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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Os mistérios de 'Viva Davidoff'

Esta é uma faixa atmosférica quase que desconhecida, porque foi descartada do álbum 'Original Soundtracks 1' e lançada apenas como um B-Side no single de Miss Sarajevo, que é um single um pouco difícil de ser encontrado.
A canção é também em grande parte desconhecida, porque não tem letras, e porque não pode mesmo ser realmente chamada de "música", pelo menos no sentido tradicional da palavra. Se você ouvir a canção em qualquer lugar que não tenha relação ao U2, você provavelmente nunca dirá que é uma canção em que a banda esteve envolvida.

Brian Eno comentou sobre 'Viva Davidoff':
"Com Marius. Ele senta em um canto do lado de fora da sala de controle, o lugar que ele fez de casa, com computador, sequenciador e sampler. Ele corta a música e seqüencia, reorganizando-a em outras coisas. Isto é como alguém que dá uma pintura e diz "Corte isso e cole. De preferência transforme em uma obra-prima" Por um lado eu penso: "Que incrível que você pode fazer alguma coisa com esses fragmentos", mas por outro lado eu acho os resultados emocionalmente leves. Talvez você não possa fazer uma bolsa de seda de uma orelha de porco depois de tudo. Talvez ele só precise de uma melhor informação de nós na frente, uma forte linha ideológica".
Este é um trecho de entrada do diário de Brian Eno de 02 de junho de 1995 (chamado de "A Year With Swollen Appendices").
"Marius" é Marius de Vries, um dos programadores do álbum Passengers. Brian nunca menciona qual a música que eles estão trabalhando, mas com relação a esta entrada específica, a faixa é o que viria à se tornar 'Viva Davidoff', onde Marius é creditado no track. Ela é certamente mais uma faixa de Brian Eno, do que uma faixa do U2.
O ruído de fundo que se ouve primeiramente no início e durante toda a faixa, soa como um coro de insetos em um cenário de uma floresta noturna. Isto reforça a tese que 'Viva Davidoff' é realmente a faixa que Eno refere-se em 05 de junho no diário como sendo parte de uma demo do U2 intitulada "Slow Sitar".
"Esta é uma gravação que eu fiz há muitos anos em Tenkawa, Japão, de uma pequena floresta lá, habitada por um tipo de inseto que faz tudo soar melhor - que é o que levou Michael Brook à batizar os insetos MSG, após o universal sabor potenciador na cozinha Chinesa, o glutamato monossódico. Eu usei a fita muitas vezes".
'Viva Davidoff' não é explicitamente mencionada no diário, mas uma entrada de 05 de junho menciona que Brian fez um mix ambiente de uma faixa chamada "Davidoff" e uma outra canção chamada de 'No Wave Pulse'.
Provavelmente, esse mix ambiente de 'Davidoff' é o mix que entrou no single de Miss Sarajevo, com o título de 'Viva Davidoff'. E isso reforça mais ainda o pouco (ou nenhum) envolvimento do U2 na faixa.
A entrada mais detalhada em seu diário vem de 6 de julho:
"Davidoff hoje?
Os vermes parasitas que causam a seus anfitriões se expor a predadores: há idéias assim - idéias que fazem você esticar o pescoço para fora e preparar-se para a demolição?
Trabalho e falha sobre "Davidoff" - apenas suspensão ambiente. Eu coloquei alguns vocais e um baixo, mas no fim abandonei o navio. É emocionalmente vazia".
Brian então passa a falar sobre como eles então passaram à trabalhar em uma música chamada 'Tokyo Drift' e como isso soou muito melhor.
Davidoff é uma empresa suíça de tabaco. Algumas fontes afirmam que a faixa é uma exaltação para a companhia de cigarros Davidoff (Davidoff Tobacco Company).
Na edição da revista Propaganda, de agosto de 1995, uma citação sobre 'Viva Davidoff':
"A faixa chamada "Tokyo Drowning" está sendo riscada do quadro principal, já saindo do futuro do U2, o futuro de Brian Eno, talvez o futuro de qualquer coisa. Ele foi tocada duas vezes para uma falta geral de entusiasmo dos Passageiros.
A faixa chamada "Davidoff" segue o mesmo caminho: "Podemos dizer o mesmo para ela".

u2.livejournal.com
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