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sábado, 30 de novembro de 2024

Confidence Man convidou U2 e Noel Gallagher para jantar em sua casa, sem nunca imaginar que eles realmente aceitariam


Na manhã seguinte a uma longa noite de festa com U2 e Noel Gallagher em Melbourne em 2019, Janet Planet e Sugar Bones, da sensação australiana Confidence Man, convidaram seus novos amigos astros do rock para jantar em sua casa em uma noite se eles tivessem uma noite de folga durante sua turnê pela Austrália... sem nunca imaginar que eles realmente aceitariam.
Então, quando The Edge e Noel Gallagher aceitaram esse gentil convite, isso compreensivelmente deixou a dupla e seus companheiros de banda Reggie Goodchild e Clarence McGuffie em um pequeno pânico.
"Reggie e eu ficamos tipo: 'Merda, temos que limpar a casa'", lembra Sugar Bones, compartilhando a história no jornal britânico The Times.
"Não havia taças de vinho e eu fiquei tipo: 'Não podemos servir vinho em canecas'", lembra Janet Planet.
Como aconteceu, os anfitriões não tinham nada com que se preocupar.
"Foi realmente uma experiência muito divertida e descontraída quando eles estavam lá", diz Sugar Bones. "Comemos salsichas, salada e margaritas".
"Noel não comeu a salada", acrescenta Janet. "Ele só come brown food".
As peculiaridades alimentares de Noel Gallagher não tiveram influência no sucesso da noite e, em uma entrevista à BBC 6Music, o líder do Oasis revelou que a reunião ficou "barulhenta"... tanto que um vizinho apareceu de pijama para reclamar do barulho.
The Edge e Noel Gallagher foram até a porta para acalmar o homem, o que provou ser um golpe de gênio, já que ele acabou se revelando um grande fã do U2 e do Oasis.
"Nós dois dissemos dizendo ao cara: 'Cara, você realmente não quer chamar a polícia, quer?'", Noel Gallagher disse ao 6Music, concluindo a história revelando que a paz foi restaurada e todos os envolvidos acabaram tirando selfies juntos.

sexta-feira, 29 de novembro de 2024

O papo descontraído de The Edge com os ex-apresentadores da RTÉ 2FM Johnny B e Johnny Smacks


The Edge falou com os ex-apresentadores da RTÉ 2FM Johnny B e Johnny Smacks sobre o novo lançamento do U2 para marcar o 20º aniversário de 'How To Dismantle An Atomic Bomb'.
Os 2 Johnnies lançaram um álbum número um nas paradas irlandesas, levaram seu festival Pints In A Field para Dublin e fizeram uma turnê pela Austrália.
Depois de ouvir uma seleção de músicas da dupla, que tendem a ser discos de comédia, Edge ofereceu suas palavras de sabedoria sobre como eles podem melhorar daqui para frente.
"Sim... essa foi boa. "Deli Girl", eu gostei dessa, era muito mais profunda. Muito séria. Acho que você é muito honesto, não acho que eu poderia melhorar o trabalho. Uma longa obediência e um senso de direção é como você chega à grandeza. Acho que vocês estão bem na estrada", ele disse com um senso de sarcasmo em seu tom.
Admitindo que o Edge "definitivamente poderia melhorar" suas músicas, Johnny B disse que sua música "I'm Grand" "foi um pouco inspirada no Edge", pois apresentava uma grande guitarra.
Sem perder o ritmo cômico, The Edge respondeu: "Isso é ótimo, vou colocar nossos advogados nisso".
Outro momento de destaque do episódio aconteceu quando Johnny B perguntou para Edge se havia momentos em que ele queria dizer a Bono para "tocar as músicas" quando ele embarcava em um de seus discursos.
"Não, nunca. Estou com ele em cada palavra que ele diz [ele disse em um tom sarcástico]. Nunca, talvez uma ou duas vezes. Estou lá com ele porque ele tem pessoas na plateia que você sabe que ele teria que reconhecer. Ele sempre é bem breve", ele disse.
Com o U2 conhecido por ultrapassar limites quando se trata de tecnologia e experiência para o público, Johnny B estava ansioso para falar sobre a abordagem da banda para tocar ao vivo.
The Edge disse: "Não acho que vamos parar de fazer isso, para nós ser o primeiro a fazer algo é sempre uma grande emoção. Também sempre perguntamos ao nosso diretor de show Willie Williams: 'o que nunca foi feito?' Então isso é uma emoção para nós... não queremos entrar muito no ritmo, então adoramos misturar. Podemos fazer algo de tecnologia muito baixa, apenas em contraste com o Sphere, que era o máximo em tecnologia".
O U2 fez turnê pelo mundo, mas é um show em Dublin que é um momento de destaque para The Edge: "Eu me lembro de um dos shows no Croke Park. Na verdade, eu me obriguei a parar e absorver tudo. Eu estava pensando comigo mesmo: 'não pode ficar melhor do que isso'. Este é o momento de ápice absoluto durante "Where The Streets Have No Name". Eu estava apenas olhando ao redor para absorver tudo. Você está tão em seu momento que você não vê o quadro geral".
E enquanto alguns podem pensar que astros do rock só festejam nas seções VIP, é na verdade na entrada da garagem de Bono que a melhor diversão acontece.
The Edge relembra como a filha de Bono, Eve Hewson, ganhou de um ator um pub dentro de um trailer de cavalos, que se tornou o local perfeito para tomar uma cerveja!
"Durante o lockdown, um dos amigos de Evie, Jack Reynor, teve a ideia de construir um bar dentro de um horsebox... com as torneiras... então Evie estava trabalhando com ele em um filme e ela viu isso e disse: 'Posso comprar um para meu pai, ele adoraria'.
"Então, de alguma forma, Evie e Jack fizeram um acordo, e agora, do lado de fora da casa de Bono e Ali, na entrada da garagem, está esse trailer de cavalos que é um pub completo. Nós nos divertimos muito, eu estava lá algumas noites atrás. Nós tivemos algumas noites ótimas na entrada da garagem! É a melhor coisa. E as cervejas não são tão ruins!"

Rádio Mix FM trará Especial U2 com entrevista de Adam Clayton


No domingo, 1 de Novembro, a Rádio Mix FM transmitirá às 19:00 um programa com um Especial U2, apresentado por Karina Andrade. 
O especial trará uma entrevista exclusiva com Adam Clayton, onde ele contará detalhes sobre o novo disco, revelará o momento em que percebeu a fama e adianta se a banda vem ou não pro Brasil na próxima turnê.
O que já se sabe é que Lady Gaga é a "grande estrela da música" com quem a Prefeitura do Rio de Janeiro assinou um acordo para a realização de megashow na Praia de Copacabana, em maio de 2025, no mesmo formato que o de Madonna, realizado no início deste ano.
Com isso, encerram-se as especulações sobre um show gratuito do U2 na praia de Copacabana em 2025, algo que foi ventilado ao longo do ano pelo próprio prefeito do Rio e que acabou "desmentido" por The Edge, numa recente entrevista ao jornal O Globo, quando declarou: "Uau, essa é a primeira vez que ouço falar disso, então… eu não sei! Não tenho ideia se poderíamos fazer isso acontecer".
Logo após a repercussão da entrevista do guitarrista do U2, Eduardo Paes foi ao X/Twitter para repostar a matéria com a legenda: "Vai ter tempo pra todo mundo no Rio!". Na sequência, ele postou um vídeo da performance de Lady Gaga no Oscar de 2019 e mandou: "Entendedores entenderão! Sinais!".

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Charlie Benante do Anthrax: "Eu sempre fui um grande fã do U2. Eles ficaram cada vez melhores"


O baterista Charlie Benante discutiu com o The Irish Times sobre seu amor pelo U2.
"A Irlanda sempre foi um lugar bom e acolhedor para nós. Bandas de metal não vêm tanto para a Irlanda. Às vezes, eles pulam a Irlanda, mas nós não.
Eu sempre fui um grande fã do U2 naquela época. Havia duas outras bandas que eu realmente amava, UFO e Thin Lizzy. Eu vi o UFO várias vezes, mas não o Thin Lizzy.
Voltando ao U2, eles foram uma das bandas da era pós-punk que eu pensei: "essa banda tem algo". Eu simplesmente amo suas músicas. Eles não tocavam bem quando começaram.
Eles ficaram cada vez melhores como músicos e compositores. Se você quer fazer o crescimento da banda, siga a carreira do U2 porque é um ótimo caminho".

