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quinta-feira, 31 de março de 2016

1979: A Grande História Da Inocência - Parte 11


Chas De Whalley saiu da CBS logo depois que o U2 assinou com a Island, "em parte por causa do fracasso de não assinar com o U2, porque isso era sintomático e foi percebido como um mal-estar maior dentro da empresa." Quando ele ouviu do presidente da corporação americana, descrevendo seus funcionários britânicos como "os trabalhadores indígenas nas estações offshore", De Whalley percebeu que ele estava trabalhando para a empresa errada.
Tom Nolan, cuja saída da EMI espelhou De Whalley na CBS, ouviu algo semelhante sobre seus antigos empregadores. Ironicamente, Nolan começou sua carreira na Island e disse: "Eu sabia que fariam um trabalho melhor. Não acho que a EMI teria feito um bom trabalho, não havia nenhuma maneira deles terem ficado com o U2 como Chris Blackwell fez."
Os próximos passos até a escada para o U2 envolveu encontrar um simpático produtor para aprimorar o som sem polimento deles, e cortejar a indiferente imprensa musical do Reino Unido. Nick Stewart viu uma solução para estes problemas em Martin Hannett, o chefe de estúdio do sério selo indie de Manchester, Factory Records. Como devotados fãs do Joy Division, a banda abraçou esta sugestão e definiu sobre a gravação de seu primeiro single pela Island, "11'O Clock Tick Tock" com Hannett no Strawberry Studios em Manchester (na verdade, a canção foi produzida no Windmill Lane Studios en Dublin).
"Este foi um tempo quando a NME, a Sounds e a Melody Maker estavam na verdade vendendo um grande número de cópias", diz Stewart. "Isto foi antes que alguém tivesse inventado a ideia da Uncut. A Factory Records foi de certa forma uma espécie de Island embrionária, e fiz amizade com Tony Wilson e mais tarde, de Rob Gretton, que infelizmente faleceu. Eu também tinha falado de Joy Division e Vini Reilly. E claro, o link para isso foi Martin Hannett. Eu era muito amigo de Martin e pensei que ele era uma espécie de Phil Spector para o rock inglês naquela época, então quando nós assinamos com o U2, eu disse que gostaria de levá-lo para produzir "11'O Clock Tick Tock". E o single não está datado, ainda parece extraordinário. Esse single é diferente de qualquer outro single do U2, e diz algo sobre Martin Hannett."
Infelizmente, a sinergia entre U2 e Hannett nunca deu aquele estalo. O uso de drogas do lendário produtor não combinava com aquela banda iniciante, religiosamente inspirada e desconfiada dos excessos do rock and roll.
"Eles eram garotos que viviam de forma muito limpa", diz Annie Roseberry. "Quando suas namoradas vieram para ficar com eles, elas tinham quartos separados nos hotéis. E todos iam para a cama muito cedo, tirando Adam, que era quem ficava acordado e festejando. Mas Martin não era realmente inclinado para isso."
Embora mais tarde o U2 tenha amolecido sua posição de luta contra a droga, eles tentaram inicialmente apresentá-la como uma espécie de Straight Edge no manifesto punk. Foi uma subcultura e subgênero do hardcore punk que surgiu nos anos 80. Ele defende a total e perene abstinência em relação a entorpecentes (tabaco, álcool e as chamadas drogas ilícitas).
Como Bono disse à International Musician no início de 1981, "rock'n'roll tem sido sempre sobre se rebelar, não é? Elvis Presley nos anos 50 e, em seguida, bandas como The Rolling Stones nos anos 60 com seus longos cabelos e suas drogas. O problema é que as pessoas esperam tudo isso de uma banda de rock, mesmo as bandas punk ou uma banda new wave nos dias de hoje. Tudo se tornou como um estoque de imagens de rebeldia."
Rob Partridge lembra que, desde o início, tinham uma postura que eles estavam se rebelando contra os estereótipos do rock padrão. Foi um ato de rebeldia para não fazer coisas que outras bandas estavam fazendo, que é um tipo de argumento complicado. Mas conforme o tempo passava, eles desenvolviam sua própria postura coerente".
De acordo com Bill Graham em 'Another Time, Another Place', foi a morte de Ian Curtis, em maio de 1980, que finalmente acabou a relação de trabalho do U2 com um Hannett perturbado. Agora, Nick Stewart afirma que a banda se recusou ao estilo de produção excessivamente reconhecível de Hannett, mas nega qualquer tensão por drogas.
"Eu não diria que naquela fase o U2 tinha qualquer sentido de ser puritano", Stewart argumenta, "mas ao mesmo tempo, eles não pareciam estar se relacionando com drogas. Longe disso. De certa forma, eram bastante ingênuos. Acho que Hannett era para eles uma figura sofisticada. Eles aprenderam muito com ele – eles aprenderam, na verdade, que não queriam trabalhar com alguém como o Martin, que impôs um pouco seu próprio tabuleiro sônico ou ideias sobre eles. Então, quando eles foram para gravar o álbum, disseram que não queriam trabalhar com Martin – e Martin naquele estágio estava doente. Ele parecia estar sofrendo de uma pequena overdose de uma coisa ou outra. Então olhamos vários produtores e fomos para Steve Lillywhite."

Revista Uncut - Dezembro de 1999

quarta-feira, 30 de março de 2016

O efeito vermelho e a backing vocal de sutiã na gravação de "Red Light" do U2


No álbum 'War', lançado em 1983, o U2 pela primeira vez contou com uma participação especial nos vocais em canções do álbum. A presença do trio de garotas do 'Kid Creole and The Coconuts' gravaram as canções "Red Light" e "Surrender". São elas: Adriana Kaegi, Cheryl Poirier e Taryn Hagey.
O grupo se encontrava em Dublin, e foram convidados para as gravações no Windmill Lane Studios. Além das três garotas, o trompetista da banda também se juntou ao U2.
Para a canção "Red Light", Bono explica que "nós tínhamos o estúdio iluminado de vermelho para o efeito, e uma Coconut tirou o top dela e cantou usando somente o que parecia ser um sutiã de uma bailarina. Os rapazes da Irlanda tinham dificuldade para respirar."
O produtor Steve Lillywhite disse que o U2 foi convidado para assistir ao show da banda em Dublin, que eram também da Island Records.E foi o próprio Steve que convidou o 'Kid Creole and The Coconuts' em um dia de folga, para visitar o U2 no estúdio. Steve lembra do trio de garotas de Nova York como "atrevidas e cheias de espírito".

'Grande Incêndio De Roma' na letra de "Mercy" do U2


"Mercy" do U2 foi escrita e gravada durante as sessões de "How To Dismantle An Atomic Bomb" em 2004, mas nunca foi editada oficialmente pela banda, apesar de ter vazado na época na internet, uma versão de 6 minutos e meio de duração, que se tornou mítica e legendária, entre os adoradores e seguidores da banda.
A letra da canção veio no livro da edição de colecionador do álbum 'How To Dismantle An Atomic Bomb'.
Uma linha desta versão é "You wanted violins... and you got Nero" (Você queria violinos..... e você tem Nero).
É uma referência ao 'Grande Incêndio De Roma', que teve início na noite de 18 de julho, no ano 64 D.C., afetando 10 das 14 zonas da antiga cidade de Roma, três das quais foram completamente destruídas.
Uma das lendas mais divulgadas sobre Roma e seu louco imperador Nero diz que ele mesmo colocou fogo na cidade quando viu seus projetos ruírem. No entanto, não existe nenhum documento que culpe o imperador. Mas o mais estranho mesmo é a história de que ele tocava rabeca alegremente enquanto a cidade ardia em chamas. Rabeca é um instrumento medieval precursor do violino. O violino só foi inventado no século 16.

