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segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Franco Bruni queria Daniela Mercury, Carlinhos Brown, Olodum e Novos Baianos na abertura dos shows do U2 no Brasil na Popmart


Sábado, 17 de Janeiro de 1998. Faltando dez dias para a primeira apresentação na história do U2 no Brasil, o diz-que-diz ainda imperava na veiculação de informações sobre a realização do que era considerado o maior show de rock que o país abrigaria.
O empresário Franco Bruni, responsável pela vinda da banda ao Brasil, disse à Folha De São Paulo que um terceiro show em São Paulo, o quarto no Brasil, era perfeitamente possível de acontecer.
E, além de satisfazer os fãs que não conseguiram ingressos, ajudaria a resolver o problema do excedente de 16 mil pessoas (número não confirmado) que comprou ingresso para os shows no Estádio Do Morumbi antes de a capacidade do estádio ser reduzida pelo Contru (Departamento de Controle de Uso de Imóveis).
"O show extra pode ocorrer naturalmente. Estamos em contato direto com a banda há 10 dias para sua realização", afirmou Bruni.
"Tenho o aval do próprio Bono, que me disse dias atrás que vai fazer o que for necessário para nos ajudar nos shows do Brasil", completou o empresário.
Já a TNA, empresa responsável pelas negociações da turnê PopMart, não confirmou a negociação para o show extra.
"Os promoters brasileiros ainda não nos procuraram para acertar um show extra. Mas acho muito difícil que isso aconteça. Há pouco tempo para organizar as vendas e lotar um novo show", disse o empresário Arthur Fogel, da TNA. Ele disse ainda que o U2 precisaria aprovar as bandas cogitadas para a abertura dos shows brasileiros.
A produção brasileira do show não divulgava números oficiais de ingressos vendidos por setor, no entanto informações anteriores davam conta de que cerca de 20 mil ingressos para a arquibancada já teriam sido vendidas.
O primeiro laudo do Contru, sobre a lotação, permitiria apenas 12 mil pessoas na arquibancada. André Mantovani, da MTV, disse que a produção trabalhava com uma margem de folga que possibilitaria "remanejamento" do público.
Bruni afirmou ainda que estava praticamente fechado o show de abertura das apresentações da banda irlandesa no Brasil.
"Quero fazer uma verdadeira festa baiana para comemorar o fato de estarmos recebendo o U2 no Brasil".
Segundo o empresário, deveriam ser confirmadas as apresentações conjunta da cantora Daniela Mercury, do percussionista Carlinhos Brown e dos grupos Olodum e Novos Baianos.
Questionado se a mistura de axé music e rock não causaria estranheza no público, Bruni afirmou:
"Eu preciso distrair de algum modo as pessoas que estarão no calor para ver o U2 desde as primeiras horas da manhã. E nada melhor que botar a Bahia para representar o país num evento desse porte. Vai ser uma festa".
Segundo o empresário de Daniela, Cacau Bleicker, o convite foi feito e ela tinha todo o interesse em fazer os shows. "Só não confirmamos ainda porque fomos pegos de surpresa e Daniela já tinha compromissos assumidos. Se conseguirmos mudar a agenda, faremos os três shows", disse Cacau.
Para o empresário, haveria em breve uma posição oficial. "Daniela ficou muito contente com o convite e tudo indica que vamos fechar com a produção do U2".
Ela estava sem voz e não pôde se manifestar sobre o assunto.
Moraes Moreira, dos Novos Baianos, disse que o grupo ainda não tinha sido procurado oficialmente, mas que se interessaria em tocar. "A única coisa de concreto é que alguém da produção foi ao meu show no Rio e disse que Novos Baianos era um dos nomes cotados para a abertura. Se eles nos quiserem, acredito que vão falar com a gente", afirmou.
Ivana Souto, empresária de Carlinhos Brown, confirmou o convite feito por Bruni, mas também disse que nada havia sido definido. "O que Bruni pediu, nós aceitamos, mas a decisão nós teremos na semana que vem", disse.
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