PARA VOCÊ ENCONTRAR O QUE ESTÁ PROCURANDO

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Ao Vivo X Playback: os segredos da guitarra de Edge em "Numb"


Márcio Fernando, fã, músico e colaborador do blog, traz uma curiosidade envolvendo a canção "Numb" em sua versão original e suas performances ao vivo! Um vídeo também foi criado por ele para exemplificar:

"O som original da guitarra de "Numb" em 'Zooropa', foi feito no Korg A3 com Distorção e Flanger, para dar um tratamento no som.
No vídeo abaixo, tem uma sequência de sons desta guitarra do Edge com timbres diferentes.

1 - Som do álbum 'Zooropa';
2 - VMA 1993 - Som da guitarra é o mesmo do álbum 'Zooropa', pois o Edge fez um playback, ou seja, o instrumental foi de 'Zooropa', o som dos vídeos da apresentação ao vivo e a voz dele também é ao vivo;
3 - Live Sydney - A banda toda está tocando ao vivo, mas a guitarra soa com o mesmo timbre de 'Zooropa';
4 - Live Adelaide 1993 - Agora sim, tudo é ao vivo e o som da guitarra do Edge está sendo captado ao vivo, com o som verdadeiro do Korg A3 sem o tratamento de som de um estúdio;
5 - Live Dublin - E para confirmar a teoria, o som da guitarra é o mesmo do show em Adelaide, o som real do Korg A3.

Note que no vídeo de Sydney, poucas vezes aparece as palhetadas de Edge, só mostra ele tocando nas cordas quando a versão ao vivo e a ao vivo que ele está tocando, estão sincronizadas em algumas partes.
O que eu concluo? Que na hora da edição do então VHS da 'ZOOTV Live Sydney', Edge preferiu o som original da guitarra que fez em 'Zooropa', então os técnicos pegaram somente o áudio da gravação da guitarra de 'Zooropa' e inseriram no lugar do som da guitarra ao vivo do Edge.
O porque disso?
Teorias:
Ou o Edge não gostou do som ao vivo de "Numb" nos shows e preferiu o som original da guitarra em 'Zooropa', ou algo deu errado com o timbre ou no som da guitarra no show de Sydney, e assim a única saída seria trocar o som da guitarra ao vivo pelo som original das gravações de 'Zooropa'."

A história de Bono, Adam e Guggi vendendo quadros em 'The Works Presents: Adam Clayton'


Conversando com John Kelly para uma entrevista que será exibida nesta terça feira no The Works Presents, Adam Clayton disse: "quando estávamos fazendo os shows na Arena O2 em 2015, descobri que era muito mais rápido para que eu fosse de metrô de onde estávamos hospedados em Londres para a Arena O2, do que se sentar em um carro por duas horas. Eu fui capaz de fazer isso e eu gostei bastante. Eu até coloquei no Instagram uma fotografia minha no metrô!"
A entrevista é o primeira de uma série de oito partes do The Works Presents, em que Kelly encontra figuras-chave do mundo do cinema, literatura, música, teatro e artes visuais.
Na entrevista, imperdível para os fãs do U2, Adam Clayton reflete sobre influências punk nos primeiros dias do U2 em meados da década de 1970.
Na entrevista, Clayton fala de seu amor pela arte e conta como ele, Bono e o artista Guggi costumavam viajar ao redor de Dublin quando adolescentes tentando vender pinturas que ele tinha feito.
Adam disse: "Lembro-me muito antigamente, por volta de 1976/77, quando Guggi, eu e Bono andávamos pela cidade à noite e telefonávamos para as pessoas para tentar vender os quadros. Eram pinturas que eu tinha feito na época e eram uma piada total, mas parecia muito mais divertido para mim do que tentar ir para a faculdade e pegar meus exames."
The Works Presents: Adam Clayton na RTÉ One, terça-feira, 31 de janeiro.



Do site: Irish Mirror

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Makes The Future The Past: Times Square, pouco depois da meia noite


Em 10 de março de 1992, o U2 fez um show na Filadélfia pela ZOOTV. Depois que o show acabou, voaram para a cidade de Nova York, e a gravação de uma terceira versão para o videoclipe de "One" aconteceu, começando logo após a meia-noite na Times Square.
Na foto acima tirada na ocasião, vemos atrás da banda, os letreiros do Renaissance Hotel e do Novotel.

O exato local onde a foto de 1992 foi tirada:


UM VÍDEO EM 360°


Agradecimento: Márcio Fernando, músico e colaborador do blog

Histórias Por Trás Das Fotos: o encontro entre RonO e Bono


RonO, do site The Mortal Coil of Ron Orban:

"Conheci o Bono, quando eu tinha 11 anos, em 1984. Eu já era um grande fã, naquela época, quando "Sunday Bloody Sunday" e "New Year’s Day" estavam por toda a MTV. Lembra quando a MTV passava videoclipes?
No início na primavera de 1984, apenas meses antes de 'The Unforgettable Fire' ser lançado, minha mãe, meu irmão (o da esquerda na foto) e eu (o da direita) estávamos juntos uma em viagem de negócios com meu pai, em Marco Island, Florida. Era um belo resort.. Meu pai ia para uma das reuniões e nós íamos para a praia.
Um dia estávamos fazendo coisas de praia, e lá estava ele: Bono, com seu cabelo mullet. Aos 11 anos de idade, não achei aquilo estranho – eu estava impressionado mesmo com o fato de que aquela estrela de rock e eu estávamos pisando na mesma areia.
E Bono foi para o mar. Corajosamente, lá fui eu, acanhado. Meu irmão ficou na areia porque não existia uma câmera à prova d'água em 1984.

Eu: Ei, você não é o Bono do U2?

Bono (sorrindo e provavelmente revirando um pouco os olhos): Não, não. Ei, você não é Eddie Van Halen?

Eu: Não... você é o Bono sim.

Bono: Sim, eu sou.

Ele deve ter encolhido os ombros, naquele modo familiar que vemos Bono lidar hoje com o fato de ser uma celebridade.

Eu: Me dá um autógrafo quando você sair da água?

Bono: Claro, mas você poderia apenas [não me lembro as palavras exatas, mas ele gentilmente me pediu para deixá-lo sozinho enquanto ele estava na água].

Eu nadei para a praia e fiquei de sentinela, aguardando o retorno daquela celebridade. Percebi que estava sem camisa e imaginei como seria sair na foto daquela maneira. Isso explica eu estar enrolado em uma toalha de hotel na foto.
Bono foi extremamente gentil. Ele assinou um autógrafo (Bono, para Ronald) e perguntou se o Ronald Reagan era meu pai. Esta foi minha primeira experiência com uma celebridade, e realmente não poderia ter sido melhor. Eu era um fã... antes de conhecer ele, e sou, desde então.
Se você ler isso, por favor, considere uma doação para uma das organizações que o U2 apoia."

Grupo paramilitar pode estar por trás da revenda de ingressos da 'The Joshua Tree Tour 2017'


Um grupo paramilitar pode estar por trás dos golpes de venda de ingressos da 'The Joshua Tree Tour 2017' do U2, revelou um especialista.
Suspeita-se que a gangue, que tem ligações com o crime organizado, está financiando softwares sofisticados para "arrematar" grandes quantidades de ingressos em grandes sites como a Ticketmaster, que são vendidos depois em sites de revendas por preços muito inflacionados.
Muitos acabam sendo vendidos por €1.000 ou mais no Seatwave, uma empresa da Ticketmaster, que está sofrendo pesadas críticas por fornecer uma plataforma para estes preços exorbitantes.
A tecnologia permite que os fraudadores finjam ser várias pessoas ao mesmo tempo e consigam os ingressos.
Um dos maiores peritos no assunto, da Grã-Bretanha, disse que o golpe está tornando quase impossível para verdadeiros fãs comprarem ingressos para shows de alta procura- e alertou para uma conexão sinistra do escândalo dentro da Irlanda.
A CCPC (Competition and Consumer Protection Commission) investiga o problema depois de os ingressos para a turnê de aniversário de The Joshua Tree do U2 terem sido colocados à venda por mais de 1.000 € por pessoa, e Reg Walker disse: "existem outros grupos de crime organizado de venda de ingressos, que estão ligados à atividade paramilitares em Dublin no momento e em Marbella na Espanha. Eles estão apoiando alguns dos vendedores financeiramente que estão ativos no mercado secundário. Alguns foram apoiados e financiados pelos principais importadores de drogas, classe A."
Ele fez seus comentários antes do Natal para um comitê em Londres, mas só foi divulgado esta semana no programa de rádio da RTE, This Week.
Walker disse: "os consumidores não têm praticamente chance nenhuma de conseguir um ingresso de maneira decente para um evento de alto nível. Os grupos que operam no mercado secundário facilitam cambistas profissionais, pagando à eles antecipadamente e fornecendo um software poderoso. e assim estes cambistas conseguem comprar milhares de ingressos nos sites de venda. É uma tecnologia muito avançada."
O deputado Stephen Donnelly, que escreveu para a CCPC após os relatos de milhares de fãs do U2 que ficaram sem ingressos, disse estar chocado ao saber do envolvimento dos paramilitares de Dublin na operação de venda de ingressos. "Isso aumenta a gravidade da situação."
Ele continuou: "Onde pode haver alegações de comportamento de cartel, uma seleção aleatória em 1.000 ingressos pode ser rastreada para seguir o pagamento de volta até o comprador. Então seremos capazes de saber quem comprou esses ingressos, como os revendedores colocaram as mãos sobre eles, e se estão ligados ao crime organizado."
Ele pediu cautela, no entanto, em fazer acusações sem qualquer evidência sólida de ilegalidade.

