nos barulhos trances subterrâneos e espaços inesperados – mas há um sublime e quintessencial momento Howie. Pegando uma amostra do hi-hat de Larry, e diminuiu um par de oitavas, ele liberou o som resultante para um magnífico efeito dramático. Da mesma forma o coro de crianças – ou anjos – com o qual a faixa termina poderia ser um elevador direto para o álbum Music for Babies. E ainda de muitas maneiras esta é a faixa que é mais impenitente no promontório U2.
Os links que voltam para Zooropa são óbvias referências de Bono para a faixa como uma espécie de ficção científica gospel. Edge descreve-a como um country hip-hop. Gavin Friday pensa sobre o country também – foi ficção científica. “É uma canção clássica”, ele acredita.
Mas o que é isso tudo, então, hein?
A maior parte dos álbuns do U2 tinha sido concebida com uma localização imaginativa com um tipo ou outro em mente. 'Pop' era diferente. “A gravação não parecia ter nenhum lugar físico que o centrasse”, Bono explica. “Ao invés disso, para mim as músicas soavam como conversas. Conversas ouvidas. Ou conversas que você tem consigo mesmo. É como um filme que abre no meio de uma cena. Você é levado imediatamente para a ação e há muitos poucos argumentos acontecendo. É como estar em uma banda, de verdade (risos)”.
Isso é certamente o que está acontecendo em ‘If God Will Send His Angels’, mas há uma desolação essencial nas imagens que estão sendo pintadas: vagamente sobre um cara espancando a namorada.
Bono a descreve como sendo uma canção azeda, “mas você ainda pode ouvir em algum lugar lá, através da música”, ele adiciona. “Você pode sentir que há luz lá”. Perguntado sobre qual era o tema do álbum, Edge foi bem humorado. “Amor, desejo e a crise de fé”, ele disse, “A coisa usual”. Em ‘If God Will Send His Angels’, a crise atinge proporções epidêmicas. Em
um mundo onde o amor tomou um trem rumo ao sul, os cegos estão guiando a loira e Deus tem o seu telefone fora do gancho, não há muito que insistir. “Então onde está a esperança, a fé e o amor?”, Bono pergunta.
As eternas questões....
Agradecimento: Rosa - Achtung Zoo
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