De acordo com o historiador romano Tácito, Nero estava a uns 80 quilômetros de distância de Roma quando teve início o fogo; e ainda segundo ele, o imperador mandou tropas para controlar o incêndio.

terça-feira, 29 de março de 2016

The Edge faz revelações sobre o novo trabalho do U2, e a banda pode até voltar com a turnê antes do lançamento do novo disco


Um ano e meio depois do U2 surpreender os ouvintes com o lançamento do seu 13° disco, 'Songs Of Innocence', a banda está trabalhando na sequência do álbum. The Edge disse para a Rolling Stone: "É muito difícil dizer neste momento, quando estará pronto. Definitivamente, estamos ainda trabalhando com ideias, e não finalizando gravações, por assim dizer."
O músico, que foi "trabalhar com algumas faixas de guitarra" em um estúdio de Los Angeles, usando sua nova guitarra personalizada e amplificador, disse que o grupo está mantendo o rumo no que Edge diz ter o título de 'Songs Of Experience'. "Nós sempre tivemos em mente que seria um conjunto de dois álbuns", ele diz. "É a continuação para 'Songs Of Innocence'."
O U2 tem muito a fazer. Edge realizou recentemente uma contagem das ideias para canções que a banda tem em cima da mesa. "Incluindo um monte de minhas demos cruas – não estou dizendo que estão finalizadas – atualmente existem 50 peças de músicas que usei meu tempo com elas. Algumas delas não possuem arranjos e não foram tocadas com a banda, mas há 50 ideias e provavelmente umas 20 que estamos realmente animados com elas. Então nós temos algumas maneiras de reduzir elas, mas estamos em boa forma."
A banda está servindo como seus próprios críticos mais severos, revendo cada possibilidade. É um processo que o guitarrista diz que está funcionando bem até agora. "Estamos tentando realmente ser brutais com o material e focar apenas nas coisas que estamos realmente convencidos que são as melhores ideias", Edge diz. "Acho que agora estamos no ponto de começar a realmente editar elas para formar o núcleo de canções que farão parte do disco. As coisas estão ainda em seu estado bruto, mas soando realmente grandiosas".
Um exemplo das muitas ideias de músicas do guitarrista, pode ser ouvido no final de um vídeo que ele fez para Fender, anunciando sua primeira guitarra personalizada. Aos 4 minutos e 25 segundos do vídeo, ele toca na guitarra o que ele descreve como um "groove matador", juntamente com uma faixa de apoio agitada. "Estas são como minhas demos antigas", diz ele. "Eu não sei se elas nunca verão a luz do dia em um álbum do U2. É o material que eu gostaria de trabalhar em cima e trazer para a banda como um ponto de partida. Elas são apenas coisas solo que eu fiz."


Embora a banda esteja trabalhando na gravação, é possível que os fãs voltem a ver o U2 ao vivo novamente, antes mesmo de ouvirem um novo álbum da banda. Embora Edge não seja específico sobre o calendário, ele disse que a banda espera voltar para a estrada "antes que seja tarde" e que sua intenção é fazer um anúncio "muito em breve."
"Tivemos um grande momento tocando ao vivo recentemente", ele diz. "A forma como o show deu certo, veio junto, realmente ficamos felizes com isso. Além disso, pareceu, para nós, sugerir que há maneiras de desenvolver esta turnê particular, usando produção semelhante. Então trabalharemos algumas idéias em torno disto." O grupo ainda está tentando descobrir como o show poderia ser diferente, mas o guitarrista diz: "Eu acho que se nós sairmos em turnê novamente, definitivamente vai haver algumas mudanças. Não será o mesmo show."
The Edge diz que a banda está feliz e "muito animada" sobre como aconteceu a turnê. "Tantas coisas novas saíram daquela turnê", ele diz. "Houve tantos novos momentos, momentos ao vivo, para nós. É muito difícil para uma banda que já percorreu tantos anos como nós, evocar algo que é totalmente novo e diferente e colocar ao lado de momentos de turnês anteriores que são considerados 'clássicos shows ao vivo.' Mas eu acho que essa turnê realmente, em muitas maneiras, superou e ultrapassou shows do U2 realizados no passado. Estamos realmente animados sobre isso e curiosos para ver se podemos subir outro nível".

Bono se desloca para o Quênia e Jordânia para chamar a atenção para a crise dos refugiados


Bono está usando seu poder de atenção para destacar a situação dos refugiados, chamando a crise de um "problema global".

"Agora sabemos que o que acontece no Oriente Médio ou na África do Norte este ano, será espalhado pelas ruas de Paris ou Bruxelas na sequência, e que Deus não permita também, nas ruas da América", Bono disse ontem ao vivo no "Good Morning America", fazendo referência os ataques terroristas na Bélgica e na França.
"Nós não podemos mais nos afastar do que está acontecendo no mundo, é o nosso mundo. Isto é o que vem com a globalização", disse ele. "Com o impacto global, temos responsabilidades."
Bono falou direto do acampamento dos refugiados de Zaatari na Jordânia, lar de cerca de 80 mil refugiados, principalmente da Síria.
"O governo aqui nos disse que eles acham que um quarto da sua população são refugiados. Sua generosidade está justamente na elasticidade de seu limite", disse Bono.
"Precisamos estar por trás deles e de países como aqueles que cuidam de nós e tentar representar os nossos valores e eu acho que é muito importante para os americanos ouvirem que eles têm um aliado na Jordânia", disse ele.
Bono disse que o crescimento explosivo da crise de refugiados significa que todos os países e cidadãos "precisam superar isso."
"Este é um problema que há apenas alguns anos atrás, 10 mil pessoas por dia foram forçadas a deixar suas casas", ele disse. "Neste momento, são 40 mil pessoas que deixam suas casas por dia."
Bono está trabalhando com a ONE Campaign, que ele co-fundou, para incentivar um grupo de 7 milhões de membros à ajudarem e encorajar outros à agirem.
O músico tem usado o Instagram do U2 para documentar suas experiências com os refugiados. Bono e seus companheiros de banda também destacaram a crise durante sua turnê, mostrando imagens de refugiados em seus telões nos concertos.
A mensagem da banda é que, se não houver uma solução para a crise de refugiados, não será mais a Europa.
"Se o que aconteceu na Síria, Deus me livre, acontecer de novo em outro país, e isso está acontecendo na Líbia agora, Deus nos livre, não acontecerá na Nigéria, a Europa não será mais viável", disse Bono. "Isso é um grande problema para a América."
"Além de ser um grande parceiro comercial, a Europa é a maior aliada da América", ele continuou. "Jordânia, onde eu estou, realmente é um aliado fundamental da América do Norte e, como está acontecendo, é uma lição de graça pela maneira em que estão tratando a crise de refugiados".
Enquanto Bono falava direto do acampamento de refugiados, podiam ser vistas crianças correndo e brincando atrás dele.
"Lembre-se, todas estas crianças, todas essas vidas, querem ser amigos da América. Eles querem ser amigos da liberdade", disse Bono. "Esses lugares podem ser como uma espécie de universidades ensinando para as pessoas nossos valores, ou caso contrário podem estar em lugares que são perigosos para as nossas ideias e o que somos, então vamos tomar o primeiro rumo, e não o segundo."
Bono também esteve no campo de Dadaab, na fronteira do Quênia, Somália, o segundo maior campo de refugiados do mundo. 350.000 pessoas foram deslocadas ao longo de um quarto de século.
Bono disse que eles estão "vivendo em caixas de papelão, um terço nasceram lá ... Muitos de nós estão muito preocupados que a crise de refugiados desfaz grande parte do bom trabalho que tem sido feito no desenvolvimento durante os últimos oito anos. É por isso que estou aqui", disse Bono.

'How To Dismantle An Atomic Bomb': Fase Um


The Edge disse em uma entrevista para a Guitar World, que em um disco do U2, ele se envolve tanto na composição das canções e gravações, que provavelmente ele é a primeira pessoa no processo, à perder toda a objetividade. Seria aquela coisa de "Hey Edge, você pode pensar que está finalizado. Mas não está, está longe de estar terminado."
Segundo Edge, isso é o que aconteceu com o que ele chama de "Fase Um" de 'How To Dismantle An Atomic Bomb', que foram as gravações que o U2 fez com o produtor Chris Thomas.
O U2 havia planejado gravar o álbum tendo apenas Chris Thomas como produtor. Entenda a "Fase Um":

The Edge: "Chris veio para Dublin, nós entregamos um monte de coisas e ele disse: ‘Sim, isto é interessante. Vamos para o estúdio ver como isso funciona’."

Bono: "Chris tem uma coisa que nós não temos muito no estúdio – o dom da clareza."

Adam Clayton: "Chris chegou bem cedo no processo e teve um grande entrosamento com o Edge e tudo relacionado à sabedoria da guitarra estava realmente funcionando muito bem. Nós começamos em março de 2003 e o plano era aprontar o álbum para o final do ano. Mas quando as sessões progrediram e a aproximação particular entre o U2 e as composições começou a se consolidar, ele pareceu menos confortável em nos guiar. Porque nós não temos uma base musical acadêmica, nós realmente precisamos desenvolver os arranjos, as melodias e os ganchos simultaneamente. É um processo de tentativa e erro, onde você adiciona mais informação harmônica em uma faixa e afeta o espírito da música, que afeta o espírito da melodia vocal e da composição. Eu penso que Chris achou muito complicado continuar tocando as coisas para frente. Havia muitas ideias, mas nós parecíamos não conseguir fechar um acordo. Trabalhamos todo o verão e quando chegou o outono de 2003 tínhamos gravado material suficiente para um álbum. O Jimmy Lovine escutou as faixas e disse: “Já têm um disco, estamos prontos para lançá-lo”. Mas havia um mal-estar na banda."