Do site: Dublin Live

sábado, 28 de janeiro de 2017

Larry Mullen em um bar em Nashville, e o desejo de Imelda May em gravar com o U2


The Basement East, Nashville, noites atrás. Alice Cooper fez uma aparição surpresa no local para cantar com a banda Beasto Blanco, que traz em sua formação Calico Cooper, filha do lendário cantor.
O baterista Jay Weinberg, do Slipknot, estava no local. Outro baterista famoso foi visto também: Larry Mullen!

Imelda May, enquanto gravava seu 5° disco, recebeu apoio de Bono, e disse que adoraria fazer alguma colaboração com o U2. Mas disse que isso precisa acontecer "naturalmente".
Em entrevista, ao ser perguntada se gostaria de gravar alguns vocais para uma faixa de U2, ela contou com exclusividade ao BANG Showbiz: "É claro! Mas não vou me insinuar para Bono. Se eles quisessem que eu fizesse, eles pediriam, gosto das coisas acontecerem naturalmente. Eu também penso que se as coisas são criadas, elas não funcionam muito bem, então eu acho que precisa acontecer naturalmente, eu não gosto de forçar as coisas para acontecerem."



Jimmy Iovine conta sobre as gravações dos dois discos ao vivo do U2


Jimmy Iovine produziu os dois álbuns ao vivo do U2 ('Under a Blood Red Sky' e 'Rattle And Hum') e está à frente da Interscope Records, o selo do U2 nos Estados Unidos.

"Tenho muito orgulho dos dois álbuns ao vivo que produzi para o U2. São obras poderosas. Eu não estive no show de Red Rocks. Eu fui para a Irlanda, e trabalhamos nas fitas gravadas do show, que resultaram no álbum 'Under a Blood Red Sky' (nota: na verdade, só "Gloria" e "Party Girl" no disco são mesmo do show de Red Rocks).
O disco foi lançado alguns meses depois do filme do show em Red Rocks. Com o 'Rattle And Hum' nós gravamos alguns shows. Eu ía ao show e ficava no meio do público para sentir o poder de tudo aquilo - para então fazer o possível em termos de gravação e mixagem que pudesse reproduzir essa sensação: captar a essência do que eles estavam fazendo. Acho que conseguimos isso nos dois álbuns. Tivemos mais controle sobre o 'Rattle And Hum' porque tivemos mais tempo, e porque fomos nós mesmos que gravamos. Nós combinamos partes ao vivo com partes de estúdio, então foi ao mesmo tempo um álbum ao vivo e um álbum de estúdio, o que me deixou muito interessado porque nunca havia sido produzido um álbum dessa forma. Tivemos que fazer as partes ao vivo fazerem sentido com as partes gravadas em estúdio, então usamos muitas das técnicas de gravar ao vivo no estúdio. Nós tínhamos monitores, por exemplo, em vez de headphones. E nós construímos uma atmosfera de show ao vivo na maioria dos estúdios onde trabalhamos. Nós viajamos muito. Fizemos alguns overdubs e tal, mas procuramos fazer parecer que eles tinham saído do palco e ido direto para o estúdio. Acho que uma das melhores gravações ao vivo daquele disco é "Pride (In The Name Of Love)". Essa e "Helter Skelter". Acho que são duas fabulosas gravações ao vivo. Eu comecei a Interscope depois disso. Foi assim. E eles estão na Interscope até hoje, e eu tenho muito orgulho de tê-los. Eu amo aqueles caras. Eles são mais durões do que eu, e mais fortes também. Eles são uma força que não pode ser detida, todos os quatro. É incrível. Pra qualquer banda que comece agora, o U2 é a referência. É assim. Ponto final. Tudo o você pensava enquanto crescia que o rock´n´roll deveria ser ou podia ser, é exatamente o que esses caras fizeram. Eles escreveram suas próprias regras. Determinação, dedicação e consistência. E mesmo assim, Bono vive a face do perigo o tempo todo. Ele é um ser humano superior. Você tem que entender isso. Não há ninguém que eu tenha conhecido que seja como ele. Ninguém. E ele automaticamente te carrega. E ele te faz mudar. Depois de experimentá-lo, se você não mudar, você é um zumbi."

Do livro U2 Show - Tradução de Maria Teresa

Blog U2 Vision Over Visibility

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Onde 'October e 'War' foram masterizados


Em versões lançadas pelo mundo dos discos 'October' e 'War' do U2, existem informações diferentes sobre a masterização do álbum. Cópias da América do Norte e América do Sul trazem a informação: 'Mastered by Phil Brown at Warner Bros. Recording Studio L.A.', enquanto cópias na Europa informam: 'Mastered at The Town House, London'.

The Town House (ou Townhouse Studios) era um complexo de estúdios de gravação e masterização no oeste de Londres, construído por Richard Branson e Ian Cooper em 1978, como parte do Virgin Studios Group (junto com The Manor).

O edifício Goldhawk incluía 3 estúdios de gravação (studio 1, studio 2 e studio 4, o último foi construído mais tarde) e 2 salas de corte.
A Universal fechou o local em 2008.

O local onde ficam os estúdios da Warner Bros é na pequena cidade de Burbank na Califórnia, a 30 minutos do centro de Los Angeles.

A versão em CD no Brasil de 'War' do U2 da série Island Masters


Island Masters foi uma série de CD à preços promocionais, que incluía relançamentos de álbuns dos anos de 1970 e 1980 pela PolyGram. Em 1989, a Island Records foi vendida para PolyGram.
No Reino Unido, estes CD'S foram lançados com o prefixo IMCD e números de catálogo começando por 1.
Foi a primeira tentativa importante da Island para disponibilizar seu enorme catálogo pela primeira vez em CD. O primeiro ano do sublabel teve mais de 80 lançamentos. Novos lançamentos apareceram por alguns anos. Em 2000 o selo foi re-modelado e renomeado para Island Remasters. Enquanto a embalagem do Island Masters dos anos de 1980 e 1990 foi simples, o novo Island Remaster seguiu uma tendência para uma melhor embalagem com maior qualidade de impressão da capa, capas adicionais, encartes, faixas adicionais e impressões dos selos usando o rótulo do original lançados no vinil.
Esta série foi lançada na Europa, e não chegou nos EUA. Se sabe que Canadá e Brasil importaram cópias destes CD'S.
A Universal Music trouxe para o país uma cópia de 'War' do primeiro sublabel, Island Masters, que havia sido lançado na Europa na década de 1990 com o prefixo IMCD 141. A versão nacional foi produzida e distribuída pela Sonopress - Rimo da Amazônia Indústria e Comércio Fonográfica Ltda.
A informação nesta versão é que foi a 7° prensagem do CD no Brasil. Esta versão nacional é difícil de ser encontrada, e deve ter sido lançada por volta de 1998, após a explosão dos shows da banda no país com a turnê Popmart.


A fonte de áudio utilizada foi uma antiga master que a Island Masters possuía. Com isso, não se sabe se é uma falha deste masters, ou foi um problema que surgiu nas cópias feitas no Brasil à partir deste masters, mas há um corte logo na primeira batida de "Sunday Bloody Sunday".

Histórias de Bono: jantando com Obama no Salão Oval e cantando Beatles


Foi uma semana emocional para a família de Obama, desde que o agora ex Presidente fez seu discurso de despedida ao povo americano em Chicago.
O fotógrafo da Casa Branca, Pete Souza, esteve lá a cada passo desta caminhada, documentando a presidência de Obama, e ontem ele compartilhou uma história de 2011 trazendo Bono, Alicia Keys e uma guitarra no Salão Oval.

Ele conta:

Esta história é melhor do que a foto. Em 2011, o Presidente convidou Bono e Alicia Keys para almoçar em sua sala de jantar privada junto ao Salão Oval.
Bono perguntou à ele onde ele deveria se sentar. O Presidente disse para ele se sentar onde houvesse uma cadeira. Bono vê uma guitarra no canto, uma lembrança da campanha do evento Rock The Vote. Bono, rapidamente, afinou a guitarra e começou a tocar/cantar Norwegian Wood, dos Beatles. Por que? Porque o segundo verso começa assim: "ela me pediu para ficar / e ela me disse para me sentar em qualquer lugar, / então eu olhei ao redor / e notei que havia uma cadeira"
No meio disto, o presidente olhou para mim e disse, "que legal é isso!"
Obama adorou!


Do site: The Daily Edge

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

A Entrevista: Willie Williams na Rolling Stone - Parte II


Você acha que o conteúdo de vídeo utilizado será arquivos de filmagens no deserto?

