PARA VOCÊ ENCONTRAR O QUE ESTÁ PROCURANDO

sábado, 10 de janeiro de 2015

U2, por Larry Mullen

Foi ele que, em 1976, colocou um aviso no quadro da escola Mount Temple, procurando músicos para formar uma banda. E foi ele quem começou tudo isto. E chegou a vez dele falar: "Eu sei que pode parecer ridículo – devem estar pensando: "Então, está na área errada, não, amigo?" E provavelmente é até verdade. Mas a minha paixão é tocar bateria no U2. Dar concertos e fomentar o meu espírito criativo num estúdio são as minhas drogas que escolhi. Quando comecei com isto, a idéia de me tornar uma estrela de rock era ridícula. Não sei até que ponto ser uma grande estrela de rock e tocar bateria se encaixa, e as pessoas que tentam combinar as duas coisas geralmente acabam mortas ou em centros de reabilitação. Eu prefiro ficar batendo em coisas.
Já li muita porcaria sobre o U2. Sempre que nos vejo descritos de uma forma mítica como mestres do nosso destino, me dá vontade de rir. Estar no U2 é mais como andar num comboio descontrolado, ao qual nos seguramos com força para não cair.
A minha função no U2 é manter as coisas estáveis. Ao longo dos anos, a banda enfrentou com dificuldade, imperfeições musicais, por isso, só o fato de tocarmos juntos pode ser um desafio. Os concertos podem ser uma espécie de obstáculo e, por vezes, nós tropeçamos. Portanto, como baterista, tento ser o elo firme. Se há alguma dúvida sobre o tempo de alguém na música, eles olham para mim e sabem que eu resolvo a situação. Falar é fácil...
Eu e o Adam contamos muito um com o outro. O Edge podia estar pressionando botões, experimentando sons diferentes e o Bono subindo em andaimes e saltando para o meio do público – às vezes nem sequer sabíamos onde ele estava. Durante a grande parte do tempo, era só eu e o Adam em palco, por isso tínhamos de interagir e se comunicar um com o outro.
Pode se dizer que o U2 é uma democracia... mas apenas no sentido grego clássico, quando a democracia estava nas mãos de quem detinha o poder. O processo de tomada de decisão é o mesmo de quando começamos. Quem melhor conseguir fundamentar os seus argumentos e articular as suas idéias ganha o dia. Quando se pertence a uma banda com um membro tão ruidoso, falador, argumentativo e persuasivo como o Bono, as coisas podem tornar-se bastante complicadas para os outros membros.
Todos temos diferentes necessidades e somos pessoas bastante distintas, com personalidades diversas. Somos um só, mas não somos, definitivamente, os mesmos. Se há algo de especial no U2, não tem nada a ver com cada um de nós individualmente. É algo que acontece quando nos juntamos como um todo, num palco ou num estúdio. É uma experiência estranha e difícil de descrever. Mas é a única razão pela qual ainda fazemos isto. Quando tocamos juntos, algo de extraordinário acontece."
Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...