A cantora irlandesa Sinéad O'Connor morreu aos 56 anos.
Em nota, a família da cantora disse: "É com muita tristeza que anunciamos o falecimento de nossa querida Sinéad. Sua família e amigos estão devastados e pediram privacidade neste momento tão difícil".
O U2 prestou uma homenagem sincera a Sinéad O'Connor. A banda escreveu nas redes sociais: "Touch these eyes with a broken smile, Touch my mouth with your furrowed brow, Lift my heart, heal my shame , Lead me into rest again .. Heroine.. Rest In Peace Sinéad".
Em sua homenagem, o U2 usou parte da letra e fez referência à famosa canção que Sinéad O'Connor co-escreveu com The Edge para a trilha sonora do filme 'Captive'.
Sinéad O'Connor disse em 2018 que gostaria de viver mais que Bono para que ele não pudesse falar em seu funeral.
Ela escreveu no Twitter: "Você quer saber o que me impede [de fazer algo] sempre que me sinto suicida (raramente) desde 2016 (não fiz nada de tolo desde então)? É a ideia de que o Bono poderia falar no meu funeral. #ReasonsToKeepLiving"
Em um próximo tweet, ela ainda disse: "ele faria merda, é isso".
A morte de Sinéad O'Connor fez com que artistas de todos os segmentos da música se manifestassem fortemente nas redes sociais sobre a perda da cantora. Algo bastante comum nos dias atuais quando um ícone do passado se vai. E Morrissey, um artista que não usa redes sociais, escreve apenas em seu site oficial, enviou uma mensagem aos fãs para lembrar a hipocrisia que acontece no mundo digital neste momento de dizer adeus para alguém que marcou o passado.
O cantor destacou que Sinéad O'Connor sofreu o maior cancelamento da história da música: foi abandonada por sua gravadora depois de vender milhões de álbuns e encher os bolsos dos empresários. "Ela nunca foi elogiada até sua morte. Vocês a elogiam agora APENAS porque é tarde demais. Vocês não tiveram coragem de apoiá-la quando ela estava viva e ela estava procurando por vocês", escreveu o ex-Smiths.
Tentando dar um tapa na cara nos meios de comunicação e outro na da sociedade, que descartam facilmente seus ídolos, ele diz: "A imprensa rotula os artistas como pragas por causa do que eles retêm… e chamavam Sinéad de triste, gorda, chocante, louca… Ah, mas hoje não! CEOs de música que haviam colocado seu sorriso mais charmoso ao recusarem seu trabalho estão fazendo fila para chamá-la de ícone feminista".
O texto de Morrissey prossegue, dizendo que as celebridades artificiais estão se espremendo no Twitter para escrever suas baboseiras: "Foram VOCÊS que falaram para Sinéad desistir… porque ela se recusou a ser rotulada, e foi degradada, pois aqueles poucos que movem o mundo são sempre degradados. Por que ALGUÉM está surpreso que Sinéad O'Connor esteja morta? Quem se importou o suficiente para salvar Judy Garland, Whitney Houston, Amy Winehouse, Marilyn Monroe, Billie Holiday? Para onde você vai quando a morte pode ser o melhor resultado? Essa loucura musical valeu a vida de Sinéad? Não, não valeu. Ela era um desafio, e ela não podia ser encaixotada, e ela tinha a coragem de falar quando todos os outros ficavam na segurança do silêncio. Ela foi assediada simplesmente por ser ela mesma".