Tenho certeza que haverá, mas não há muito disso. O que tem, nós temos usado para acabar definitivamente com isso, basicamente. E novamente, como eu disse antes, certamente levaremos o espírito e estética dessa filmagem. Não vamos inventar uma nova estética para esse álbum e para aquela época. É basicamente apenas filmes de 8mm que Anton [Corbijn] registrou em vídeo quando estava fazendo a sessão de fotos do álbum. E nós estamos usando para acabar logo com isso. Usamos isso até nos shows da Zoo TV. Mas o espírito do que aquilo foi certamente estará ao redor, mas como já foi dito pelos caras da banda, o objetivo desta turnê não é recriar a original The Joshua Tree Tour. Não se trata de nostalgia. É apenas olhar novamente para aquele registro agora e ele se tornou assustadoramente pertinente, realmente, dado que o registro foi feito na era Reagan/Thatcher. Como foi dito por Adam e The Edge, parece que o mundo forma um círculo completo de maneiras bizarras.

Falei com The Edge algumas semanas atrás e ele disse que não sabia se deveria começar com "Where The Streets Have No Name" e ir direto para o disco, ou construir um caminho para ele mais tarde no show. Como você acha que funcionaria melhor?

Sim, eu sei, mas não vou te dizer. Não posso, realmente, mas tudo será revelado na noite de abertura. Claramente, 'The Joshua Tree' é um disco de uma hora e o show deve ter quase o dobro de duração. Parte da razão que eu não posso dizer é que nós não saberemos até nós ouvirmos ele tocar. Acho que temos uma grande estratégia, uma maneira muito sólida de fazer isso sem que seja um show de nostalgia de um álbum clássico, mas só não saberemos até nós o ouvirmos tocar.

Você viu Springsteen tocar The River ou Roger Waters tocar The Wall? Você já esteve em algum desses outros shows de álbuns completos?

Eu vi Roger Waters tocar The Wall. Ele teve a sorte de ter um disco de duas horas de duração, então ele pode fazer isso e nada mais.

Você trabalhou em shows de arenas na última turnê. Que desafios os estádios apresentam que você não tem com arenas?

Os elementos, obviamente. Em um jeito divertido, estádios são mais consistentes. Com arenas, quando você está dentro de um lugar menor como aquele, coisas do dia a dia podem mudar em outras maneiras. As coisas ainda parecem consistentes em estádios, mas a luz do dia, tempo e essas coisas não estão ao seu lado. Além disso, as coisas precisam ser muito maiores. Fiquei emocionado com a iNNOCENCE + eXPERIENCE porque pudemos finalmente tocar usando Morphing (um efeito especial aplicado a uma imagem, de forma que ela vá sendo distorcida e passando gradualmente por imagens de transição até chegar numa segunda imagem) ou mesclando seres humanos com conteúdo de vídeo. Você só pode fazer isso se a escala do ser humano faz sentido para o olho humano, e não éramos capazes de fazer isso há muito tempo. Obviamente que você não pode fazer em um estádio porque a pessoa na fileira de trás não consegue impacto sobre a escala humana. Você precisa ser muito maior e muito mais amplo, mas isso é sempre divertido. O que sempre foi grande com o U2 é que cada turnê tem sido uma mudança de tela. Quase sempre que tocamos ao ar livre... vamos em seguida para lugares fechados, ou vice versa ou uma abordagem totalmente diferente. Isso nos mantém interessantes. Estou adorando estar em estádios novamente. Simplicidade é provavelmente a palavra errada porque ainda é uma grande produção, mas acho que enxugaremos o que fizemos depois da última turnê e haverá algo fresco nesta. O que é engraçado é que a iNNOCENCE + eXPERIENCE parecia uma coisa simples, mas foi um dos shows mais complicados que o U2 já fez. Estes serão maiores, mais com coisas simples e deixando a música da banda encher o estádio.

Depois da turnê 360°, se preocupou que você não poderia fazer melhor que aquilo?

Não me preocupei com isso porque na Zoo TV, as pessoas estavam dizendo: "como você vai conseguir superar isso?" Minha piada foi: "a próxima vai ser maior", que é claro que acabou sendo [com a PopMart]. Nunca me preocupo com isso. Porque com o U2, eles são absolutamente cientes como penso, que se você na próxima turnê vai utilizar o mesmo telão, então você não tem mais nada para utilizar com ele, uma vez que muito acontece com uma produção de um show do U2. Como eu disse anteriormente, é maravilhoso voltar para estádios com algo tão diferente como a 360°. Está seguindo muito naturalmente e muito tematicamente, uma vez que eles nunca foram uma banda em olhar para trás. É irônico, mas se houver qualquer reclamação sobre nostalgia é provavelmente o mesmo pessoal que vai em um show e insiste em reclamar que o U2 está tocando seus novos materiais. Você está absolutamente condenado se você fizer isso, e condenado se não fizer. Muitos comentários têm pessoas dizendo: "Eles precisavam tocar tanto do novo disco?" Eles certamente não foram caras que olharam para trás, mas com 'Songs Of Innocence', tendo sido tanto sobre a gênese da banda e esse tempo e lugar... é tão apropriado olhar para esse período da banda, e a fase The Joshua Tree e a seguir com 'Songs Of Experience' e o que faremos com ele quando voltarmos. Parece que é uma progressão muito natural.

Você acha que a próxima etapa da turnê iNNOCENCE + eXPERIENCE terá a mesma base de cenário como a última, ou poderá mudar um pouco?

Esse sempre foi o plano, claro. Mas inicialmente nós iríamos seguir isso depois de alguns meses, e agora acontecerá dois anos depois. Haverá todos os tipos de motivos convincentes para manter o mesmo palco, desde que eu sinta que nós apenas arranhamos a superfície do que poderíamos fazer com isto. Mas dois anos já se passaram e o mundo é um lugar totalmente diferente. Mas nós vamos atravessar aquela ponte somente quando chegarmos lá.

A Entrevista: Willie Williams na Rolling Stone - Parte I


Se o U2 nunca tivesse entrado em contato com Willie Williams, sua carreira teria provavelmente se desenrolado de uma maneira muito diferente. O diretor de shows criou todos os seus palcos nos últimos 35 anos, desde a turnê October em 1982 quando eles ainda eram uma banda que tocava em clubs.
Como a popularidade do U2 teve uma ascenção rápida, o mesmo aconteceu com o orçamento de Williams e a grande visão para seus concertos. Ele é responsável pela carga de multimídia da Zoo TV Tour de 1992-93, que ainda parece inovadora um quarto de século mais tarde. Ele conseguiu tornar maior ainda mais com PopMart 1997-98, diminuindo a escala para a Elevation Tour em 2001 e Vertigo Tour em 2005-06, antes de criar o maior palco da história do rock para a U2 360° em 2009. A turnê iNNOCENCE + eXPERIENCE 2015, apresentou uma enorme gaiola de vídeo que divide o público ao meio, diferente do qualquer produção nunca antes vista em arenas, e agora ele vai fundo no processo de montar a The Joshua Tree Tour 2017, que vai acontecer em estádios em toda a América e Europa à partir de maio. A Rolling Stone falou com ele sobre o que esperar destes grandes shows!

Qual foi a primeira vez que você ouviu falar sobre esta turnê?

Quando estávamos fazendo os ensaios de produção para o show no iHeartRadio [Music Festival] e Dreamforce ano passado, falou-se de fazer isso, mas inicialmente era apenas uma ideia para marcar o aniversário e fazer um ou dois shows. A ideia era talvez um nos Estados Unidos e outro na Europa. Foi a primeira vez que isso entrou em meu radar. Fiquei bastante satisfeito que tornou-se uma turnê.

A poucos meses atrás.

Estávamos ensaiando em setembro de 2016.

Você normalmente não fica sabendo com um ano ou mais de antecedência sobre uma turnê de estádio? Isso é um enorme compromisso.

Você está certo. O interessante é que, quando tivemos a primeira reunião apropriada sobre isso, todos estavam realmente animados com a ideia. Eu não quero parecer surpreso. Quando nos encontramos muito no início de um ciclo de turnê, é algo fantástico porque você pode falar sobre qualquer coisa. Absolutamente não há limites e colocamos tudo para fora lá. Então você tem que aprimorar-se para a realidade de torná-la apta e acessível para ir para a estrada. É mais no final do processo, onde você percebe quais são as boas ideias, e você coloca um pouco mais de força e movimento e as pessoas começam a ficar excitadas. Eu suponho, porque esta é uma ideia muito clara, que é uma ideia que iniciamos o processo com. Normalmente uma grande parte do processo de montar um espetáculo é descobrir qual é a ideia, assim podemos ir direto para isso.
Além disso, estamos cientes que o álbum tem apenas uma hora de duração e o show precisa ser mais do que isso, então, como você vai colocá-lo no show? Como você fará isso funcionar? Vai tocar ele na sequência? Diluir com outros trabalhos? Todas essas coisas estão ainda sendo decididas, realmente, para ser honesto. Mas a ideia primordial estava lá desde o início. Isso foi muito útil. O que eu não esperava era a emoção de saber que você está em algo grande que tem estado lá desde o primeiro dia, normalmente há um grande período de deserto quando você está decidindo um show e você está tentando descobrir o que é que está fazendo. Sim, todos estão muito animados. É necessário muito pouca imaginação para transformar isso em algo que pode ser grande.

Como a ideia de um ou dois shows passou para uma turnê mundial?

