PARA VOCÊ ENCONTRAR O QUE ESTÁ PROCURANDO

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Histórias Da Popmart Tour


A turnê Popmart do U2 foi chamada de Flopmart por alguns apocalípticos mais apressados. E, para os desavisados, eram os shows de divulgação de 'POP', o CD "techno" do U2.
Existiram alguns equívocos. Fora um ou outro show americano prejudicado mais por esquemas contratuais do que por desinteresse do público, a turnê foi uma megacartada acertada.

"É, tem vez que o kitsch não funciona." A frase é de Bono para Fábio Massari, ao chegar à pequena sala reservada para a entrevista pós-show na Espanha durante a Popmart Tour, dada exclusivamente ao Brasil.
Bono se referia à brincadeira da banda proposta aos 67 mil pagantes do estádio Olimpic de Montjuic, em Barcelona: um megakaraokê com o clipe de "Macarena", exibido no gigantesco telão.
Não deu certo. Pelo menos 80% do estádio não perdoou e caiu na vaia. Mas nada que abalasse o humor da banda. Até porque, fora essa pequena exceção, o que se viu em Barcelona foi um enorme delírio coletivo em duas horas de apresentação. Grande. Para muitos pretensioso. Sincero. E longe de ser caricatura de si mesmo. O U2 saiu de Barcelona triunfante.

Em uma entrevista no começo da turnê, Bono disse que a principal preocupação do U2 com a turnê seria a música e não a tecnologia, mas isso veio abaixo logo após os primeiros instantes do show em San Diego, na Califórnia.
O abuso das técnicas computadorizadas fez o U2 criar "um filme de ficção científica ao vivo", segundo palavras do diretor Willie Williams.
Esse excesso de efeitos especiais provocou muita reclamação do público americano, durante a primeira etapa da turnê. Em pesquisas de opinião encomendadas pelos organizadores da PopMart nos EUA, a queixa mais constante foi a de "falta de calor humano".
Com a ênfase nos badalados efeitos pirotécnicos, o grupo propriamente dito teria ficado em segundo plano.
As apresentações nos EUA enfrentaram, no leste do país, seus maiores problemas. Quando chegaram a Nova York, por exemplo, apenas o primeiro show teve sua lotação completa.

A intimidade do U2 com Londres, a cidade que bem acolheu a banda no começo dos anos 80, podia ser medida pelos seguidos momentos de comoção explícita. O palco, o lendário estádio de Wembley. Os ingressos, cerca de 80 mil, esgotados havia meses.
Ao simples ameaço do apagar das luzes, prenúncio da chegada do grupo ao palco, o barulho era ensurdecedor; tão logo a palavra POP foi estampada no telão gigante, os urros se propagavam assustadores.
Bono estava em casa. A química entre os londrinos e o U2 fazia o vocalista emplacar discursos emocionados a cada intervalo de canções.
"Espero que este show em Londres esteja sendo tão especial para vocês como está sendo para mim. Lembro-me da primeira vez que fui a um show aqui, em 1978, no Electric Ballroom. Eu amo esta cidade".
Nunca uma massa deve ter pulado tanto, de modo uniforme, na história do rock, como fizeram com "I Will Follow". E por essa e pelos hits que se seguiram, o Wembley se transformou em um imagético karaokê de 80 mil pessoas.
Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...