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sexta-feira, 12 de abril de 2019
Segredos Revelados: todos os detalhes da confusão envolvendo MTV Brasil, Franco Bruni, Skol, F/Nazca, U2 e Paul McGuinness durante a passagem da Popmart Tour pelo Brasil em 1998
Em 9 de Dezembro de 1997, Franco Bruni e Francesco Tomasi, em parceria com a MTV Brasil, firmaram contrato com a empresa CPI Concert Productions International, por intermédio da TNA International, objetivando a realização de três shows do U2 nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo pela turnê Popmart.
Como compensação pelos concertos, Franco Bruni e Francesco Tomasi, com o aval da MTV Brasil, pagariam US$8.000.000,00, entre outras disposições, divididos em três pagamentos, anteriores à realização do primeiro show no Brasil, previsto para o dia 27 de Janeiro de 1998, quantia essa, previa e devidamente garantida por cartas de crédito irrevogáveis, condicionadas pelo contrato.
Em 9 de Dezembro de 1997, Franco Bruni firmou com a MTV um "acordo para transmissão e gravação do evento, venda de patrocínio, garantia de pagamento e outras avenças" sendo estabelecido que a emissora comercializaria os patrocínios junto aos anunciantes, assumindo também a obrigação de receber diretamente os valores pagos a título de patrocínio. A MTV também se obrigou, solidariamente com Bruni, ao pagamento total a ser realizado em favor da empresa CPI Concert Productions International.
Em contrapartida, a MTV recebeu os direitos exclusivos de transmissão do evento por sinal de televisão em geral, bem como parte da bilheteria dos shows, ficando ciente de que não poderia ser produzido e veiculado sem prévia autorização da TNA, pertencente ao grupo CPI, qualquer material publicitário por meio de televisão, radiodifusão ou quaisquer outros.
Franco Bruni alegou que no final de Dezembro de 1997, foi sido surpreendido com a informação de que a MTV Brasil veiculava um comercial da Skol, produzido pela agência de publicidade F/Nazca, utilizando imagens de sósias dos membros do U2 e com música parecida com a deles, denominado "adivinha", onde ficava claro que era a Skol quem traria a banda ao Brasil, numa peça promocional claramente ilegal, porque nenhum comercial poderia ser produzido e veiculado sem a prévia autorização da TNA, nos termos ajustados.
Em 24 de Janeiro de 1998, os integrantes do U2, já no Brasil, tiveram acesso ao comercial transmitido pela Rede Globo de Televisão. Bruni então disse que em decorrência disso, toda a confiança e respeito adquiridos por ele em quinze anos de amizade junto à maior empresa de shows do mundo, CPI Concert Productions International, e a uma das mais conceituadas bandas do mundo, U2, foram destruídos por este ato irresponsável.
Bruni disse que perdeu sua credibilidade e foi repelido dos mega eventos mundiais. Disse também que após isso, apesar das inúmeras tentativas, viagens internacionais e investimentos que realizou, não obteve êxito em concretizar turnês.
A Skol afirmou que, de fato, foi veiculado, por ocasião da primeira turnê do U2 no Brasil, um filme publicitário, onde se via uma banda de rock de "covers" daquela banda e se fazia alusão ao fato de que fora aquela cerveja quem trouxera o grupo ao país. Aduziu que foi informada por sua agência de publicidade F/Nazca de que não poderia divulgar um comercial com imagens dos próprios integrantes e que eles, sem prévia autorização, não recomendariam diretamente nenhum produto, e essas recomendações foram seguidas. Então, foi utilizada a banda cover, sem insinuar recomendação de qualquer membro do grupo no sentido de consumo da cerveja Skol.
A Skol disse também que os atritos de Franco Bruni com o U2 começaram antes da veiculação do comercial e nada tiveram a ver com o incidente do anúncio veiculado.
A MTV Brasil, por sua vez, alegou que em razão dos contratos firmados, a empresa Concert Productions International confiou à Franco Bruni a obrigação de fiscalizar os patrocinadores e suas agências de publicidade, de modo que todos os materiais fossem previamente aprovados. Disse também que Bruni assistiu passivamente ao comercial durante trinta e nove dias, de 17 de Dezembro de 1997 a 25 de Janeiro de 1998, sem se importar com ele. Apenas com a chegada da banda, em Janeiro de 1998, após a descompostura que lhe foi passada pelo empresário Paul McGuinness, em razão da veiculação do comercial sem autorização, é que ele solicitou a retirada do comercial do ar, e foi atendido. Também afirmou que os integrantes da banda ficaram satisfeitos com a sua atitude de cessar a transmissão do comercial, conforme notícias veiculadas em jornais, não gerando qualquer consequência danosa à ele. Explicou que o real desagrado do U2 em relação à Bruni, segundo divulgado pelos jornais da época, foi o fato de o show na cidade do Rio de Janeiro ter sido transferido do Estádio do Maracanã para o Autódromo Nelson Piquet, distante de tudo e com insuficientes vias de acesso.
A F/Nazca sustentou que, embora o contrato firmado entre Bruni e a MTV Brasil dispusesse que para a utilização de qualquer material promocional seria necessária a prévia autorização de Bruni, a MTV tinha o direito de vender o espaço publicitário aos seus patrocinadores, Com base nessa disposição contratual, vendeu uma das cotas para a Skol, e ambas começaram a divulgação da vinda do U2, incluindo, mas não se limitando, à produção do comercial. E tendo solicitado as autorizações para o uso da imagem dos integrantes da banda, não lograram êxito em consegui-las. Não obtendo retorno quanto às solicitações de imagens que pudessem ser utilizadas no comercial, foram contratados os atores com aparência semelhante à dos integrantes da banda, inexistindo ilicitude nessa conduta, tanto que o U2 ou seus empresários jamais ajuizaram qualquer ação relativa à produção do comercial.
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