Depois dos shows em Tempe em 1987, o diretor Phil Joanou foi para Los Angeles começar uma triagem no material gravado para o filme-concerto 'Rattle And Hum', e trabalhou nisso em uma sala de edição na Spielberg's Amblin Entertainment, no lote da Universal. Ele tinha um prazo para entregar o filme já cortado em abril de 1988, para a estréia nos cinemas em outubro.
O U2 deu o recado para ele: "Faça o corte. Confiamos em você."
Em fevereiro, dois meses antes do previsto, Joanou tinha 21 canções montadas de 450.000 metros de filme 35 mm. Seu segredo: trabalhou com seis monitores ao mesmo tempo, cortando tudo em vídeo. Em março, pouco antes da cerimônia do Grammy, Joanou voou para Nova York e exibiu para a banda duas e meia de músicas para o filme.
Bono revelou: "Saí da sala de edição e fui pensar lá fora. Esse cara trabalhou muito duro, era melhor eu não dizer nada."
Mas Joanou o seguiu e pediu sua opinião. Então, Bono disse: "Eu acho que está uma porcaria." E Joanou disse: "Bom, porque eu também acho que está uma porcaria aqui e aqui, e é por isso que estou cortando fora a coisa toda."
A queixa de Bono: algumas músicas simplesmente não pareciam certas. Por exemplo: "Where The Streets Have No Name". Embora o clipe tivesse sido cortado do excelente segundo show em Tempe, Bono insistiu que "não havia mistério."
Em Los Angeles, Joanou revisa a filmagem da primeira noite que ele já tinha descartado anteriormente, e decide que as presumíveis deficiências da abertura em Tempe mostram um trabalho inesperadamente em favor da canção. Rapidamente, ele monta uma nova versão da música com apenas 15 cortes, ao contrário dos 50 cortes originais da anterior, realçando o mistério. A banda aprova rapidamente. "Essa é a arte de fazer filmes", diz Joanou. "Vá em um set, e você percebe que tudo é fabricado . Tudo o que importa no final é o que está dentro do frame."