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segunda-feira, 24 de dezembro de 2018
Bono recorda os momentos marcantes da turnê Popmart em 1997
Bono em entrevista de 40 minutos por telefone para Lúcio Ribeiro da Folha De São Paulo, de Seattle (EUA), às vésperas do último show de 1997 da turnê Popmart:
"Eu acho que fomos um fiasco em Las Vegas, em nosso primeiro show da turnê. Não estávamos preparados, não estávamos bem. Falhamos. Acho que o que ajudou negativamente foi o fato de, pela pomposa organização de nossa turnê, o público e a crítica talvez pensassem que seria um show hollywoodiano, um espetáculo de cassino ou coisa do tipo. Mas nós somos um apenas um grupo de rock. Foi como ter tocado para uma sala vazia.
Mas foi o nosso primeiro, e de certa forma sinto orgulho dele.
Desde então, estivemos nessa viagem ao redor do mundo, tocamos em minha cidade natal, em Dublin, tocamos em Belfast.
Quando nossos caminhões chegaram a Belfast, protestantes e católicos saíram às ruas para nos saudar. Foi o primeiro show em Belfast desde que... Você sabe, temos muitos problemas por lá.
Londres foi um outro ponto alto de nossa turnê. Normalmente o público inglês é frio. Mas o U2 é quente. Por minutos, por horas, esse mesmo público inglês se portou como... brasileiros (risos).
Em Sarajevo foi extraordinário. Estávamos tentando tocar lá fazia quatro anos. Eles gostam muito de música em Sarajevo. Em cada abrigo antibombas, eles têm enormes aparelhos de som. Música para eles é vida. Em uma atmosfera de perigo e morte.
Não dá para descrever o que eu senti ao tocar para aquelas 45 mil pessoas. Sérvios, macedônios, croatas, todos unidos pela minha banda.
Você sabe o que é tocar "Sunday Bloody Sunday" para um povo que vê sangue todos os dias, não só aos domingos?
Eles não deram bola para nossa superprodução, não estavam nem aí. Eles apenas foram ao show e cantaram nossas músicas.
Na Itália, 155 mil pessoas compareceram em um só show...
Tocamos em Nova York no concerto de apoio ao Tibete, promovido pelos Beastie Boys. Os rapazes dos Beastie Boys são excelentes. Queriam que nós tocássemos lá.
Fizemos questão de nos apresentar de dia, queriam que fôssemos a atração principal, mas insistimos em tocar de dia, por 25 minutos, como os outros.
Fiquei muito feliz em cantar nossa canção "One". A letra diz: 'We're one, but we are not the same, and we've got to carry each other, we've got to carry each other' (Nós somos um, mas não o mesmo; temos que nos apoiar uns nos outros). Foi inacreditável".
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