Bono: "Estafamos o Chris. Como aconteceu com o Flood e o Nellie no 'POP'. Somos como um vírus que rodeia as pessoas com muitas alterações e combinações até que elas não saibam mais para onde se virar."

Paul McGuinness: "O U2 trabalha muito. São perfeccionistas, mas o trabalho se expande até preencher o tempo disponível para executá-lo. Continuo me espantando que eles consigam se concentrar durante tanto tempo em um disco e fico pasmo por não escreverem as canções antes de gravar. O Chris Thomas veio me visitar um dia e disse: - Nunca trabalhei com um artista em que nada esteja preparado, eles entram e esperam que aconteça. Estou sentindo que fico os desiludindo. - É sempre assim, e sempre ocorre tudo bem. Mas aquilo foi o canto do cisne. Era esgotante e ninguém se divertia."

The Edge: "Nós estávamos muito perto finalizar o álbum com Chris. Eu diria que nós tínhamos duas ou três músicas que nós sentimos que estavam prontas e só precisavam ser mixadas, e cinco ou seis músicas que estavam quase prontas. Naquele ponto, estávamos há alguns meses para finalizarmos o álbum, mas depois se tornou evidente que não estávamos ali."

Larry Mullen: "Aquilo não era um disco. As músicas tinham uma série de enganos, tinham muitas coisas boas, mas faltava magia, aquilo que distingue o ordinário do extraordinário. É difícil concretizar ou justificar em uma discussão, mas lhe faltava aquilo. Era uma conversa difícil de estabelecer com o Bono e o Edge. Na época o Bono estava nos pressionando para editarmos aquelas músicas como um álbum e não ficou nada contente quando não concordamos com ele. Sei que o Bono e o Edge ficaram muito frustrados, mas não se tem esse tipo de conversa com os companheiros que estão dando o máximo a não ser que se tenha muita fé na música e na banda."

The Edge: "Sentimos que o disco seria finalizado, e de repente, ele não foi finalizado. É como se o balão esvaziasse de repente e batêssemos no chão. Levamos basicamente nove meses suando a camisa com o Chris, mas as músicas não chegavam a lado nenhum, e em alguns casos pioravam. Foi aí que pedimos para Steve Lillywhite vir e nos ajudar a entender tudo. É um processo tão difícil. Eu sempre acho que vai ficar mais fácil."

Adam Clayton: "Não é fácil decidir parar, adiar o lançamento do álbum e começar com um novo produtor, mas não há dúvidas que era o melhor a ser feito."

Paul McGuinness: "Foi difícil telefonar ao Chris e não fiquei contente com isso. Acho que foi difícil para todos gastar tantos meses trabalhando com uma pessoa e depois ter que admitir que afinal não dava resultado. Mas ele fez uma série de trabalhos válidos e há bastante coisas dele no álbum. No entanto, foi de fato, o Steve Lillywhite quem veio, o montou e demonstrou estar decidido a terminá-lo. O Steve é como uma injeção na veia em qualquer projeto, porque é tão contagiosamente prático e bem disposto que levanta o espírito das sessões. Não vale a pena um bom artista lançar um disco a não ser no último trimestre do ano, época em que a venda de discos é tão elevada a nível mundial que se compara a todos o resto do ano. Por isso, quando ultrapassamos o prazo para a edição no outono, o álbum não passou para o começo de 2004, mas sim para o final de 2004. É uma opção dispendiosa acrescentar mais um ano de trabalho devido às despesas que isso acarreta."

segunda-feira, 28 de março de 2016

Videoclipe do U2 pode ter sido inspirado em filme "Splash - Uma Sereia Em Minha Vida"



No videoclipe de "Electrical Storm" do U2, lançado em 2002, a atriz Samantha Morton contracena com Larry Mullen, e faz o papel de uma sereia que precisa voltar para o mar.


É muito provável que a inspiração para o videoclipe do U2, tenha vindo do filme "Splash - Uma Sereia Em Minha Vida".
Olha o Tom Hanks no mar, com a sereia Daryl Hannah dentro de uma banheira!



Olhe Larry Mullen no mar empurrando uma banheira, para sua sereia Samantha Morton!


Esta sereia na vida de Larry Mullen, pode ser a mesma sereia que Bono conheceu na América certa vez, e escreveu uma canção sobre ela em 1986, mas que jamais foi lançada oficialmente!
A canção "Womanfish" foi tocada uma única vez ao vivo até hoje em uma apresentação na TV Gaga, da Irlanda, durante o período de gravação de 'The Joshua Tree'.
De acordo com Bono, a canção é sobre uma sereia que ele conheceu uma vez na America!
A canção era um trabalho em andamento, e a banda apresentou uma versão dela ao vivo com letras inacabadas, meio sem sentido. Deu a impressão que Bono não sabia as letras, e improvisou a maior parte dela.
Era um rock n roll bem diferente do que o U2 estava acostumado a fazer, bem interessante. The Edge deu graças à Deus de a canção nunca ter visto a luz do dia. Além disso, ele disse que foi a pior aparição do U2 na televisão, foi uma performance horrível. Tanto que a banda tentou obter as fitas com a RTE, para dar um sumiço definitivo nas imagens.

O que você queria saber sobre videos e videoclipes do U2 - Parte 2


A Dreamchaser Productions foi uma companhia de vídeo fundada em 1990, que realizou diversos trabalhos para o U2 à partir de 'Achtung Baby'. Ela fechou as portas por volta de 2003, e seus fundadores, Ned O'Hanlon e Maurice Linnane, abriram outra companhia: a Solo Too.
Em 1996, a dupla participou de um Fórum, respondendo diversas perguntas de fãs do U2.

Qual foi o videoclipe mais interessante que vocês fizeram?

Maurice / Ned: "Hold Me Thrill Me Kiss Me Kill Me". De longe. Nunca fizemos algo assim antes!

Há rumores que vocês fizeram videoclipes de "Zooropa" e "Daddy's Gonna Pay For Your Crashed Car". É verdade?

Maurice / Ned: Ficaria muito surpreso. Existem alguns videos sim feitos na fase de 'Zooropa', mas não para a TV.

No que diz respeito ao concurso de beleza de "Miss Sarajevo", quando ocorreu aquilo? Foi real?

Maurice / Ned: Acho que foi em 1992 ou 1993. Eu acho que o ano aparece no banner no palco no final do vídeo. E sim, foi muito real. Nós temos a filmagem daquilo, eu acho. A CNN também teve diversas conversas com a Miss Sarajevo.

O U2 não fará uma coletânea em vídeo com seus videoclipes? A MTV parece que não dá muita atenção para a banda, a não ser em uma estreia mundial. "Hold Me Thrill Me Kiss Me Kill Me" raramente é transmitido, "Lemon" nunca mais foi visto na programação.

Maurice / Ned: "Hold Me Thrill Me Kiss Me Kill Me" foi um grande video na Europa. Era transmitido 28 vezes por semana, e isso por meses. "Lemon", bem lembrado. Eu não lembro de ter visto ele passando muitas vezes.

Como vocês vieram a trabalhar com o U2?

Maurice / Ned: Dublin é uma cidade pequena. Nós conhecemos a banda há anos. Eles fazem música e nós fazemos imagens. Tudo parecia se encaixar.

O U2 tem planos para um videoclipe de "Your Blue Room"? Vocês estão envolvidos? Qual seria o conteúdo?

Maurice / Ned: Não sabemos de nada sobre um videoclipe para "Your Blue Room".

O que o U2 fez com todas as fitas do Video Confessional da turnê de 1992?

Maurice / Ned: Nós temos todas elas, arquivadas!

A banda assistia estas fitas?

Maurice / Ned: Eram gravadas em cada show, só que a banda sempre estava ocupada. Nós assistíamos elas e escolhíamos as melhores. A banda via o que escolhíamos para o show todas as noites. Eles assistiam na TV no backstage.

Eu gostaria de saber qual o ponto de usarem Las Vegas, como conceito na fase da ZOOTV, quando falam "Las Vegas Trash" no videoclipe de "Even Better Than The Real Thing". Parecem que vocês fizeram comentários muito duros sobre a cidade.

Maurice / Ned: Las Vegas Trash foi um Cassino. Tivemos grandes momentos em Las Vegas. Tivemos uma grande turnê em Las Vegas.