Adam Clayton diz que o U2 tem uma dívida enorme com as showbands da Irlanda


Adam Clayton diz que o U2 tem uma dívida enorme com as showbands da Irlanda e descartou qualquer esnobismo persistente sobre a era como "ridículo".
Adam, que é membro do U2 há quase cinquenta anos, está apresentando 'Ballroom Blitz', uma nova série de duas partes na qual ele mapeia a ascensão e queda de atos irlandeses extremamente populares, como The Clipper Carlton, Dickie Rock e The Miami Showband.
Falando à RTÉ Entertainment, o músico de 64 anos disse: "Foi interessante para mim voltar e olhar para aquela era. Percebi o enorme legado que havia ali, e a enorme dívida que o U2 e todos que vieram depois de nós e antes de nós tinham com aquele período. Menos de 10 anos após a independência irlandesa, essas bandas estavam viajando pelo país e as pessoas estavam saindo e dançando. Era a mídia social da época. Era assim que as pessoas conheciam seus parceiros, suas esposas, possivelmente amantes... isso se houvesse sexo acontecendo no país antes da TV. Não sei".
'Ballroom Blitz' é uma jornada um pouco pessoal para Adam Clayton. As showbands desempenharam um papel fundamental no desenvolvimento de uma indústria musical irlandesa que hoje é um sucesso global, algo que era inimaginável quando o U2 começou sua própria carreira.
A série explora o fenômeno das showbands irlandesas que forneciam a música ambiente enquanto a Irlanda passava por grandes mudanças sociais e crescimento econômico na década de 1960.
"Foi uma época incrível na história irlandesa", diz Adam. "A posse de carros e tratores estava aumentando, então você podia realmente ir de diferentes partes do país para esses salões de baile, para essas danças, e conhecer pessoas que você nunca teria conhecido antes. Então, foi uma ótima época para o movimento social tanto quanto qualquer outra coisa, e essas bandas estavam cheias de grandes músicos. Eles costumavam ouvir a rádio das Forças Armadas dos EUA para ouvir muitos sucessos americanos e músicas do tipo Motown, e também costumavam ouvir a rádio Luxemburgo para ouvir os sucessos das paradas do Reino Unido".
Embora futuras estrelas como Van Morrison e Rory Gallagher tenham exercido seu ofício em showbands irlandesas, alguns críticos as viam apenas como "jukeboxes humanas".
Questionado se ele acha que sempre houve um grau de esnobismo em torno de showbands por parte de algumas pessoas, Adam Clayton diz: "Eu acho que há, e pode ter sido criado pela nossa geração, e não estou apontando o dedo para Bob Geldof de forma alguma.
Mas eu acho que a geração que vem depois de uma geração de sucesso sempre vai argumentar que o que eles estão fazendo é melhor do que o que veio antes, e eu entendo isso. E eu sei que Bob não vai sair dessa posição, aconteça o que acontecer.
Mas foi meio glorioso. Alguns dos personagens ainda estão vivos, e eles falaram comigo, e nós tivemos entrevistas muito francas, e eles fizeram coisas incríveis. Criticá-los por tocar versões cover é ridículo, porque todas as bandas dos anos 40 em diante estavam tocando músicas escritas por outra pessoa e lendo-as de partituras".
Muito antes de os atos de turnê internacionais sequer se darem ao trabalho de fazer shows na Irlanda, as showbands eram a trilha sonora de sua juventude para inúmeros irlandeses.
"Eram os anos 60, e essa foi uma grande época de mudança", diz Adam. "Nós na Irlanda não espelhávamos exatamente o que estava acontecendo na América, ou o que estava acontecendo na agitada Londres, mas garotas e homens estavam conscientes de sua aparência e estavam conscientes das modas.
Muitas das mulheres com quem conversei para o 'Ballroom Blitz' daquela época disseram que olhavam para as modas de Londres e cortavam e costuravam suas próprias roupas para combinar com as modas do dia e as levavam para dançar naquela noite, e era divertido. Era a diversão! Estávamos nos expressando".

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Brian Eno está trabalhando com o U2 e músicos irlandeses em novas canções


O U2 está trabalhando em novas músicas. Em uma entrevista com Jo Whiley na Radio 2, The Edge confirmou que a banda e Brian Eno estão ocupados.
The Edge falou sobre o retorno de Larry Mullen. "Estamos naquela ótima fase em que não precisamos pensar muito, estamos apenas fazendo música e amando esse processo. Então descobriremos onde as coisas se encaixam depois, então há alguns projetos diferentes. Definitivamente U2, com Larry, o que é maravilhoso. Nós o colocamos no estúdio. Ele está bem, está pegando leve, mas está de volta à bateria, ainda gravando conosco, então faremos um pouco mais disso antes do fim do ano". 
"E então Bono e eu estamos trabalhando em uma espécie de música folk irlandesa de ficção científica maluca, que pode acabar se tornando parte do novo álbum do U2, ainda não temos certeza se vai acontecer. Parte do nosso tipo de processo é ir muito longe, sair dos trilhos, e então meio que o processo de trazer as coisas de volta aos trilhos é meio que como você obtém uma música com um som único...
Temos Brian Eno envolvido. E um bando de, você sabe, alguns músicos irlandeses maravilhosos, você sabe, tão incrivelmente talentosos".

Próxima turnê do U2 acontecerá em 2026 ou 2027


Adam Clayton falou na RTL com Éric Jean-Jean, e sobre uma nova turnê do U2, disse que vai depender de onde as músicas que estão sendo gravadas levarão a banda:

"Estamos gravando, entrando e saindo do estúdio. Queremos muito gravar um disco de músicas novas para o nosso público. Quando soubermos qual é o disco que faremos, sairemos em turnê. 
Não sei em que ano. Pode ser 2026, pode ser 2027. Depende. Primeiro, tivemos que descobrir se Larry conseguia tocar. Descobrimos que Larry consegue tocar. Fomos ao estúdio com ele, fizemos 3-4 semanas no final do verão. Temos 3-4 músicas disso, o que é muito, muito bom. Voltaremos em 2 semanas para gravar mais com Larry. Acho que antes do Natal teremos 6-7 músicas para considerar. Nós terminaremos essas músicas, e então teremos um disco para lançar, no final de 2025, ou no começo do ano que vem 2026, não sei quanto tempo vai levar..."

terça-feira, 26 de novembro de 2024

The Edge diz que o mundo vive um momento sombrio e que a situação preocupa


A entrevista de The Edge à Radio-Canada ocorreu um dia após a eleição de Donald Trump para um segundo mandato. Com a guerra na Ucrânia e o conflito na Faixa de Gaza, a situação global preocupa The Edge.
"Não há dúvida de que estes são tempos difíceis a nível global e que lembram muito o que estava acontecendo há 20 anos com a guerra no Iraque. Vemos coisas que nunca pensamos que veríamos novamente, você sabe, a guerra no continente europeu. É quase um eco da Segunda Guerra Mundial que parece estar sendo preparara, o que é uma perspectiva aterradora".
Para ele, a situação no Oriente Médio está longe de estar resolvida.
"É realmente deprimente ver esse ciclo recomeçar. Já vimos muitas vezes o que está acontecendo agora. Liderança parece ser o que mais falta no momento, uma liderança real de qualidade que tenha visão e inspiração para o futuro. Parece o habitual ciclo deprimente de violência sem inspiração e luta pelo poder. Onde estão os líderes? Onde está o próximo Martin Luther King? Onde estão as pessoas que podem inspirar um caminho positivo a se seguir? Não sei. Esperemos, como dizem, que chegue a hora, que venha o homem e venha a mulher, obviamente. E esperemos que seja isso que sairá de tudo isso, assim como esperamos também que grandes álbuns, grandes romances, grandes filmes, teatro nos tirem deste momento sombrio, porque precisamos desesperadamente deles".
O U2 fez seu primeiro show em Quebec em 9 de março de 1981 no Club Montréal durante a turnê 'Boy'. A banda retornou frequentemente com shows lendários no Forum (1985, 1992), no Estádio Olímpico (1987, 1992, 1995), no Hipódromo (2011) e no Bell Centre (2001, 2005, 2015 e 2018).
O grupo tem seus hábitos na metrópole. Bono é amigo de Guy Laliberté e The Edge é admirador do mestre de artes marciais de Saint-Isidore, Georges Saint-Pierre. O grupo Arcade Fire de Montreal abriu shows da turnê 'Vertigo' (2005-2006).
"Acho que combinamos com a sensibilidade de Montreal", admite The Edge. "Somos atraídos por cidades que tenham um cenário cultural forte. Montreal parece ser a cidade que produz constantemente artistas extraordinários. Arcade Fire é um bom exemplo. Guy Laliberté e o Cirque du Soleil também são uma grande fonte de inspiração para nós".
The Edge não sabe quando o U2 retornará à cidade, mas isso pode depender apenas de um telefonema. "Não sei. Somos muito próximos do Arcade Fire, então pode ser um simples telefonema", acrescenta.

Band Aid - "Do They Know It’s Christmas?" (2024 Ultimate Mix / 40th Anniversary Video)


Uma nova versão de "Do They Know It's Christmas?", do Band Aid, o primeiro single a juntar diversos astros da música em uma canção com fins beneficentes, foi lançada. A escolha do dia 25 de novembro não foi por acaso. A música original foi gravada há exatos 40 anos.
O "2024 Ultimate Mix" foi construído a partir das várias versões da música que foram feitas ao longo das décadas, quatro no total, de forma que ela reúne um grande painel da história da música britânica e irlandesa dos últimos 40 anos.
De Boy George ao One Direction, de Bono (que participou das versões de 1984, 2004 e 2014) a Sam Smith, e de Chris Martin do Coldplay ao Duran Duran, foram dezenas de astros que tomaram parte do projeto e que podem ser ouvidos no megamix, incluindo artistas que já nos deixaram como George Michael, David Bowie, Sinead O'Connor e Liam Payne.