Eu não sei. Não vou mentir para você. A maioria do que eu sei sobre esse processo é o que eu li esta semana.

Estarão tocando em estádios. O cenário será semelhante à 'The Joshua Tree Tour' de 1987 ou será totalmente diferente?

Bem, sim e não. Nós olhamos para o cenário original, que é hilário de pequeno. Nós costumávamos chamá-lo de minimalismo máximo. Para a Europa, não havia nenhum reforço do telão de vídeo para os shows em estádios. Em alguns dos maiores estádios dos EUA, começamos a colocação de telas de vídeo, mas apenas atrás da mesa de mixagem, então apenas a metade traseira do estádio tinha imagens das câmeras. Foi incrível como música, só a música, encheu os estádios. Agora, claro, as expectativas de produção são estratosfericamente maiores do que eram há 30 anos. Mas olhamos para o cenário original e era muito bonito. Eu estava bastante atraído com a ideia de olhar apenas para o palco original, tradicional de um festival, que era aquilo basicamente, uma caixa com PA em ambos os lados, e dizer: "o que você pode fazer com isso? Esta é a ideia mais desatualizada imaginável para turnês, mas através dos olhos do U2 podemos fazer algo interessante com isso?"
A verdade desta questão é que as linhas de visão não funcionam mais. Quando você faz um palco de falso proscênio em um estádio, as linhas de visão só vão a 150, 160 graus e têm de estar ao redor. Você tem que ter alguém de pé ao lado do palco que pode ver tudo, então vamos deixar isso para trás. Levamos o espírito de qualquer tipo de ideia mínima de CinemaScope onde a visão era uma enorme imagem esticada da árvore do Joshua Tree, muito larga, correndo de uma ponta à outra do palco, deformada, que era o recurso que tínhamos naqueles dias e podíamos nos dar ao luxo, e nós tomamos aquele espírito e fomos com ele. Mas, sim, haverá imagens das câmeras em telas de vídeo.

No final está indo para um palco clássico. Não é algo tão incomum como o palco da 360° na última turnê de estádio.

O que é ótimo para mim pessoalmente, é que isso veio como uma possibilidade de dar sequência em um show de estádio após a U2 360°, porque aquele foi o show de estádio para acabar com todos os shows de estádios. Vai ser muito improvável que veremos algo assim um dia novamente. E então o que você faz depois disso? Como você volta aos estádios com algo que não é aquilo? Considerando que, o palco da The Joshua Tree pode absolutamente ficar em uma das extremidades do estádio. Pode ser um aceno ao que era há 30 anos e o espírito do palco pode estar lá, então é perfeitamente legítimo. Você não tem que explicar por que você voltou a uma extremidade do estádio, é apenas óbvio. Então para mim pessoalmente é ótimo porque a próxima vez que tocarmos em estádios podemos fazer o que gostamos. Funcionou muito bem.

Eu estou olhando para um mapa de lugares agora. O palco B é na forma de uma árvore Joshua?

Ah, isso é um mapa de assentos disponíveis comercialmente?

É, na Ticketmaster.

Ahh, certo, meu Deus! Sim. Se é na Ticketmaster, não me importo em contar. Ainda estamos trabalhando nisso, mas a sombra da árvore estará na pista.

5589: o misterioso número que aparece no vídeo promocional de anúncio da 'The Joshua Tree Tour 2017'


Assim que foi divulgado o vídeo promocional de anúncio da 'The Joshua Tree Tour 2017', fãs atentos começaram a se perguntar o que seria um número que aparece por microsegundos na tela logo no início. 5589 é o número, parecendo desenhado à mão. Se você piscar, perdeu!



E nada é por acaso quando se trata do U2. E já é a segunda vez que este número aparece relacionado ao U2. Mas do que realmente se trata, ainda ninguém sabe.

Já existem algumas suposições em fóruns e páginas de fãs da banda. O site U2 Songs (antigo U2 Wanderer) listou uma série de teorias sobre o que seria o 5589:

O número 5589 aparecem em uma prensagem do álbum 'The Joshua Tree' – a matriz de uma das prensagens no EUA é "L384 5589 I242298 B60819-15."

Pode estar ligado a 55 e 89. 55 milhas é igual a 89km. Assim, poderia ser uma referência a uma distância. Usando uma árvore como ponto de partida, você encontra uma que está 10,5 milhas da cidade fantasma de Darwin, onde algumas das fotos foram feitas para o álbum, e 82 milhas de Zabriskie Point onde outras fotos foram tiradas, e na verdade a única coisa que estaria perto das 55 milhas à partir da árvore é uma pequena cidade chamada Aberdeen.

Pode ser algum tipo de número de referência de onde o vídeo foi retirado. Ele aparece no início do vídeo, onde filmes e vídeos muitas vezes têm uma parte introdutória que identificam a filmagem.

Rodovias 55 e 89 costumavam existir em Nevada e existem na Califórnia, mas nenhuma destas parece levar em qualquer lugar perto de um local que foi importante para 'The Joshua Tree'.

Na Concordância de Strong, um índice de cada palavra na versão de King James da Bíblia, a palavra hebraica (סְעַפָּה), listada como H5589 se traduz como galho ou ramo. Esta poderia ser a referência?

Em 'ZOOTV Live From Sydney', no final da performance de "Where The Streets Have No Name", você pode ver um breve clip da mesma filmagem usada para a turnê promocional. Ela é seguida pelos mesmos números de estilo manuscrito, primeiro 11232 e então 5589. (A informação é de @geoffvrosmalen).

EXATAMENTE AOS 5 MINUTOS E 22 SEGUNDOS DO VÍDEO, O NÚMERO ESTÁ LÁ!



Contando a história de "The Saints Are Coming" - Parte 3


Frank Supovitz; Uma vez lá dentro quando o pre-show começou, um show antes do jogo começar, a performance do U2 e Green Day foi uma dessas coisas onde mesmo durante o ensaio, quando nós estávamos assistindo o ensaio, estávamos olhando uns aos outros e dizendo: "isto é uma coisa importante a fazer. Isto não é algo que tem que pagar, eu faria isso de graça."

Robin Roberts: Agora, por favor recebam duas das maiores bandas do mundo, U2 e Green Day, anunciada por alguns dos melhores músicos de Nova Orleans.

Bob Ezrin: Billie Joe aparece e começa a cantar "House Of The Rising Sun" e claro, era um lugar onde um ano antes havia morrido pessoas e o cheiro disso ainda estava no ar.

Keith Spera: Quando Billy Joe Armstrong cantou, 'há uma casa em New Orleans, eles chamam ela de Superdome', eu ainda sinto calafrios quando penso nisso agora. Incrível, como eles adaptaram aquilo naquele momento e não poderia ter sido mais eficaz e mais poderoso.

Bob Ezrin: Então, veio a declaração de desafio: The Saints Are Coming. E todo mundo tinha vindo a este jogo do Saints. Isto, de uma forma, isto foi Nova Orleans se reerguendo. Isto foi Nova Orleans se levantando e dizendo ao mundo, "estamos de volta."

Trombone Shorty: Você podia ouvir quando estávamos caminhando para entrar, as pessoas correndo naquele campo, ah meu Deus, isso é incrível, tocar com U2 e Green Day e representar a cidade e a parte quando nossos nomes foram mencionados por Bono, que não fazia parte do ensaio, então eu não sabia que ele ia fazer isso. Mas, eu me lembro de estar no palco, todas essas pessoas e quando ele mencionou cada um dos nossos nomes, você pôde ouvir aquilo com um grande rugido da multidão e foi um momento de muito, muito orgulho para todos nós em podermos ser representantes em nossa cidade natal naquele palco.

The Edge: Eu acho que quando vimos a resposta da multidão no evento, acho que percebemos que era uma reunião de muitas coisas, e foi, para mim particularmente, o significado de um novo amanhecer. Depois do show, eu sai e fui conversar com as pessoas. Os moradores, Quint, Trombone Shorty, seus primos e músicos e caras do Preservation Hall começaram a perceber que na verdade, aquilo foi grandioso. Foi maior do que eu pensava.

Bob Ezrin: Quando o show acabou tivemos uma grande reunião no camarim do U2, e Bono, acostumado a falar em público como ele é, deu um pequeno discurso sobre o significado desta coisa. E reconheceu todo mundo que estava envolvido, e havia um tipo de sensação de solidariedade na sala. Nós tínhamos acabado de fazer história.

Charles Coplin: Outra coisa legal foi quando o show terminou e o pré-jogo terminou, eu me lembro de caminhar em direção ao palco e Larry Mullen, o baterista do U2, que eu não tinha conversado com ele, me deu 5 tapinhas e eu devolvi os 5 tapinhas, e nós seguimos nosso caminho.

The Edge: Bem, eu não tinha ideia que a música "The Saints Are Coming" iria ser aprovada da forma que tem sido, e devo dizer que fiquei muito orgulhoso ao perceber o que aconteceu. Foi muito divertido conversar com alguns caras do The Skids e de explicar-lhes o que estava acontecendo, porque eles não sabiam o que estava acontecendo e tão de repente terem uma de suas canções fazendo parte de uma equipe esportiva tão importante do outro lado do mundo. Era meio que alucinante aquilo para eles.