Vocês poderiam explicar o final do videoclipe de "All I Want Is You"?

Maurice / Ned: Ela morreu. Ele estava muito triste. Amor não correspondido.....

Como ela morreu?

Maurice / Ned: Idade avançada?

Mas os integrantes do U2 e o anão não envelheceram?

Maurice / Ned: Isto então é um Arquivo X!

De onde vêm os números que aparecem no vídeo de Sydney da ZOOTV, e nos outros shows da turnê? Havia um 0800 que era de um Poultry Hotline nos EUA, sobre dicas de carnes e aves.

Maurice / Ned: Fizemos todos eles. Datas de aniversários, números de telefone de segurança social, os seus dados bancários.

domingo, 27 de março de 2016

Aparece áudio com alguns segundos da canção inédita “Streets Of Surrender (S.O.S.)”, escrita por Bono


Apareceu um pequeno áudio de 10 segundos, com Bono cantando “Streets Of Surrender (S.O.S.)”, a canção que ele escreveu sobre os ataques em Paris, e que estará em 'Black Cat', novo álbum do cantor italiano Zucchero.
No áudio, Bono canta a linha: "To be free, baby, baby. Free now and forever."
Este pequeno trecho acústico com voz, violão e orquestra, pode ser uma demo vocalizada por Bono, ou a versão final do álbum, que então seria um dueto entre Bono e Zucchero.
Há uma informação que Mark Knopfler, conhecido como o guitarrista do Dire Straits, toca na faixa.


OUÇA NESTE LINK

Agradecimento: Gabriel Rodrigues

sábado, 26 de março de 2016

U2 recriado no calendário 2016 do Centro De Imigração Irlandesa


O calendário 2016 do Centro De Imigração Irlandesa (Irish Immigration Center Calendar 2016), traz recriações de capas de diversos álbuns de grandes artistas e bandas da música irlandesa, com personagens e pessoas locais, colocando juntos o diretor do centro de imigração Siobhan Lyons e o assistente diretor Leslie Alock.
O projeto é uma continuação para o calendário de angariação de fundos altamente bem sucedido e popular que o centro produziu no ano passado.
A ideia para o calendário deste ano veio do comediante Chris Williams: "Talvez vocês possam fazer capas de álbuns irlandeses, e lançar o calendário quadrado, como as capas de discos."
Denise Foley foi a responsável pelas fotografias, que foram tiradas em setembro e outubro do ano passado.
Abaixo, a recriação da capa de 'The Joshua Tree' do U2:

Vídeo: teaser de canção inédita do U2, das gravações de 'Songs Of Innocence'


Após o lançamento de 'Songs Of Innocence' em 2014, o U2 disponibilizou um pequeno vídeo dos trabalhos de gravação do disco no Electric Lady Studios em Nova York.
O que chama a atenção é que a banda ensaia uma canção inédita, de ritmo bem lento, que não foi incluída no álbum. Não parece apenas uma improvisação, pois Bono ao cantar, sabe exatamente o momento em que Larry vai entrar com a bateria. Provavelmente, ela era um trabalho em progresso, que a banda talvez não tenha finalizado, ou talvez não tenham gostado do resultado e deixado ela de lado.
Se acreditava que ela seria algum b side de algum dos singles do disco. Só que o U2 desistiu do lançamento de singles físicos padrões, e acabou lançando apenas singles digitais, que não tiveram lados b, remixes, versões ao vivo, nada (com exceção do single de "Song For Someone", trazendo uma versão ao vivo da faixa).
As únicas canções extras gravadas nas sessões do álbum, apareceram no lançamento da versão Deluxe, que foram "The Crystal Ballroom" e "Lucifer's Hands".
Assim, esta canção ouvida no Electric Lady Studios, permanece não lançada, e pode até aparecer na continuação do disco, 'Songs Of Experience', previsto para ser lançado ainda este ano.

O músico e fã do U2, Márcio Fernando, editou o trecho do vídeo, e disponibiliza para nós este teaser trazendo 20 segundos desta canção inédita do U2:

sexta-feira, 25 de março de 2016

Áudio: teaser da nova canção do U2, que deverá fazer parte de 'Songs Of Experience'


A Fender disponibilizou um mini documentário da Fender Signature de The Edge, onde vemos o guitarrista em estúdio mostrando trechos de uma canção inédita do U2, que deverá fazer parte do próximo disco da banda, 'Songs Of Experience'.
Edge toca guitarra em cima de um playback que já tem o vocal pré gravado de Bono. Há também outros trechos de riffs pesados de guitarra, que parecem ser desta mesma canção (o riff inicial lembra "The Fly"), mas também podem ser canções distintas (o riff do final chega a lembrar a canção "Blow Your House Down").
Edge aparece em um estúdio na Califórnia, com o produtor Jacknife Lee, que trabalhou com o U2 em 'How To Dismantle An Atomic Bomb' (o que explica a canção soar com mais peso que as faixas de 'Songs Of Innocence').

O músico e fã do U2, Márcio Fernando, editou os áudios presentes no vídeo, e disponibiliza para nós este teaser trazendo os trechos desta canção inédita do U2:





ATUALIZAÇÃO:

Guitar Man...

The Edge postou uma foto hoje no Instagram da banda, mostrando que continua trabalhando nas gravações do novo disco, 'Songs Of Experience'.

Observação: na parede, fotos de Paul McCartney, George Harrison (talvez) e John Lennon.

A guitarra Gretsch Electromatic (RED) de Bono continua ali à espera do vocalista!

U2 será homenageado no iHeartRadio Music Awards 2016


O U2 será homenageado com o Innovator Award no iHeartRadio Music Awards deste ano, por seu impacto na cultura popular e compromisso com as causas sociais.
A IHeartMedia anunciou nesta sexta-feira que a honra especial será dada para a banda durante a premiação em Los Angeles em 3 de abril. A premiação vai ao ar ao vivo na TBS, TNT e truTV, bem como nas estações iHeartRadio e em toda a plataforma de música digital do iHeartRadio.
O grupo, composto por Bono, The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen Jr., estão comemorando 40 anos juntos este ano. O U2 também apoia várias instituições de caridade e causas, incluindo a organização ONE e a campanha da marca (RED), ambas co-fundada por Bono.
A banda também é indicada na premiação, na categoria de melhor turnê.

Do site: The Seattle Times

Bono é capa da edição de abril da Revista Fortune


A 'Fortune' é especialista em reunir em listas líderes e empresas que se destacam ao redor do mundo. Há três anos elabora essa lista mais abrangente, com personalidades de diversas áreas.
A revista americana incluiu o juiz Sérgio Moro em 13º lugar em sua lista dos 50 líderes mais influentes do mundo, que reúne ativistas, empresários, religiosos e políticos. A compilação foi divulgada na quinta-feira pela publicação. Moro, que conduz a Operação Lava-Jato, aparece à frente de nomes como Bono (14°), e de líderes que vêm promovendo mudanças em seus países, como o presidente da Argentina, Maurício Macri (26º), e o premier canadense Justin Trudeau (48º).
Moro é o único brasileiro da lista. Quando indagado sobre o que achou da novidade, o juiz brincou:

— Pelo menos estou à frente do Bono.

A Entrevista (Rolling Stone): The Edge e sua Fender Stratocaster Signature


É final de março, e o guitarrista The Edge está em Los Angeles em um estúdio onde ele está trabalhando no estágio inicial do próximo disco do U2, e experimentando com dois novos instrumentos: a Fender Stratocaster com sua assinatura – seu primeiro instrumento personalizado – e o amplificador série Edge Deluxe, com assinatura da empresa. 


"Eu aproveitei a oportunidade para testar protótipos da guitarra e dos amplificadores na estrada no ano passado, e dar-lhes um treino muito intenso", diz ele. "Eu também fui capaz de comparar a guitarra com minha original Strat 70’s, que me iniciou com o instrumento e o amplificador que impulsionou um novo som para mim, com a canção "Vertigo". Dei meu feedback para a Fender, e fomos capazes de dialogar em todas as nuances do som."
Trabalhar com a empresa acabou sendo uma experiência que iria mudar a perspectiva de Edge em instrumentos que é conhecido intimamente por ele em quase 40 anos. Embora ele ainda toque com várias guitarras diferentes – Gibson Explorers e Fender Telecasters, Les Pauls, modelos Gretsch Chet Atkins, entre muitas outras – a Stratocaster tem sido a arma secreta por trás de alguns dos maiores sucessos do U2, incluindo "Pride (In The Name Of Love)", "Where The Streets Have No Name" e "Sunday Bloody Sunday".
Construindo uma guitarra do zero, bem como a tentativa de replicar um amplificador de quase 60 anos, ajudaram The Edge à perceber por que seus instrumentos favoritos soam do jeito que são.