The Edge tornou-se ao longo do tempo, o anjo da guarda da herança musical do U2


The Edge deu uma entrevista exclusiva à Radio-Canada.
O U2 está atualmente fazendo gravações para um próximo álbum. The Edge está trabalhando em projetos paralelos que poderiam fazer parte deste novo álbum do U2. "Ainda não temos certeza: no momento estamos chamando-o de álbum folk de ficção científica", diz.
The Edge tornou-se ao longo do tempo o anjo da guarda da herança musical do U2, zelando por reedições como a de 'How To Dismantle An Atomic Bomb', que celebra o seu 20º aniversário.
Houve algumas reviravoltas durante a gravação deste disco. "Não quero enfatizar muito as tensões dentro da banda, mas sei que liricamente Bono estava tentando lidar com a morte de seu pai", lembra The Edge.
"Estávamos também tentando lidar com o que estava acontecendo com a guerra no Iraque, com as armas de destruição em massa que não se revelaram reais e todo o resto. Havia uma espécie de sentimento de decepção e incerteza. Portanto, a bomba foi uma bomba muito pessoal no caso da vida pessoal de Bono e da perda de seu pai. E então o que vimos ao nosso redor, você sabe, foi a incerteza dos tempos".
O álbum 'How To Dismantle An Atomic Bomb' foi remasterizado, mas o interesse nesta edição de aniversário é estimulado pelo lançamento paralelo de um álbum sombra intitulado 'How To Re-Assemble An Atomic Bomb', composto por músicas inéditas gravadas há 20 anos.
The Edge vasculhou seus arquivos e pediu à sua gravadora que esperasse mais para trabalhar nas faixas com Bono. 
"É engraçado, quando tocamos a coleção 'How To Re-Assemble An Atomic Bomb' para Noel Gallagher, ele disse: "Quero meu dinheiro de volta, porque paguei muito dinheiro quando o álbum original 'How To Dismantle An Atomic Bomb' foi lançado, e fui levado a acreditar que eram as melhores músicas daquele período, e agora que ouço isso, estou pensando que algumas delas são tão boas, se não melhores, que tudo o que está lá no álbum", relata The Edge.
"Há alguma verdade nisso. Acho que quatro ou cinco dessas músicas poderiam ter acabado no álbum 'How To Dismantle An Atomic Bomb'. Embora tenham sido compostas há 20 anos, parecem estranhamente com frescor e muito atuais. A música "Happiness" foi inspirada na guerra do Iraque. Poderia ter sido escrita sobre o que está acontecendo no Oriente Médio", explica.
Sobre os shows do Sphere, o guitarrista disse: "Ficamos fascinados pela intimidade que o Sphere nos permitiu alcançar através do sistema de som. Coisas que nunca teríamos considerado fazer num contexto de show tornaram-se subitamente possíveis e nós realmente nos divertimos com estes arranjos simples".
A banda celebrará o seu 50º aniversário em 2026.
"Estamos trabalhando muito em novas músicas no momento. Passamos algumas semanas com Larry Mullen Jr. e Adam Clayton há um mês e vamos passar algumas semanas com eles em três semanas. Veremos, mas estamos nos divertindo muito. Escrevemos muito material e mal podemos esperar para ver aonde isso nos leva, mas no final das contas, as músicas são sempre as que mandam".
Entre duas sessões de gravação, The Edge também supervisionou um filme imersivo retirado dos shows realizados no Sphere que está atualmente sendo exibido no local. Outras reedições poderão ver a luz do dia.
Este ano também marca o 40º aniversário do álbum 'The Unforgettable Fire' Há alguma música inédita das gravações desses álbuns em andamento? 
"Acho que é mais difícil com 'The Unforgettable Fire' porque na época não tínhamos tempo para fazer nada. Todas as músicas em que trabalhamos acabaram no álbum. Portanto, não há muito o que fazer com isso".
Com o álbum 'POP', a banda produziu músicas inéditas e está ansiosa para dar uma olhada nos outtakes e raridades desse período. 
"Experimentamos muito com diferentes produtores e vários engenheiros. Ficamos fascinados pela cultura club da época. Então há muitas coisas que poderíamos tirar disso, mas por enquanto ficamos felizes em fazer esse álbum sombra de 'How To Dismantle An Atomic Bomb' porque esse processo nos colocou em uma boa posição para o novo trabalho", finaliza o guitarrista.

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Os fãs do U2 também querem mais. Mas eles necessariamente querem mais de 'How To Dismantle An Atomic Bomb?'


Os fãs do U2 também querem mais. Mas eles necessariamente querem mais de 'How To Dismantle An Atomic Bomb?' Vinte anos depois, o projeto continua sendo uma curiosidade no catálogo do U2.
Ele pegou o bastão do renascimento que foi 'All That You Can't Leave Behind', que Bono havia lançado como o U2 "se candidatando novamente ao emprego... de melhor banda do mundo". Com 12 milhões de vendas e sete Grammys, esse álbum baniu as más vibrações que permaneceram depois de POP', o álbum de 1997.
Mas 'How To Dismantle An Atomic Bomb?' também marcou o início de uma queda para o U2, uma espiral descendente que atingiu uma massa crítica com 'No Line On The Horizon', em 2009, e que acelerou com o golpe duplo 'Songs Of Innocence' e 'Songs Of Experience', de 2014 e 2017.
"Eu sou a 'bomba atômica' que dá nome ao álbum", disse Bono à revista Veja. "Em agosto de 2001, meu pai morreu de câncer. Eu estava ao lado dele sempre que podia. Eu até viajei da Inglaterra depois dos shows do U2 para ficar ao lado dele. Mas quando ele morreu, pensei que poderia ter feito mais. Eu me tornei uma bomba humana. Virei as costas para algumas coisas e comecei a beber demais. O disco não tem muitas músicas políticas e mais letras sobre minha vida. Meus desesperos e contradições estão lá".
'How To Dismantle An Atomic Bomb' foi mais do que apenas um disco pessoal. Chegou em um momento significativo para uma banda que há muito combinava o privado e o político. Em novembro de 2004, os Estados Unidos ainda estavam se recuperando dos ataques de 11 de Setembro e atolados em sua longa guerra no Iraque. O mundo estava em turbulência, e essa agitação alimentou a composição do U2.
"É o primeiro álbum do U2 de um mundo pós-11 de Setembro. Os temas usuais — vida, morte, amor, ódio, guerra, paz e fé — parecem atingir mais os fãs, porque recentemente vivenciamos uma tragédia muito emocional e confusa", diz Jenny Steadman, uma das apresentadoras do podcast do U2 The Garden Tarts. "Com temas mais pesados, 'How To Dismantle An Atomic Bomb?' é um lembrete aos fãs de que não estamos sozinhos. Além disso, é um ótimo álbum de rock".
"Eu definitivamente colocaria 'How To Dismantle An Atomic Bomb?' no top 5 dos álbuns do U2", diz Brian Mulcair do ato tributo ao U2, Zooropa. "Acho que o início dos anos 2000 foi um momento muito importante para o U2. Depois do retorno muito bem-sucedido em 2000 com 'All That You Can't Leave Behind', acho que esta é uma continuação muito valiosa. Como fã do U2, foi um momento muito emocionante, com algumas ótimas apresentações ao vivo na BBC e em outros lugares e filmando seus vídeos em Dublin, até mesmo na antiga casa de Bono em Cedarwood Road".

Quando 'How To Dismantle An Atomic Bomb' foi lançado, estava muito mais próximo do disco que Adam Clayton e Larry Mullen tinham imaginado



