Ao pegar quatro discos lançados por bandas irlandesas na década de 80, você verá escrito nas notas do encarte: "Design by RX for The Creative Department Ltd, Dublin".
São eles:
Virgin Prunes - ...If I Die, I Die
U2 - War
U2 - Under A Blood Red Sky
Silent Running - Shades Of Liberty
RX é Stephen Averill! Era um dos nomes que ele utilizava para o seu trabalho de designer. Ele utilizou este nome apenas nestes dois discos do U2, porém trabalhou com a banda em toda sua discografia.
The Creative Department foi sua premiada empresa, onde ele começou trabalhando predominantemente em publicidade. No entanto, com o sucesso do U2 e de outras bandas irlandesas, seu trabalho passou a ser no meio dos anos 80, 80% relacionado à música e 20% à publicidade.
Ao projetar capas para bandas, Steve visava produzir algo que fosse certo para a banda, mas também elaborasse sobre a música.
"Você trabalha com o que você sente sobre a banda e sua música e o que eles dizem que querem alcançar e que tipo de área eles vão".
Um dos primeiros trabalhos de Steve Averill foi projetar uma capa para o álbum de estreia do U2, 'Boy', e ele sentiu que a imagem de uma pessoa funcionava melhor como capa.
"Várias pessoas na capa dilui ligeiramente o poder da imagem".
A imagem de uma pessoa em particular podia refletir a música de forma mais dinâmica do que uma foto de toda a banda e essa fórmula provou ser um sucesso para Mike Scott, Bryan Ferry e David Bowie.
Para o álbum do U2 'The Joshua Tree', o clima para a capa foi trabalhado com antecedência e um local no deserto foi planejado. O fotógrafo Anton Corbijn procurou as locações em Death Valley, na Califórnia, dez dias antes de fotografar com a banda.
Steve esperou para ver as fotos resultantes antes de criar a capa do álbum 'The Joshua Tree'. A fotografia da capa é tão poderosa que ele praticamente não mexeu muito, já que ele não queria que a tipografia a prejudicasse.
"É melhor deixar a fotografia em seu ambiente mais simples".
Não há como negar que as capas ajudavam a vender discos e, embora Steve Averill tivesse suas próprias ideias, ele estava consciente de que seu trabalho devia agradar à banda, à gravadora e, finalmente, ao comprador do disco.
Muitas bandas irlandesas com as quais Steve trabalhou não queriam se parecer com o U2 e ele tratava cada uma separadamente e nunca usaria imagens do estilo U2 com outra banda.