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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Turnê que o U2 participou em 1986, também passou pelo Brasil em 1988

Após a turnê 'The Unforgettable Fire' em 1985, Jack Healey, um ex-monge e que era diretor executivo da Anistia Internacional nos Estados Unidos, conseguiu se aproximar de Paul McGuinness e de Bono após um show da banda. Ele havia ficado impressionado com o desempenho e fez uma proposta. Jack queria aumentar o número de voluntários da Anistia na América que eram de apenas 150 mil, um número irrisório perto dos 170 milhões de habitantes dos Estados Unidos. Healey queria organizar um evento e alguns shows pelo país no ano de 1986 como uma forma de chamar a atenção para a organização. Ele sabia que a música poderia ser um veículo perfeito. O que ele queria era simples: poderia o U2 disponibilizar uma semana de seu extenso calendário para a Anistia nesse ano? Paul e Bono disseram que sim. Healey conseguiu a promessa por escrito e começou a planejar o festival.
Com a carta do U2 embaixo dos braços, começou a procurar outros nomes e falar com promotores sobre o evento. Recebeu um sim de Sting, que chegou a dizer que a única coisa que poderia fazê-lo sair da cama ultimamente seria a Anistia. Lou Reed afirmou não ver uma melhor maneira de usar seu tempo e Peter Gabriel concordou em abrir uma brecha em sua excursão mundial promovendo seu disco So.
A maratona seria de sete concertos pela América, comemorando os 25 anos da Anistia Internacional. Os participantes seriam, além do U2, Lou Reed, Sting e Peter Gabriel, Bryan Adams, Joan Baez e Neville Brothers.
O ponto alto seria o último concerto no dia 15 de junho no Giant Stadium, em Nova Jersey para uma platéia de 55 mil pessoas. Esse evento ficaria marcado na vida do grupo assim como o Live Aid.
A dor de cabeça era grande, principalmente na parte técnica. Os técnicos do grupo responsáveis pela iluminação não haviam conseguido convencer a MTV a mudar o posicionamento das luzes.
A emissora não deu bola para as reclamações e não abriu mão de seu contrato. Quando Bono pisou no palco, sentiu um calafrio. As luzes quase o cegaram e ele não conseguia enxergar nada. Mesmo assim, começou o show de maneira feroz. Abriu a apresentação, com “MLK”, seguiu com “Pride”, “Bad”, “Sunday Bloody Sunday” (onde fez um pequeno discurso), atacou com “Maggie’s Farm”, “Cold Turkey”, “Help!” e fechou com “Sun City”, quando dividiu os microfones com Ruben Blades, Lou Reed e Nona Hendryx.

Mas a banda não era a última atração. Uma espetacular apresentação do The Police fecharia o concerto. Sting estava meio rouco, mas mesmo assim a banda atacou seus clássicos. A grande surpresa aconteceu quando Bono apareceu no palco para dividir os vocais em “Invisible Sun”. Ao final da canção, enquanto Sting vai cantando “one, two three, four, five, six”, Bono vai acompanhando os dedos até chegar o número seis, simbolizando os seis prisioneiros políticos que foram “adotados” pela Anistia como causas urgentes.
Ao final da canção, uma celebração geral. Todos os artistas que eram os principais, além daqueles que eram convidados para cobrir eventuais buracos – como o próprio Ruben Blades, Miles Davis, Carlos Santana, Yoko Ono, Fela Kuti (que foi realmente beneficiado pela Anistia e libertado após 20 meses de prisão em seu país natal, a Nigéria), subiram ao palco e liderados por Bono cantaram “I Shall Be Released”, de Bob Dylan. Um último detalhe: Larry e Adam tocaram com os instrumentos de Stewart Copeland e Sting, do Police, sendo que Clayton recebeu um carinhoso beijo na nuca de Sting!
À parte o grande espetáculo, Bono reuniu toda sua equipe e queria saber porque o grupo tivera condições técnicas tão desfavoráveis. O U2 havia sido, novamente, o destaque da noite, mas Bono estava irritado com o tratamento dado ao grupo.

A segunda turnê da Anistia Internacional, chamada "Direitos Humanos Agora", teve início no estádio de Wembley, na Inglaterra, em setembro de 1988. A iniciativa já havia sido um sucesso e desta vez passaria por diversos países em um prazo de seis semanas, entre eles o Brasil. Entre os artistas escalados para tocar no evento estavam Peter Gabriel, Bruce Springsteen, Tracy Chapman e Sting.
O U2 desta vez estava em turnê e não conseguiu participar de nenhuma destas apresentações. Mas esta foi oficialmente a primeira vez que houve uma (mesmo que mínima) possibilidade do U2 se apresentar no Brasil.
A turnê da Anistia Internacional continuou esgotando arenas e estádios por todo o mundo. Como consequência disto a Anistia viu triplicar o seu número de membros.
O show da Anistia no Brasil aconteceu em pleno feriado de 12 de Outubro de 1988. O estádio do Palmeiras recebeu astros como Sting, Peter Gabriel e Youssou N’ Dour num concerto pelos Direitos Humanos. Bruce Springsteen encerrou a noite, que teve quase 4 horas de boa música.
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