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terça-feira, 28 de maio de 2013

O encontro entre William S. Burroughs, suas armas e o U2 na ZOOTV

O U2 estava determinado a atravessar uma espinha na garganta da América em 1992, no Dia de Ação de Graças, com William S. Burroughs lendo o poema "Thanksgiving Prayer" em frente de uma sobreposição da bandeira Americana, como parte de um especial do U2 de 1 hora de duração da Fox Television. Um agradecimento ao "Pai nosso que não está nos céus" por ter fornecido índios para serem assassinados, terra para destruir, nações pobres para pilhar e africanos para escravizar.
Para gravar estes solilóquio, Burroughs visitou o U2 no hotel quando a Zoo TV passou por Kansas. Hall Willner, aquele produtor musical ligado a todas as coisas underground e alternativas, arranjou o encontro. Não ficou muito claro se Burroughs realmente sabia quem era o U2, mas ele sem dúvida providenciou entretenimento. Ele apareceu com um saco de papel cheio de armas. Burroughs era uma grande e importante figura das letras americanas, mas ele era quase tão notório pela lenda de ter matado a sua própria mulher enquanto tentava acertar uma maçã na cabeça dela, quanto por ter escrito 'Naked Lunch'. Então, quando o U2 viu que o frágil, velho autor estava carregando armas, até o chapéu do Edge voou.
Buffalo Bill deixou o U2 com um epigrama tão bom quanto qualquer um em "The Fly": "Quando eu estava na prisão, no México," ele disse, "um dos guardas me falou, 'eu odeio ver um homem na prisão por causa de uma mulher.'"
De volta a casa do Burroughs, o autor e Willner se armaram e começaram a disparar em alguns alvos na fresca tarde do Kansas. Willner, outro homem cujos ressentimentos ninguém gostaria de ver aumentados por armas de fogo, conseguiu acertar na moscas três vezes, ao que depois de cada uma Burroughs gritou, "Tiros letais!" Todos, infelizmente, acertaram no alvo ao lado daquele em que ele mirava. Mais tarde, o Burroughs recolheu as pistolas, recarregou-as, colocou-as de volta no saco e volto a subir a colina para casa.
Olhando para a gravação feita por Burroughs, Bono perguntou como seria a reação dos americanos. A banda irlandesa e o diretor viram-se para Bill Flanagan. Ele então lhes disse que a oração, a litania de abusos históricos, é ótima, e a interpretação do Burroughs para o mau-humor causado pela nicotina é hilário. Mas, eles tinham que ser muito cuidadosos com relação a tirar sarro da bandeira dos EUA. Pessoas de outros países não acreditam num totem vudu da bandeira deles assim como os americanos; fazer piada com a Old Glory é o mesmo que fazer piada com cruzes ou a Estrela de Davi. Pode ser um símbolo e não a coisa por si só, mas muitas pessoas são devotas do símbolo. O U2 ouve, olham uns para os outros e dizem: "Deixa ficar a bandeira."

Do livro: U2 At The End Of The World - Bill Flanagan

Agradecimento: Forum UV Brasil (Ultraviolet Fâ Clube)
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