Como a guitarra e o amplificador estão começando a ser vendidos em lojas de guitarra, The Edge conversou com a Rolling Stone para uma entrevista sobre tudo o que ele aprendeu com o processo e por que, depois de quase quatro décadas, ele continua voltado para a Fender Stratocaster.

Sua primeira guitarra elétrica foi uma Strat?

Foi a primeira guitarra que eu tive, que não era uma cópia barata japonesa de outra guitarra. Foi a primeira guitarra adequada, de nível profissional, que comprei.

Quando você comprou ela?

Eu comprei com meu irmão, acho, em 1979. Naqueles dias, dividíamos o dinheiro que tínhamos. E desde que eu estava em uma banda, e obviamente estávamos tocando juntos em casa, parecia como: "Ok, compartilharemos o amplificador, compartilharemos a guitarra e nós vamos descobrir sobre isto". Então quando o U2 foi formado, os primeiros shows que fizemos, abrindo para outras bandas, eu estava tocando uma Sunburst Strat que provavelmente foi construída em meados do anos 70. Quando meu irmão foi para a faculdade – no fim de uma era para a banda – dividimos o equipamento. Eu levei o amplificador, ele ficou com a guitarra. Ele ainda tem a primeira Strat que compramos.

O que atraiu você para as Strats, em primeiro lugar?

Uma das razões é que eu era um grande fã de Rory Gallagher. Ele era um guitarrista irlandês, que foi o mais interessante guitarrista da época. E eu o vi ao vivo algumas vezes e eu estava realmente inspirado por sua maneira de tocar e o som que ele fazia. E então, você sabe, obviamente foi a primeira guitarra.

Você também toca com uma Gibson Explorer desde os primeiros anos.

Quando nossa música começou a ser desenvolvida e minhas composições e maneira de tocar foram se desenvolvendo, eu tentei encontrar algo que era um pouco diferente, como, um passo mais próximo do tom que eu gostava. Então nós fomos para o primeiro álbum com a Explorer. Mas realmente senti falta da Strat, então quando nós juntamos um pouco de dinheiro – quando tivemos nosso contrato – na primeira chance que eu tive eu comprei minha Strat preta, que ainda possuo.

Você disse que certos instrumentos conduzem sua criatividade. Neste caso, foi verdade?

Sim. Eu não sou um músico teórico ou um escritor teórico. Eu sou um cara prático que exerce a música de forma ingênua. Adoro quando eu sou levado pelos sons que estão acontecendo. E minha inspiração vem muito do sônico, eu sou um guitarrista muito melhor quando a merda está soando bem. Se o som não é grandioso, eu estou operando em 50% do meu potencial. É algo que deixa meu jogo mais disputado. Então quando eu estou trabalhando com um grande som, vou encontrar e fazer coisas que eu nunca poderia imaginar outra forma para preencher o som. É, tipo, um caminho para eu me tornar livre e se perder na música. Então, eu confio no som realmente, nesse sentido, para me inspirar.

Quando penso em você tocando uma Stratocaster, a primeira coisa que vem à mente é The Joshua Tree.

Sim, eu absolutamente estava amando a flexibilidade do instrumento naquele momento.`À partir de "Bullet The Blue Sky," que é tão intensa e o som pesado, para os requintes de "Where The Streets Have No Name", tão versátil. Eu acho que de todas as guitarras elétricas provavelmente tem maior versatilidade.

Você tocou o arpejo de abertura de "Where The Streets Have No Name".

Sim. E quando você tentar isso com um instrumento diferente, essas notas simplesmente não tocam da mesma maneira. É assim que a Strat responde.

Você comprou sua primeira Strat há quase 40 anos e agora você fez a sua primeira guitarra personalizada. Por que agora?

Bem, eu comecei essa relação com Fender e pela primeira vez eu acho que senti como uma coisa natural a se fazer. Isso nasceu fora de meu entusiasmo para o instrumento e para a empresa. Eles fizeram disso muita diversão, em colaborar com eles e explorar ideias. Parecia ser uma coisa muito natural pegar todo o conhecimento que eu já acumulei ao longo de anos sobre a Strat e refinar isso num instrumento que eles poderiam produzir. De maneira egoísta, realmente me ajuda porque não tenho que ser tão paranoico sobre minha Strat 70’s ser danificada ou se perder. Agora posso literalmente pegar uma na prateleira e ter a certeza que ela vai funcionar para mim.

Quando você começou a trabalhar com a Fender, o que você pediu especificamente?

Foi realmente muito simples com a guitarra e o amplificador, pois, eu tenho esses instrumentos que uso há 30 anos que eu amo e que desde que comprei eles, estão em cada álbum do U2 e em algumas das nossas canções clássicas, em cada turnê do U2. Então o lance de abertura foi: "podemos conseguir uma guitarra que soe melhor, que combine com essas canções clássicas e seja ainda mais verdadeira, mais pura, mais do que é necessário?" As canções clássicas do U2 que eu toco com a Strat são "Where The Streets Have No Name", "Pride (In The Name Of Love)", "Bad" e "Bullet The Blue Sky". Já tentei essas canções ao longo dos anos com equipamentos um pouco diferentes, conforme necessidades e a disponibilidade de tecnologia ditada, mas há sempre um som que eu vou nele, um som na minha imaginação que eu estou tentando combinar, e eu tenho uma ligação muito subjetiva, ligação visceral com esse som. Então nós tentamos criar isso.

Você disse que gostou porque você poderia pegar esta guitarra em uma loja e somente tocá-la. O quanto é fácil para alguém replicar o seu som com essa guitarra e amplificador?

É interessante. O som clássico da Strat que eu usei para "Streets", "Pride" e "Bad" na verdade é tocado através do Vox. Mas o amplificador que estou usando para muitas das músicas mais difíceis, como "Vertigo" – e eu usei uma Telecaster nessa canção – é como o Fender. É um amplificador que tem esse peso incrível e semi amplitude. Este novo amplificador personalizado baseia-se naquele amplificador.

Como você chegou ao amplificador Fender?

Pedi para Dallas Schoo, meu técnico de guitarra, algo pequeno que eu pudesse tocar em casa, só para poder tocar e fazer algumas demos em casa. Então ele trouxe este Deluxe 57’. E... eu configurei ele para um pequeno pedal de distorção em linha, e eu comecei a tocar e foi como: "Uau, o que é essa coisa?" Inacreditável. Eu coloquei um loop de Larry tocando bateria e comecei a tocar junto. Dentro de mais ou menos 20 minutos, eu tinha basicamente escrito as partes de guitarra e todas as ideias para a música que se tornou "Vertigo" mais tarde. Novamente, era uma resposta ao som.
Quando chegou a turnê, Dallas tentou encontrar algo parecido, porque levar um amplificador 57' na estrada, que é o que tenho feito, é um pouco assustador. Essas coisas quebram, mas você nunca sabe quando vão quebrar. É um nível de risco que nenhum de nós sente-se confortável.


quinta-feira, 24 de março de 2016

Ouvindo um ensaio completo do U2 à partir do monitor de ouvido de Bono


A turnê Elevation do U2 teve início no National Car Rental Center em Miami, em março de 2001. A banda realizou diversos ensaios no local, antes desta noite de abertura.
Abaixo, o áudio do ensaio de 18 de Março, do monitor de ouvido sem fio de Bono. Muito interessante, pois Bono improvisa bastante, e é como se ele estivesse cantando em seus ouvidos! Uma perspectiva bem legal!



IEM'S são dispositivos utilizados por músicos, engenheiros de som e audiófilos para ouvir sua música ou ouvir uma mixagem personalizada trabalhada de vocais e instrumentos de palco para performances ao vivo ou em um estúdio de mixagem.

Trecho de nova canção do U2 aparece em mini documentário da Fender Signature de The Edge


A Fender disponibilizou um mini documentário da Fender Signature de The Edge, anunciada há algum tempo atrás. O guitarrista fala sobre o o impacto que Rory Gallagher teve sobre ele quando criança, sua história com a Fender e o que o inspira como artista.
O vídeo de 5 minutos traz trechos dele tocando trechos de algumas canções do U2, como "Beautiful Day" e "Where The Streets Have No Name".
Com 4 minutos e 10 segundos de vídeo, se começa a ouvir algumas coisas diferentes. Aos 4 minutos e 25 segundos, Edge toca um riff de uma desconhecida canção.