Drew Brees: Ainda me dá arrepios de ouvir o U2 e Green Day cantando "The Saints Are Coming", e é incrível. Tantas lendas de Nova Orleans ali e em torno disso também.

The Edge: Bem, eu tenho que dizer que para mim pessoalmente foi provavelmente o auge porque se tratava de uma iniciativa que eu comecei. A ideia, a gênese desta canção era uma coisa que me veio em resposta a essa solicitação para uma performance, de forma que você sabe, era muito pessoal para mim. O tipo de contexto do U2, acho que é o seu caminho até lá porque é tudo sobre o que o U2 é como uma banda. Você sabe, nós estávamos tão orgulhosos de sermos capazes de dar a volta por cima desta forma. E assim o fato de que a música vive desta forma, era totalmente imprevisível e incrível, eu diria que uma honra.

Makes The Future The Past: Bono em uma pequena vila em County Clare, Irlanda


Em 1984, o U2 realizou uma sessão de fotos com Anton Corbijn, para o álbum 'The Unforgettable Fire'.
Em uma das fotos, Bono foi clicado em Ballyvaughan. É uma pequena vila em County Clare, Irlanda. Fica situada nas margens ao sul de Galway Bay, no canto noroeste de The Burren.


A foto foi recentemente colocada na exposição Anton Corbijn 1-2-3-4. E também foi capa da Revista OOR na Holanda.


UM VÍDEO EM 360°


Agradecimento: Márcio Fernando, músico e colaborador do blog

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Contando a história de "The Saints Are Coming" - Parte 2


Bob Ezrin: "Então The Edge e eu fizemos viagens separadas no outono e no inverno de 2005 para ver o que estava acontecendo e foi surpreendente. Honestamente foi como visitar o lado escuro da lua quando você descia a 9th Ward e ia andando. Fortaleceu minha determinação que isso era algo que tínhamos que corrigir. E o nosso pensamento foi: "Se eles tocam, outros virão." Se a música estiver tocando, as pessoas irão voltar. Sem a música, não há coração para o Golfo. Assim se tornou nossa missão, trazer a música de volta."

E então Ezrin e The Edge foram abordados pela Liga sobre o jogo de re-abertura.

The Edge: "Então a ideia inicial era que eles gostariam de nos juntar em um evento que foi inspirado obviamente em Nova Orleans e a música de Nova Orleans, mas que pudessem incluir alguns artistas internacionais. Eu pensei sobre isso por um tempo e disse: "Bem, definitivamente deveríamos fazer algo." Não sei o que deveria fazer em primeiro lugar e então Bob diz: "Você sabe, talvez pudéssemos trazer um convidado ou dois e você pode tocar com talvez um outro cantor. Talvez Billie Joe do Green Day." Eu conheço o Billie Joe, então eu estendi a mão e disse: "Você estaria interessado?" É um tipo de oportunidade incrível para tocar em um evento. Então Billie Joe estendeu a mão e disse: "Estou dentro. Ótimo. O que vamos fazer?"

Bob Ezrin: The Edge então veio com essa música chamada "The Saints Are Coming" por uma banda pouco conhecida chamada The Skids, uma banda punk pouco conhecida. Eu conhecia vagamente a música, mas no minuto em que eu coloquei ela pra tocar novamente, foi como: "Oh, meu Deus, isso é perfeito."

The Edge: "Eu pensei por alguns dias e então lembrei-me dela. Esta canção. Minha música favorita quando eu tinha uns 17 anos de idade, escrita e gravada por uma banda chamada The Skids de Ayrshire, na Escócia, e essa música foi chamada "The Saints Are Coming". Pensei, 'uau, é óbvio, porque Billie Joe foi muito inspirado pela música punk rock e nós começamos com o U2 como um tipo de banda pós este movimento musical, e muitas de nossas raízes são as raízes do punk rock. É a combinação perfeita para nós cantarmos esta canção.'
Então liguei para Billie Joe e disse: 'O que você acha de "The Saints Are Coming"?' Enviei a canção para ele e ele adorou. Assim foi a nossa primeira ideia e ficamos muito felizes com isso. Então eu estava tocando a melodia e eu compartilhei essa ideia com Bono, Adam e Larry e veio aquela ideia, "bem sabe, talvez conseguíssemos toda a banda para participar e tocarmos juntos. Isso seria muito legal." Então eu perguntei à eles o que eles pensavam disso. Eles disseram: "Certo, parece que pode funcionar". Com essas coisas, é meio assim que você consegue um pequeno pedaço do quebra-cabeça colocado no lugar, e então você pode começar a pegar as outras peças. Falei com o Billie Joe, eu disse: "Billie Joe, eu acho que talvez o U2 pode vir a bordo conosco. Que tal o Green Day também? Toda a banda?" Ele disse: "Acho que seria muito legal. Deixe-me ver isso com eles".
E pouco a pouco, tínhamos todos de nosso lado para esta ideia. Então aconteceu do U2 estar gravando em Londres, no Abbey Road com Rick Rubin, então nós olhamos a agenda e descobrimos que Green Day estava livre. Então eles voaram e passaram três dias no Abbey Road na mesma sala que os Beatles gravaram todas suas gravações de estúdio mais importantes e tivemos dois dias incríveis tocando juntos e gravando. Dessas sessões, essa música foi a coisa mais poderosa que fizemos. A faixa foi em benefício para o Music Rising, e ganhou um monte de dinheiro para a caridade. Então ela foi lançada e teve muita atenção dada, e tivemos a certeza que ela faria parte de nossa performance no Superdome.
Quint Davis foi trazido a bordo para ajudar na fase de produção, e o lendário produtor do Grammy, Ken Ehrlich, foi contratado para a produção de TV das performances."

Quint Davis: "Tivemos dois ou três dias de correrias pelo palco porque tivemos essa coisa gigante que nós construímos, e que tinha que funcionar dentro e fora. Nós não tínhamos só o U2, tivemos U2 e Green Day. E depois tivemos Trombone Shorty e Kermit Ruffins. Tivemos duas Brass Bands (bandas negras de instrumentos de sopro). Tivemos o Social Aid e Pleasure Clubs."

Charles Coplin: "Este foi um daqueles shows onde todo mundo foi empurrando na direção certa. Todos os corações estavam no lugar certo. E vendo estes músicos no palco e a forma como as coisas estavam sendo planejadas e a música que Bob Ezrin, o produtor, montou, os ensaios foram muito, muito especiais. Quando Bono começou a improvisar "Beautiful Day", e canta "depois da inundação, todas as cores voltaram", você realmente começava a ficar arrepiado."

The Edge: "Sabe, é engraçado, nós entramos no Superdome e acho que nós todos estávamos um pouco nervosos porque havia tanto que tinha que ser feito naquele ensaio, sabe, integrando Trombone Shorty e os outros músicos e duas bandas que realmente nunca haviam tocado muito juntos, e a passagem de som e tudo era muito alto, um momento intenso."

Contando a história de "The Saints Are Coming" - Parte 1


O Furacão Katrina foi uma tempestade tropical que alcançou a categoria 3 da escala de furacões de Saffir-Simpson em terra firme e categoria 5 no Oceano Atlântico. Os ventos do furacão alcançaram mais de 280 quilômetros por hora, e causaram grandes prejuízos na região litorânea do sul dos Estados Unidos, especialmente em torno da região metropolitana de Nova Orleans, em 28 de agosto de 2005 onde mais de um milhão de pessoas foram evacuadas. O furacão passou pelo sul da Flórida, causando em torno de dois bilhões de dólares de prejuízo e causando 1836 mortes diretas. Foi a 11ª tempestade de 2005 a receber nome, sendo o quarto entre os furacões.
O Furacão Katrina causou aproximadamente mil mortes, sendo um dos furacões mais destrutivos a ter atingido os Estados Unidos. O furacão paralisou muito da extração de petróleo e gás natural dos Estados Unidos, uma vez que boa parte do petróleo americano é extraído no Golfo do México.

O estádio dos Saints, o Lousiana Superdome, serviu como casa para desabrigados durante o Katrina e ficou fechado durante 2005. Os raios de luz penetravam a enorme cúpula destelhada e recaíam direto no gramado artificial, iluminando as vítimas abrigadas debaixo da enorme construção, um dos mais tradicionais estádios de futebol americano, seis vezes palco do Super Bowl, a final da milionária National Football League (NFL).
Depois de passar por uma grande reforma que consumiu US$ 185 milhões (cerca de R$ 407 milhões), a arena, inaugurada em 1975, receberia em setembro de 2006 a partida entre New Orleans Saints e Atlanta Falcons.
Mas não seria apenas mais um confronto válido pela temporada regular (fase de classificação para os mata-matas) do campeonato profissional.
Uma programação que costumava ser feita apenas em jogos importantes, como o de abertura de temporada e o da grande decisão, marcaria as festividades da reabertura do estádio.

Charles Coplin: "Havia um cara que trabalhava para mim chamado David Saltz, ele era um consultor e ele ficava dizendo para mim: "Eu consigo o U2 para fazer isso." E eu: "Se você pode conseguir o U2 para fazer isso, vou me colocar em uma linha e basicamente dizer a todos, estamos no caminho, vamos interferir porque achamos que podemos fazer um show muito maior."

