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terça-feira, 15 de setembro de 2015
U2 fala sobre a necessidade dos fãs em registrarem cada segundo dos shows com um smartphone
'Songs Of Innocence' do U2 foi ouvido por 81 milhões de pessoas e baixado 26 milhões de vezes (desde outubro de 2014) e o mais importante, as pessoas ainda estão indo assistir os shows do U2 toda noite na turnê iNNOCENCE + eXPERIENCE.
Ziggo Dome, duas ou três horas antes de um show em Amsterdã.
Bono e The Edge estão no palco fazendo alguns ensaios rápidos para o show. Eles mexem com a transição entre "Zooropa" e "Where The Streets Have No Name", enquanto Larry Mullen Jr está sentando em sua bateria, com os braços cruzados, esperando por sua sugestão. Enquanto isso, Adam Clayton, está ao lado — bebendo uma xícara de chá.
Enquanto a banda sempre mirou para atrair um grupo diversificado de fãs, nesta turnê particular eles tem mirado para um público jovem. Apesar de ser importante conseguir uma nova geração de devotos do U2, um público mais jovem também significa lidar com as armadilhas da era digital, onde as pessoas sentem a necessidade de registrar cada segundo de cada show.
"Houve menos aqui do que houve na Itália", diz Bono do número de telefones celulares que viu apontado em sua direção na noite anterior. Agora o grupo terminou o soundcheck — fizeram várias tentativas, mas finalmente definiram essa transição — e estão matando tempo no palco antes das portas se abrirem e outra multidão que esgotou os ingressos, tomar o local.
"Na Itália parece que todo mundo e sua mãe estava fazendo isso", acrescenta Larry.
"Sua filha e amigos também", diz Bono.
Adam aproxima-se para a discussão.
"Acho que o que está instituído", ele diz, "e você pode vê-lo muito do palco, é o minuto que não há muito o que olhar, e as pessoas vão para seus telefones, e começam a verificar seus e-mails e outras coisas. Isso é um fenômeno novo."
"Não é disso que eu estou falando", Larry diz para Adam. "O que estou falando é quando algo está acontecendo, o telefone vem para gravar isso, que é uma resposta diferente."
A banda logo começa um diálogo e volta para os princípios do uso do smartphone em concertos e o que tudo isso significa para os artistas atuais e futuros. Eventualmente, Bono oferece um final filosófico para a discussão.
"Essas músicas tem fortes ligações emocionais com as pessoas, então uma maneira de ver as coisas, é como uma criança, marcando um gol ou uma criança dando seus primeiros passos e tendo seus companheiros tirando uma foto disto", ele diz. "Vendo The Edge operar aquela pedaleira, eu me sinto assim toda noite."
"Eu sou como uma criança, dando um primeiro passo?", responde The Edge, rindo.
"Você é como uma criança dando seus primeiros passos na lua." The Edge estava brincando, mas Bono pareceu sério. "Acho que deveríamos ver apenas como um fenômeno novo que será resolvido quando as pessoas superarem o gadget".
Um momento em particular do novo show chama a atenção, quando Bono tem uma aguçada conversa com seu eu mais novo.
"Esqueceu de onde você veio?", grita o jovem Paul David Hewson. "Você está andando com todo esse poder como se você estivesse lá pelos indefesos!"
A raiva juvenil é por causa da situação atual de Bono como uma estrela de rock bem sucedida e, mais significativamente, um humanitário — que teve de conversar com gente que em sua juventude, considerava detestável — e sua tentativa de conciliar os dois lados.
"Quando éramos jovens, tínhamos inimigos muito claros — nós contra eles. E então, quando nós atravessamos os anos 90, as coisas começaram a mudar para nós, e começamos a perceber que os maiores obstáculos no caminho de nosso desenvolvimento pessoal e o desenvolvimento da nossa banda foram forças internas", diz Bono, com seus companheiros de banda ouvindo. "Sabe, perdi a visão em preto e branco do mundo que eu tinha quando era mais jovem. Às vezes pode ser um pouco de piedade e hipocrisia — certamente tinha uma raiva justificada para isso. Mas agora eu meço as coisas pela sua capacidade de atingir o resultado. Costumo dividir não só os meus amigos, mas as pessoas em dois campos, que é terrível e não mostra maturidade, e as pessoas que se arriscam a cometer erros para melhorar as coisas. Por isso pode ser desconfortável. Eu tenho me reunido com algumas pessoas e almoçado com algumas pessoas que meu eu mais novo não teria gostado da companhia delas, mas eu acho que tenho sido eficaz nisso."
Como Bono diz, antes da banda sair do palco para se preparar para o show, "você pode aprender muito com seus chamados inimigos. Eu tenho aprendido muito me abrindo para pessoas que normalmente não me abriria..."
Larry entra na conversa: "mais complicada a vida."
Bono ri. "... a vida se complicou."
Do site: www.blog.instagram.com
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