Adam Clayton estava em um estúdio de gravação em Londres, cercado por uma orquestra de 20 músicos, quando percebeu que o U2 estava em apuros. "Nós podíamos ler a sala. E eles não estavam dizendo: 'Uau, pessoal, isso está realmente acontecendo!'", relembra o baixista.
Era final de 2003, e o U2 deveria estar aplicando os retoques finais em seu 11º LP de estúdio, um projeto que eventualmente seria lançado como 'How To Dismantle An Atomic Bomb'. Mas naquele momento pareceu a Adam que o inverso poderia estar acontecendo. Longe do U2 terminar o álbum, parecia que o disco poderia terminar o U2. Enquanto ele examinava a sala de músicos de cordas aparentemente ambivalentes, era óbvio para ele que 'How To Dismantle An Atomic Bomb' estava em perigo de se tornar um fracasso.
De volta a Dublin naquele outubro, ele e Larry Mullen Jr. estavam de acordo. Depois de mais de um ano trabalhando duro em seu estúdio em Dublin, em Hanover Quay, com o produtor Chris Thomas — cujo currículo incluía o 'White Album' dos Beatles, 'The Dark Side Of The Moon' do Pink Floyd e 'Never Mind The Bollocks' dos Sex Pistols — ficou claro para eles que as coisas não estavam dando certo. Eles tinham um álbum, mas não tinham o álbum, aquele que se basearia no sucesso comercial de 'All That You Can't Leave Behind', o sucesso de  2000.
Em uma reunião concisa, a dupla transmitiu a dura verdade aos seus companheiros de banda, Bono e The Edge: as músicas eram boas, mas boas não seriam suficientes para o U2. "Quando se trata de assinar um projeto", Adam explicou à revista Time, "você faz perguntas como: 'Temos um primeiro single para começar?' Francamente, estávamos perdendo mais do que apenas um primeiro single". Larry concordou: "Foi estranho, mas tinha que ser dito".
Quando 'How To Dismantle An Atomic Bomb' foi finalmente lançado, em novembro de 2004, estava muito mais próximo do disco que Adam e Larry tinham imaginado. Eles tiveram seus singles. Três deles, na verdade: "Vertigo", "City Of Blinding Lights" e "Sometimes You Can't Make It On Your Own". Mais um quarto se contar o lançamento somente nos EUA de "All Because Of You".
Mas eles também tinham algo mais: um segundo álbum "sombra" de faixas que eram frequentemente de qualidade igual ao material que foi para o LP, mas não se alinhavam com os temas abrangentes de tormento espiritual e renovação da alma. Vários desses outtakes ganhariam seguidores entre os fanáticos pelo U2, incluindo "Luckiest Man In The World", que era originalmente chamada de "Mercy", e vazou em 2004, e "I Don't Wanna See You Smile", compartilhada anteriormente por meio de um box set do iTunes U2 (já excluído) como "Smile".
Duas décadas depois, as músicas "sombra" finalmente tiveram um lançamento como parte de 'How To Re-Assemble An Atomic Bomb', uma coleção de 10 faixas que o U2 juntou como uma limpeza dos decks enquanto se reúnem para o próximo capítulo de sua carreira. Lançado para streaming em 22 de novembro, foi comparado por Thhe Edge a aplicar uma camada de "tinta fresca" na banda, que recentemente se reuniu para ensaios em Dublin.
"Você tem que estar em forma para jogar futebol de primeiro toque", disse Bono para a Record Collector. "Quero ouvir o som da nossa banda em uma sala... sentir uma apresentação escapar de nós e ser melhor por isso... Eu experimentei isso no mês passado com Larry, Adam e Edge, e quero mais".
Se considerado positivamente hoje, o projeto poderia facilmente ter sido um desastre. Isso ficou claro para Adam e Larry quando se sentaram com Bono e Edge em 2003 e disseram a eles que o projeto precisava ser repensado.
Decidindo que sua colaboração com Chris Thomas não estava indo como planejado, o U2 recorreu ao seu antigo companheiro Steve Lillywhite, cujo relacionamento com o U2 remontava à estreia deles em 1980, 'Boy'. Um inglês de fala simples com um senso de humor seco, Steve Lillywhite se deu bem com os sinceros Dublinenses e não demorou a dizer como era. Por exemplo, depois de ouvir Bono cantar com o coração em "Sometimes You Can't Make It On Your Own", ele explicou que a música não funcionou porque não tinha um refrão.
Bono respondeu pegando um violão e, cantando em falsete, improvisando o verso que começa: "And it's you when I look in the mirror ..." A música tinha seu gancho - e, como Steve Lillywhite suspeitava, era 100% melhor.
O produtor gostava de colaborar com o U2, e sempre se divertia com o caos controlado que os seguia. "Muitas vezes, Bono está escrevendo letras para impressionar o resto deles", Steve Lillywhite disse uma vez enquanto falava sobre 'No Line On The Horizon', o álbum de 2009.
"Bono vai escrever algumas letras e talvez Larry ou Adam entrem e digam: 'Não tenho certeza se gosto dessa linha'. E Bono vai mudá-la. E então Edge entra e diz: 'O que aconteceu com essa linha? Eu realmente gostei dela'. Então ele muda para uma terceira. Bono quer que toda a sua família fique feliz com as letras que ele escreveu".
Por mais difícil que seja acreditar, o grupo nunca sofreu de excesso de autoconfiança, de acordo com Steve.
"Em cada disco que eles começam, eles começam a pensar que são a pior banda do mundo. Eles têm que ir e se tornar a melhor banda do mundo. Leva muito tempo para ir do pior ao melhor na composição de um álbum", diz Steve.
"É sempre o caso com o U2 que eles procrastinam e procrastinam até o prazo final chegar. Então eles meio que correm para finalizar. Há muitas noites em claro, muita loucura".
Uma complicação adicional com 'How To Dismantle An Atomic Bomb' foi que o trabalho de Bono como ativista começou a tomar cada vez mais do seu tempo. Em 2002, ele foi cofundador da ONG Debt, Aids, Trade, Africa – mais tarde renomeada ONE. Sua defesa em nome de nações africanas endividadas o levaria ao Salão Oval, onde George W. Bush concordou em uma reunião, e a uma sessão de fotos com o novo premiê russo, Vladimir Putin – reuniões de alto nível que causaram desconforto em Dublin, onde o resto do U2 estava trabalhando no disco com Steve Lillywhite e seu assistente, Garret 'Jacknife' Lee.
Ainda assim, se os integrantes estavam desconfortáveis com toda essa receptividade de Bono, havia um lado positivo: pelo menos ele não os estava incomodando no estúdio. "É melhor para Bono não estar aqui", disse Larry. à Rolling Stone.
Uma das maiores intervenções de Bono dizia respeito à música que se tornaria "Vertigo". The Edge tinha criado o riff em sua casa de férias em Malibu, tocando junto com um loop de bateria fornecido por Larry.
Ele o apresentou a Bono, cuja primeira tentativa de letra foi explicitamente política. Sob o título provisório "Native Son", a música pedia a libertação do ativista nativo americano preso Leonard Peltier. Uma segunda tentativa de acertar a melodia viu Bono cantar inteiramente em espanhol — o que explica a contagem regressiva "Unos, dos, tres, catorce" que permanece na versão final.
"A música era toda sobre controle de armas — uma extensão de suas crenças políticas", diria Steve Lillywhite. "Bono não tenta mais muito esse tipo de coisa, mas quando ele tenta, você consegue sentir a ambivalência da banda, e ele também. Eles querem o astro do rock".
Eles mantiveram o riff e a melodia e recomeçaram com letras sobre a luta de Bono com as tentações da fama ("All of this, all of this can be yours/ Just give me what I want and no one gets hurt"). Com isso, "Vertigo" nasceu.
Ao longo de vários meses meticulosos em Hanover Quay, o resto do álbum se encaixou - e quando foi lançado, em novembro de 2004, tornou-se um grande sucesso, assim como a turnê 'Vertigo', que arrecadou quase € 400 milhões (com impulsão de ambos por um comercial do iPod da Apple).
A crítica também se saiu bem, embora os críticos tenham zombado da afirmação absurda de Bono de que 'How To Dismantle An Atomic Bomb' foi o primeiro álbum de rock do U2. O consenso era que, após a grande loucura de 'POP', o U2 estava agora firmemente de volta aos trilhos. "Música grandiosa de homens grandiosos, confiantes na execução de seus deveres", disse a Rolling Stone. "Uma banda flexionando músculos que não usava há anos", concordou a Uncut.
Esse entusiasmo não foi compartilhado por Bono, que viria a considerar 'How To Dismantle An Atomic Bomb'como uma oportunidade perdida. "É a melhor coleção de músicas que já fizemos", ele diria. "Mas, como um álbum, o todo não é maior do que a soma de suas partes, e isso me irrita pra caramba".
Com o novo "álbum sombra", o U2 tem a oportunidade de corrigir esse erro e apresentar em sua totalidade o corpo de trabalho que eles criaram na época. Talvez sirva como um lembrete do que o U2 é capaz de fazer quando dispara com todos os pistões, finalmente fechando a porta para 'How To Dismantle An Atomic Bomb' e potencialmente abrindo uma nova enquanto a banda se volta para horizontes frescos e inexplorados.

domingo, 24 de novembro de 2024

O recado de The Edge para a audição em Dolby Atmos de 'How To Re-Assemble An Atomic Bomb' do U2


Em cidades pelo mundo, foram realizadas festas especiais de audição apresentadas em Dolby Atmos exclusivamente para o U2.COM com a chance de ouvir 'How To Re-Assemble An Atomic Bomb' antes do dia do lançamento. 
Com Dolby Atmos, os fãs ouviram cada detalhe com clareza e profundidade incomparáveis, como se estivessem dentro de cada música.
Um recado de The Edge foi transmitido para a audição:

"Olá a todos. Aqui é o The Edge. Estamos muito gratos pelo apoio de vocês e felizes que vocês consigam fazer esta reprodução das mixagens Dolby Atmos do nosso novo disco 'How To Re-Assemble An Atomic Bomb', o álbum sombra de 'How To Dismantle An Atomic Bomb', que acabou de ser remasterizado e também mixado para Dolby Atmos. Algo que eu pessoalmente tive que supervisionar. A propósito, não recebo pagamento extra, só quero deixar isso bem claro. Estou fazendo isso por vocês. Porque me importo com vocês, fãs. Os outros gostam de vocês, mas eu realmente amo vocês. Então, esperamos que vocês tenham uma ótima sessão de audição. Vocês estão realmente entre os primeiros fãs do U2 a ouvir essas mixagens em sua forma mais pura, então espero que vocês curtam a reprodução, espero que curtam as novas músicas tanto quanto nós, achamos que elas são realmente boas".

Alastair McMillan, o engenheiro que trabalhou em colaboração com The Edge na mixagem Dolby Atmos compartilhou que o trabalho foi feito em Belfast. Ele compartilhou que Bono estava procurando uma sensação de surround, e que Edge preferia manter mais uma sensação estéreo e ampliar certas áreas da gravação. Ele disse que o trabalho no álbum levou vários meses.

sábado, 23 de novembro de 2024

The Edge fala em entrevista para o Brasil sobre a reedição de 'How To Dismantle An Atomic Bomb' e diz que a próxima coisa do U2 que se ouvirá é um novo álbum de estúdio


Em entrevista exclusiva ao GLOBO, The Edge diz que "a próxima coisa da qual você vai ouvir falar sobre o U2 é um novo álbum de estúdio, depois disso então vamos ver como vai ser a turnê". Quer dizer, é o que ele espera, já que, com a banda, "nunca dá para ter 100% de certeza":

— Passamos algumas semanas no estúdio tocando com Larry. Ele está se recuperando bem, pegando leve, dando um passo de cada vez. Não estamos pedindo para ele fazer coisas demais, mas acho que ele está tocando muito bem. E gostando de tocar, o que é importante.

Para The Edge, a banda está vivendo uma "fase de lua de mel":

— Estamos produzindo o material sem ter que pensar em prazo, explorando possibilidades, trabalhando com diferentes colaboradores sob orientação de Jacknife Lee, produtor com quem trabalhamos há algum tempo.

Entre as explorações, está a música regional de seu país. The Edge ressalta que o grupo tem gravado com músicos irlandeses tradicionais, como Cormac Begley (concertina), Colm Mac Con Iomaire (violino) e Dermot Sheedy (no bodhrán, instrumento de percussão irlandês que se assemelha a um tamborim).

— Desde discos como 'October' e 'War' que nós realmente não olhamos para a influência irlandesa. Desde então, adquirimos uma perspectiva de fora e ficamos mais conscientes da singularidade da música irlandesa. Agora, parece um lugar novo para irmos. Pode render um álbum do U2, um projeto paralelo, como o Passengers ... Não estamos pensando muito onde isso vai dar.

The Edge tem bem vivas as lembranças dos tempos em que compuseram e gravaram 'How To Dismantle An Atomic Bomb'.

— Todos nós estávamos passando por momentos difíceis. Bono tinha acabado de perder seu pai. Eu estava começando uma nova família, e um dos meus filhos passava por uma grave crise de saúde. O mundo também estava em crise com a Guerra do Iraque e aquela conversa toda sobre armas de destruição em massa. Todos os tipos de bombas atômicas estavam explodindo em nossas vidas. Estranhamente, conseguimos botar tudo aquilo na música. As letras e os temas desse álbum são muito políticos e panorâmicos, mas também extremamente pessoais.

Sobre "Vertigo", ele conta o motivo de ter uma contagem em espanhol.

— Essa música tinha uma versão inicial chamada "Native Son", muito poderosa, mas um pouco séria demais. Gravamos a faixa novamente com Steve Lillywhite, e Bono veio com novas ideias melódicas. Em certo ponto, estávamos realmente pensando em gravá-la com uma letra toda em espanhol. Um dos títulos que pensávamos para a música era "Sopa De Tiburón". Obviamente, sabíamos que era um espanhol muito vagabundo. Então fizemos "Vertigo" e mantivemos na introdução um vestígio do nosso experimento.