Bob Ezrin, um lendário produtor de música, envolveu-se porque ele e um grupo de amigos na indústria da música tinham formado uma caridade, Music Rising, para ajudar a todos os músicos de Nova Orleans e bandas que haviam perdido seus instrumentos para as águas de inundação do Katrina. O objetivo imediato do grupo era arrecadar US $ 1,2 milhões para ajudar a substituir instrumentos para 1.200 músicos.

Bob Ezrin: "Algumas semanas depois do dilúvio, o U2 estava em Toronto, eles na verdade estavam tocando e eu estava lá. Então nós estávamos lá e eu estava sentado ao lado de The Edge e sendo o cara descarado que eu sou, eu lhe disse: "Olha, nós vamos estar substituindo um monte de instrumentos que se perderam no sul do Golfo, tem alguma guitarra que não precisa?" Eu pensei, estrela do rock. Ele vai dizer: "Claro" e, em seguida, eu vou parar de falar, mas ele disse: "Podemos fazer melhor que isso." Eu disse: "Aqui está o meu número de telefone de casa. Se você aparecer com alguma coisa, me ligue." Com certeza, naquele fim de semana, poucos dias depois, recebi um telefonema de The Edge, ele disse: "Tudo bem, eu falei com a Yamaha. Eu falei com este aqui. Eu falei com aquele. Eu falei com a Live Nation. Consegui estas pessoas que concordaram em colocar este dinheiro, esta empresa concordou em nos vender instrumentos". Ele ficava dizendo, "Nós, nós, nós". E eu pensei, "Certo, parceiro, aqui vamos nós."

The Edge: "Começamos a Music Rising e estamos muito orgulhosos de dizer que em seis meses começamos a ter um monte de equipamentos substituídos e muitos músicos de volta ao trabalho, que era nosso plano original na primeira fase, a música tinha que continuar. Não apenas porque, onde há música, há muita esperança. Se a música é silenciada, ela apenas alimenta a sensação de desespero das pessoas. Então, ao trazer a música de volta, sentimos que teve um papel importante no desempenho na regeneração da cidade, mas foi também a continuidade. Só queríamos ter a certeza de que essa maravilhosa tradição e cultura da música de Nova Orleans fosse mantida, suportada, que sobrevivesse, e não olhamos para trás nos anos 20 para dizer: "bem, a grande cultura musical de Nova Orleans pré-Katrina e então depois disso, tinha sido dissipada."

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

A Entrevista: Adam Clayton na Rolling Stone - Parte III


A Rolling Stone falou com Adam Clayton sobre o impulso para a 'The Joshua Tree Tour 2017', como o show será estruturado, se os fãs podem esperar ouvir raridades e o que está acontecendo com o álbum 'Songs Of Experience'.

Você acha que 'Songs Of Experience' será lançado no próximo ano? Ou no final deste ano?

Todos nós achamos que ele deve mesmo ser lançado no final deste ano. Não tem uma data, um horário, nada assim agendado. Vamos voltar nele mais pra frente neste ano, vamos polir e terminá-lo um pouco mais. Mas achamos que estamos quase lá com ele. Não é como aconteceu com o interruptor para fazer esses shows de The Joshua Tree, porque precisávamos de mais tempo. É porque muito dele está quase pronto. Ainda trabalharemos ao longo deste ano, todos os pequenos ajustes que queremos fazer. Vai ser um prazer chegar lá e tocar essas músicas de The Joshua Tree. De certa forma, a experiência de tocar aquelas músicas de Joshua Tree e aquelas canções neste verão, inevitavelmente, não poderia ajudar [mas] terá algum impacto sobre o que esse disco finalmente se tornará quando terminarmos o trabalho nele.

A palavra "nostalgia" está sendo utilizada em relação a esta turnê. Como se sente sobre isso?

Não é algo que nós estaríamos interessados. A razão pela qual o público está lá e compra o ingresso pode ser olhar para trás e dizer: "Não foi algo legal? Aquele não foi um grande período? Não é a geração que mudou as coisas?" Você não pode fazer nada sobre isso. Algumas pessoas podem fazer isso. Acho que mencionei no início, é provavelmente muito mais importante usar isso como ponto de partida do que os últimos 30 anos têm feito para todos nós. Quem somos nós agora? Como podemos continuar agindo como membros da comunidade e da sociedade e fazer mudanças e escolhas para o futuro?

Vocês se vêem estando com o grupo ainda, quando estiverem com 70 anos, assim como os Stones e o Who?

Não posso responder isso. Talvez eles também não. Acho que é fantástico que Pete [Townshend] e Roger [Daltrey] estejam ainda por aí fazendo shows em seus 70 anos. Eu diria que se você está nos seus 70 anos, geralmente é mais divertido para estar no palco com uma banda de rock and roll se essa oportunidade está disponível para você, mas não sei se isso é algo que você pode planejar. Eu não sei. Não sei onde vamos estar nos nossos 70 anos. Não sei qual de nós estará em nossos 70 anos.

É um milagre que o U2 são os mesmos quatro caras há 40 anos. Quase nenhum grupo pode reivindicar isso.

Tivemos uma formação muito sólida, estável. Espero que isso continue assim.

Eu sinto que com 'Songs Of Ascent' e tudo que vocês têm feito durante as sessões de 'Songs Of Innocence' e 'Songs Of Experience', que há um monte de canções que os fãs nunca terão a chance de ouvir, talvez até cem ou mais. Você acha que essas músicas vão ser lançadas em box sets ou algo parecido?

Novamente, eu nunca quero dizer nunca. Muitas vezes, as coisas que não são finalizadas é porque começamos com uma paleta muito ampla e então outra vez nos concentramos no fato de que o que é o rock and roll e o que fazemos, são uma paleta um pouco estreita. Você tem que se concentrar naquilo que seja relevante e que seja parte da discussão. Para que possamos vaguear fora no éter e fazer música agradável, jazz, progressiva, atmosférica – que não reflete necessariamente o que o U2 deve estar fazendo e como devemos nos conectar com nosso público lá fora.

Você alguma vez sentiu como se a banda estivesse lutando contra a gravidade? São tão poucas bandas que trabalharam por 40 anos estando conectados com um público de massa. Ao mesmo tempo, o rock não está mais no centro da cultura. Isso é muita coisa para trabalhar contra.

Sim. Existem diferentes regras e critérios para a operação. Eu meio que sinto que a tecnologia de como isso tudo funciona mudou muito ao longo dos anos. Se você olhar para as grandes bandas da década de 1940, essas bandas foram reduzidas para quartetos e quintetos após a guerra porque não havia dinheiro para pagar por grandes bandas ou pagar pela gasolina e ônibus. Então você vem para o período onde os instrumentos elétricos fizeram que muito poucas pessoas pudessem fazer um grande som e entreter as pessoas. Agora estamos em uma outra situação, porque o negócio de música atual, as vendas no sentido real não existem, você não pode dar suporte à bandas como você costumava ser capaz de fazer nos termos econômicos. Na verdade cantores estão agora vendo, muitas vezes através de computadores, que podem fazer um som no mundo digital e fazer uma voz se encaixar bem nisso de uma maneira especial. Eles não têm a sobrecarga de uma banda em estúdio ou qualquer coisa. Então, sim, as forças econômicas tem mudado muito.
Penso também que nesse período da década de 1960 houve a contracultura e informações foram traduzidas através desse movimento de juventude e esse movimento de contracultura através da música e ideias. A Internet mudou completamente isso. As pessoas se relacionam entre si de uma forma diferente e eles se comunicam de maneiras diferentes. Tem mais sofisticação de muitas maneiras diferentes. Nós estamos, para usar o termo, nadando um pouco contra a maré, mas espero que alguns desses valores... não sei se podemos fazer isso novamente naquela maneira. Isso vai mudar. O futuro vai ser diferente, e quem sabe o que vem com ele?

A Entrevista: Adam Clayton na Rolling Stone - Parte II


A Rolling Stone falou com Adam Clayton sobre o impulso para a 'The Joshua Tree Tour 2017', como o show será estruturado, se os fãs podem esperar ouvir raridades e o que está acontecendo com o álbum 'Songs Of Experience'.

Deve ser difícil fazer um setlist, havendo tantos álbuns e certos membros da plateia que só conhecem os grandes sucessos e depois há os fãs hardcore almejando raridades. Satisfazer os dois ao mesmo tempo deve ser difícil.

É difícil. Se percebe rapidamente quando você está lá em cima que existem esses dois tipos de músicas. Existem as músicas com amplo apelo de massa, que as pessoas reagem de uma forma instintiva. Acho que isso é o que as canções de sucesso são. Então há, como você diz, o lado mais intelectual do que eu chamaria de "canções de quarto" que as pessoas têm um relacionamento pessoal e íntimo com elas, mas que não partilham isso com o resto do mundo. Eu acho que nós sempre tentamos caminhar na linha entre ter esses grandes momentos emocionais que são muito mais sobre o que está acontecendo no meio do multidão. A canção desencadeia a experiência que as pessoas estão tendo na multidão e então as outras músicas que podem puxá-las de volta ao palco e eles são sobre a música que está acontecendo no palco e o público pode participar nisso.