Mas a grande surpresa acontece aos 4 minutos e 45 segundos, onde ouvimos 30 segundos de UMA NOVA CANÇÃO DO U2, com Edge tocando guitarra em cima de um playback da faixa.
Ouvimos o vocal pré gravado de Bono nesta canção inédita do U2, que deverá fazer parte de 'Songs Of Experience'. Não se sabe se ainda é um trabalho em andamento esta canção, ou se já é o mix final da faixa.
O vídeo termina com um riff de guitarra desta nova canção!
Edge está em um estúdio na California, com o produtor Jacknife Lee, que trabalhou com o U2 em 'How To Dismantle An Atomic Bomb'.





Agradecimento: @U2 (www.atu2.com)

quarta-feira, 23 de março de 2016

Áudio: Barry Devlin Sessions (RTE Radio 1)


U2 - Barry Devlin Sessions
Dublin, Irlanda 1978 - Keystone Studios

Barry Devlin, o ex-baixista do Horlips, produziu uma sessão de gravação de demos do U2 em estúdio no ano de 1978.
A RTE Radio 1 da Irlanda transmitiu em 1979 em sua programação, a fita da gravação, juntamente com outros registros da banda de outras sessões demos.
Assim, fitas K7 foram gravadas, e foi à partir daí que apareceram bootlegs com estas canções!

Ouça abaixo a transmissão da RTE:

01.Twilight
02.Stories For Boys
03.Trevor
04.Jack In The Box
05.A Day Without Me
06.Judith (Lost On A Silent Planet)
07.The Fool

1979: A Grande História Da Inocência - Parte 10


Durante a visita à Londres, U2 e Paul McGuinness finalizaram seu contrato com a Island Records. Nick Stewart coordenou o negócio.
"Se bem me lembro a banda estava muito ansiosa para assinar com a Island", disse Stewart. "Eu tinha dado um grande passo, que era muita sorte até mesmo serem considerados pela Island, que tinha uma visão um pouco arrogante, mas eu invoquei os espíritos de Nick Drake e Bob Marley. Nós procuramos restabelecer a Island como um selo premier de rock."
O contrato de quatro álbuns do U2 foi quase uma quebra de banco: um adiantamento de £50.000, mais um adicional de £50.000 de suporte para a turnê. Mas representava o compromisso a longo prazo, que eles precisavam em uma época quando muitas bandas new wave estavam assinando pequenos contratos apenas para singles.
"O negócio não era tão rico", confirma Stewart. "Eles não eram uma banda, e McGuinness sempre reconheceu isso, aquilo que a indústria fonográfica fez depois. A Island não iria se envolver em uma guerra de lances. Na verdade, o U2 ficaram conhecidos por um tempo como 'A Loucura De Nick Stewart', porque eles eram muito fora de sincronia."
Rob Partridge confirma que "não havia uma guerra de lances. Eu acho que eles tinham sido recusados por cada grande gravadora. Eu me lembro de ir para Dublin, logo depois que o acordo tinha sido assinado, e no porão do flat de Paul McGuinness havia este grande quadro de avisos, com todas as notas de rejeição de todas as outras gravadoras."
A CBS agora estava fora, mas Chas De Whalley ainda acompanhou a carreira do U2 com interesse. Ele lembra do contrato com a Island sendo batido o martelo em questão de dias, embora a norma da indústria seja negociar e re-negociar ao longo de semanas ou meses.
"A rapidez foi realmente muito incomum", argumenta De Whalley. "O que é sintomático de quanto a gravadora queria a banda, mas também quanto a banda precisava de um contrato de gravação custasse o que custar. Acho que Paul McGuinness havia basicamente implorado e pegado por empréstimo até a última libra que conseguisse. Ele precisava de um acordo ou estava tudo terminado. Além disso, The Edge tinha feito uma promessa aos pais dele que se nada desse certo dentro de um ano, ele iria para a Universidade. E nesse ano estava acabando. Era voltar à escola, ou nada."
Casamento conveniente ou não, o U2 dificilmente poderia ter escolhido uma casa melhor do que a Island. Uma dissidente indie que floresceu em meados dos anos 80 com grandes sucessos como Kid Creole, Grace Jones e Frankie Goes To Hollywood na sua logomarca. Mini-empórios de Blackwell cresceria em tamanho e importância na indústria, com bandas como o próprio U2.
"No momento que eles assinaram com a Island, era provavelmente o negócio mais vantajoso que poderiam ter feito", diz Rob Partridge. "Chris Blackwell tem sido um defensor de permitir os talentos emergirem gradualmente. A pressão não era para entregar enormes sucessos comerciais imediatamente, como é em grandes empresas com lucros trimestrais."
De acordo com Nick Stewart, a Island foi então o lar natural do rock do estudante do campo de esquerda. "Havia sempre algo sobre a ética da Island, que remonta aos dias de Traffic e Spooky Tooth e Nick Drake, sobre atrair as pessoas na Universidade. Você sempre estava pegando o musicalmente sofisticado, que tinha progredido através da música pop comum e queria algo um pouco mais desafiador em suas vidas."
Claro, em retrospecto, Stewart e Partridge dificilmente pintam o investimento da Island no U2 como algo diferente de visionário. Mas mesmo aqueles que tentaram assinar com a banda para rivalizar com as empresas, agora admitem que um rótulo mais ortodoxo provavelmente teria fracassado carreira da banda a longo prazo.
"A CBS não teria conseguido levar o U2 onde eles chegaram", admite Chas De Whalley. "A atitude da empresa para bandas iniciantes não teria se adequado ao U2. Muito provavelmente eles poderia ter lançado um álbum, não terem um single de sucesso, serem deixados de lado, esquecidos, blá blá blá. A Island tinha uma abordagem completamente diferente. Sendo uma empresa com base no Reino Unido, se baseavam nos talentos assinados no Reino Unido. A CBS, tendo base nos EUA, preferia o produto americano, e usava pouco material de outros locais. Seu negócio principal que estava vendendo era Earth Wind And Fire, Bruce Springsteen e Barbra Streisand."

Revista Uncut - Dezembro de 1999

Censura ao U2 na Rússia com 'Songs Of Innocence'


Em abril de 2015, um político russo disse que a capa do disco 'Songs Of Innocence' era propaganda gay à menores.
De acordo com o site do jornal britânico The Guardian, Alexander Starovoitov – integrante do partido de direita LDPR – fez uma denúncia à Procuradoria-Geral para investigar a Apple, acusando a empresa de divulgar conteúdo ilegal a menores de idade.
A foto – tirada por Glen Luchford – traz Larry Mullen Jr., baterista da banda, junto ao filho dele, Aaron, que tem 18 anos. Na imagem, os dois aparecem sem camisa, se abraçando, com a cabeça de Mullen encostada na altura da barriga do filho.
As acusações de Starovoitov ainda incluem afirmações de que a capa – que estampa o lançamento físico, e não o digital, feito pela Apple – promove o sexo entre homens e, de acordo com The Guardian, um advogado já chegou a anunciar que está pronto para processar a Apple pelos danos morais causados ao filho dele.
Na época do lançamento, o líder do U2, Bono, comentou a escolha da foto: “Sempre cultivamos a comunidade no U2, a reunião da família e dos amigos”. 'Songs Of Innocence' é o disco mais íntimo que fizemos em todos os tempos.”
Ele acrescentou: “Com este álbum, estamos buscando o bruto, o nu e o pessoal, para voltar ao essencial... abraçar a própria inocência é bem mais difícil do que se agarrar a outra pessoa”.
Agora, o U2 Songs (antigo U2 Wanderer), mostra que o U2 claramente está sendo censurado na Rússia com a capa do álbum.
Uma embalagem diferente está sendo usada em 'Songs Of Innocence' naquele país, trazendo um sticker com o desenho que simboliza o álbum (que é a tatuagem do ombro de Larry Mullen).
Só que este sticker está sendo usado apenas para esconder parte da foto da capa, e foi colocado estrategicamente para cobrir Larry Mullen e descaracterizar a foto real.

terça-feira, 22 de março de 2016

O que você queria saber sobre videos e videoclipes do U2 - Parte 1


A Dreamchaser Productions foi uma companhia de vídeo fundada em 1990, que realizou diversos trabalhos para o U2 à partir de 'Achtung Baby'. Ela fechou as portas por volta de 2003, e seus fundadores, Ned O'Hanlon e Maurice Linnane, abriram outra companhia: a Solo Too.
Em 1996, a dupla participou de um Fórum, respondendo diversas perguntas de fãs do U2.