Ocupado com os shows no Sphere, em Las Vegas, o U2 quase não teve tempo de preparar material extra para a reedição de 'How To Dismantle An Atomic Bomb'. De volta para casa, em Dublin, The Edge vasculhou em sua coleção as gravações demo para o disco, e começou "a encontrar preciosidades". Ele então ligou para Bono e disse: "Olha, sei que vai dar um trabalhinho, mas ouve isso aqui!" O cantor ouviu e ficou animado. Em seis semanas, ele escreveu as letras que faltavam e gravou as vozes, enquanto Edge acrescentava guitarras — o que deu origem a faixas como "Happiness", "Country Mile" e "Luckiest Man In The World".

— O mais incrível e o motivo de eu ter ficado tão animado foi perceber que, nas letras, os temas de 2004, em resposta à Guerra do Iraque, de repente pareciam tão relevantes para o que está acontecendo agora, com as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio. É triste que estejamos vendo uma reprise daquele filme antigo.

Falando sobre seu instrumento, The Edge diz que a guitarra segue vital para o U2 e para a música pop.

— Bono e Adam têm me instigado a inovar na guitarra no disco novo. Sinto que há um ressurgimento da guitarra, e adoraríamos fazer parte disso, se formos convidados para a festa. Ainda acredito que a guitarra seja eloquente, capaz de uma transferência de energia que poucos instrumentos alcançam. Estou animado com a música de guitarra atual, e muito vem de garotas, o que é maravilhoso. A guitarra passou por uma linda forma de democratização.

The Edge fala sobre como eles desenterraram o material para 'How To Re-Assemble An Atomic Bomb'


O U2 está comemorando o 20º aniversário de seu álbum de 2004, 'How To Dismantle An Atomic Bomb', com seu álbum sombra, 'How To Re-Assemble An Atomic Bomb'.
'How To Re-Assemble An Atomic Bomb' é uma coleção de dez faixas, incluindo novas músicas inéditas que foram descobertas recentemente nas sessões do álbum original. 'How To Dismantle An Atomic Bomb' também foi remasterizado pela primeira vez, incluindo a faixa bônus "Fast Cars".
Em uma entrevista com Jim Kerr, do iHeartRadio, The Edge falou sobre como eles desenterraram o material para 'How To Re-Assemble An Atomic Bomb', e ele explicou que depois de voltar ao seu arquivo de CDs graváveis do início dos anos 2000, ele descobriu um "tesouro" de músicas.

"Eu tinha todos esses CDs da época lá, e enquanto eu estava passando pelos diferentes outtakes, percebi que temos um verdadeiro tesouro de material incrível, e algumas dessas músicas eram muito boas. Eu estava me perguntando: 'Por que isso não entrou no álbum?' Isso está lá em cima com algumas das melhores músicas que tínhamos daquela época. E na época, eu acho que simplesmente ficamos sem opção, tínhamos um prazo. Estávamos em um período muito criativo, mas quando chega a hora da crise final, você tem que ir com as faixas que estão prontas. E algumas delas só precisavam de letras, letras finais, vocais finais, mixagens finais".

Canção retrabalhada para 'How To Dismantle An Atomic Bomb' (Re-Assemble Edition) traz as mesmas notas de guitarra e batidas que são ouvidas em "Miracle Drug"


O U2 lançou 'How To Dismantle An Atomic Bomb' (Re-Assemble Edition). É o "disco definitivo da banda neste século", como a revista Record Collector colocou na capa de sua mais nova edição.
Além do álbum original remasterizado, essa "Re-Assemble Edition" tem um disco bônus com 10 músicas das sessões de gravações que ficaram de fora do disco, que saíram apenas em lançamentos de tiragem limitada, ou foram retrabalhadas posteriormente.
"All Because Of You 2", produzida por Chris Thomas, foi originalmente lançada no 'The Complete U2' e depois em 'Medium, Rare And Remastered' para o fã-clube.
Mas nesta versão 'Re-Assemble', Duncan Stewart é listado, ele esteve envolvido na "gravação adicional". Isso significa que aquela versão produzida por Thomas lançada anteriormente, teve alguns elementos adicionais trabalhados recentemente. É uma versão diferente da ouvida antes.
O curioso é que "All Because Of You 2" traz as mesmas notas de guitarra e batidas que são ouvidas em "Miracle Drug", só que um pouco mais aceleradas.
O fã, músico e colaborador Márcio Fernando nos oferece um vídeo para comparação:


Um trabalho recente na faixa são os backing vocais de The Edge que foram adicionados juntos ao vocal principal de Bono para essa nova versão, em uma coisa estilo The Who. 
Os backing vocais de Edge não existiam nem em "All Because Of You" e nem na outra versão de "All Because Of You 2".
Bono já disse diversas vezes que "All Because Of You" é "uma canção de amor para o The Who":



sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Show do U2 em Copacabana? Com a palavra, The Edge


A entrevista exclusiva com The Edge para O Globo, era para falar dos dois álbuns que a banda está divulgando. Mas, para o Brasil, só uma questão não quer calar: e a tal promessa do prefeito carioca Eduardo Paes de que, caso reeleito (como foi), traria a banda em maio do ano que vem para um show gratuito na praia de Copacabana?
— Uau, essa é a primeira vez que ouço falar disso, então... eu não sei! Não tenho ideia se poderíamos fazer isso acontecer, mas ficaríamos lisonjeados em sermos convidados, porque amamos o Rio, amamos o Brasil, e esse seria um lugar incrível! — anima-se o guitarrista.
O prefeito reeleito do Rio, Eduardo Paes, postou um vídeo em suas redes sociais, em outubro, anunciando sua intenção de organizar um show gratuito na Praia de Copacabana em 2025, nos moldes do espetáculo realizado por Madonna no mesmo local em maio.
Provocado por seu então oponente na corrida pela prefeitura carioca, Alexandre Ramagem (PL), Paes afirmou que se reeleito a cidade teria mais "13 mil vagas em creches, 500 GETs e, de quebra, vamos ter U2 em Copacabana".
Na entrevista, The Edge lembrou da turnê 'Vertigo', de 2006, quanto o U2 tocou em São Paulo, com direito a uma passagem antes na Bahia com Bono.
— Alugamos uma casa em Salvador e fomos para o carnaval com Gilberto Gil e Quincy Jones, que acabamos de perder. Teve uma hora em que um dos carros alegóricos meio que parou na nossa frente e a banda começou a tocar "Vertigo". Acho que Gil armou isso. Eles nos jogaram o microfone para cantar junto com eles e foi incrível.

Adam Clayton sobre a complicada criação de 'How To Dismantle An Atomic Bomb' do U2 - Parte 2


Se "Vertigo" é uma descarga de adrenalina de três minutos que Adam Clayton descreve como "invencível", Sometimes You Can't Make It On You Own é tão intenso, mas de uma forma muito diferente.
Com quase cinco minutos de duração, a balada poderosa e escaldante traz um vocal imponente de Bono e algumas de suas letras mais sinceras.
Originalmente com o título provisório "Tough" após a primeira palavra da música, é sobre o relacionamento problemático do cantor com seu pai Bob Hewson, que morreu de câncer em 2001.
Adam Clayton lembra bem como a música ressoou com o resto da banda.
"O pai de Bono estava muito, muito doente. Provavelmente, com exceção de Edge, somos uma banda de homens que tiveram relacionamentos difíceis com nossos pais. "Sometimes You Can't Make It On Your Own contempla a perda de uma figura muito importante na vida de uma figura muito importante. É pungente e poderosa. Você não precisa cavar muito fundo antes de perceber com o que Bono estava trabalhando. Eu sempre respondi à universalidade de uma letra. Mas, porque eu conheço Bono e porque estamos juntos há tanto tempo, estou muito ciente de onde ele tira suas referências. Para mim, "Sometimes You Can't Make It On Your Own" foi ele sendo aquele garotinho de novo, aquele garoto de 14 anos olhando para seu pai que estava lutando com a perda de sua esposa".
Adam Clayton está se referindo à morte da mãe de Bono, Iris, que teve um efeito devastador em toda a família do cantor.
Ela é lembrada em várias músicas do U2, incluindo "I Will Follow" e "Iris (Hold Me Close)".
Mas Adam Clayton acrescenta: "Quando Bono escreve, ele nunca está procurando por simpatia. Como um ator metódico, ele está dizendo: 'Preciso examinar essa emoção e expressá-la'."
O baixista sugere que não importa quem você seja, incluindo estrelas do rock em suas torres de marfim, a vida pode ser difícil.
Ele diz: "O que está surgindo na minha visão hoje em dia é perceber que ninguém escapa da mágoa, da decepção, da vulnerabilidade. Somos todos construídos da mesma forma".
Isso nos leva a outra música-chave de 'How To Dismantle An Atomic Bomb', "City Of Blinding Lights', que, diz Adam Clayton, teve um parto difícil.
"Foi originalmente concebida no piano, mas tivemos que mudar tudo para o modo guitarra. Foi difícil fazer funcionar".
Então ele acrescenta com a devida modéstia: "Uma vez que tivemos, ouso dizer, a parte do baixo, que a impulsiona, tudo se encaixou".
"City Of Blinding Lights", um marco ao vivo do U2, alcançou reconhecimento mais amplo quando foi usado por Barack Obama durante suas campanhas presidenciais.
Adam Clayton questiona se uma música sendo usada em um contexto político "é um bom distintivo de honra", mas acrescenta: "Deve ter conectividade — e isso significa alguma coisa".
As letras de Bono refletem sobre a inocência perdida, mas, sugere seu colega de banda: "É escrita para o público e também para uma cidade. A cidade das luzes ofuscantes é provavelmente Nova York".
Uma discussão mais ampla sobre as influências que giram em torno de 'How To Dismantle An Atomic Bomb'.
Sobre sua vibração pós-punk, Adam Clayton diz: "Quando éramos adolescentes em 1976/77, havia muita raiva no ar. Essa era nossa posição preferida, de onde viemos, nossa música".
Adam Clayton reconhece que nos anos que antecederam 'How To Dismantle An Atomic Bomb', "nós tornamos nossa música mais complicada — para nos afastar do mainstream, talvez. Muitas das partes de guitarra mais líricas de Edge vinham de um lugar de alteridade. Neste disco, estávamos interessados em pressioná-lo para desligar o pedal de eco e tocar o acorde de poder. Às vezes, é difícil fazê-lo fazer isso", ele acrescenta, antes de acrescentar com um sorriso, "porque ele não tem esse tipo de raiva nele!"
Adam Clayton vê os dois álbuns, 'Dismantle' e 'Re-Assemble', como uma espécie de última reverência para as técnicas de gravação da velha escola.
"Comparado com 20 anos atrás, a música hoje é feita de uma forma totalmente diferente. Naquela época, os discos eram baseados em pessoas em uma sala, tocando instrumentos juntas. Agora isso se tornou antieconômico. Os artistas estão em seus quartos ou estúdios domésticos, criando música sozinhos, e isso está sendo transmitido. É um som diferente, não o de quatro homens construindo um futuro para si mesmos".
Adam Clayton diz que quando o U2 começou no final dos anos setenta, "a melhor maneira de uma banda ter sucesso era o desespero. Não ter um plano B. Você não tinha escolha a não ser seguir em frente porque sua vida dependia disso. Quando você conseguia um contrato com uma gravadora e um pouco de dinheiro, a próxima coisa que você tinha que fazer era tocar em um monte de bares e clubes minúsculos e ruins".
Adam Clayton oferece uma atualização sobre o baterista Larry Mullen Jr., que perdeu os shows inovadores do U2 no Sphere de última geração em Las Vegas por causa de lesões "relacionadas à ser baterista".
"Ele está de volta ao seu banco", responde Adam Clayton. "Olha, somos um pouco como atletas, mas temos uma vida útil mais longa. O corpo de Larry sofreu ao longo dos anos e seu principal problema era a dor. Ele finalmente está se sentindo muito melhor e está muito entusiasmado para tocar novamente".
E o futuro do U2? "Eu sinto, espero que não erroneamente, que ainda temos muito a dar. Não importa onde nossas vidas nos levaram, a constante é brincar em um estúdio, criar música juntos. Essa é a maior recompensa".

