Morreu nesta quarta-feira (5) aos 56 anos o empresário Steven Paul Jobs, criador da Apple, maior empresa de capital aberto do mundo, do estúdio de animação Pixar e pai de produtos como o Macintosh, o iPod, o iPhone e o iPad.
Idolatrado pelos consumidores de seus produtos e por boa parte dos funcionários da empresa que fundou em uma garagem no Vale do Silício, na Califórnia, e ajudou a transformar na maior companhia de capital aberto do mundo em valor de mercado, Jobs foi um dos maiores defensores da popularização da tecnologia. Acreditava que computadores e gadgets deveriam ser fáceis o suficiente para ser operados por qualquer pessoa, como gostava de repetir em um de seus bordões prediletos, que era "simplesmente funciona" (em inglês, "it just works"). O impacto desta visão foi além de sua companhia e ajudou a puxar a evolução de produtos como o Windows, da Microsoft.
A luta de Jobs contra o câncer desde 2004 o deixou fisicamente debilitado nos anos de maior sucesso comercial da Apple, que escapou da falência no final da década de 90 para se transformar na maior empresa de tecnologia do planeta. Desde então, passou por um transplante de fígado e viu seu obituário publicado acidentalmente em veículos importantes como a Bloomberg. Há 42 dias, deixou o comando da empresa.
No início de setembro, Bono, o vocalista do U2, não gostou do artigo de Andrew Ross Sorkin, do New York Times, chamado “The Mistery of Steve Jobs Public Giving“ (O Mistério das Doações de Steve Jobs), e decidiu escrever para o jornal defendendo o ex-CEO da Apple.
No artigo, Sorkin questionou os motivos de não ter “nenhum registro público” das doações de Jobs à caridade e o fato de ele não ser membro do Giving Pledge, uma organização fundada por Warren E. Buffett e Bill Gates, que estimula as famílias mais ricas dos Estados Unidos a doarem metade de suas fortunas.
Na carta de Bono ao NYT, o cantor afirmou que a contribuição da Apple no combate à AIDS na África “não pode ser estimado”. Bono é o fundador do projeto (Product)RED, que a Apple participa com iPods na cor vermelha desde 2006. A Apple também tem sido uma grande contribuidora do Fundo Global de Combate à AIDS, Tuberculose e Malária, ao que Bono revelou que a empresa já doou milhões de dólares para pesquisas e tratamento da doença. “Isso é sério e significa muito. E o envolvimento da Apple estimulou outras companhias a participarem”, disse.
O cantor também revelou que conversou com o cofundador da Apple no início do (Product)RED, citando-o: Não há nada melhor do que a chance de salvar vidas. Bono também se refere a Jobs como um “poeta, um artista e um homem de negócios” e está orgulhoso de ter conhecido o ex-CEO.
“Só porque ele é extremamente ocupado, não quer dizer que ele e sua mulher, Laurene, não estão pensando nessas coisas. Você não precisa ser amigo dele para saber que ele é uma pessoa reservada e que não faz as coisas pela metade”, completa.
O Apple Insider lembra que o U2 e a Apple trabalham juntos há anos; já foi lançado um iPod versão especial com músicas da banda irlandesa, as músicas do U2 apareceram em diversos comerciais da Apple e a silhueta de Bono pode ser encontrada no aplicativo iPod do iOS, na aba Artistas.
Globo