Quantos takes foram necessários para a gravação do videoclipe de "Numb", já que se percebe alguns cortes, como quando Edge ameaça dar risada ao ter pés femininos tocando seu rosto?

Ned e Maurice: "O vídeo finalizado tem 2 takes. Houve 8 takes registrados no total".

A Dreamchaser, Bono, ou o U2 como um todo, ou todos eles, ajudaram a financiar ou a produzir o documentário 'Miss Sarajevo' de Bill Carter? Se sabe que vocês usaram os recursos de edição em Dublin.

Ned e Maurice: "Nós produzimos e financiamos parte. Bono co-produziu."

Quanto tempo levou para fazer o especial 'Achtung Baby Interference' e como foi gravado? Qual a parte favorita de vocês no especial?

Ned e Maurice: "Tudo foi gravado na primeira perna da turnê - Miami até Vancouver. Nós editamos por 3 semanas. Tinha um monte de coisa gravada de todos os lugares, então demorou um pouco.
Ned: "Minha parte favorita é o The History Mix."
Maurice: "Minha parte favorita é "So Cruel"."

Gavin Friday mencionou que ele geralmente está presente nas gravações de vídeos do U2. O que exatamente ele faz? Podem dar um exemplo de um vídeo em que ele deu uma mão?

Ned e Maurice: "Gavin é uma grande influência. Ele estava por perto e foi muito útil no início da perna outdoor da turnê ZOOTV nos Estados Unidos. Não me lembro de nenhum vídeo particular. Exceto de "In The Name Of The Father" - mas também é um vídeo de Gav.

Como vocês determinam quem vai ter a maioria das imagens gravadas em um concerto do U2, ou em um videoclipe? É baseado no que os espectadores querem ver? Ou se em uma noite vocês perceberem que Larry Mullen está bem enigmático, ele será mais mostrado ao vivo do que Bono? Parece as vezes que a banda é Bono e U2.

Ned e Maurice: "O frontman tem mais cobertura, porque, bem, ele está na frente. Bono sempre estará na frente. O U2 não faz solos grandes de bateria. A grande coisa é que eles são um grupo. Isso sempre tem de ser capturado. Egos não entram nisso, mas tenha em mente, eles estão ali e precisam ser tão bons na TV, quanto no palco.

Qual é a história por trás dos 3 videoclipes para divulgação de "One"? Em uma entrevista de Anton Corbijn para o The Advocates, ele disse que ficou chateado pelos forma como os caras pareceram inseguros no vídeo.

Ned e Maurice: "Foi mais pelo fato do single de "One" ser dedicado à luta contra a AIDS. A banda pode ter achado que estava passando a mensagem errada ao aparecerem vestidos de Drag Queens."

Então isso poderia ter sido esclarecido, que era um mal entendido em relação à AIDS. Ficou parecendo que não era um videoclipe seguro para a MTV, ou algo assim.

Ned e Maurice: "Não, nada disso. Foi a coisa de hora errada, lugar errado, realmente."

Trecho do filme 7 Dias trazendo canção e imagens do U2


Um produtor tem como grande sonho contratar o U2 para um show em Monterrey. Com a esperança de conseguir o dinheiro para isso, aposta e perde 500.000 dólares em um cassino. Falido e sem esperanças, pensa em dizer adeus ao seu sonho. Tony, um mafioso e filho do chefe da máfia, escuta os seus lamentos e não conseguindo esconder sua paixão pela banda convence o seu pai a dar 7 dias de tolerância ao produtor, mas para isso ele tem que conseguir organizar o show, pagar a dívida e salvar a sua vida.
O diretor mexicano Eduardo Arroyuelo revelou ter ficado aliviado ao receber a permissão de Bono para usar músicas e imagens do U2 no filme 7 Dias.
Arroyuelo decidiu só consultar a banda após o termino das filmagens, mas para sua sorte, Bono autorizou o uso das músicas e imagens sem nenhum problema.“O meu telefone celular tocou e a primeira coisa que ouvi foi um sotaque irlandês perguntando, ‘Você vai levar esse filme ao festival de Cannes?’O Bono foi tão sincero e humilde que fiquei sem palavras. Conversamos por cerca de meia hora. Ele fez muitos elogios ao filme”, explicou o diretor.

Abaixo, a cena com "Miracle Drug", e imagens do U2:

segunda-feira, 21 de março de 2016

Revelações de ES Devlin e técnicos sobre a iNNOCENCE + eXPERIENCE


ES Devlin é a criadora e designer do palco da turnê iNNOCENCE + eXPERIENCE do U2. Ela deu uma entrevista para o site The New Yorker, e deu mais detalhes sobre o trabalho com a banda.

O show do U2 foi planejado por dois anos. Nas primeiras reuniões, na casa de Bono, no sul da França, os membros da banda disseram que eles queriam projetar um sentimento de intimidade. O show foi batizado de 'iNNOCENCE + eXPERIENCE', e desde o início, ele foi projetado para ter duas metades distintas, com as músicas em cada metade sendo uma viagem dos membros da banda desde o seu início na Irlanda, para suas vidas como estrelas globais.
Devlin possui esboços dessas reuniões. Quarenta no total, rapidamente desenhados em um grande livro negro, em carvões e pena e tinta ou lápis de cor, cada um trazendo cubos e retângulos, rodeados de notas rabiscadas. Nos esboços, se pode ver já que Devlin bateu na ideia de representar as duas metades do show com dois palcos em extremos opostos da arena, ligados por uma passarela, um palco principal retangular e um palco B circular. (Em alguns dos desenhos, a passarela foi representada por uma tira de fita.) Nos primeiros desenhos, a fase iNNOCENCE foi rotulada "olhando de dentro para fora" e deu a luz à uma nota: "eu não posso mudar o mundo, mas eu posso mudar o mundo em mim".
No esboço da eXPERIENCE foi escrito "de fora para dentro" e "eu posso mudar o mundo, mas eu não posso mudar o mundo em mim".
No vigésimo segundo esboço, ela introduziu a ideia de que a passarela poderia às vezes ser tomada por um par de enormes telas de LED que seriam baixadas em ambos os lados do mesmo. Enquanto a banda trocava de palcos ou em uma pausa para tocar na passarela, imagens, slogans e projeções ao vivo iriam aparecer nos telões. "A extensa tela de LED surgiu em minha mente como um grande outdoor", disse Devlin. Durante as canções "Iris (Hold Me Close)" (sobre a mãe de Bono) e "Cedarwood Road" (sobre a rua onde Bono cresceu), havia projeções de sua falecida mãe, constelações de estrelas e animações da rua, como se a passarela tivesse se tornado a Cedarwood Road. A força de Devlin como designer é na narrativa psicológica através do espaço, e as telas deram a impressão de que Bono e seus companheiros estavam tocando dentro de sua própria biografia.
"Isso é uma coisa sutil, que Es talvez não saiba sobre si mesma", Bono disse algumas semanas mais tarde. "Nas conversas, ela tenta chegar onde você está em sua própria vida. Ela sabe que os artistas são capazes de passar muito tempo nos frios conceitos que não tem nenhuma relação com o coração. E Es está sempre tentando colocar o sangue de volta nisso — quando nós estávamos planejando o show, ela disse: 'quais são as imagens mais pessoais próximas de sua infância?' Quando eu disse a ela, 'uma lâmpada', foi uma resposta para chegar em seu intelecto de conseguir uma profunda intuição." (Uma lâmpada gigante balançando, mais tarde passou a fazer parte do set).
Bono continuou: "ES pega nossas aspirações consumadas e funde elas em metal."
No Madison Square Garden, Devlin se dirigiu para a cantina, onde ela parou para conversar com Brian Celler, o empresário de negócios da banda, que estava comendo um prato de lasanha. Trocaram algumas palavras amigáveis sobre Paul McGuinness, ex-manager de longa data do U2, que se aposentou em 2013. "Ele não é uma pessoa para brincadeiras supérfluas", disse Celler para Devlin. "Mas ele veio até mim depois do show em Chicago, e ele disse: 'Brian, eu acho que este é o melhor show do U2 que eu já vi." Este é o homem que viu cada show U2 desde que começaram! "
"Uau", disse Devlin. "Ele realmente disse isso sobre o nosso show?" Ela hesitou por um segundo e ficou pensativa.
"E o seu ponto de vista é que ele não é o ideal ainda?", perguntou Celler para ela.