Adam Clayton sobre a complicada criação de 'How To Dismantle An Atomic Bomb' do U2 - Parte 1


Desde que formaram o U2 na escola, os quatro rapazes do Northside de Dublin escalaram alturas vertiginosas para se tornarem a maior banda do mundo. Mas Bono, The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen Jr queriam recapturar o espírito descontraído e agitador de seus primeiros dias.
Esse processo começou com seu décimo álbum de estúdio, 'All That You Can't Leave Behind', lançado em 2000 e mais lembrado pelo eufórico single principal "Beautiful Day".
Para o álbum N°11, 'How To Dismantle An Atomic Bomb', eles estavam procurando levar as coisas um estágio adiante — para despir sua música e agitar.
"Estávamos chegando aos quarenta", diz Adam Clayton, antes de acrescentar com um sorriso cúmplice, "o que ainda é um momento muito vibrante e masculino! Como uma banda no auge de seus poderes, tocando bem juntos, nosso objetivo era entrar em uma sala e comandar aquela sala com apenas algumas cores primárias".
Para entrar no clima, Bono ouviu discos das bandas que o inspiraram em primeiro lugar — The Who, The Clash e Buzzcocks.
Quando chegou a hora de gravar, o U2 recorreu ao produtor Chris Thomas, o homem que colocou lenha na fogueira do álbum mais icônico do punk, 'Never Mind The Bollocks, Here's The Sex Pistols'.
No papel, Thomas parecia a escolha perfeita, mas o U2 é uma banda que "se move de maneiras misteriosas".
Foi preciso que Steve Lillywhite, produtor dos três primeiros álbuns, 'Boy', 'October' e 'War', aplicasse os propulsores de foguete necessários para colocar seus esforços de estúdio em órbita.
Falando via Zoom da capital irlandesa, Adam Clayton deu ao The Sun alguns insights em primeira mão sobre a complicada criação de 'How To Dismantle An Atomic Bomb'.
Se Lillywhite recebe a maioria dos créditos de produção, Thomas também será reconhecido, assim como outros associados do U2, Brian Eno, Daniel Lanois e Jacknife Lee.
O álbum finalizado contém o que Adam Clayton chama de "quatro músicas muito fortes — "Vertigo", "City Of Blinding Lights", "Sometimes You Can't Make It On Your Own" e "All Because Of You"."
Vinte anos depois, também temos um álbum complementar digno, 'How To Re-Assemble An Atomic Bomb', dez faixas descartadas das sessões finalmente trouxeram chutes e gritos à tona.
Inclui "Luckiest Man In The World", originalmente conhecida como "Mercy", mas com novas letras e melodia de Bono, e considerada por Adam Clayton como "uma ótima música".
"Tenho a sensação de que uma estará em nosso set ao vivo", diz ele. "Não se encaixava com o que estávamos tentando fazer na época, mas estou muito feliz que esteja disponível agora".
Também temos a explosão punk emocionante de "Country Mile" e três outras músicas inéditas, "Happiness", "Evidence Of Life" e "Treason".
O recém-remasterizado outtake "Picture Of You (X+W)" traz os versos reveladores: "Não vou a lugar nenhum, onde estou, é muito divertido/Lá no deserto, desmantelando uma bomba atômica".
Adam Clayton retorna à história das sessões: "Chris Thomas começou a trabalhar como engenheiro dos Beatles, fez o lendário 'Never Mind The Bollocks' e fez alguns discos maravilhosos com Chrissie Hynde e The Pretenders. Quando o conhecemos, ele também tinha feito muitos discos bons com o INXS, então ele transitou por diferentes eras".
O U2 era amigo do vocalista do INXS, Michael Hutchence, até a morte prematura do australiano em 1997.
Bono e Hutchence eram vizinhos no sul da França, perto de Nice — e foi aí que Thomas entrou.
Adam Clayton diz: "Nós conhecíamos Chris há um tempo. Nós o encontrávamos durante os verões na França, quando vários se reuniam".
Durante aqueles dias amenos sob o sol do Mediterrâneo, houve conversas informais com Thomas "sobre o disco que queríamos fazer".
Foram essas conversas que levaram o U2 a "partir em um curso com ele".
Mas, e é um grande MAS, as coisas não funcionaram como planejado, como Adam Clayton explica.
"No U2, temos uma metodologia um tanto estranha, que é: quando você acha que uma faixa está pronta, nós saímos e a reescrevemos! Chris não estava acostumado com isso. De forma bastante razoável, ele achava que um disco deveria levar seis semanas no máximo. Quando estávamos chegando ao terceiro mês, ele achou muito difícil se concentrar. Naquele momento, ele disse: 'Olha, não tenho certeza se sou a pessoa certa. Vocês, irlandeses, são um pouco loucos!'".
A banda recorreu a Steve Lillywhite, que Adam Clayton lembra ser "muito prestativo e muito sensato".
"Ele ouviu o que tínhamos, particularmente a faixa na qual estávamos colocando mais energia — aquela que se tornou "Vertigo"."
Primeiramente conhecida como "Native Son", a música serviu como uma homenagem a Leonard Peltier, um nativo americano preso por assassinato em 1975 e por muito tempo alvo de campanhas de erro judiciário.
"Para nós, era uma questão lírica complexa", diz Adam Clayton. "Não estava realmente funcionando e Steve disse isso. Ele disse: 'Faça uma backing track melhor e então tocaremos para Bono'. Ele estava fazendo outros trabalhos, mas quando ouviu o que tínhamos feito, ficou muito animado. Bono disse: 'Me dê um microfone'. E a forma de "Vertigo" aconteceu bem ali".
De repente, "tudo se encaixou" e o U2 tinha um hino tempestuoso e direto para dar início ao seu novo álbum, exatamente o que eles estavam buscando.
Adam Clayton diz: "Sempre amamos a ideia de fazer 45's de rock and roll e "Vertigo" se encaixa nisso, assim como "Beautiful Day". Elas são o Santo Graal das músicas para nós. Elas são divertidas de tocar e o público os ama. Há algo sobre aqueles riffs de guitarra. Eles são eternos".

U2 lança uma série de áudios de 'How To Re-Assemble An Atomic Bomb' e um Lyric Video de "Luckiest Man In The World"


O U2 lançou uma série de vídeos "visualizadores" em sua conta do YouTube, assim como o Lyric Video de "Luckiest Man In The World", que estão no álbum sombra 'How To Re-Assemble An Atomic Bomb'.

 

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

The Edge fala sobre o Sphere, os 20 anos de 'How To Dismantle An Atomic Bomb' e completar o círculo com o "álbum sombra" - Parte 2


O U2 está trabalhando em alguma música nova? Larry Mullen Jr. não pôde se apresentar no Sphere porque se recuperava de uma cirurgia no pescoço.

Sim, passei o lockdown inteiro trabalhando em novas músicas e novas ideias. Bono e eu temos trabalhado juntos em algumas coisas, e geramos muito material, e agora estamos experimentando as texturas do som. Também há algumas sessões de gravação do U2 chegando. Já fizemos uma algumas semanas atrás com Larry – Larry está se sentindo bem, e está tocando bem. Ele não quer exagerar, está sendo meio sensato, mas está tocando muito bem. Então isso foi uma emoção para nós.
E então há alguns outros projetos mais experimentais nos quais Bono e eu estamos trabalhando – há esse tipo de coisa folk de ficção científica irlandesa que estamos tocando, que pode acabar no próximo álbum do U2. Ainda não temos certeza, mas estamos animados com isso.

Isso soa diferente.

