No ano de 1993, Michael Hutchence detalhou em uma entrevista: "Sofri um acidente ano passado. Meu cérebro foi meio danificado. Fui muito estúpido. Nem foi um acidente trágico de bicicleta. Nada de overdose de drogas - desculpa, galera. Estava de bicicleta em Copenhagem. Estávamos saindo de uma balada e Helena (Christensen) estava, como sempre, falando como uma doida com os amigos. E eu parei por um segundo, e esse taxista saiu do táxi e me acertou. Achou que eu estava no caminho dele. Eu cai da bicicleta pro chão, com todo o meu peso bati a cabeça. Fiquei de cama por três semanas. Eu podia ver e ouvir, mas perdi meu olfato e paladar ate um certo ponto. O clichê é verdadeiro: você realmente se descobre. Leva um minuto para seu mundo mudar, e depois, de uma lado você nota o valor de um momento, e do outro o jeito que a vida é. Eu percebi também que minha vida como um especialista acabou, e que meu jardim de rosas está descendo rio abaixo".
Amigo de Hutch, Bono disse que as coisas mudaram completamente para Michael após o ferimento na cabeça, o que o deixou sem o olfato e o paladar e propenso a mudanças de humor.
Bono contou para a BBC: "As coisas mudaram após o acidente. Eu acho que ele ficou muito, muito traumatizado. Ele confessou para mim que tudo mudou para ele. O que era apenas uma pequena insegurança, tornou-se uma profunda insegurança. Ele meio que perdeu o rumo e esqueceu quem ele era".
Quando Hutchence se suicidou, a autópsia encontrou duas grandes áreas de dano cerebral do ataque cinco anos antes.
Bono acrescentou: "Realmente me incomoda que ele não tenha entendido a qualidade de sua voz, tinha essa fragilidade debaixo de sua bravata. Lembro-me de perguntar a Michael qual era sua definição de rock, ele disse 'libertação'."
0 Comentários