No show no Garden, Devlin assistiu a segunda noite e achou que a segunda metade do espetáculo foi perdendo força. A vitalidade da biografia foi perdida em todos os efeitos tecnológicos, e o público estava perdendo uma percepção bem no ponto quando seu envolvimento deveria estar ficando mais profundo. Ela quis mexer com o conteúdo e melhorar as imagens. Ela disse que é sempre um processo de evolução. "Um novo show", ela acrescentou. Na arena vazia, uma hora antes de mais um show ter início, The Edge e Larry Mullen passavam o som. Willie Williams, diretor criativo das turnês, estava no local também.
Ele estava conversando com um grupo de técnicos ao lado do palco. Quando Devlin chegou no grupo de homens, Williams se virou, abraçou-a e sorriu. "Me deram o trabalho de cuidar de Steven Soderbergh esta noite", ele disse. "Eu vou no Google para ver como ele é. O que vou eu fazer com ele, Es?"
"Você tem que levá-lo para a parte de cima, no alto", disse Devlin. "Deixe ele ter o efeito completo."
Devlin e Williams sairam para uma reunião com a banda, e enquanto eles estavam fora os técnicos começaram a discutir os problemas que surgiram na noite anterior. "O rap político de Bono está tomando muito tempo", disse um deles. "Ele deveria fazer um parágrafo e ele fez duas páginas. Ele ainda está com seu modo TED ligado, e está se esquecendo como ser uma estrela do rock."
"E eles estão desfazendo muito do trabalho de LED que Es e os caras planejaram", disse outro.
Às vezes parecia que Bono estava com vontade de tomar tais opiniões e argumentos, e às vezes ele definitivamente não estava.
"Eles são todos muito vulneráveis", um dos trabalhadores disse. "Na reunião de produção ontem, o vocalista apareceu por dez segundos. E hoje ele pode não aparecer. E é estranho, porque Es voou para ajudá-los a fazer a coisa certa".
Devlin retornou, parecendo tensa. "Tão perto", disse ela, antes de fazer discurso retórico sobre estrelas de rock que arriscam diluindo seu próprio potencial. "O show de rock é uma forma de arte", disse ela, jogando a bolsa no chão. "Willie Williams e esses caras movem isso 1 milhão de milhas com cada um dos seus shows — e a minha frustração é que nós criamos esta escultura poderosa na arena e mal estão usando 49% das suas forças. Esta banda tem o máximo de preocupação na elaboração de um show, mas hoje, quando poderíamos estar subindo um degrau, não deram o sangue para a reunião..."
Devlin é boa em entender o que precisam as estrelas, o que irá ampliar eles no contexto de um show ao vivo. Onde outros cenógrafos podem encolher nas provocações de egos de estrela do rock, Devlin geralmente aparece para prosperar sobre eles, apreciando as contradições dos músicos e amando as formas que ela pode ajudá-los. Antes do show, ela sorri amplamente enquanto caminhava para a área VIP. Cada membro da banda possui um espaço com cortinas, com nomes de locais de Dublin onde cada um cresceu — St. Margaret’s, Glasnevin, Cedarwood Road e Rosemount — com grupos de visitantes dentro de cada um, bebendo Shiraz australiano e sentados em sofás de couro branco. Devlin entrou e falou com Bono e alguns outros. "Ok," ela disse. "Dei meus oi's!"
Meia hora mais tarde, a banda estava no palco. As telas de LED mostraram imagens antigas de um casamento irlandês. As imagens da mãe de Bono apareciam através da escuridão da arena, e também o rosto do vocalista enquanto cantava, em meio a um céu cheio de estrelas. O set dramatizava sua voz e seu movimento, sobrepondo o presente com uma história do passado. Mais de dezoito mil pessoas se levantaram e se lamentaram com ele. Devlin, encontrou um lugar entre os fãs e dançou por duas horas.

Bono revela: 'War' seria o segundo disco do U2


Em 1981, o U2 teve uma pasta roubada, contendo anotações de Bono e Edge, incluindo letras de músicas que fariam parte do disco 'October'.
O material teria sido roubado nos bastidores de um show do grupo em Portland, nos Estados Unidos. Além das letras, a pasta continha também cartas dos fãs do U2, fotos e um passaporte de Bono.
Mas outra história também é que Bono teria esquecido a pasta no local de um show do U2, e ela teria sido achada pelo técnico de som do local, levada embora e caído em esquecimento.
Com o desaparecimento das letras, Bono precisou reescrevê-las e improvisar no estúdio durante as gravações do segundo disco da banda.
Nas duas outras vezes que o U2 se apresentou em Portland, anos após o incidente, Bono perguntou à platéia se alguém tinha alguma informação sobre os objetos desaparecidos.
A pasta foi encontrada em 1981 por Cindy Harris no sótão de uma casa que alugava em Washington. Após descobrir que se tratava de um material perdido, Harris conseguiu em 2004, devolver tudo com a ajuda de uma amiga que entrou em contato com os representantes do U2.
O material em sua maior parte continha rabiscos e anotações para 'October'. Mas algo curioso estava ali no meio: referências à figurinos que a banda só utilizou na fase de 'War', em 1983, e o principal: uma nota sobre "Sunday Bloody Sunday", o hit single da banda que só entraria no próximo disco! Na mesma página, estava escrito a palavra 'War'.
Isso tem uma explicação do próprio Bono: "O que aconteceu foi, como resultado de perder a pasta, desviamos para fazer 'October'. Se eu não tivesse perdido a pasta, iríamos trabalhar diretamente em 'War'."

domingo, 20 de março de 2016

Áudio: U2 - "I Will Follow (Special Remix For Radio)" (US Promo 7")


Em Dezembro de 1983, a Island Records lançou um compacto promocional 45RPM de "I Will Follow" do U2, apenas para os EUA, com a versão ao vivo da canção da gravação de 'Under A Blood Red Sky' em ambos os lados.
Mas um dos lados do compacto trouxe uma pequena diferença: apesar de ser o mesmo mix da canção, ela teve o som do público, reduzido. Assim, funcionaria melhor para ser tocada nas rádios americanas.

Ouça a versão abaixo:

sábado, 19 de março de 2016

O que faltou para Bono ver um show do REM pela primeira vez? Gasolina....


Bono conta sobre quando não conseguiu ver um show do REM por falta de gasolina, e também de sua amizade com Michael Stipe:

"Havia em Atlanta uma banda da qual o U2 se tornou muito amigo, o REM. Naquele tempo eles eram o máximo e mais conhecidos do que nós no Reino Unido pelos seus álbuns. Nessa turnê, tentamos ir vê-los em Los Angeles. Havia um cara chamado Charlie McNally, um promotor alto, magro, de Dublin, que em tempo se encarregou do U2. O Charlie tinha saído da Irlanda com uma espécie de nuvem negra sobre ele e disse que não voltaria enquanto não ganhasse o seu primeiro milhão. Assim, alguns observadores mais severos disseram: “Parece que tão cedo não vamos tornar a vê-lo.” De um momento para o outro, gerenciava um negócio de limusines na América e o Paul McGuinness estava ansioso para usá-las, pois ele tinha sido muito bom com a gente.
Ele estava então nos levando para o show do REM e aconteceu uma coisa inacreditável no caminho. A razão pela qual só muito, mas mesmo muito mais tarde é que vi o REM... ficamos sem gasolina. Tivemos que sair da limusine e empurrá-la. Empurramos durante bastante tempo só para poder tirá-la da estrada. Foi um momento fantástico. Há sempre alguma coisa que nos faz lembrar da nossa terra.
Acabamos vendo o REM quando o Ian Flooks organizou o fabuloso show The Longest Day Concert, em Milton Keynes, na Inglaterra. Era um festival que seria o nosso show e com algumas das melhores bandas de sempre reunidas num único dia. U2, REM e Ramones. A banda que nos transformou em uma banda – e era nossa convidada. Como é que isso aconteceu? Talvez Deus não exista. Lembro de ir ao camarim e de ver um cara baixinho, de aparência estranha com o cabelo cheio de trancinhas escrevendo em um pedaço de papel. Parecia o Lucky de ‘A Aspera De Godot’, com uma expressão impressionante, tragicômica. Aproximei dele com timidez e o cumprimentei. Ele tinha uma bonita e harmoniosa voz fanhosa, com sotaque do sul e modos perfeitos. Foi nesse momento que conheci Michael Stipe. Ele estava lendo alguma coisa e eu também (não lembro o quê), mas foi um momento tipo “o meu é mais interessante do que o seu” e houve aquela dança de dois contemporâneos em torno um do outro. E assim começou uma relação que é das mais importantes da minha vida. A amizade de Michael Stipe significa mais do que eu posso dizer. Ele é das pessoas mais coerentes que se possa ter como amigo. Eu me considero muito leal, mas inconstante. Ele é muito leal."
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