Estamos apenas tentando manter as coisas frescas e nos manter sem saber exatamente o que vem a seguir, porque é aí que você tem essa sensação de descoberta, que eu acho que é uma parte crucial do que fazemos como uma banda.
Eu estava brincando com composições de IA apenas para ver onde isso me levaria, e descobri que não existe um gênero U2. Você não pode criar uma música do U2 por prompts de palavras, porque por onde você começa?
Nós, ao longo dos muitos anos em que fazemos música, tocamos em muitos estilos e ideias diferentes. A marca registrada do U2, de certa forma, é não ter um gênero. É tão diverso que você realmente não consegue defini-lo. E eu acho isso bom. Estou confortável por estarmos em um novo território. Eu sempre fico um pouco nervoso se parece muito familiar.

Isso é realmente interessante sobre IA, porque você disse sobre como a inspiração tem que ocorrer de uma forma orgânica, e ela geralmente chega quando você menos espera. IA parece antitética a isso.

Absolutamente, concordo. Essa é a falha dela. É uma espécie de fac-símile de um fac-símile de um fac-símile. Então você obtém algo que se assemelha a algo que veio antes, mas não pode ser original. Então essa é minha experiência. Quer dizer, estou apenas brincando por curiosidade, mas até agora não consigo ver isso tendo algum valor criativo real, mas é bom saber o que está por aí.

O que você está ouvindo agora? Há aquela ideia de "música de outono" - música para a época do ano em que os dias estão ficando mais curtos e as folhas estão caindo.

Sim, eu sei do que está falando. Um dos meus grupos favoritos com esse clima seria This Mortal Coil, e particularmente sua versão de "Song To The Siren". É simplesmente deslumbrante, uma das minhas peças favoritas de música gravada. Essa é uma ótima música de outono.

Alguma coisa nova que você esteja ouvindo?

Estamos neste ótimo lugar onde estamos fazendo muito trabalho criativo e apenas ouvindo músicas diferentes para ver o que parece novo para o U2. Eu amo "U Should Not Be Doing That" da Amyl And The Sniffers. É como uma bela música punk rock do século XXI. Tem tudo o que eu amava sobre a forma em primeiro lugar.
E então estou fascinado com o renascimento folk acontecendo na Irlanda e na América do Norte, artistas como Hozier. Parece haver algo novo e fresco sobre essa música.

Ano passado, o U2 gravou 'Songs Of Surrender', um álbum composto por 40 músicas regravadas da discografia da banda. Por que você decidiu deixar de fora a famosa contagem de Bono – "uno, dos, tres, catorce!" – e os outros improvisos espanhóis em "Vertigo"?

Quer dizer, isso foi muito espontâneo. Você não pode contar a mesma piada mil vezes, sabe o que quero dizer?

The Edge fala sobre o Sphere, os 20 anos de 'How To Dismantle An Atomic Bomb' e completar o círculo com o "álbum sombra" - Parte 1


O Toronto Star realizou por Zoom uma entrevista com The Edge sobre o 20° aniversário de 'How To Dismantle An Atomic Bomb' do U2.
"Lembro-me de sentir como se tivéssemos capturado o momento naquele momento. Foi na mesma época em que estávamos nos conformando, globalmente, com a guerra no Iraque, e havia todos esses rumores de armas de destruição em massa, que acabaram não sendo verdade. Havia tanta confusão e inquietação, e acho que o álbum capturou muito disso — essa combinação de lamento por onde nos encontrávamos e essa sensação de alarme e perda.
'How To Dismantle An Atomic Bomb' foi comercializado como o retorno do U2 ao básico. Em um ponto, Bono o descreveu como "nosso primeiro álbum de rock". Mas músicas como "Sometimes You Can't Make It On Your Own" – uma balada que Bono escreveu sobre seu relacionamento com seu falecido pai – também mostraram a banda em seu momento mais terno.
"Como sempre acontece conosco, estávamos tentando fazer tudo ao mesmo tempo", reflete Edge. "O que é uma característica maravilhosa e uma espécie de falha fatal ao mesmo tempo".
Nesta semana, a banda lançará uma reedição de 20º aniversário do álbum, junto com um "álbum sombra" de 10 músicas novas e inéditas.
Para os fãs do U2, essas novas faixas podem parecer um portal para o passado, ou um retiro bem-vindo para a nostalgia do rock moderno. Mas para The Edge, elas também parecem relevantes para o clima político atual.
"As coisas meio que fizeram um círculo completo", ele disse, destacando músicas como "Happiness". "Na época, estávamos escrevendo sobre o que estava acontecendo no Iraque, mas agora, se voltarmos para hoje, com o que está acontecendo no Oriente Médio, isso realmente poderia ter sido escrito na semana passada".
A conversa de 30 minutos ocorreu poucas horas depois que Donald Trump foi eleito presidente dos EUA — um desenvolvimento que The Edge pareceu encarar com relativa naturalidade.
"Acho que as pessoas vão reclamar de onde estamos, mas vamos superar isso", ele disse. "Nós superamos os dias de alguns governos muito conservadores no Reino Unido, superamos a influência desmedida do catolicismo na Irlanda e vamos superar isso. E, sabe, provavelmente será uma fase para ótima música e ótima arte".

O U2 tocou em Toronto muitas vezes, desde o primeiro show da banda na cidade há quase 45 anos no El Mocambo. Você tem alguma lembrança marcante de Toronto?

Eu estive em Toronto com minha família quando era adolescente, e ficamos com uma família lá que era próxima dos meus pais. Foi fascinante estar em uma espécie de metrópole moderna porque Dublin é tão histórica, mas não tem prédios altos, na verdade. Então, vir a Toronto e ver essa metrópole moderna foi alucinante.
A primeira vez que o U2 tocou no El Mocambo, tínhamos tão poucas músicas que acho que tocamos "I Will Follow" e outras músicas do primeiro álbum pelo menos duas vezes. Naquela época, sempre íamos falar com nossos fãs depois do show, e lembro que não era um público muito grande. Provavelmente eram 40 pessoas. Mas os que ficaram para trás ficaram tipo: "Por que vocês tocaram as músicas duas vezes?". E fomos honestos e dissemos: "Olha, é nosso primeiro álbum. Essas são todas as músicas que temos!"

Vamos falar sobre 'How To Dismantle An Atomic Bomb', que chegou nesse momento carregado, pós-11 de setembro. Aqueles acordes poderosos em "Vertigo" pareceram um verdadeiro reset para a banda, especialmente após a experimentação dos discos anteriores. Foi realmente seu "primeiro disco de rock"?

Nós definitivamente estávamos tentando fazer um álbum de rock direto e contundente, mas então entendemos que precisávamos ter algum tipo de contrapeso no disco para que não fosse tudo de um sabor só. E eu acho que esse desejo de criar o contrapeso provavelmente nos distraiu um pouco daquela ideia inicial.
Estranhamente, as músicas do álbum sombra — essas são músicas que eram concorrentes ao disco original, mas ficamos sem tempo — estão de certa forma mais próximas da intenção original. Elas têm aquela sensação realmente crua, de estar na sala. A energia é basicamente toda uptempo, full bore, músicas influenciadas pelo punk rock.
Estávamos aproveitando a raiva que sentíamos na época, com o que estava acontecendo no mundo, e canalizando isso para a música, que sempre foi uma das marcas do grande punk rock – essa energia, essa raiva.

As notícias vindas da América foram bem desorientadoras. Existe algum álbum punk que você ouve nesses momentos políticos tensos?

O primeiro álbum do The Clash significa muito para mim. Eles eram uma banda que Bono e eu vimos quando tínhamos 16 ou 17 anos durante sua primeira turnê em Dublin, numa época em que estávamos apenas pensando se poderíamos nos dar permissão para levar a banda a sério. Esse foi um álbum misturado com o tipo de raiva e decepção justificadas que tenho certeza que muitas pessoas estão sentindo no momento. Foi uma grande inspiração para nós.

Sobre a residência do U2 no Sphere, que foi um grande negócio. O Telegraph chamou de um show que "mudaria o entretenimento ao vivo para sempre". Como foi essa experiência?

Foi uma viagem de montanha-russa porque, obviamente, a tecnologia é totalmente nova e a maior parte dela é personalizada para o local. Então, nosso envolvimento foi, a princípio, quase em uma capacidade de P&D - você sabe, o que podemos fazer com este local que funcionaria para um show ao vivo? E culminou em termos feito muito trabalho e criado muitas imagens incríveis e colaborado com artistas digitais dos quais éramos fãs. E sentimos que tínhamos algo muito especial a oferecer.
Conversando com os fãs e as pessoas no show depois, tivemos a sensação de que nossas ideias tinham aterrissado - que isso estava funcionando. E então se tornou essa experiência emocionante em que estávamos tentando aprimorar a performance com esses aspectos mais espontâneos do show, mas sabendo que tínhamos essas peças incríveis - esses momentos visuais que realmente estavam se conectando.

O U2 sempre esteve na vanguarda da inovação no reino da música ao vivo. A turnê 360 graus tinha uma banda se apresentando no centro de um estádio de futebol. Hoje, esse tipo de configuração é comum. Muitas bandas desse nível parecem atraídas por locais menores e mais íntimos à medida que envelhecem, mas o U2 continua sonhando mais alto.

Somos insaciavelmente curiosos e estamos sempre procurando ver para onde a cultura está indo e o que está acontecendo com as novas tecnologias. Sempre que nos encontramos com nosso designer-chefe e diretor de set, Willie Williams, para falar sobre nossa próxima turnê, nossa pergunta para ele nunca é: "O que está sendo feito? O que está acontecendo? O que está funcionando?" Sempre perguntamos: "O que nunca foi feito?"
Com nossa música, cada álbum é como seu próprio set piece, então estamos sempre procurando encontrar um componente visual que dê vida à música. E então acabei de descobrir que a Sphere era essa proposta incrível porque é essa tela visual enorme. A tela é enorme.