Eu disse para o The Edge que as duas músicas que os fãs estão sempre falando são "Acrobat" e "Drowning Man". Vocês nunca tocaram nenhuma das duas. Você acha que nunca serão tocadas?

Nós ensaiamos uma versão de "Drowning Man" para a turnê 360°. Eu acho que nós a ensaiamos até o momento em que estávamos ensaiando em estádios. Acho que em algumas conversas com nossos fãs, eles nos disseram isso. Acho que no fim parecia realmente uma música obscura a apresentar para um público de estádio. Mas tem algo. Realmente tem alguma coisa. O que estávamos fazendo com ela foi bastante interessante, mas instintivamente você sabe que não vai funcionar para o público em um estádio. Poderia funcionar em um pequeno club porque... remete mais diretamente ao 'War'. Provavelmente não é muito conhecida, mas é uma bela peça musical, muito sugestiva. Talvez haja uma maneira de colocar ela no setlist.

E quanto à "Acrobat"?

"Acrobat" é uma engraçada. Há muita raiva. Novamente, eu acho que quando estávamos planejando originalmente aquela turnê, era apenas uma música de muitas deixadas de lado de Achtung Baby, mas talvez haja uma maneira de trazê-la de volta. Talvez não para esta turnê. Acho que vamos ter que alinhar tudo, em um grau, o que é pré – The Joshua Tree e, em seguida, The Joshua Tree. Então depois de The Joshua Tree, talvez Achtung Baby seja de um calibre muito grande, mas quem sabe como será seu peso quando começamos a planejar um show de estádio com duração de duas horas e meia.

Vocês já conversaram sobre fazer um show para fãs em um teatro ou um clube anunciando tocarem apenas as canções obscuras?

A coisa é, se estamos procurando ideias inovadoras, ideias diferentes para se reconectar com o nosso público, acho que todas essas coisas são válidas. Mas ainda estamos trabalhando muito bem com novos materiais e esse é nosso foco. Esta foi apenas uma oportunidade para dar um passo para o lado e honrar o The Joshua Tree. Eu acho que quando todo mundo viu isso como algo que poderia seguir em frente, houve grande impulso e emoção dentro da banda, mas eu acho que este é um passo que não faz realmente parte do nosso idioma. É algo único nós estarmos escolhendo este ano para fazer isto.

Você acha que se vocês lançassem hoje "With Or Without You" como um single, seria um grande sucesso ou a rádio mudou tanto que não funcionaria?

Acho que ela poderia ser lançada. Acho que teria que transformar o vocal em Melodyne. Acho que você teria que comprimir e programar as faixas de ritmo. Eventualmente, você conseguiria algo que soa familiar no rádio e teria que pesquisar bem e assim você poderia obter um pouco de impulso e poderia ser um sucesso. Mas acho que se você lançasse ela, do jeito que é, iria se perder no barulho e na bolha desse som particular que é popular no momento.

É possível para uma banda de rock de 40 anos na estrada, marcar um hit no clima onde a maioria dos artistas pop estão em seus primeiros 20 anos?

Sabe, eu acredito que é possível. Não sei qual é a fórmula específica, mas eu nunca estive mais consciente de qualquer outra época, que não importa onde eu estou no mundo, e não sei o por que, eu continuo ouvindo faixas do Fleetwood Mac. Eu penso: "porque é que essas canções têm pernas tão grandes e fortes?" Claro, eles eram populares naqueles dias. Eles eram muito universais em termos de letra, mas havia algo sobre o som que não era necessariamente o som clássico desse período. Eles tinham seu próprio som único e parece ter sobrevivido a música pop destes dias.

Sim. Acho que "Every Breaking Wave" está entre as suas maiores canções. Se ela tivesse sido lançada em um período diferente, teria provavelmente sido um enorme sucesso. Parece que este é um mundo diferente agora.

Sim, é. A conexão emocional com canções [é] diferente porque as pessoas não pensam nelas como partes de álbuns. Eles não pensam nelas como estilo de vida. Eles não as vêem como identificação de quem eles são. Vivemos em um mundo onde essas músicas são descartadas e elas circulam ao redor e elas tem valores para as pessoas de forma diferente.

A Entrevista: Adam Clayton na Rolling Stone - Parte I


Há trinta anos, o sucesso selvagem de 'The Joshua Tree' transformou o U2 na maior banda do planeta. Hits nas rádios como "With Or Without You", "I Still Haven't Found What I'm Looking For" e "Where The Streets Have No Name" catapultou a banda das arenas fechadas para estádios ao ar livre e os fez conhecer Frank Sinatra, aparecer na capa da revista Time e dividir o palco com Bob Dylan, Bruce Springsteen e B.B. King. "Certamente olhando para trás na turnê naquele momento, deve ter sido uma oportunidade extraordinária, libertadora e alegre", diz o baixista Adam Clayton. "Mas foi realmente muito difícil tentar entregar aquelas canções sob a pressão de crescer de uma banda de arena, para uma banda de estádios. Eu, pessoalmente, não me lembro de gostar muito."
Provavelmente ele vai se divertir mais este verão quando o U2 retomar a 'The Joshua Tree Tour' 30 anos depois celebrando uma vitória. "Acho que esta turnê no verão é quase uma oportunidade de reviver aquilo", ele diz, "e olhar para aquelas canções e olhar para o que estava acontecendo e ver onde estamos agora." A Rolling Stone falou com Adam Clayton sobre o impulso para a turnê, como o show será estruturado, se os fãs podem esperar ouvir raridades e o que está acontecendo com o álbum 'Songs Of Experience'.

Eu sei que a turnê iNNOCENCE + eXPERIENCE foi originalmente prevista para retornar em 2016. O que aconteceu?

Bem, a ideia era realmente que queríamos ter certeza de que estávamos voltados para o álbum 'Songs Of Experience'. Quando terminamos a parte iNNOCENCE da turnê e fizemos um círculo completo para nos concentrarmos no álbum, ficou claro que não seríamos capazes de poder lançar o lado eXPERIENCE do material rapidamente para continuar com a turnê. O desafio era: "Ok, vamos ter de olhar para isto de forma diferente." Também, durante aquele ano, alguns tipo de movimentos estranhos políticos pareciam começar a acontecer. Primeiro de tudo, houve o Brexit no Reino Unido, que era apenas um sinal de que as coisas estavam mudando. Não sei como as pessoas viram isso. Então, muito rapidamente na parte de trás do mesmo, foi o aumento do Trumpismo. E foi como: "Oh, certo, há algo acontecendo aqui. Talvez há algo que perdemos e precisamos começar a ver isto". Esse tipo de coisa nos deu coragem de ficarmos longe de tentar terminar o registro muito rapidamente sem sermos capazes de considerar algumas das coisas que aquilo estava nos dizendo.
Acho que é interessante ser capaz de voltar para o disco 'The Joshua Tree', porque quando lançamos esse registro e quando estávamos trabalhando nele, era um mundo sombrio em termos de América e Reino Unido. Você tinha o governo Thatcherismo no Reino Unido que estava tentando destruir o negócio de mineração de carvão e configurar um tipo diferente de economia no Reino Unido. Nos Estados Unidos tinha o Reaganomics e o tipo de poder imperial, inserindo-se na política centro-americana e algumas ações muito ruins acontecendo com dinheiros de drogas financiando armas para a guerra. Isso foi um cenário interessante, mas... olhando para trás 30 anos, a história que mais me diz algo é o quanto eu mudei e o quanto eu preciso olhar para bons valores liberais, e como o mundo está realmente olhando para isso e o que eu posso aceitar das notícias e o que mais quero dos políticos agora de alguém que seja menos provável em estar de pé na barricada. Sou totalmente a favor de novos artistas, chegando até a ser as pessoas que fazem muito barulho, mas estou feliz por ainda ser uma parte do movimento.

Eu sei que a primeira ideia foi em fazer um show americano e um na Europa de 'The Joshua Tree'. Como que cresceu para uma turnê completa?

Bem, uma das primeiras ideias foi que talvez, porque a turnê de eXPERIENCE quando voltarmos com ela será de shows em lugares fechados que está focada na produção que foi pioneira na turnê de iNNOCENCE, iria tomar mais tempo para ser levada adiante devido à produção. Mas nós pensamos: "bem, talvez em honra ao 'The Joshua Tree', podemos voltar a fazer shows em lugares abertos que são muito mais enraizados sobre o que foi aquela experiência." Isso é porque quando fizemos a turnê original 'The Joshua Tree Tour', algumas coisas interessantes aconteceram. Ela foi uma turnê que começou em arenas e no decorrer do ano com o progresso do álbum, já que foi nos tempos muito antigos onde quando você lançava um álbum, ele vendia e havia o boca a boca e ele ficava maior e eventualmente chegava ao número 1 nas paradas e todos ficavam conhecendo ele. Quando isso aconteceu, fomos obrigados a sair dos shows de arenas, para estádios, e isso foi um enorme, enorme passo para um bando de rapazes irlandeses quem tinham 25, 26 anos e tinham acabado de ter colocada em suas costas essa coisa chamada U2 e nossa jornada tinha cinco, seis, sete anos, uma peregrinação de várias maneiras.
Quando fomos tocar ao ar livre nos estádios, não tínhamos nenhum truque. Não sabíamos como fazer aquilo. Nós não tivemos o reforço do telão de vídeo, que estava acontecendo já naquele momento. Pensamos que, de certa forma, diluiria a música. Tivemos uma fervorosa crença de que a música era absolutamente adequada e grande o suficiente para encher um estádio, então realmente foi um desafio para nós. Também significava que todas as noites, Bono tinha que realmente se colocar lá fora para tentar se conectar com as pessoas. De certa forma, isso era uma tarefa ingrata. Você não pode vencer em um estádio. Não importa o quão boas sejam as canções, você é ainda apenas um pontinho no palco e você está ainda dependente do sistema de PA. Isso foi muito frustrante.

