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sábado, 5 de outubro de 2024

Folhateen achou "tudo de bom" o álbum 'How To Dismantle An Atomic Bomb' do U2


Folhateen

São Paulo, segunda-feira, 20 de dezembro de 2004

Tudo de bom

O U2 já é história. Para quem é jovem como você, deve parecer que esses quatro caras sempre existiram, cantando causas nobres em belas melodias, feitas especialmente para que estádios lotados os acompanhassem em coro. E, hoje, basta uma olhada rápida no que bandas mais novas, desde as mais comerciais, como The Calling, até as mais descoladas, como Keane ou Radiohead, estão fazendo para concluir. Os irlandeses viraram uma referência incontornável no cenário pop.
A responsabilidade pesou. Talvez por isso hoje o U2 busque tanto resgatar suas origens e soar como era nos anos 80.
Depois de uma década de experimentações, que começaram com o sensacional 'Achtung Baby' (90) - já chamado de 'Sgt Pepper's' do U2- e seguiram com o esquisito 'Zooropa' e o exagerado 'POP', o grupo voltou, no começo desta década, a se apoiar nos ingredientes que o projetaram no passado.
'How To Dismantle An Atomic Bomb' segue essa linha passadista, iniciada há quatro anos com 'All That You Can't Leave Behind'. Estão aqui o tom épico, as letras vigorosas e a guitarra onipresente e personalíssima de The Edge. Difícil escolher o melhor momento. Poderia ser a pomposa "Miracle Drug" ou a bela e tristíssima "Sometimes You Can't Make It On Your Own", homenagem ao pai de Bono, morto por câncer durante a gravação do álbum.
Mas ficamos com "City Of Blinding Lights", que mistura uma espécie de mea-culpa com uma exasperante sensação de tempo perdido ("What happened to the beauty I had inside of me?").
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