PARA VOCÊ ENCONTRAR O QUE ESTÁ PROCURANDO

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

O surgimento de "Elvis Ate America" nas sessões de 'Original Soundtracks One'

1995: Howie B. chega de outro estúdio em Dublin, onde ele passou a noite mixando faixas para o U2, sugeridas por Brian Eno. Bono conheceu Howie recentemente em uma performance dele no The Kitchen, e prontamente o recrutou para trabalhar neste novo projeto.
"Deixe-me mostrar-lhe este poema de Elvis que eu tenho," diz Bono. "Eu me pergunto se você pode fazer qualquer coisa com isso." Bono lê o poema em estilo rap e Howie B. vai até o equipamento providenciar um groove. "Louco pra caralho" diz Howie B. em seu forte sotaque de Glasgow. "Eu tenho algumas coisas aqui de ontem à noite, Edge soou selvagem pra caralho".
Howie B. reproduz a faixa de Bono e Eno escuta também, embora fazendo ainda parte da frente do álbum em seu computador. Enquanto a música toca, Howie B. está dobrando e soprando como um judeu devoto de ácido no muro das lamentações. Bono entra no grooving, pensando que esta "viagem" se encaixaria no humor da gravação. Howie B. é alarmado com um click bruto na gravação, mas Eno avalia que ele pode se livrar dele. "Porra, obrigado por isso" diz Howie B.
"Melhor seria ir depois para a trilha sonora de Blade Runner," diz Bono, "que se encaixaria perfeitamente."
É um pouco longa, mas isso não é problema: "vai desaparecer em algum momento" diz Howie B.
Bono diz que é material perfeito para o Million Dollar Hotel, em uma cena em que ele descreve um trem chegando em um aeroporto. "Ela tem um pouco de estilo havaiano," diz Howie B.
"Estilo havaiano dos anos 90" diz Adam, que está satisfeito como Bono, com o que Howie B. produziu, e eles enviam-lhe com o poema de Elvis. Entretanto, a busca é sobre algo chamado "After The Jungle", ou pelo menos uma versão disto que todo mundo gostou - e aprovaram - na semana passada. "Nós poderíamos fazer outra versão", diz algum deles.
"Nós não queremos 94 porras de mixagens para ficarmos escolhendo", diz Eno.
Eno tem um tipo diferente de papel nesta gravação, do que em outros registros do U2. Adam explica: "Como nós deixamos a química das sessões se desenvolver, colocamos Brian então no papel de escolher o material e decidir até que ponto era necessário finalizar. Estamos realmente trabalhando sob a instrução de Brian, quando então tivemos essas peças identificadas, nós entramos com outras idéias para melodias e letras. A química tem sido diferente, de uma gravação normal de um disco do U2".
"Basicamente fizemos de Brian o capitão", brinca Bono. "É seu navio e tornamos nós mesmos disponíveis."
Em seguida, uma ressalva: "Ao mesmo tempo, não é assim tão simples, porque nós somos uma banda com uma identidade muito forte e idéias fortes sobre o que queremos fazer. Inevitavelmente algumas músicas, por exemplo, têm aparecido, que não faziam parte do plano original."
Mas funcionou bem: "Não é um disco do U2, é um registro de Brian Eno e U2, por isso é muito melhor", diz o cantor.
Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...