Conversei com The Edge há algumas semanas. Ele não tinha certeza se o show iria começar com "Where The Streets Have No Name" e entrar direto com o álbum. Como você vê isso acontecendo?

Nós realmente não nos sentamos e trabalhamos a dinâmica ainda, mas eu acredito que ela seria como a coroa do show. Acho que definitivamente queremos abrir com algo que talvez não seja muito diferente do que fizemos com a turnê de 'Songs Of Innocence' [onde tocávamos nossas primeiras canções da década de 1980] e fazer as pessoas gostarem desta coisa que está vindo e dar algum sentido de história, de onde veio. Então vai ser uma mudança de cena. Este é o meu palpite. Não saberemos até começarmos a tocar o material em torno disto. Vamos começar com "Where The Streets Have No Name", ou terminar com ela, eu poderia pensar, mas vai haver uma mudança de cena. Se vamos ou não tocar completamente na sequência do disco, ainda temos de trabalhar nisso. Mas acho que vai ser o começo da jornada musical tradicional que nós sempre nos referimos naquele período onde as músicas nos levava através de uma versão da América que certamente parecia verdadeira e possível naquela época. Em muitos aspectos, talvez tenha sido o fim do período do pensamento da América como saudável e benevolente. Realmente, as coisas mudaram um pouco sobre esse ponto. Vai ser difícil ver como o país retorna para onde ele gostaria de estar.

Imagino um desafio em tocar em sequência as quatro canções mais famosas que são as quatro primeiras. Então há sete outras que são menos conhecidas para um público em geral. Tocar todas elas em uma linha reta pode ser um desafio em um estádio. Você se preocupa com isso?

Hum... Acho que temos realmente que esperar e ver. Acho que qualquer um que estará indo para os shows conhece este disco muito bem. O que precisamos descobrir é se é um conjunto de canções [e] com nossos novos conhecimentos de 30 anos, se nós poderíamos dar um respiro de vida nelas de uma maneira diferente, ou se nós meio que combinamos elas juntamente com algumas outras músicas que estão tematicamente em consonância com aquelas. Mais uma vez, quem me dera eu ter mais certeza sobre isso, mas ainda estamos longe. Temos a aspiração, mas nós ainda não descobrimos como isso vai acontecer. Mas isso vai acontecer e sempre estamos ao redor brincando e experimentando até que fique legal.

Os fãs estão super empolgados para ouvirem "Exit", "Red Hill Mining Town" e "Trip Through Your Wires". Essas são músicas que não foram tocadas em 30 anos, ou em uns casos poucas vezes.

"Trip Through Your Wires". Eu acho que nós éramos muito bons tocando durante a turnê original de The Joshua Tree. Eu acho que "In God's Country" estava naquele set, mas "Red Hill Mining Town" nunca foi tocada ao vivo durante esse período. Ele caiu naquele mal estar de mid-tempo e acho que agora podemos descobrir maneiras de contornar isso.

Você podem tocar músicas de 'Songs Of Experience' durante esta turnê?

Seria um desejo muito grande meu que pudéssemos tocar algo de 'Songs Of Experience' como parte do show, talvez uma ou duas músicas. Novamente, aviso que realmente temos mesmo que ver o arco deste show e temos que descobrir se essas canções de 'Songs Of Experience' iriam funcionar bem em um estádio neste contexto, mas eu adoraria ver algo desse material na estrada e as pessoas se familiarizando com ele, antes do álbum ser lançado.

Makes The Future The Past: Nell's, o local em que o U2 gravou o videoclipe de "One"


Em 10 de março de 1992, o U2 fez um show na Filadélfia pela ZOOTV. Depois que o show acabou, voaram para a cidade de Nova York, e a gravação de uma terceira versão para o videoclipe de "One" aconteceu, começando logo após a meia-noite na Times Square, antes de se mudar para o bar de um local chamado Nell's na zona de Chelsea, em Manhattan, Nova York. A filmagem durou a noite toda.
A casa noturna foi aberta em 1986, no espaço de uma antiga loja de eletrônicos. A atriz e cantora Nell Campbell foi proprietária de longa data.



Atualmente o Nell's não existe mais, foi fechado em 2004, e o ator Mark Wahlberg tentou comprar a casa noturna. Este é o local exato onde ele ficava:



UM VÍDEO EM 360°


Agradecimento: Márcio Fernando, músico e colaborador do blog

Reedição em vinil de 'War' no Brasil em 1989: um tormento para os ouvidos


Você sabia que um dos maiores sucessos de vendas do U2 no Brasil é um fiasco em matéria de qualidade técnica do disco? Tornando-o um tormento para os ouvidos?
A reedição do disco War – 670.956-A, produzido pela BMG Ariola para a WEA selo Island Records de 1989 – é um verdadeiro horror em matéria de sonoridade.

Este fato se resume a um ditado popular: a pressa é inimiga da perfeição!
A história: como as músicas e o próprio grupo bombavam nesta época era importante colocar o disco para vender com rapidez e… foi tanta pressa junto com falta de cuidado, que deu nisso. Quem tem sabe do que o site Universo Do Vinil está falando!
Esta reedição de 1989 com o selo branco, foi a última lançada em vinil no Brasil.


Vale lembrar que isso não acontece com a versão de 1985 lançada também no Brasil pela RCA, com selo azul.

Arquivo "Stay (Faraway, So Close!)"


Ned O'Hanlon em um chat online revelou que Wim Wenders dirigiu este vídeo com Mark Neale, mas outras fontes de créditos para este vídeo listam apenas o envolvimento de Wenders.
O vídeo abre em preto e branco com uma cena em um ônibus no portão de Brandemburgo, em Berlim. Esta intro estendida traz a banda em um ônibus em Berlim, com sussurros em alemão e um cavalheiro brincando com uma pequena caixinha de música. À medida que a câmera avança até The Edge pegando a caixinha, a canção tem início. Muitas vezes a MTV iria editar esta introdução no vídeo. O ônibus é o ônibus N10 e vai até o Zoolog: Garten. Mais tarde no vídeo voltamos para Berlim, com cenas externas ao redor da Coluna da Vitória (Siegessäule) e vemos Bono em pé na estátua. Mais tarde, vemos todos da banda sobre a estátua.
Mudamos das cenas no ônibus para uma cena de uma banda jovem tocando em uma garagem. Todos os membros do U2 são como "anjos" invisíveis, ajudando a jovem banda à tocar. Meret Becker é a vocalista da banda. Wenders "gostava da ideia de que a voz de Bono pudesse ser cantada por uma garota neste vídeo." Becker é filha do ator Otto Sander, um dos atores principais no filme Faraway So Close.
Algumas cenas são tiradas diretamente do filme Faraway So Close. Este filme de Wim Wenders apresentou duas músicas do U2 na trilha sonora, um mix alternativo de "Stay (Faraway, So Close!)"  e um mix alternativo de "The Wanderer". O filme em si está ligado ao vídeo, em que o filme apresenta dois anjos que se interessaram pela vida dos moradores de uma Berlim reunificada.
O vídeo foi filmado ao longo de três dias em outubro de 1993, em Berlim.



Da nova seção do site: U2 Songs (antigo U2 Wanderer)

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Fãs do U2 organizam ação sincronizada em redes sociais para tentar trazer a banda à América Latina


Os fãs latino-americanos do U2 se reunirão no Twitter nesta segunda-feira (23) para promover um "tuitaço" com a intenção de chamar a atenção da banda para fazerem shows na América Latina. No Brasil, o multirão com a hashtag #U2ComeToLatinAmerica começa as 19 horas (horário de Brasília).
Celebrando os 30 anos dos disco 'The Joshua Tree', a banda marcou uma turnê comemorativa pelos Estados Unidos e Europa, e estes lugares receberam shows em 2015 da turnê iNNOCENCE + eXPERIENCE. Em um espaço de 2 anos, 2 turnês da banda. México e América do Sul ficaram de fora.
Sites e fã-clubes do U2 na América Latina, contando com o apoio de diversos sites de fãs pelo mundo, se uniram em uma campanha em todas as redes sociais para pedir formalmente a banda para voltar para o continente.
Como eles vão fazer? Nos horários indicados para cada área, via Twitter, Facebook, Instagram e sites da campanha sob a hashtag # U2ComeToLatinAmerica, os fãs irão buscar um Trending Topic mundial e tentar que o pedido chegue ao conhecimento da banda. Então, se você quer se juntar a esta cruzada, é só usar a hashtag no horário indicado!
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...