Alguns anos atrás, em uma entrevista, você disse que o U2 "não é uma banda de estúdio, mas uma banda ao vivo que vai ao estúdio para fazer álbuns". E você disse que seu processo de composição é frequentemente conduzido por como uma música será tocada em um palco na frente de uma plateia. Estou curioso para saber se a experiência no Sphere mudou a trajetória do seu processo de composição?

Certamente mudou o que pensávamos sobre a apresentação porque permitiu uma intimidade de uma forma que você simplesmente não conseguiria alcançar em um show de estádio. Imagine um som cristalino entregue a cada assento da casa. Há uma versão cinematográfica disponível que é praticamente exatamente como era estar no show. Eu consegui assistir há alguns meses e senti como se estivesse vendo o U2 pela primeira vez. Foi uma ótima experiência. E não fomos nada mal!
Mas sim, acho que mudou. Acho que se estivéssemos fazendo um álbum destinado a ser tocado no Sphere, isso nos levaria a arranjos e estilos de música mais íntimos. Nós meio que crescemos tendo que chamar a atenção de todos nesses festivais, onde meio que ganhamos experiência como um ato ao vivo.

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Eve Hewson diz que frequentemente rouba o hidratante Augustinus Bader de seu pai, Bono


Cuidados com a pele é uma questão de família para Eve Hewson.
Em sua matéria de capa para a Byrdie, Eve revelou que frequentemente rouba o hidratante Augustinus Bader de seu pai, Bono.
"O que é um benefício real do nosso relacionamento porque sua assistente comprou para ele", disse Eve sobre o produto de luxo, que custa até US$ 300, "e ele obviamente não usa em seu rosto e não se importa, e fica apenas no banheiro dele".
Ela continuou: "É um creme facial realmente caro e incrível. E então eu vou lá quando estou em casa, uso tudo, e ele não percebe nada".
Eve acrescentou que sua mãe, Alison Hewson, não "gosta de todas essas coisas de beleza", mas ela compartilha uma obsessão por cuidados com a pele com sua irmã, Jordan Hewson.
"Minha irmã e eu somos loucas por cuidados com a pele, e sempre que alguém tem algo novo, é como, o que é isso? Meu Deus, o que isso faz? Eu deveria comprar?" disse Eve. "Então, eu diria que sou a mais obcecada por cuidados com a pele porque sou canceriana. Gosto de autocuidado e de tomar banhos, fazer máscaras faciais e faço uma luz LED a laser. Tenho todos os gadgets que você possa imaginar".

Adam Clayton reconhece que viagem e ingressos para os shows do U2 no Sphere foram muito caros para os fãs


Adam Clayton concedeu uma entrevista para a Virgin Radio da Itália para falar sobre o relançamento de 'How To Dismantle An Atomic Bomb', e falou sobre a volta de Larry Mullen e o futuro do U2:

"Durante o tempo em que estivemos no Sphere, Larry passou por algumas cirurgias. Ele se recuperou totalmente. Gravamos algumas músicas com ele depois do verão. Então começamos o processo do próximo disco. 
Não temos certeza de quando terminaremos, não temos certeza de quando será lançado. Mas estamos trabalhando mais neste mês, no final de novembro, e no início de dezembro estaremos de volta ao estúdio. Acho que em meados do ano que vem, teremos uma ideia muito boa de quantas músicas temos que terminar e quando queremos lançá-las. E então uma turnê acontecerá a partir disso. 
Sentimos que foi muito difícil para nossos fãs europeus que estivéssemos fazendo shows em Las Vegas. Percebemos que para a maioria dos fãs esse é um ingresso muito, muito caro. E é um longo caminho para viajar. Sabemos que temos que compensar nossos fãs europeus quando sairmos em turnê na próxima vez".

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Iggy Pop criticou, o U2 respondeu


Em 2014, Iggy Pop criticou o U2 por sua controversa parceria com a Apple no curso de uma crítica à indústria fonográfica que também o viu criticar executivos da música e pessoas que baixam músicas de graça.
O "padrinho do punk", dando a quarta palestra anual John Peel no Radio Festival em Salford, disse que a indústria musical agora era "risivelmente, talvez, quase inteiramente pirata" e disse que os dispositivos eletrônicos "afastaram as pessoas de sua moral, tornando mais fácil roubar música do que pagar por ela".
Mas ele reservou algumas de suas críticas mais duras para o U2, que provocou protesto quando eles deram seu álbum como um download gratuito para usuários do iTunes como parte do lançamento da Apple de seus novos iPhones e Apple Watch.
"As pessoas que não querem o download gratuito do U2 estão tentando dizer: 'Não tente me forçar', e elas têm razão", disse Iggy Pop no evento, organizado por Lauren Laverne da 6 Music. "Parte do processo quando você compra algo de um artista, é uma espécie de unção, você está dando amor a essa pessoa.
Não é o único ponto, esses não são caras maus. Mas agora todo mundo é um contrabandista e não é tão bonitinho quanto antes e há pessoas por aí roubando coisas e dizendo: 'Não tente me forçar a pagar', e esse ato de roubar se tornará um hábito, e isso é ruim para todos".
Ele disse que músicos que antes sofriam nas mãos de gravadoras e executivos que levavam todos os lucros agora estavam sendo penalizados pelo público digitalmente empoderado. Estamos trocando o roubo corporativo pelo público, auxiliados por nerds poderosos, uma espécie de 'Putins de computador'. Eles só querem ficar ricos e poderosos.
Agora, as maiores bandas estão cobrando preços insanos de ingressos ou dando músicas antes que elas possam fracassar em um esforço para permanecerem enormes e há algo nessa coisa enorme que meio que é uma droga".
Iggy Pop também defendeu os anúncios de seguro de carro em que apareceu, pelos quais foi acusado de se vender. "Pelo menos sou honesto", disse ele à plateia de executivos da indústria. "É um anúncio, e é só isso".
Ele disse que a indústria da música era um "lago largo, mas muito raso. Ninguém se importa muito com nada, exceto com dinheiro. Sair dele e conquistar".
A palestra do cantor, chamada "música livre em uma sociedade capitalista", foi transmitida ao vivo pela 6 Music e marcou o aniversário de 10 anos da morte de Peel, que foi o primeiro DJ a tocar os Stooges na rádio do Reino Unido.
"Trabalhei metade da minha vida de graça", disse Iggy Pop. "Os mestres da indústria fonográfica ficavam reclamando que eu não estava fazendo dinheiro para eles. Quando se trata de arte, dinheiro é um detalhe sem importância. Acontece que é um detalhe enorme e sem importância".
O U2 respondeu aos comentários feitos por Iggy Pop, nos quais ele afirmou que as pessoas que criticaram a oferta do iTunes de 'Songs Of Innocence' do U2 "estão tentando dizer, não tente me forçar. E eles têm razão".
Bono e The Edge foram entrevistados por Lauren Laverne para o programa da apresentadora na BBC 6 Music.
"Iggy é um dos grandes cantores que temos, como Frank Sinatra", disse Bono. "Ele também é um grande letrista. Eu ouviria qualquer coisa que ele dissesse!".
The Edge acrescentou sobre o tópico: "Eu ainda acho que foi uma ótima coisa a se fazer e a maioria das pessoas achou ótimo e realmente achou que foi um ato generoso. E há pessoas que se ofendem que isso tenha acabado em sua biblioteca do iTunes, mas acho que elas são realmente uma minoria".

Videoclipe de "Do They Know It’s Christmas?" com Bono é remasterizado em 4K


Em 25 de novembro de 1984, "a música que mudou o mundo" foi gravada no SARM Studios em West London. Este "grito que ecoou pelo mundo" foi escrito por Bob Geldof do Boomtown Rats e Midge Ure do Ultravox e cantado por um bando de jovens estrelas pop inglesas que estavam mais ou menos saindo da escola e tinham dominado a cultura pop do mundo. Eles não tinham ouvido a música, ou visto a letra, mas apareceram, em seu único dia de folga, e cantaram com o coração.
Eles criaram uma música que arrecadou fundos essenciais para a fome na Etiópia, levou à gravação de sua irmã "We Are The World" do USA for Africa, deu o tiro de largada para o Live Aid e o Live 8, e culminou 20 anos depois em forçar o processo político global a se curvar à sua vontade focada na cúpula do G8 em Gleneagles em 2005.
"Do They Know It's Christmas?" ficou no topo das paradas do Reino Unido por cinco semanas e se tornou um dos singles mais vendidos da história britânica. E realmente mudou o mundo.

Produtor: Midge Ure
Diretor de vídeo: Nigel Dick

A gravação apresenta os seguintes artistas (em ordem alfabética):

Robert "Kool" Bell (Kool & the Gang)
Bono (U2)
Pete Briquette (Boomtown Rats)
Adam Clayton (U2)
Phil Collins (Genesis and Solo Artist)
Chris Cross (Ultravox)
Simon Crowe (Boomtown Rats)
Sara Dallin (Bananarama)
Siobhan Fahey (Bananarama)
Johnny Fingers (Boomtown Rats)
Bob Geldof (Boomtown Rats)
Boy George (Culture Club)
Glenn Gregory (Heaven 17)
Tony Hadley (Spandau Ballet)
John Keeble (Spandau Ballet)
Gary Kemp (Spandau Ballet)
Martin Kemp (Spandau Ballet)
Simon Le Bon (Duran Duran)
Marilyn
George Michael (Wham!)
Jon Moss (Culture Club)
Steve Norman (Spandau Ballet)
Rick Parfitt (Status Quo)
Nick Rhodes (Duran Duran)
Francis Rossi (Status Quo)
Sting (The Police)
Andy Taylor (Duran Duran)
James "J.T." Taylor (Kool & the Gang)
John Taylor (Duran Duran)
Roger A. Taylor (Duran Duran)
Dennis Thomas (Kool & the Gang)
Midge Ure (Ultravox)
Martyn Ware (Heaven 17)
Jody Watley (Solo Artist)
Paul Weller (The Style Council)
Keren Woodward (Bananarama)
Paul Young (Solo Artist)

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