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quarta-feira, 4 de janeiro de 2017
Caos na 1° vez do U2 no Brasil em 1998
28 de Janeiro de 1998 - Folha De São Paulo
Um calor de 42°, engarrafamento monstro do Centro do Rio de Janeiro à Jacarepaguá (perto de 26 quilômetros), encalhe de ingressos e cambistas fazendo liquidação de entradas falsas.
Esse foi o clima que antecedeu a primeira apresentação do U2 no Brasil, no Autódromo Nelson Piquet, no Rio.
A estreia da turnê PopMart no Brasil teve encalhe de, no mínimo, 16 mil dos 114 mil ingressos e denúncias de bingressos falsos. Dos 25 mil ingressos colocados à venda no Autódromo, apenas 5.000 tinham sido vendidos até as 18h, momento em que a banda chegava, de helicóptero.
"Não consideramos isso um problema. O país está em crise", afirmou Maurício Henriques, gerente de venda de ingressos.
Outro integrante da equipe de produção, porém, disse à Folha que o encalhe foi decepcionante e acirrou as arestas entre os produtores brasileiros e o empresário do U2, Paul McGuinness.
Em pontos do Autódromo, grupos de fãs reclamavam da desorganização na venda de ingressos e da falta de informação. A abertura dos portões foi às 14h40. Muitos fãs chegaram a dormir do lado de fora.
Os integrantes da banda passaram o dia no Copacabana Palace, antes de seguir para o autódromo. O atacante Bebeto foi ao hotel buscar ingressos.
Bono, The Edge, Larry Mullen Jr. e Adam Clayton chegaram ao Autódromo e foram para os camarins, onde fizeram um ensaio. Às 19h45, a escola de samba Salgueiro fazia batuque em um canto do Autódromo, se preparando para mais tarde virar a surpresa prometida por Bono.
A apresentação da banda Bootnafat, que começaria às 18h30, foi atrasada em uma hora. A seguinte, de Gabriel O Pensador, também seria atrasada.
Até o fim da tarde, nenhuma ocorrência foi registrada. Seis postos médicos foram montados no local. Até as 20h, tinham sido feitos 160 atendimentos, a maioria por insolação.
O Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) obteve liminar garantindo o bloqueio de 7% da renda bruta obtida com a venda de ingressos para o show do U2 no Rio para o pagamento de direitos autorais.
Segundo a coordenadora-geral do Ecad no país, Glória Braga, o órgão recorreu à Justiça porque a organização do show não fez um pagamento prévio que garantisse o repasse aos autores das músicas executadas. A assessoria de imprensa do show não tinha conhecimento da liminar até as 19h15.
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