Morreu ontem, aos 80 anos, o cineasta americano Joel Schumacher, vítima de câncer. O cineasta de grandes sucessos da década de 1990 teve uma carreira agitada, em que assinou mais de 35 trabalhos, entre blockbusters e longas de baixo orçamento.
'Batman Eternamente' e 'Batman & Robin' terminaram por motivos óbvios como seus filmes mais populares. Em busca de fugir da escuridão gótica das aventuras dirigidas por Tim Burton, o estúdio deu a Schumacher a tarefa de jogar cores no mundo do Cavaleiro das Trevas.
Não funcionou, e o diretor viu sua visão ceder ante a pressão de empresas de brinquedos e do departamento de marketing do estúdio.
Fã do herói, com planos de adaptar a série de Frank Miller e David Mazzucchelli 'Batman: Ano Um', Schumacher terminou por literalmente desculpar-se com os fãs por tê-los decepcionado. Humilde e honesto.
No verão de 1995, havia uma pergunta que o U2 não conseguia tirar da cabeça: por que tão sério? A banda já havia completado a primeira etapa de sua jornada, de pregadores de estádios a satiristas encharcados de néon com a turnê de US $ 15 milhões Zoo TV, que cruzou o mundo de fevereiro de 1992 a dezembro de 1993.
O grupo estava prestes a ir um passo adiante. Eles o fariam emprestando seu nome ao último símbolo da cultura pop: um filme de super-herói.
"Imaginei que seria bom estarmos envolvidos em algo que é basicamente descartável e leve". Foi o que disse The Edge quando o U2 gravou uma canção para o novo filme do Batman de Joel Schumacher. Foi o primeiro grande envolvimento do U2 com Hollywood.
O single foi lançado há 25 anos e ficou muito associado ao filme de Schumacher, 'Batman Eternamente', para o qual foi parcialmente escrita.
O U2 estava de folga, e o vídeo animado dirigido por Kevin Godley / Maurice Linnane traz Bono com seus personagens MacPhisto e The Fly, percorrendo as ruas de Gotham com os outros integrantes do U2.
Na letra, Bono (sendo considerado o maior ego do pop) lida com celebridades e seu próprio complexo messiânico. "Eles querem que você seja Jesus, eles se ajoelham", ele canta. "Mas eles querem o seu dinheiro de volta se você estiver vivo aos 33 anos".
A história de como o U2 chegou à trilha sonora de um filme do Batman é um conto.
"Hold Me, Thrill Me, Kiss Me, Kill Me" foi originalmente criada em 1993, quando o U2 corria para completar seu novo LP, 'Zooropa', entre períodos de folga da turnê ZOOTV.
Eles não tiveram tempo para completar todo o material. Assim, "Hold Me, Thrill Me, Kiss Me, Kill Me" foi deixada de lado. Paralelamente, Bono estava abraçando seu lado mais teatral criando o personagem MacPhisto para a turnê.
Após a turnê, ele desejou continuar suas aventuras, e foi assim que ele e Joel Schumacher chegaram a discutir sobre MacPhisto aparecendo como um vilão no filme.
A paixão de Bono por Batman foi alimentada pelos dois filmes anteriores do Cavaleiro das Trevas, 'Batman' e 'Batman - O Retorno'. Quando Schumacher assumiu o manto de diretor após a saída de Tim Burton, ele desejou que Bono estivesse envolvido. No entanto, quanto mais ele lia o roteiro, mais percebia que não havia espaço para MacPhisto enfrentar o personagem de Val Kilmer.
"Eu me encontrei com Bono enquanto estava montando 'Batman Forever'", revelou Schumacher. "Ele é um grande fã dos filmes de Batman de Tim Burton / Michael Keaton e conversamos durante muito tempo sobre ele aparecer nos meus. Mas tínhamos Jim Carrey no papel de Charada e Tommy Lee Jones como Harvey Duas Caras e, infelizmente, realmente não havia espaço suficiente para outro vilão. Ele entendeu meu raciocínio e depois escreveu essa música fabulosa para nós, o que foi maravilhoso".
A faixa alcançou o número um na Irlanda e dois no Reino Unido. E foi nomeada para o Globo de Ouro de Melhor Canção Original.
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