Quando 'U2:UV Achtung Baby Live At Sphere' retornou para a última série de apresentações, um cover de "Don't Dream It's Over" do Crowded House foi fixado no setlist, onde Bono discursava sobre liberdade.
Ele dizia: "Liberdade é uma palavra que usamos. Eu certamente falo sobre isso... mas é a palavra que provavelmente todos nós neste local estamos agarrando com mais força... Rock 'n' roll é o som da liberdade. Libertação. Politicamente, sexualmente, espiritualmente: Liberdade. E isso é tudo que eu queria dizer sobre o que está acontecendo no mundo agora. Vamos agarrar isso com muita força. Não deixe ninguém tirar isso de você".
Em uma das noites, Bono disse algumas palavras sobre Alexei Navalny, o maior opositor russo ao regime de Vladimir Putin, que morreu repentinamente em uma prisão no Ártico.
Bono pediu que o nome de Navalni não fosse esquecido. "Na próxima semana marcam dois anos desde que Putin invadiu a Ucrânia. Para o povo da Ucrânia, a liberdade não é apenas uma palavra numa canção, é a palavra mais importante do mundo. Tão importante que os ucranianos lutam e morrem por isso. Tão importante que Alexei Navalni decidiu abrir mão da própria liberdade. Aparentemente, Putin nunca disse seu nome. Portanto, esta noite, aqueles de nós que acreditam na liberdade devem dizê-la, não apenas lembrar-se dela, mas também dizê-la".
Bono então pediu ao público que gritasse o nome de Alexei Navalny.
Em 2022, Bono deu uma extensa entrevista ao The New York Times, onde contou: "Eu contrabandeei algumas fitas da reunião do G8 em Gênova, onde os manifestantes antiglobalização estavam sendo expulsos. Eles foram esmagados e vieram até mim e me pediram para contrabandear algumas fitas. Eu fiz, e quando eu devolvi as fitas para as pessoas, eu sentei e disse: "Olha, o que você está fazendo aqui? O que nós vamos fazer?" E eles diziam: "Somos anarquistas, cara. Não estamos nessa merda". Eu disse: "É só que essas coisas são muito chatas para você? Podemos encontrar um modelo?" Você ainda tem que votar e se organizar. Acabei como ativista em um lugar muito diferente de onde comecei. Achei que se redistribuíssemos os recursos, poderíamos resolver todos os problemas. Agora eu sei que isso não é verdade. Há um momento engraçado em que você percebe isso como ativista: a saída da pobreza extrema é, bem, o comércio, é o capitalismo empresarial.
Foi no G8 também aqui que conheci Vladimir Putin. É daí que vem a foto minha com Putin. Não é só que eu o conheci, ele me fez rir. Ele me deu o abraço russo, falou em russo, e o tradutor disse: "O presidente gostaria de saber se você poderia ajudá-lo com a dívida russa". Eu ri, e ele tirou a foto. E um manifestante foi morto. As ruas estavam pegando fogo. A polícia italiana entrou em uma escola secundária que havia sido tomada por manifestantes antiglobalização e esmagou o lugar e as pessoas em pedaços. Havia um filme dele, e eu tive que contrabandear.
Eu conheci essas duas garotas e dei o filme a elas, e perguntei a elas: Qual é o seu programa? Elas eram anarquistas. Eu sou para camisetas diferentes esses dias. Ainda não gosto de camisetas do Che Guevara. Estar na companhia de pessoas dizendo: "De jeito nenhum, cara", não consigo ouvir".
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