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terça-feira, 28 de fevereiro de 2017
30 Anos de 'The Joshua Tree': American Dreams
O anúncio da The Joshua Tree Tour 2017 é algo surpreendente por dois motivos. Em primeiro lugar, o U2 sempre tem resistido a nostalgia de álbuns clássicos. Em segundo lugar, já tinham falado sobre os planos para o lançamento do novo álbum este ano, 'Songs Of Experience', que está sendo gravado, e terminarem a segunda parte da turnê iNNOCENCE + eXPERIENCE. Então, o que mudou?
"Bom, as músicas novas já estavam prontas para serem lançadas", disse Bono, "e então o mundo mudou. Tivemos um daqueles momentos onde você diz: vamos adiar ele um pouco'. É um disco muito pessoal e não vai se converter em um disco político da noite para o dia. Mas agora ele precisa ser atualizado com o que está acontecendo no resto do mundo. Todos nós pensamos que seria melhor nos dar um momento para pensar sobre isso. Realmente, nós queremos refletir a nossa resposta."
A ideia inicial do U2 era fazer apenas dois shows, possivelmente em festivais no Reino Unido e nos Estados Unidos, então deixaram o plano de lado, e marcaram três meses de shows nestes locais. Uma inspiração pode ter sido a aclamada The River Tour de Bruce Springsteen, de 2016 - tanto para a maneira em que permitia que Springsteen fizesse um balanço, como seu sucesso monetário (The River Tour foi a maior bilheteria do ano). "Bruce Springsteen disse recentemente", observa o baterista Larry Mullen Jr, "que as canções te trazem de volta e o levam para frente. Eu acredito nisso."
"Se você se recorda, fui um dos que queria cortar a árvore do Joshua", brinca Bono. "Mas acho que a experiência de 'Songs Of Innocence' teve um efeito profundo em todos nós. Se você quiser seguir em frente, você tem que, pelo menos uma vez, ir visitar o passado. Você não tem que ficar lá, mas você tem que visitar."
'The Joshua Tree' - com cerca 30 milhões de cópias vendidas em todo o mundo atualmente - foi a carta de amor ambivalente do U2 para os Estados Unidos, um álbum composto e lançado na era Reagan, que agora vai ser revivido em uma era incerta de Trump. Em 1987, Bono foi citado como tendo dito que as letras do álbum foram sobre "minha paixão pela América e meu medo do que a América poderia se tornar." Três décadas depois, continua a ser uma declaração poderosa.
Quando se trata da recente posse do Presidente de n º 45, o U2 já estabeleceu sua posição, incluindo vídeos da campanha de Trump em seus dois shows que fez no ano passado. Em Las Vegas em setembro, durante a canção "Desire", Bono mostrou um eco do candidato republicano repetindo a frase "O que temos a perder?" com a resposta "Tudo"! Na Califórnia, no mês seguinte, o cantor furiosamente debateu com vídeos de Trump durante "Bullet The Blue Sky" antes de gritar "... candidato, você está demitido!"
"Bem, meus atos contra Trump foi muito mais pessoal do que político, na verdade", diz Bono. "Era uma questão de consciência para mim. Sua ameaça à manifestantes com violência me colocou em guarda diante dele, porque naturalmente eu sou um dos protestantes".
Claro, poucos previram que Trump chegaria à Presidência. Mas agora que ele tem o cargo mais importante, Bono está em um dilema. Como artista, ele vai continuar criticando Trump, sabendo que, como imagem principal da campanha ONE, que luta contra a pobreza global, tomou uma posição bipartidária com Bush e Barack Obama, terá que diminuir sua ira se tiver alguma esperança de trabalhar com ele? É uma pergunta que o cantor ainda está claramente trabalhando a resposta.
"Eu sou um artista, bem como, um membro da ONE, e às vezes, tenho que me levantar e dizer a verdade. No meu trabalho na ONE, se pudermos encontrar terreno comum para trabalhar, estarei muito feliz em fazê-lo. Recebi uma mensagem de um parceiro de muito tempo atrás do Presidente Trump que veio até mim e disse: 'Olha, não estamos pensando no passado, estamos pensando no futuro e por favor esteja pronto para trabalhar junto."
Mas Bono pode realmente se imaginar fazendo isso?
"Meus pensamentos são... se há algo de verdade por trás disso, há compromissos reais - e se a sua filha Ivanka está muito interessada em questões do gênero - então trabalharíamos juntos. Mas eu ainda tenho sentimentos muito fortes sobre a América e é improvável que me detenham."
Em outras palavras, Bono está observando este movimento rápido de notícias, e ficando pronto para qualquer coisa. No entanto, ele insiste que a perna norte-americana da The Joshua Tree Tour 2017 será baseada em problemas e em uma "meditação sobre a América".
"Então, quando eu cantei "Red Hill Mining Town", onde era, é ressonante agora", diz ele. "A América que encontramos quando tínhamos vinte e poucos anos não é diferente do que está lá agora."
Revista MOJO - Edição N° 281
Do site: U2 News (noticierou2.blogspot.com)
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